Resultados da pesquisa por: Luz

Luz do sol

Luz do solQue a folha traga e traduzEm verde de novoEm folha, em graça , em vida em força, em luzCéu azul que venha até onde os pésTocam na terra e a terra inspira e exala seus azuisReza, reza o rio ,Córrego pro rio, rio pro marReza correnteza , roça a beira a doura areiaMarcha …

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Anda Luzia

Anda, LuziaPega um pandeiro, vem pro carnavalAnda, LuziaQue essa tristeza lhe faz muito mal Apronta a tua fantasiaAlegra teu olhar profundoA vida dura só um dia, Luzia,E não se leva nada desse mundo

À luz do luar

À suave e meiga luz desse luar,Iluminando com doçura esta mansão,Acordar vem sem querer o coração,Que já cansado ele se achava de sonhar,Vem depressa me escutar,A mágoa ouvir de um coração,Que está ferido,Está perdido por te amar!Vem ver este luar, o canto meu sentir,O meu amor vibrar, o meu amor vibrar,Com o peito irradiar,Sentir, gozar …

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Companheira de alta luz

Quando a saudade cinzenta cruza meu paradeiro Quando o azul da incerteza cai no branco da casa Nas asas do pensamento tudo já se criou E a esperança não tem palavras meu louco amor Seu olhar se perdeu no largo da natureza Só pra tentar esquecer imagens tão perigosas É que a rosa perfeita é …

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Luz negra

Sempre sóEu vivo procurando alguémQue sofre como eu tambémE não consigo achar ninguém Sempre sóE a vida vai seguindo assimNão tenho quem tem dó de mimEstou chegando ao fim A luz negra de um destino cruelIlumina um teatro sem corOnde estou desempenhando o papelDe palhaço do amor

Reluz

Brilha no céu, de novo, uma estrelaSoltando a luz que reluz seu olharPaira no tempo um sonho perdidoQue a gente só pensa em de novo encontrarSolto meu grito, seu nome ao ventoE fico voando no meu pensamentoTe espero mais livre a cada manhãCheiro uma flor de cravo e canelaE fico curtindo da minha janelaTeu corpo …

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Luz antiga

Eu só queria que você cuidasse Um pouco mais de mim como eu cuido de você Cuidar é simplesmente olhar Pro mundo que você não vê Pra medir o amor não existe cálculo Um mais um pode não ser dois Futuro é linda paisagem Desejo que não é sonho é mera ilusão Se não sabe …

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Geração da Luz

Eu já ultrapassei a barreira do som Fiz o que pude às vezes fora do tom Mas a semente que eu ajudei a plantar já nasceu!! Eu vou, eu vou m’embora apostando em vocês Meu testamento deixou minha lucidez Vocês vão ter um mundo bem melhor que o meu!! Quando algum profeta vier lhe contar …

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Segredo da Luz

Os olhos verdes que piscam no escuro de céu Filho da luz, fui nascido da lua e do sol! Nas noites mais negras do ano eu mostro minha voz; Estrelas, estrelas As estrelas elas brilham como eu! As nuvens vagueiam no espaço sem lar nem raiz 0 ódio não é o real é a ausência …

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Zaluzejo

Ah eu tenho fé em Deus… né? Tudo que eu peço ele me ouci… né? Ai quando eu to com algum pobrema eu digo: Meu Deus! me ajuda que eu to com esse problema! Ai eu peço muito a Deus… ai eu fecho meus olhos… né? eu Deus me ouci na hora que eu peço …

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Luz Dos Olhos

Ponho os meus olhos em você, se você está Dona dos meus olhos é você, avião no ar Um dia pra esses olhos sem te ver, é como chão do mar Liga o rádio a pilha a TV, só pra você escutar A nova música que eu fiz agora Lá fora a rua vazia chora …

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É tudo pra ontem

Talvez seja bom partir do finalAfinal, é um ano todo só de sexta-feira trezeCê também podia me ligar de vez em quandoEu ando igual lagarta, triste, sem poder sair Aqui o mantra que nos traz o centroEnquanto lavo um banheiro, uma louça, querendo lavar a almaNa calma da semente que germinaQue eu preciso olhar minhas …

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Principia

[Pastoras do Rosário]Lá-ia, lá-ia, lá-iaLá-ia, lá-ia, lá-iaLá-ia, lá-ia, lá-iaLá-ia, lá-ia, lá-ia [Emicida]Com o cheiro doce da arrudaPenso em buda, calmoTenso, busco uma ajudaÀs vezes me vem um salmoTira a visão que iluda, é tipo um oftalmoE eu, que vejo além de um palmoPor mim, tu, Ubuntu, algo almoSe for pra crer no terrenoSó no que …

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Amor é isso

Uma alegria de luz, o orgasmo da arteUm sonho, uma ardência na alma, uma dor, uma sorteMais que uma oferta egoísta e possessivaUma canção de ninar em carne vivaUm universo inteiro de prazer no céuA ressonância da paz no coração do seioNobre ilusão do horizonte, da febre sem fimE o som da banda avisando que …

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Palavras no corpo

Fomos felizes e felizes fomosE se já não somos, meu amorNão se preocupe, nãoAperte a minha mãoAté a luz sumirEm meio à escuridãoVocê vai confiar em mim Guarde um pedaço de mimUm cheiro no lado da camaSeu gosto na ponta do queixoMeu sangue escorrendo seu peito Vejo no tato sua peleTatuo com dedo o seu …

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Vaca profana

Respeito muito minhas lágrimasMas ainda mais minha risadaEscrevo, assim, minhas palavrasNa voz de uma mulher sagrada Vaca profana, põe teus cornosPra fora e acima da manadaVaca profana, põe teus cornosPra fora e acima da manada Ê, ê, êDona de divinas tetasDerrama o leite bom na minha caraE o leite mau na cara dos caretas Segue …

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Natureza morta – Uncategorized

Os livros são dorsos de estantes distantes quebradas.Estou dependurada na parede feita um quadro.Ninguém me segurou pelos cabelos.Puseram um prego em meu coração para que eu não me movaEspetaram, hein? a ave na paredeMas conservaram os meus olhosÉ verdade que eles estão parados.Como os meus dedos, na mesma frase.Espicharam-se em coágulos azuis.Que monótono o mar!Os …

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Drumundana – Alice Ruiz

e agora maria? o amor acaboua filha casouo filho mudouteu homem foi pra vidaque tudo criaa fantasiaque você sonhouapagouà luz do dia e agora maria?vai com as outrasvai vivercom a hipocondria Publicado no livro Navalhanaliga (1980). In: RUIZ, Alice. Pelos pelos. São Paulo: Brasiliense, 1984. (Cantadas literárias, 24) NOTA: Paródia do poema “José”, do livro …

