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Atrás da Verde-e-Rosa só não vai quem já morreu (Samba enredo Mangueira 1994)

Me leva que eu vou
Sonho meu
Atrás da verde-e-rosa
Só não vai quem já morreu
Bahia é luz
De poeta ao luar
Misticismo de um povo
Salve todos orixás
Quem me mandou
Estrelas de lá
Foi São Salvador
Pra noite brilhar
Mangueira !
Jogando flores pelo mar
Se encantou com a musa
Que a Bahia dá
Obá berimbau ganzá
Ô capoeira
Joga um verso pra iaiá
Caetano e Gil ô
Com a tropicália no olhar
Doces Bárbaros ensinando
A brisa a bailar
A meiguice de uma voz
Uma canção
No Teatro Opinião
Bethânia explode coração
Domingo no parque amor
Alegria, alegria eu vou
A flor na festa do interior
Seu nome é Gal
Aplausos ao cancioneiro
É carnaval, é Rio de Janeiro
Me leva que eu vou
Sonho meu
Atrás da verde-e-rosa
Só não vai quem já morreu.

Que gente é essa (Paulistano da Glória – Samba-enredo 1980)

Que gente é essa de pé no chão
Que tem no canto sua forma de expressão
Cantou na travessia o seu triste lamento
Para amenizar tanta dor e sofrimento
Que canto lindo na plantação
O Rei Escravo plantou na mineração
Rezou cantando ao Pai Oxalá
Nagô, Gege, Ketu, Iorubá
Oyá, Oyá, vem nos ajudar
Kaô, Kaô, Kaô Cabecile, Obá

Depois surgiu Palmares, sua confederação
E um canto livre vem lá do sertão
Cantou na capoeira
No tronco cantou e gemeu
Ela cantando embalava
Um filho que não era seu
Hoje esta gente sofrida
Vem dos morros e favelas
Mas traz um canto divino
Que ilumina a passarela

É o canto negro, Senhor
É o povo negro, Senhor
É a liberdade, Senhor, ô, ô, ô

Mangueira, minha madrinha (Tengo Tengo) (Salgueiro – Samba-enredo 1972)

Tengo-Tengo
Santo Antônio, Chalé
Minha gente
É muito samba no pé!
(Vamos nos!)

Tengo-Tengo
Santo Antônio, Chalé
Minha gente
É muito samba no pé!

Em noite linda
Em noite bela
Iremos na avenida
Desfilar em passarela
(Nossa Senhora)

Em noite linda
Em noite bela
Iremos na avenida
Desfilar em passarela

O batizado será lembrado
Pelo Salgueiro de agora
Alô Laurindo, alô Viola
Alô Mangueira de Cartola

Tengo-Tengo
Santo Antônio, Chalé
(Ô minha gente)
Minha gente
É muito samba no pé!

Tengo-Tengo
Santo Antônio, Chalé
Minha gente
É muito samba no pé!

Ô-ô-ô, ó meu Senhor
Foi Mangueira
Estação Primeira
Quem nos batizou

Ô-ô-ô, ó meu Senhor
Foi Mangueira…

Ilu Ayê Terra da Vida (Portela – Samba-Enredo 1972)

Ilu Ayê, Ilu Ayê, Odara
Negro cantava na nação nagô

Depois chorou lamentos de senzala
Tão longe estava de sua Ilu Ayê
Tempo passou e no terreirão da casa grande
Negro diz tudo que pode dizer

É samba, é batuque, é reza
É dança, é ladainha
Negro joga capoeira
E faz louvação à rainha

Hoje, negro é terra
Negro é vida
Na mutação do tempo
Desfilando na avenida
Negro é sensacional
É toda festa do povo
É dono do carnaval

Sonhar Não Custa Nada Ou Quase Nada (Mocidade Independente – Samba-enredo 1992)

Sonhar não custa nada
E o meu sonho é tão real
Mergulhei nessa magia
Era tudo o que eu queria
Para esse carnaval
Deixe a sua mente vagar
Não custa nada sonhar
Viajar nos braços do infinito
Onde tudo é mais bonito
Nesse mundo de ilusão
Transformar o sonho em realidade
E sonhar com a mocidade
É sonhar com o pé no chão

Estrela de luz
Que me conduz
Estrela que me faz sonhar

Ai, amor
Amor, sonhe com os anjos
Não se paga pra sonhar
Eu sou a noite mais bela
Que encanta o teu sonho
Te alucina por te amar
Vem nas estrelas do céu
Vem na Lua-de-mel
Vem me querer

