Milton Nascimento

Milton Nascimento é um dos maiores nomes da música popular brasileira. Nascido em 1942 em Minas Gerais, começou a carreira nos anos 60 e tornou-se conhecido por sua voz única e por suas composições sofisticadas e poéticas. Seu trabalho incorpora elementos de diversos gêneros musicais, como jazz, música clássica, rock e ritmos brasileiros, em especial o folk e o samba. Além de suas canções icônicas, como “Travessia” e “Maria, Maria”, Milton também é conhecido por parcerias com grandes nomes da música, como Caetano Veloso e Elis Regina. Sua carreira é marcada por uma intensa atividade artística e uma forte ligação com questões sociais e políticas, tornando-o um dos artistas mais influentes e respeitados do Brasil.

 

Novena

Se digo um aiÉ por ninguémÉ pela certezaDe saber que tudo tem Tem sua vez de lá retornarAo lugar mais fundoFundo, fundo mais que o mar Se digo solNão tem talvezNão espero mais a chuvaSó preparo meu começoA explosão de toda luzA chama, chama, chama, chamaSe digo amorSó é por alguémÉ pelos malditosDeserdados desse chã

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Aqueles olhos verdes (Aquellos Ojos Verdes)

Aqueles olhos verdesTranslúcidos serenosParecem dois amenosPedaços do luarMas têm a miragemProfunda do oceanoE trazem todo o enganoDas procelas do mar Aqueles olhos verdesQue inspiram tanta calmaEntraram em minh’almaEncheram-na de dorAqueles olhos tristesPegaram-me tristezaDeixando-me a cruezaDe tão infeliz amor Aquellos ojos verdesSerenos como un lagoEn cuyas quietas aguasUn día me miréNo saben las tristezasQue en mi

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Barulho de trem

Banco de estaçãoLugar de despedida e emoçãoComigo é diferente, apenas vimPra ver o movimento que temBarulho de trem Parte um de cáChegando um expresso, vem de láE para completar o originalHá sempre a despedida fatalAbraço normal Feliz de mimNão venho despedir de ninguémFeliz de mimSou livre desse tal vai e vem De banco, de estaçãoLugar

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Amor de índio

Tudo que move é sagradoE remove as montanhasCom todo cuidado, meu amorEnquanto a chama arderTodo dia te ver passarTudo viver ao teu ladoCom o arco da promessaNo azul pintado pra durar Abelha fazendo melVale o tempo que não voouA estrela caiu do céuO pedido que se pensouO destino que se cumpriuDe sentir teu calorE ser

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Os povos

Na beira do mundoPortão de ferro, aldeia morta, multidãoMeu povo, meu povoNão quis saber do que é novo, nunca maisEh! Minha cidadeAldeia morta, anel de ouro, meu amorNa beira da vidaA gente torna a se encontrar só Casa iluminadaPortão de ferro, cadeado, coraçãoE eu reconquistadoVou passeando, passeando e morrerPerto de seus olhosAnel de ouro, aniversário,

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A lua girou

A lua girou, girouTraçou no céu um compassoA lua girou, girouTraçou no céu um compasso Eu bem queria fazer um travesseiro dos seus braçosEu bem queria fazer… Travesseiro dos meus braçosSó não faz se quiserUm travesseiro dos meus braçosSó não faz se não quiser… Sustenta palavra de homemQue eu mantenho a de mulherSustenta a palavra

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Pai grande

Meu pai grandeInda me lembroE que saudade de vocêDizendo: eu já criei seu paiHoje vou criar vocêInda tenho muita vida pra viver Meu pai grandeQuisera eu ter raça pra contarA história dos guerreirosTrazidos lá do longeTrazidos lá do longeSem sua paz De minha saudade vem você contarDe onde eu vimÉ bom lembrarTodo homem de verdadeEra

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Encontros e despedidas

Mande notíciasDo mundo de láDiz quem ficaMe dê um abraçoVenha me apertarTô chegando… Coisa que gosto é poder partirSem ter planosMelhor ainda é poder voltarQuando quero… Todos os dias é um vai-e-vemA vida se repete na estaçãoTem gente que chega prá ficarTem gente que vaiPrá nunca mais… Tem gente que vem e quer voltarTem gente