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Renga da noite – Alice Ruiz

noite escurade luz a luznenhuma dívida ontem hoje amanhãtrabalho pra madrugadanoites tardes manhãs noite no matoo cheiro de açucenaé nosso lume noite de verãoescrevendo ventoeu e o vento noite de verãovem com a brisaum cheiro de primavera noite no escuropensando que era baratamatei o vagalume noite cheialua minguantemeu quarto crescente Alice Ruiz Autor: Alice Ruiz

HAI-KAIS – Alice Ruiz

apaga a luzantes de amanhecerum vagalume vento secoentre os bambusbarulho d água tanta poesia no gestonenhum poemao diria o relógio marca48 horas sem te versei lá quantas para te esquecer circuluarsonho imparacordo par desacertoentre nóssó etceteras Alice Ruiz Autor: Alice Ruiz

Haicai – Alice Ruiz

primaveraaté a cadeiraolha pela janela luzes acesasvozes amigaschove melhor Alice Ruiz Autor: Alice Ruiz

Saudação da saudade – Alice Ruiz

Minha saudadesaúda tua idamesmo sabendoque uma vindasó é possívelnoutra vida. Aqui, no reinodo escuroe do silênciominha saudadeabsurda e mudaprocura às cegaste trazer à luz. Ali, ondenem mesmo vocêsabe maistalvez, enfimnos espereo esquecimento. Aí, ainda assimminha saudadete saúdae se despedede mim. Alice Ruiz Autor: Alice Ruiz

Vaso chinês – Alberto de Oliveira

Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,Casualmente, uma vez, de um perfumadoContador sobre o mármor luzidio,Entre um leque e o começo de um bordado. Fino artista chinês, enamorado,Nele pusera o coração doentioEm rubras flores de um sutil lavrado,Na tinta ardente, de um calor sombrio. Mas, talvez por contraste à desventura,Quem o sabe?… de um velho mandarimTambém lá …

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Beija-flores – Alberto de Oliveira

Os beija-flores, em festa,Com o sol, com a luz, com os rumores,Saem da verde floresta,Como um punhado de flores. E abrindo as asas formosas,As asas aurifulgentes,Feitas de opalas ardentesCom coloridos de rosas, Os beija-flores, em bando,Boêmios enfeitiçados,Vão como beijos voandoPor sobre os virentes prados; Sobem às altas colinas,Descem aos vales formosos,E espraiam-se após ruidososPela extensão …

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Horas mortas – Alberto de Oliveira

Breve momento após comprido diaDe incômodos, de penas, de cansaçoInda o corpo a sentir quebrado e lasso,Posso a ti me entregar, doce Poesia. Desta janela aberta, à luz tardiaDo luar em cheio a clarear no espaço,Vejo-te vir, ouço-te o leve passoNa transparência azul da noite fria. Chegas. O ósculo teu me vivificaMas é tão tarde! …

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Afrodite – Alberto de Oliveira

I Móvel, festivo, trépido, arrolando,À clara voz, talvez da turba iriadaDe sereias de cauda prateada,Que vão com o vento os carmes concertando, O mar, — turquesa enorme, iluminada,Era, ao clamor das águas, murmurando,Como um bosque pagão de deuses, quandoRompeu no Oriente o pálio da alvorada. As estrelas clarearam repentinas,E logo as vagas são no verde …

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Terceiro canto – Alberto de Oliveira

I Embala-me, balanço da mangueira,Embala-me, que enquanto vou contigo,Contigo venho, o meu pesar esqueço.Rompe a luz da manhã rosada e linda,Tudo desperta. E essa por quem padeço,Lânguida e preguiçosa,Entre brancos lençóis repousa ainda.Embala-me, pendente da mangueira,Na tensa corda, meu balanço amigo!Em claro a noite inteiraPassei, pensando nela. Ah! que formosaEstava ontem à tarde no mirante,Um …

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Fantástica – Alberto de Oliveira

Erguido em negro mármor luzidio,Portas fechadas, num mistério enorme,Numa terra de reis, mudo e sombrio,Sono de lendas um palácio dorme. Torvo, imoto em seu leito, um rio o cinge,E, à luz dos plenilúnios argentados,Vê-se em bronze uma antiga e bronca esfinge,E lamentam-se arbustos encantados. Dentro, assombro e mudez! quedas figurasDe reis e de rainhas; penduradasPelo …

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Aspiração – Alberto de Oliveira

Ser palmeira! existir num píncaro azulado,Vendo as nuvens mais perto e as estrelas em bando;Dar ao sopro do mar o seio perfumado,Ora os leques abrindo, ora os leques fechando; Só de meu cimo, só de meu trono, os rumoresDo dia ouvir, nascendo o primeiro arrebol,E no azul dialogar com o espírito das flores,Que invisível ascende …

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Poema simples – Adalgisa Nery

Deixa-me recolher as rosas que estão morrendo nos jardins da noite, Deixa-me recolher o fruto antes que este volva as raízes da terra, Deixa-me recolher a estrela úmida Antes que sua luz desapareça na madrugada, Deixa-me recolher a tristeza da alma Antes que a lágrima banhe a pálpebra Do órfão abandonado e faminto, Deixa-me recolher a ternura …

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Silêncio – Adalgisa Nery

Nas mãos inquietas Cansadas esperanças Tateando formas na luz ausente, Nos olhos embrumados A viva cruz do alívio, Na boca imobilizada A palavra amortalhada. E à tona da fugaz realidade O mistério das surpresas superadas. Paisagem de espaços, e fantasmas Ordenam não falar, não morrer, Ouvir sem conduzir o pensamento, Viver os vazios lúcidos Entre …

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Ternura – Adalgisa Nery

Antes que eu me transforme em água E corra com os rios Cantando para as florestas escuras A canção sublime Deixa-me contemplar tua face amada Para que a canção se eternize. Antes que os meus olhos se transformem nos minúsculos vermes Que movimentam o solo Deixa-me receber a luz de tua boca Para que eu …

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Coruja – Orides Fontela

Vôo onde ninguém mais – vivo em luz mínima  ouço o mínimo arfar – farejo o  sangue  e capturo  a presa  em pleno escuro.  – Orides Fontela, em “Rosácea”. São Paulo: Editora Duas Cidades, 1986, p. 203. Orides Fontela Autor: Orides Fontela

