Sertanejo Raiz
A palavra “Sertanejo” vem do termo sertão. A palavra se refere a popular região rural distante dos centros metropolitanos costeiros, embora “sertão” também seja frequentemente utilizada com o objetivo de se referir ao interior seco do Nordeste brasileiro.
A cultura sertaneja se difere da cultura caipira e o ritmo originou-se especificamente na área composta por alguns estados do Sudeste (São Paulo e Minas Gerais), do Centro Oeste (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul) e do Sul (Paraná). A “Música caipira”, também chamada de “música sertaneja”, refere-se à música que se compõe e se toca no meio rural, conhecida no passado como “moda de viola”. A viola caipira é o principal instrumento usado por músicos ou duplas do gênero e é um instrumento típico do Brasil colonial.
Na literatura musical, no entanto, “música caipira” e “música sertaneja” são considerados gêneros completamente diferentes. O argumento baseia-se na visão de que o primeiro estilo se refere a música autêntica do homem rural, enquanto a segunda seria aquela produzida como “produto” nos estúdios profissionais em grandes cidades por motivos comerciais.
As adaptações do estilo musical têm desencadeado muitas discussões a respeito do que seria realmente música caipira. Produtores, compositores, duplas e trios, assim como críticos musicais discutem sobre quais seriam as verdadeiras modalidades artísticas de expressão do estilo, que realmente levam em consideração as mudanças sociais e culturais que ocorreram no decorrer de sua história. Alguns críticos seguem uma linha de pensamento mais moderno colocando o sertanejo caipira como um subgênero do estilo chamado sertanejo. Outros estabelecem fases, dividindo o gênero musical ao longo do seu primeiro século de história.
Em 1929 foi composta e gravada a primeira canção sertaneja como conhecemos hoje. A música surgiu da gravação feita pelo escritor e jornalista Cornélio Pires. A canção continha histórias tradicionais interior rural paulista, sudeste goiano, triângulo mineiros e sudeste mato grossense. Durante as gravações iniciais, o estilo era conhecido por todos como música caipira. Suas letras enaltecem a forma como vive o homem do interior, em quase sempre eram uma oposição ao estilo de vida do homem da cidade.
Suas letras e melodias também abordavam a beleza e o romanticismo da paisagem do interior. Nos dias de hoje, este tipo de composição é categorizada como “música sertaneja de raiz”. Suas letras abordam o cotidiano e a maneira de viver do povo caipira, conforme as origens do estilo.
Destacaram-se nesse gênero, além de Cornélio Pires e sua “Turma Caipira”, mesmo que gravando em época mais tardia, duplas como: Torres e Florêncio, Alvarenga e Ranchinho, Vieira e Vieirinha e Tonico e Tinoco. Entre as músicas populares do gênero estão sucessos como “O Bonde Camarão” (Cornélio Pires e Mariano), “Sertão do Laranjinha” (Ariovaldo Pires) e “Destinos Iguais” (Tonico e Tinoco).
Atualmente, a música sertaneja de raiz ainda sobrevive. É divulgada por alguns cantores famosos e regionais, entre eles estão: Daniel, Miltinho Edilberto, Mazinho Quevedo, e Inezita Barroso em seu programa “Viola Minha Viola”.