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Cravo e canela

Ê morena, quem temperouCigana quem temperouO cheiro do cravo?Ah menina, quem temperouCigana quem temperouA cor de canela? A lua morenaA dança do ventoO ventre da noiteE o sol da manhãA chuva ciganaA dança dos riosO mel do cacauE o sol da manhã Ê morena, quem temperouCigana quem temperouO cheiro do cravo?Ah menina, quem temperouCigana quem

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Certas canções

Certas canções que ouçoCabem tão dentro de mimQue perguntar careceComo não fui eu que fiz Certa emoção me alcançaCorta-me a alma sem dorCertas canções me chegamComo se fosse o amor Contos da água e do fogoCacos de vidas no chãoCartas do sonho do povoE o coração pro cantor Vida e mais vida ou feridaChuva, outono

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Mania de você

Meu bem, você me dá água na bocaVestindo fantasias, tirando a roupaMolhada de suor de tanto a gente se beijarDe tanto imaginar loucuras A gente faz amor por telepatiaNo chão, no mar, na lua, na melodiaMania de vocêDe tanto a gente se beijarDe tanto imaginar loucuras Nada melhor do que não fazer nadaSó pra deitar

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San Vicente

Coração americanoAcordei de um sonho estranhoUm gosto, vidro e corteUm sabor de chocolateNo corpo e na cidadeUm sabor de vida e morteCoração americanoUm sabor de vidro e corte A espera na fila imensaE o corpo negro se esqueceuEstava em San VicenteA cidade e suas luzesEstava em San VicenteAs mulheres e os homensCoração americanoUm sabor de

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Bom dia

Madrugou, madrugouA mancha branca do solAcordou o diaE o dia já levantou Acorda meu amor,a usina já tocouAcorda, é horade trabalhar, meu amor Acorda é horao dia veio roubarTeu sono cansadoÉ hora de trabalhar O dia te exigeO suor e o braçoPra usina do donodo teu cansaço Acorda meu amoré hora de trabalharO dia já

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Ponta de areia

Ponta de areia ponto finalDa Bahia-Minas estrada naturalQue ligava Minas ao porto ao marCaminho de ferro mandaram arrancarVelho maquinista com seu boné Lembra o povo alegre que vinha cortejarMaria fumaça não canta maisPara moças flores janelas e quintaisNa praça vazia um grito, um aiCasas esquecidas viúvas nos portais

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Maria minha fé

Quase triste,Em meio a noiteUma vozCantando amor Um carinho em cada fraseE vontade de se darOuço a tudo e meu silêncioTraz maria junto a mim Minha vida, meu trabalhoTudo feito pra mariaAh maria toda horaAh maria atras do somDa cor, do dia de cantar Minha fé, minha vida, meu trabalhoTudo feito pra mariaAh maria atras

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Menino

Quem cala sobre teu corpoConsente na tua morteTalhada a ferro e fogoNas profundezas do corte Que a bala riscou no peitoQuem cala morre contigoMais morto que estás agoraRelógio no chão da praça Batendo, avisando a horaQue a raiva traçou no tempoNo incêndio repetidoO brilho do teu cabelo

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Um gosto de sol

Alguém que vi de passagemNuma cidade estrangeiraLembrou os sonhos que eu tinhaE esqueci sobre a mesaComo uma pêra se esqueceDormindo numa fruteiraComo adormece o rioSonhando na carne da pêraO sol na sombra se esqueceDormindo numa cadeira Alguém sorriu de passagemNuma cidade estrangeiraLembrou o riso que eu tinhaE esqueci entre os dentesComo uma pêra se esqueceSonhando

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Brasil

Eu sei que a força da belezaÉ maior que a tristezaQuem ouve a voz da naturezaA chama acesa vai guardar É só tecer a cada noite o solAmanhecer a cada luz do amorÉ semear o fogo da cançãoÉ despertar quem não quer mais crer Que a terra pra chegar à primaveraMudou três vezes de estaçãoE