Alvo – Orides Fontela

Miro e disparo:o alvoo alo acentro exato dos círculosconcêntricosbranco do aa brancopontobrancoatraindo todo o impacto (Fixar o vooda luz naformafirmar o cantoem precisosilêncio – confirmá-lo no centrodo silêncio.)Miro e disparo:o ao alo alvo.– Orides Fontela, do livro “Helianto”, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, p. 76. Orides …

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Fala – Orides Fontela

Tudoserá difícil de dizer:a palavra realnunca é suave. Tudo será duro:luz impiedosaexcessiva vivênciaconsciência demais do ser Tudo seráCapaz de ferir. SeráAgressivamente real.Tão real que nos despedaça.Não há piedade nos signosE nem no amor: o serÉ excessivamente lúcidoE a palavra é densa e nos fere(toda a palavra é crueldade)– Orides Fontela, do livro “Transposição”, em “Poesia …

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Helianto – Orides Fontela

Cânonda flor completametro / valência / ritoda florverbo Círculoexemplar de heliantoflor emito ciclodo complexo espelhoflor eritmo cânon da luz perfeita– Orides Fontela, do livro “Helianto”, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006. Orides Fontela Autor: Orides Fontela

Mãos – Orides Fontela

Com as mãos nuas lavrar o campo:  as mãos se ferindo nos seres, arestas da subjacente unidade  as mãos desenterrando luzesfragmentos do anterior espelho  com as mãos nuas lavrar o campo:  desnudar a estrela essencial sem ter piedade do sangue. – Orides Fontela, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, p. 20. Orides Fontela Autor: Orides Fontela

IV – Júlia Cortines

Com triste olhar seguindoOs pássaros, que em bandoLá voam para o azul da montanha fronteiraEnvolta na doirada e lúcida poeira,Que foge, à proporção que o sol vai recuandoE a sombra vai subindo; Penso no amor infindoQue me prendeu ao brandoRaio do teu olhar; e minha alma de poetaDeixa a sombra que a cerca, e voa, …

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V – Júlia Cortines

Do mês de Maio a luz do sol mais brandoDesce do espaço em leves frocos de ouro,E, pelos frios ares ondulando,Envolve a mata e espelha o sorvedouro.Se enrola o raio aveludado e louroPelos ramos, aos quais, se aproximandoAs horas do crepúsculo, cantandoVoltam as aves em alegre coro.Mas nem sequer eu na janela assomo.Só vejo a …

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VIII – Júlia Cortines

Como é doce seguir o teu rastro, ó saudade,Se equilibras no azul, à branda claridadeDe um sonhado luar, as tuas asas mansasDoiradas pela luz das nossas esperanças,E levas para longe o teu voo, a um passadoDe sorrisos e amor e sonhos estrelado,Onde vemos alguém, que sobre nós derramaDo seu profundo olhar a cariciosa chama,Fazendo rebentar …

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Anfitrite – Júlia Cortines

(Sobre uma página de Fénelon) Tinta a escama de azul e de oiro, solevandoEm seus brincos a vaga espúmea, pelo bandoDos alegres tritões, que os búzios retorcidosSopram, enchendo o ar de músicos ruídos,Acompanhados, vão os ligeiros golfinhosSeguindo de Anfitrite o carro, que marinhosCorcéis, – que têm na cor cetinosa do peloA brancura da neve e …

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Em vão – Júlia Cortines

É a ilusão, bem vejo: em tua fronte Inda fulge um resplendor de aurora. Tens o mesmo sorriso com que outrora Deliciavas a minha alma insonte. Debalde apontas para além do monte Prainos que a ardência do verão enflora; Asas vibrando pelos céus em fora, Céus sem nuvens, sem raias o horizonte… Esta grandiosa e …

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Sinal na fonte – Júlia Cortines

(ADA NEGRI)Uma estrangeira, em púrpuras e gala,Tocou-me a fronte com um dedo, e riu-se.Um frêmito me abala.E disse-me: “Um sinal tu tens na fronte,Talhado em forma de uma cruz bizarra.Tens um sinal na fronte.Dos anos teus no afortunado giroSempre o trarás contigo – pois abriu-oA boca d’um vampiro,Que da tua existência a melhor parteÁvido suga, …

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A um cadáver – Júlia Cortines

Eis-te, enfim, a dormir o teu sono de morte:Semicerrado o olhar, as pupilas serenas,Na atitude de quem nada teme da sorte,Deslembrado do amor e esquecido das penas.Nada pode turbar-te em teu repouso: estalaO raio, a lacerar das nuvens os vestidos;No espaço a luz se extingue, o estampido se cala,Sem vir ferir-te o olhar ou ferir-te …

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Crepúsculo – Jacinta Passos

Vai lentamente agonizando o dia…O poente onde, há pouco, o sol ardia,se tingiu de cor de ouro, luminosa.Tons desmaiados de lilás e rosalistram o puro azul do firmamento– um poema de luz, neste momento.A sombra de mansinho vem caindoe o contorno das coisas, diluindo.Pesa um grande silêncio, enorme e mudo.Desce suavemente sobre tudo,uma bênção dulcíssima …

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Manhã de sol – Jacinta Passos

Dia azul de Maio. Esplendeum sol de ouro no céu que além se estende. Prolongam-se vibrações do arrebolna clara luz desta manhã de sol.O céu ardente,dum azul luminoso e transparente,tem doçura infinita…Um rumor de asas pelo azul palpita,palpita pelo ar.É carícia sonora, a música do mar.O verde risonhodas árvores é lindo como um sonho.A brisa …

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Catedral – Alphonsus de Guimaraens

Entre brumas, ao longe, surge a aurora.O hialino orvalho aos poucos se evapora,Agoniza o arrebol.A catedral ebúrnea do meu sonhoAparece, na paz do céu risonho,Toda branca de sol. E o sino canta em lúgubres responsos:“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!” O astro glorioso segue a eterna estrada.Uma áurea seta lhe cintila em cadaRefulgente raio de luz.A catedral …

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Morrer – Ivan Junqueira

Pois morrer é apenas isto:cerrar os olhos vaziose esquecer o que foi visto; é não supor-se infinito,mas antes fáustico e ambíguo,jogral entre a história e o mito; é despedir-se em surdina, sem epitáfio melífluo ou testamento sovina; é talvez como despir o que em vida não vestia e agora é inútil vestir; é nada deixar aqui: memória, pecúlio, estirpe, sequer um traço de si; é findar-se …

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O poema – Ivan Junqueira

Não sou eu que escrevo o meu poema:ele é que se escreve e que se pensa,como um polvo a distender-se, lento,no fundo das águas, entre anêmonasque nos abismos do mar despencam.Ele é que se escreve com a penada memória, do amor, do tormento,de tudo o que aos poucos se relembra:um rosto, uma paisagem, a intensapulsação …