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Nada será como antes

Eu já estou com o pé nessa estradaQualquer dia a gente se vêSei que nada será como antes, amanhãQue notícias me dão dos amigos?Que notícias me dão de você?Alvoroço em meu coraçãoAmanhã ou depois de amanhãResistindo na boca da noite um gosto de solNum domingo qualquer, qualquer horaVentania em qualquer direçãoSei que nada será como

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Nuvem cigana

Se você quiser eu danço com vocêNo pó da estradaPó, poeira, ventaniaSe você soltar o pé na estradaPó, poeiraEu danço com você o que você dançar Se você deixar o sol baterNos seus cabelos verdesSol, sereno, ouro e prataSai e vem comigoSol, semente, madrugadaEu vivo em qualquer parte de seu coração Se você deixar o

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Calix bento

Ó Deus salve o oratórioÓ Deus salve o oratórioOnde Deus fez a moradaOiá, meu Deus, onde Deus fez a morada, oiáOnde mora o calix bentoOnde mora o calix bentoE a hóstia consagradaÓiá, meu Deus, e a hóstia consagrada, oiá De Jessé nasceu a varaDe Jessé nasceu a varaE da vara nasceu a florOiá, meu Deus,

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Tudo

Barco é pra quem podebarco é pra quem querpássaro que pousa onde vê Onde está entregatua vibraçãonum abraço, um beijoé teu coração Tá tudo o que importacoisa de irmãoque nunca terminaé só conhecer Raiva, me ajudaque a morte é solidão Conhecer, vibração, onde quertudo o que importaonde quer, vibraçãotudo o que importa Barco é só

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Vida

O amor bateu na portaEu de dentro respondiMinha casa é abertaPode entrar, estou aqui O rio passava seus peixesNo fundo do meu quintalMeu pai me olhava sorrindoMinha mãe e meus irmãos O amor bateu de novoEu de novo respondiEntre que a casa é suaEu só quero é ser feliz A lua trazia no ventoMeus filhos

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Cais

Para quem quer se soltar invento o caisInvento mais que a solidão me dáInvento Lua nova a clarearInvento o amor e sei a dor de encontrarEu queria ser felizInvento o marInvento em mim o sonhadorPara quem quer me seguir eu quero maisTenho o caminho do que sempre quisE um saveiro pronto pra partirInvento o caisE

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Maior

Eu sou maior do que era antesEstou melhor do que era ontemEu sou filho do mistério e do silêncioSomente o tempo vai me revelar quem sou Eu sou maior (eu sou maior) do que era antes (do que era antes)Estou melhor (estou melhor) do que era ontem (do que era ontem)Eu sou filho do mistério

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Milagre dos peixes

Eu vejo esses peixes e vou de coraçãoEu vejo essas matas e vou de coração à naturezaTelas falam colorido de crianças coloridasDe um gênio televisorE no andor de nossos novos santosO sinal de velhos temposMorte, morte, morte ao amorEles não falam do mar e dos peixesNem deixam ver a moça, pura cançãoNem ver nascer a

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Paula e Bebeto

Vida vida que amor brincadeira, veraEles amaram de qualquer maneira, veraQualquer maneira de amor vale a penaQualquer maneira de amor vale amar Pena que pena que coisa bonita, digaQual a palavra que nunca foi dita, digaQualquer maneira de amor vale aquelaQualquer maneira de amor vale amarQualquer maneira de amor vale a penaQualquer maneira de amor

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Canção do sal

Trabalhando o salÉ amor, o suor que me saiVou viver cantandoO dia tão quente que fazHomem ver criançaBuscando conchinhas no marTrabalho o dia inteiroPra vida de gente levarÁgua vira sal lá na salinaQuem diminuiu água do marÁgua enfrenta o sol lá na salinaSol que vai queimando até queimarTrabalhando o salPra ver a mulher se vestirE

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Alunar

Alunar, aterrar lá em casa minha mãe não parou de pensar tudo em paz com nosso Deus alunar, aterrar assegure o amanhã E o sol vertical fogo solto na manhã alunar, ilusão ver aquele musical tudo em paz se eu morrer não me esqueço de você Alunar, alunar fogaréu vertical aterrar, aterrar não preciso de

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