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Quase uma sonata – Ivan Junqueira

É música o rigor com que te movesà fluida superfície do mistério,os pés quase suspensos, a aéreapartitura do corpo, seus acordes. Espaço e tempo são teu solo. E colhem,não tanto a luz que entornas, mas o pólencom que ela cinge e arroja as coisas mortasalém da espessa morte que as enrola.E música o silêncio que te …

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Relâmpago – Ivan Junqueira

A navalha de luz do relâmpagorasga a carne da escuridãocom um estrondo que reboamais alto que as trombetas do Juízo.Será assim o clarão que nos cegaquando a alma, extenuada,galga os degraus da imortalidade?– Ivan Junqueira, em “Essa música”. Rio de Janeiro: Rocco, 2014. Ivan Junqueira Autor: Ivan Junqueira

Testamento – Ivan Junqueira

Sem trilhas no labirinto,solitário, a passo lento,leio o infausto testamentode um infante agora extinto. O que ensina esse lamentoa quem o escuta e, faminto,só o aprende à luz do instinto,e nunca à do entendimento? Não será acaso o ventoo que nas vértebras sinto?Ou será que apenas minto,e mente-me o pensamento? Não há dor nem sofrimentono …

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Adminimistério – Paulo Leminski

Quando o mistério chegar,já vai me encontrar dormindo,metade dando pro sábado,outra metade, domingo.Não haja som nem silêncio,quando o mistério aumentar.Silêncio é coisa sem senso,não cesso de observar.Mistério, algo que, penso,mais tempo, menos lugar.Quando o mistério voltar,meu sono esteja tão solto,nem haja susto no mundoque possa me sustentar. Meia-noite, livro aberto.Mariposas e mosquitospousam no texto incerto.Seria …

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A lua no cinema – Paulo Leminski

A lua foi ao cinema,passava um filme engraçado,a história de uma estrelaque não tinha namorado. Não tinha porque era apenasuma estrela bem pequena,dessas que, quando apagam,ninguém vai dizer, que pena! Era uma estrela sozinha,ninguém olhava pra ela,e toda a luz que ela tinhacabia numa janela. A lua ficou tão tristecom aquela história de amorque até …

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Fábula de um arquiteto – João Cabral de Melo Neto

A arquitetura como construir portas,de abrir; ou como construir o aberto;construir, não como ilhar e prender,nem construir como fechar secretos;construir portas abertas, em portas;casas exclusivamente portas e tecto.O arquiteto: o que abre para o homem(tudo se sanearia desde casas abertas)portas por-onde, jamais portas-contra;por onde, livres: ar luz razão certa. Até que, tantos livres o amedrontando,renegou …

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Não há vagas – Ferreira Gullar

O preço do feijãonão cabe no poema. O preçodo arroznão cabe no poema.Não cabem no poema o gása luz o telefonea sonegaçãodo leiteda carnedo açúcardo pão O funcionário públiconão cabe no poemacom seu salário de fomesua vida fechadaem arquivos.Como não cabe no poemao operárioque esmerila seu dia de açoe carvãonas oficinas escuras – porque o …

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Poema dos olhos da amada – Vinícius de Moraes

Ó minha amadaQue olhos os teusSão cais noturnosCheios de adeusSão docas mansasTrilhando luzesQue brilham longeLonge nos breus… Ó minha amadaQue olhos os teusQuanto mistérioNos olhos teusQuantos saveirosQuantos naviosQuantos naufrágiosNos olhos teus… Ó minha amadaQue olhos os teusSe Deus houveraFizera-os DeusPois não os fizeraQuem não souberaQue há muitas erasNos olhos teus. Ah, minha amadaDe olhos ateusCria …

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As borboletas – Vinícius de Moraes

BrancasAzuisAmarelasE pretasBrincamNa luzAs belasBorboletas. Borboletas brancasSão alegres e francas. Borboletas azuisGostam muito de luz. As amarelinhasSão tão bonitinhas! E as pretas, então…Oh, que escuridão! Vinícius de Moraes Autor: Vinícius de Moraes

Stella – Machado de Assis

Já raro e mais escassoA noite arrasta o manto,E verte o último prantoPor todo o vasto espaço. Tíbio clarão já coraA tela do horizonte,E já de sobre o monteVem debruçar-se a aurora À muda e torva irmã,Dormida de cansaço,Lá vem tomar o espaçoA virgem da manhã. Uma por uma, vãoAs pálidas estrelas,E vão, e vão …

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Visio – Machado de Assis

Eras pálida. E os cabelos,Aéreos, soltos novelos,Sobre as espáduas caíamOs olhos meio-cerradosDe volúpia e de ternuraEntre lágrimas luziamE os braços entrelaçados,Como cingindo a ventura,Ao teu seio me cingiram Depois, naquele delírio,Suave, doce martírioDe pouquíssimos instantesOs teus lábios sequiosos,Frios trêmulos, trocavamOs beijos mais delirantes,E no supremo dos gozosAnte os anjos se casavamNossas almas palpitantesDepois a verdade,A …

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Araras versáteis – Hilda Hilst

Araras versáteis. Prato de anêmonas.O efebo passou entre as meninas trêfegas.O rombudo bastão luzia na mornura das calças e do dia.Ela abriu as coxas de esmalte, louça e umedecida lacaE vergastou a cona com minúsculo açoite.O moço ajoelhou-se esfuçando-lhe os meiosE uma língua de agulha, de fogo, de moluscoEmpapou-se de mel nos refolhos robustos.Ela gritava …

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Desejo – Hilda Hilst

Quem és? Perguntei ao desejo. Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada. IPorque há desejo em mim, é tudo cintilância.Antes, o cotidiano era um pensar alturasBuscando Aquele Outro decantadoSurdo à minha humana ladradura.Visgo e suor, pois nunca se faziam.Hoje, de carne e osso, laborioso, lascivoTomas-me o corpo. E que descanso me dásDepois das lidas. Sonhei penhascosQuando …

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Círculo vicioso – Machado de Assis

Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:“Quem me dera que eu fosse aquela loira estrelaQue arde no eterno azul, como uma eterna vela!”Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:“Pudesse eu copiar-te o transparente lume,Que, da grega coluna à gótica janela,Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela”Mas a lua, fitando o sol com azedume:“Mísera! Tivesse eu …

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I-Juca-Pirama – Gonçalves Dias

                      I No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos – cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva nação; São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra, que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão. São rudos, severos, sedentos de glória, Já prélios incitam, já …

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Estrela perigosa – Clarice Lispector

Estrela perigosaRosto ao ventoMarulho e silêncioleve porcelanatemplo submersotrigo e vinhotristeza de coisa vividaárvores já floresceramo sal trazido pelo ventoconhecimento por encantaçãoesqueleto de idéiasora pro nobisDecompor a luzmistério de estrelaspaixão pela exatidãocaça aos vagalumes.Vagalume é como orvalhoDiálogos que disfarçam conflitos por explodirEla pode ser venenosa como às vezes o cogumelo é. No obscuro erotismo de vida …

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Volúpia imortal – Augusto dos Anjos

Cuidas que o genesíaco prazer,Fome do átomo e eurítmico transporteDe todas as moléculas, aborteNa hora em que a nossa carne apodrecer?! Não! Essa luz radial, em que arde o Ser,Para a perpetuação da Espécie forte,Tragicamente, ainda depois da morte,Dentro dos ossos, continua a arder! Surdos destarte a apóstrofes e brados,Os nossos esqueletos descamados,Em convulsivas contorções …

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Encomenda – Cecília Meireles

Desejo uma fotografiacomo esta — o senhor vê? — como esta:em que para sempre me riacomo um vestido de eterna festa. Como tenho a testa sombria,derrame luz na minha testa.Deixe esta ruga, que me emprestaum certo ar de sabedoria. Não meta fundos de florestanem de arbitrária fantasia…Não… Neste espaço que ainda resta,ponha uma cadeira vazia. …

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A idéia – Augusto dos Anjos

De onde ela vem?! De que matéria brutaVem essa luz que, sobre as nebulosas,Cai de incógnitas criptas misteriosasComo as estalactites duma gruta?! Vem da psicogenética e alta lutaDo feixe de moléculas nervosas,Que, em desintegrações maravilhosas,Delibera, e, depois, quer e executa! Vem do encéfalo absconso que a constringe,Chega em seguida às cordas do laringe,Tísica, tênue, mínima, …

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Ao luar – Augusto dos Anjos

Quando, à noite, o Infinito se levantaA luz do luar, pelos caminhos quedosMinha táctil intensidade é tantaQue eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos! Quebro a custódia dos sentidos tredosE a minha mão, dona, por fim, de quantaGrandeza o Orbe estrangula em seus segredos,Todas as coisas íntimas suplanta! Penetro, agarro, ausculto, apreendo, invado,Nos …

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Apocalipse – Augusto dos Anjos

Minha divinatória Arte ultrapassaos séculos efêmeros e notaDiminuição dinâmica, derrotaNa atual força, integérrima, da Massa. É a subversão universal que ameaçaA Natureza, e, em noite aziaga e ignota,Destrói a ebulição que a água alvorotaE põe todos os astros na desgraça! São despedaçamentos, derrubadas,Federações sidéricas quebradas…E eu só, o último a ser, pelo orbe adeante, Espião …

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Por mim? – Álvares de Azevedo

Teus negros olhos uma vez fitandoSenti que luz mais branda os acendia,Pálida de langor, eu vi, te olhando,Mulher do meu amor, meu serafim,Esse amor que em teus olhos refletia…Talvez! – era por mim? Pendeste, suspirando, a face pura,Morreu nos lábios teus um ai perdido…Tão ébrio de paixão e de ventura!Mulher de meu amor, meu serafim,Por …

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Para sempre – Carlos Drummond de Andrade

Por que Deus permiteque as mães vão-se embora?Mãe não tem limite,é tempo sem hora,luz que não apagaquando sopra o ventoe chuva desaba,veludo escondidona pele enrugada,água pura, ar puro,puro pensamento.Morrer acontececom o que é breve e passasem deixar vestígio.Mãe, na sua graça,é eternidade.Por que Deus se lembra— mistério profundo —de tirá-la um dia?Fosse eu Rei do …

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Eutanásia – Álvares de Azevedo

Ergue-te daí, velho! ergue essa fronte onde o passado afundou suas rugas como o vendaval no Oceano, onde a morte assombrou sua palidez como na face do cadáver, onde o simoun do tempo ressicou os anéis louros do mancebo nas cãs alvacentas de ancião?Por que tão lívido, ó monge taciturno, debruças a cabeça macilenta no …

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Fantasia – Álvares de Azevedo

Quanti dolci pensier, quanto disio!DANTE C’est alors que ma voixMurmure un nom tout bas… c’est alors que je voisM’apparaître à demi, jeune, voluptueuse,Sur ma couche penchée une femme amoureuse!………………………..Oh! toi que j’ai rêvée,Femme à mes longs baisers si souvent enlevée,Ne viendras-tu jamais?………………………..CH. DOVALLE À noite sonhei contigo…E o sonho cruel maldigoQue me deu tanta ventura.Uma …

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José – Carlos Drummond de Andrade

E agora, José?A festa acabou,a luz apagou,o povo sumiu,a noite esfriou,e agora, José?e agora, você?você que é sem nome,que zomba dos outros,você que faz versos,que ama, protesta?e agora, José? Está sem mulher,está sem discurso,está sem carinho,já não pode beber,já não pode fumar,cuspir já não pode,a noite esfriou,o dia não veio,o bonde não veio,o riso não …

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Anjinho – Álvares de Azevedo

And from her fresh and unpolluted fleshMay violets spring!HAMLET Não chorem! que não morreu!Era um anjinho do céuQue um outro anjinho chamou!Era uma luz peregrina,Era uma estrela divinaQue ao firmamento voou! Pobre criança! dormia:A beleza reluziaNo carmim da face dela!Tinha uns olhos que choravam,Tinha uns risos que encantavam!Ai meu Deus! era tão bela! Um anjo …

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Atrás da Verde-e-Rosa só não vai quem já morreu (Samba enredo Mangueira 1994)

Me leva que eu vouSonho meuAtrás da verde-e-rosaSó não vai quem já morreuBahia é luzDe poeta ao luarMisticismo de um povoSalve todos orixásQuem me mandouEstrelas de láFoi São SalvadorPra noite brilharMangueira !Jogando flores pelo marSe encantou com a musaQue a Bahia dáObá berimbau ganzáÔ capoeiraJoga um verso pra iaiáCaetano e Gil ôCom a tropicália no …

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Flor de maracujá

Lá no avarandado na luz do meio diaO segredo dos teus olhos tanta coisa me diziaO cabelo solto ao vento, o teu jeito de olharE no teu corpo moreno, a flor de maracujáDia de Sol, cheiro de florGosto de mar, amorNa tua cor, luz do luarVento que vem do marRoda, gira vira o vento, meu …

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Pedra de pedra de pedra

pedra de pedra de pedrao que a faz tão concretase não a falta de regrade sua forma assimétricaincapaz de linha reta? talvez a sua durezaque mão alguma atravessatateia mas não penetrao amálgama dos átomosno íntimo da molécula? será por estar paradaem sua presença discretasobre o chão mimetizadaobstáculo na pressaonde o cego pé tropeça? pedra de …

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Sábado em Copacabana

Depois de trabalhar toda a semanaMeu sábado não vou desperdiçarJá fiz o meu programa prá esta noiteE sei por onde começar Um bom lugar para encontrarCopacabanaPrá passear à beira-marCopacabanaDepois num bar à meia-luzCopacabanaEu esperei por essa noite uma semana Um bom jantar depois de dançarCopacabanaPrá se amar um só lugarCopacabanaA noite passa tão depressaMas vou …

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A Revoada Começou

O desespero do meu travesseiroVirou pesadelo, tem seu cheiro lá (tem seu cheiro lá)O meu espelho me chamou de feioGelado chuveiro tá sem funcionar (tá sem funcionar)Meu guarda roupa quebrou a portaMinha geladeira não tá cheia, nãoAs minhas roupas me ignoraMas se tu precisar voltar a luz vai tá acesaFecha a porta apaga a luz, …

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Tradição

Quem nunca viu o samba amanhecerVai no Bexiga pra verVai no Bexiga pra ver O samba não levanta mais poeiraAsfalto hoje cobriu o nosso chãoLembrança eu tenho da SaracuraSaudade tenho do nosso cordão Bexiga hoje é só arranha-céuE não se vê mais a luz da LuaMas o Vai-Vai está firme no pedaçoÉ tradição e o …

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São João Barroco

Ê-undô, undá-erêÊ-undô, undá-diro, undá-undáÊ-undô, undá-erêÊ-undô, undá-diro, undá-undá Eu tive um sonhoCom um anjo barrocoFoi um sonho curtoTrilhado entre o sim e o nãoO anjo rebeldeVoou pro infernoE eu para o céuDo barroco São João São João padroeiroDas matas do OxossiSão João dos carneirosMenino dos olhos azuisSão João é a jóiaDo brilho primeiroNas glebas do reinoDa …

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Berekekê

Erumbekum BerekekêErumbekum Berekeká Há muitos sóis não te vejoMuitas luas não te beijoTantas estrelas queimandoNos mares do meu desejo Seja fruta todo açúcarE o amargor da realezaPelos ares semeandoEssa estranha natureza Erumbekum BerekekêErumbekum BerekekáAi ai ai belezaAi tambor(amor) ai padecerNão quero chamar em vãoOs nomes do meu querer Cocar de penas, morenaCoração flecha ligieraPrimeira missa …

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Tanto querer

Quando a gente se encontra, cresce no peitoUm gosto de vidaUm sorriso, tanto querer É quando a luz da saudadeAcende de um jeitoSe faz tanto tempo a gente não quer nem saber Agora será como sempreEterno, presenteCerteza que mesmo distante, em nós resistiu Seja luar, amanhecerSaudade vem e vaiAmor é o que me levará a …

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Chorando e cantando

Quando Fevereiro chegarSaudade já não mata a genteA chama continuaNo arO fogo vai deixar sementeA gente ri a gente choraa gente choraFazendo a noite parecer um diaFaz maisDepois faz acordar cantandoPra fazer e acontecerVerdades e mentirasFaz crerFaz desacreditar de tudoE depoisDepois amor ô, ô, ô, ô Ninguém, ninguémVerá o que eu sonheiSó você meu amorNinguém …

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Malaksuma

Vim aqui pra falar a você do alémOu quem sabe prá falar, do marParti, vivi, no azul do seu estrelar Numa malaksuma a luz do ser, o renascerNuma aldeia de som se fez brilharNuma malaksuma a luz do ser, o renascerNuma aldeia de som se fez brilhar Entre pão e vinho, preferi vocêEntre pão e …

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Novena

Sei que são nove dias, nove apenasEnquanto espero, aumentamO mundo se faz esquecidoNa terra dos homens de luzesColoridasEnquanto família reza a novenaAs notíciasQue montam cavalos ligeirosVão tomando todo o mundoNa casa, no larEsquecidos, todos ficam longeDe saber o que foi que aconteceuE ali ninguém percebeuTanta pedra de amor cairTanta gente se partirNo azul dessa incrível …

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Minha missão

Quando eu cantoÉ para aliviar meu prantoE o pranto de quem jáTanto sofreuQuando eu cantoEstou sentindo a luz de um santoEstou ajoelhandoAos pés de DeusCanto para anunciar o diaCanto para amenizar a noiteCanto pra denunciar o açoiteCanto também contra a tiraniaCanto porque numa melodiaAcendo no coração do povoA esperança de um mundo novoE a luta …

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Súplica

O corpo a morte levaA voz some na brisaA dor sobe pr’as trevasO nome a obra imortalizaA morte benze o espíritoA brisa traz a músicaQue na vida é sempre a luz mais forteIlumina a gente além da morteVem a mim, oh, músicaVem no arOuve de onde estás a minha súplicaQue eu bem sei talvez não …

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Estrela da Terra

Por mais que haja dor e agoniaPor mais que haja treva sombriaExiste uma luz que é uma guiaFincada no azul da amplidãoÉ o claro da estrela do diaSobre a terra da promissão Por mais que a canção faça alardePor mais que o cristão se acovardeExiste uma chama que ardeE que não se apaga mais nãoÉ …

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Retrovisor

Onde a máquina me levaNão há nadaHorizontes e fronteirasSão iguaisSe agora tudoQue eu mais queroJá ficou prá trás… Qualquer um que leva a vidaNessa estradaSó precisa de uma sombraPrá chegarA saudade vai batendoE o coração dispara… Mas de repenteA velocidade choraNão vejo a horaDe voltar prá casaA luz do teu olharNo fim do túnelE no …

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Letras negras

Pelo jornal o dia chegaCom as letras negrasDo que está por virPelo meu sonho era tudo bemVocê passava e olhava pra mimSeu olhar miragemSurgindo na paisagemDe fumaça e luzNo paraíso amor um diaImaginamos cidades azuis Oh meu amorMeu grande amorE agora Serenai! Serenai! Oh verde marA madrugada chegouComeça o dia você meIncendeiaAmor me incendeiaAté florescerE …

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Pequenino cão

É a qualidade das paixões de quem procuraSer maltratado maltratando a criaturaAdormeceu em minha mão, como um meninoSó, sem destino, um pequenino cão Se a vida abraça a redenção das amargurasVocê não faça a eternidade na torturaEntorpecendo o coração a gente espantaO passarinho por pavor ou medo Eu sei que o certo, sem sabor, é …

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Amor nas estrelas

No alto de uma montanhaExiste um lago azulÉ lá que a lua se banhaAté amanhã de manhãme banha de luz A solidão é um SaaraQue o firmamento seduzE o céu brilha na GuanabaraE sonha só fascinaçãoTeu olhar me diz Vendo a lua dizendo pro solEu sou tua namoradaEm meu quarto crescente é vocêQuem brilha e …

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Marina no ar

Antes era a paisagemMeio céu e meio chãoUma voz quenteCanta contenteI am alone with youWe are lonely no moreQuem era? Quem é ela? Nuvens passam depressaPassa o tempo devagarUma voz quenteCanta no rádioI am alone with youWe are lonely no more MarinaIluminaMeu silêncio, minhas noites vãsMinhas manhãs desertas de paixãoMeu coração sem SolMeu sonho de …

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Fã Nº 1

Você nem desconfiaE o que eu não dariaPor seu amor? Onde você anda?Nem sei como chamoA sua atenção, que eu existo Aposto que pode dar certoEsse romance abertoDentro de mim Você nem imaginaQue eu te inundariaToda de som Luz da ribaltaTe quero no palcoPalco Entra em cena, faz seu númeroFaz meu gênero, ser seu fã …

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Disco voador

Da minha janela vejo uma luzBrilhando no céu da terraÉ azul, é azulNão é avião, não é estrelaAquela é a luz de um disco voadorDisco voadorTrazendo do céu um segredoOlhando pra mim com um pouco de medoQuerendo pular a janelaLigar a vitrola e entrar dentro delaDisco pirata, disco invasorDisco de prata, disco voador

Remédio (tradução)

Eu não ligo se você tem dinheiroO que importa aqui é você saber se mexerNão se assuste se a roupa subirQuando você sentir o ritmo subindo pelos pés Não te entendo, mas dance comigo devagarPois os corpos, sim, se entendemTodo mundo fazendo o mesmo movimentoVamos, de novo e de novo Ta-ta-ta-tarará-ta-ta-tararáVa-va-vamos de novoTa-ta-ta-tarará-ta-ta-tarará Vamos pro …

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Pour Elis

Agora, o braço não é maisO braço erguido num grito de golAgora, o braço é uma linha, um traçoUm rastro espelhado e brilhanteO rascunho, de um rascunhoUma forma nebulosa, feita de luz e sombraComo uma estrela agora, sou uma estrela Agora retiram de mim a cobertura de carneEscorrem todo o sangueAfinam os ossos em fios …

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Feliz

Para quem bem viveu o amorDuas vidas que abremNão acabam com a luzSão pequenas estrelasQue correm no céuTrajetórias opostasSem jamais deixar de se olhar É um carinho guardado no cofreDe um coração que voouÉ um afeto deixado nas veiasDe um coração que ficouÉ a certeza da eterna presençaDa vida que foiDa vida que vaiÉ a …

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Ponta de lança

Salve!OK!Rincon Sapiência, conhecido também como Manicongo, certo?Quando alguém fala que eu não sou um MC acima da média, eu falo(Ahn? Ahn? Ahn? Ahn?)Eu não entendo nada, pai!(Ahn? Ahn? Ahn? Ahn?)A cultura do MC ainda vive, certo? Se depender de mimVam’bora! Meu verso é livre, ninguém me cancelaTipo Mandela saindo da celaMinhas linha voando cheia de …

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Catulina

Dona Catulina, é uma professora de já certa idadeE ela monta em seu burríco, no jumentoE eles vão trotando 40, 80, 120kmSó pra ela descer do burricoE ensinar as criancinhas a ler e escrever Dona Catulina faça-me o favorQuero aprender a ler e escreverDona Catulina faça-me o favorQuero aprender a ler e escrever Aliviando o …

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A rezadeira

Suas pernas foram feitas pra correr, neguim, então vaiDegola o estirante, embola na rabiola e trazSeus olhos foram feitos pra enxergarToda vez que uma mina passarSua boca foi feita pra xavecar, então vai e trazPorque eu já vi sua situação, suas panela no fogãoSua chinela sem cordão, sua favela, seu colchãoSua sequela, podridão, seu caderno …

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Weekend

Alô, alô, ativo ouvinte!Você que está ligado na minha, na suaNa nossa Rádio-atividadeE pra você que vai viajar, o tempo é bomSujeito a amores impossíveis no final do período Dia após dia, durante semanasFiquei esperando pra te verHá mais de um mês que eu espero uma chanceDe me encontrar com você Seu cabelo eletrizado (chak! …

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Samba jambo

Eu não ando eu só samboPor aíEsse samba jamboEscorregando para não cairEu me encosto nesse posteÀ sombra da bananeiraE por mais que eu te gosteVocê não vê minha bandeiraIê, iê, iêIô, iô, iôSeus olhinhos sempre têm, meu bemAquela luz da aurora da manhã

Selvagem

A polícia apresenta suas armasEscudos transparentes, cassetetesCapacetes reluzentesE a determinação de manter tudoEm seu lugar O governo apresenta suas armasDiscurso reticente, novidade inconsistenteE a liberdade cai por terraAos pés de um filme de Godard A cidade apresenta suas armasMeninos nos sinais, mendigos pelos cantosE o espanto está nos olhos de quem vêO grande monstro a …

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Minha serenata

Nesta rua deserta e calmaNo silêncio da madrugadaEu canto esta serenataPara ti, oh minha amada Não sei estás dormindoOu se estás acordadaSomente com meu violãoOfereço-te essa cançãoNesta noite enluarada Você sabe mulher, você sabeO motivo que vivo cantandoVocê sabe mulher, você sabePorque as vezes canto chorando Meu bem se estás me ouvindoAcenda a luz de …

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Chega

Chega!Que mundo é esse?Eu me pergunto! Chega!Quero sorrir, mudar de assunto!Falar de coisa boaMas na minha alma ecoaAgora um gritoEu acredito que você vai gritar junto! A gente é saco de pancadaHá muito tempo e aceitaPorrada da esquerdaPorrada da direitaÉ tudo flagranteNovas e velhas notíciasMentiras verdadeirasVerdades fictícias Polícia prende o bandidoBandido volta pra pistaBandido mata …

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Quando te calas

Não te vais importar que não siga esse tomPor mais baixo que seja cantarei sempre comA alegria da chuva torrencialE a calma da noite perdida num vendaval E assim seguiremos os planos cortadosRasgados já há tempo por este amor, mal amadoE assim continuo sem regras nem escalasA escrever a tua voz mesmo quando te calas …

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Flagra

No escurinho do cinemaChupando drops de anisLonge de qualquer problemaPerto de um final feliz Se a Deborah Kerr que o Gregory PeckNão vou bancar o santinhoMinha garota é Mae WestEu sou o Sheik Valentino Mas de repente o filme pifouE a turma toda logo vaiouAcenderam as luzesCruzes!Que flagra!Que flagra!Que flagra!

Felicidade

Haverá um dia em que você não haverá de ser felizSentirá o ar sem se mexerSem desejar como antes sempre quisVocê vai rir, sem perceberFelicidade é só questão de serQuando chover, deixar molharPra receber o Sol quando voltar Lembrará os diasQue você deixou passar sem ver a luzSe chorar, chorar é em vãoPorque os dias …

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Vai vadiar

Eu quis te darUm grande amorMas você nãoSe acostumouÀ vida de um larO que você quer é vadiar… Vai Vadiar! Vai vadiar!Vai Vadiar! Vai Vadiar!(Vai Vadiar!)Vai Vadiar! Vai Vadiar!Vai Vadiar! Vai Vadiar! (Eu quis te dar!)Eu quis te darUm grande amorMas você nãoSe acostumouÀ vida de um larO que você quer é vadiar… Vai Vadiar! …

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Me chame atenção

Dê-me um pouco de pazDê-me um pouco de luzJá me sinto outro Veja bem o que souTenha fé em mimSe eu errar me chame atenção Deus pressente o que fazEu não sou santoEu te amo demais Lágrimas, lágrimasNos meus olhos que veem os teusLágrimas, lágrimasNos meus olhos… Tenha, tenha, tenha féTenha, tenha fé em mim …

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Trilhos urbanos

O melhor o tempo escondeLonge, muito longeMas bem dentro aquiQuando o bonde dava a volta aliNo cais de Araújo PinhoTamarindeirinhoNunca me esqueci Onde o imperador fez xixi Cana doce, Santo AmaroGosto muito raroTrago em mim por tiE uma estrela sempre a luzirBonde da Trilhos Urbanos Vão passando os anosE eu não te perdiMeu trabalho é te traduzir …

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É tudo para ontem

Talvez seja bom partir do finalAfinal, é um ano todo só de sexta-feira trezeCê também podia me ligar de vez em quandoEu ando igual lagarta, triste, sem poder sair Aqui o mantra que nos traz o centroEnquanto lavo um banheiro, uma louça, querendo lavar a almaNa calma da semente que germinaQue eu preciso olhar minhas …

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Redescobrir

Como se fora a brincadeira de rodaMemória!Jogo do trabalho na dança das mãosMacias!O suor dos corpos, na canção da vidaHistórias!O suor da vida no calor de irmãosMagia! Como um animal que sabe da florestaMemória!Redescobrir o sal que está na própria peleMacia!Redescobrir o doce no lamber das línguasMacias!Redescobrir o gosto e o sabor da festaMagia! Vai …

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Teofania

Além do bem e do malCom seu amor fatalEstá o ser que sabe quem souNo tempo que é um lugarNo espaço que é um passarEspreita-nos um olhar criador Muitos me dirão: que não!Que nada é divino: nem o pão, o vinho, a cruzOutros rezarão: em vão!Pois nada responde e tudo se esconde – em luz …

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Sorri (Smile)

SorriQuando a dor te torturarE a saudade atormentarOs teus dias tristonhos, vazios SorriQuando tudo terminarQuando nada mais restarDo teu sonho encantador SorriQuando o sol perder a luzE sentires uma cruzNos teus ombros cansados, doridos SorriVai mentindo a tua dorE ao notar que tu sorrisTodo mundo irá suporQue és feliz Smile

Primavera no Rio

O Rio amanheceu cantando. Toda a cidade amanheceu em florE os namorados vêm pra rua em bandoPorque a primavera é a estação do amor.. Rio, lindo sonho de fada, Noite sempre estrelada de praias azuis. Rio, dos meus sonhos dourados, festa dos namorados,cidade da LuzRio, das manhãs prateadas Das morenas queimadas, ao brilho do solRio, é cidade desejo exacista …

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Teu retrato

Já sei que vais emboraQue não queres mais o meu amorQue minh’alma que choraE te pede, por favorDeixa ficar teu retrato comigoQuero ter a ilusãoQue ainda vivo contigo Fica abre a luz dos teus braçosMeu coração em pedaçosSó pode falar assim, por quê?Eu lhe imploroSe fores embora eu choroNão te separes de mim

Bambo de bambú

olha o bambo de bambu, bambu, bambuolha o bambo de bambu, bambulelêolha o bambo de bambu, bambulaláeu quero ver dizer três vezesbambulê, bambulalá fui a um banquete na casa do Zé Pequenoa mesa tava no sereno pra todo mundo cabertinha de toda qualidade de talhertinha mais homem que mulhermas só não tinha o que comer, …

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Noites de junho

Noite fria, tão fria de junho.Os balões para o céu vão subindo,Entre as nuvens, aos poucos sumindo,Envoltos num tênue véu.Os balões devem ser, com certeza,As estrelas daqui deste mundo,E as estrelas do espaço profundoSão os balões lá do céu. Balão do meu sonho dourado,Subiste enfeitado, cheinho de luz.Depois, as crianças tascaram,Rasgaram teu bojo de listas …

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Noites de junho

Noite fria, tão fria de junho.Os balões para o céu vão subindo,Entre as nuvens, aos poucos sumindo,Envoltos num tênue véu.Os balões devem ser, com certeza,As estrelas daqui deste mundo,E as estrelas do espaço profundoSão os balões lá do céu. Balão do meu sonho dourado,Subiste enfeitado, cheinho de luz.Depois, as crianças tascaram,Rasgaram teu bojo de listas …

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Mané Fogueteiro

Mané Fogueteiro Era o deus Das criançasDa vila distantes De Três CoraçõesEm dias de festa Fazia rodinhasSoltava foguetes Soltava balões Mané Fogueteiro Gostava da RosaCabocla mais linda Esse mundo não temMas o pior É que o Zé BoticárioGostava um bocado Da Rosa também E um dia encntraram Mané FogueteiroDe olhos vidradosDe bruços no chãoUm tiro certeiro Varara-lhe o peitoDe volta da festa Do Juca Romão E como …

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Assum preto

Tudo em vorta é só belezaSol de Abril e a mata em frôMas Assum Preto, cego dos óioNum vendo a luz, ai, canta de dor Mas Assum Preto, cego dos óioNum vendo a luz, ai, canta de dor Tarvez por ignorançaOu mardade das pióFuraro os óio do Assum PretoPra ele assim, ai, cantá mió Furaro …

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