Delírio sensual
Arco-íris de prazer
Amor, eu vou te anoitecer

Eu vejo a Lua no céu
A Mocidade sorrir
De verde e branco na Sapucaí

O Ti-Ti-Ti Do Sapoti (Estácio De Sá – Samba enredo 2007)

Que ti ti ti é esse
Que vem da Sapucaí (bis)
Tá que tá danado
Tá cheirando a sapoti
Baila no céu a esperança
O cheiro doce e o perfume
Vêm no ar

Olê, olê, olê
Vem de terra mexicana
Mandei buscar pra você

Sacode pra colher
Do pé que eu quero ver (bis)
Até o dia amanhecer

D. João achou bom
Depois que o sapoti saboreou
Deu pra Dona Leopoldina
A Corte se empapuçou (e mandou)

E mandou rapidamente
Espalhar no continente
Até o Oriente conheceu

E hoje no quintal da vida sou criança
Me dá que o sapoti é meu

Isso virou tutti-frutti
Tutti-multinacional (que legal!)
Virou goma de mascar (bis)
Roda pra lá e pra cá
Na boca do pessoal

Caymmi Mostra ao Mundo o Que a Bahia e a Mangueira Tem (Mangueira – Samba-enredo 1986)

Tem xinxim e acarajé
Tamborim e samba no pé

Mangueira
Mangueira vê no céu dos orixás
O horizonte rosa no verde do mar
A alvorada veste a fantasia
Pra exaltar Caymmi e a velha Bahia ô, ô, ô

Quanto esplendor
Nas igrejas soam hinos de louvor
E pelos terreiros de magia
O ecoar anuncia um novo dia
Nessa terra fascinante
A capoeira foi morar

O mundo se encanta
Com as cantigas que fazem sonhar

Lua cheia… Lua cheia
Leva a jangada pro mar
Oh! Sereia
Como é belo o teu cantar
Das estrelas a mais linda tá no gantois
Mangueira, berço do samba
Caymmi, a inspiração
Que mora no meu coração
Bahia terra sagrada
Iemanjá, Iansã
Mangueira supercampeã

E Por Falar Em Saudade (Caprichosos de Pilares – Samba-enredo 1985)

Oh! Saudade, ô
Meu carnaval é você
Caprichosamente
Vamos reviver, vamos reviver…
“Saudadeando” o que sumiu no dia-a-dia
Na fantasia de um eterno folião
O bonde
O amolador de facas
O leite sem água
A gasolina barata
Aquela Seleção Nacional
E derreteram a taça na maior cara-de-pau

Bota, bota, bota fogo nisso (bis)
A virgindade já levou sumiço

(Quero votar!)
Diretamente, o povo escolhia o presidente
Se comia mais feijão
Vovó botava a poupança no colchão
Hoje está tudo mudado
Tem muita gente no lugar errado

Onde andam vocês, ô ô ô
Antigos carnavais?
Os sambistas imortais
Bordados de poesia
Velhos tempos que não voltam mais
E no progresso da folia…

Tem bumbum de fora pra chuchu (bis)
Qualquer dia é todo mundo nu…

Bum Bum Paticumbum Prugurundum (Império Serrano – Samba-enredo 1982)

Bumbum paticumbum prugurundum
O nosso samba minha gente é isso aí, é isso aí
Bumbum paticumbum prugurundum,
Contagiando a Marquês de Sapucaí (Eu enfeitei )

Enfeitei meu coração (enfeitei meu coração )
De confete e serpentina
Minha mente se fez menina
Num mundo de recordação
Abracei a coroa imperial, fiz meu carnaval,
Extravasando toda a minha emoção
Óh, Praça Onze, tu és imortal
Teus braços embalaram o samba
A sua apoteose é triunfal
De uma barrica se fez uma cuíca
De outra barrica um surdo de marcação

Com reco-reco, pandeiro e tamborim
E lindas baianas o samba ficou assim
Com reco-reco, pandeiro e tamborim
E lindas baianas o samba ficou assim

E passo a passo no compasso o samba cresceu
Na Candelária construiu seu apogeu
As burrinhas, que imagem, para os olhos um prazer
Pedem passagem pros moleques de Debret
As africanas, que quadro original
Iemanjá, Iemanjá, enriquecendo o visual( Vem meu amor)

Vem, meu amor, manda a tristeza embora
É carnaval, a folia, neste dia ninguém chora

Super Escolas de Samba S/A
Super-alegorias
Escondendo gente bamba
Que covardia!

Festa Para Um Rei Negro (Salgueiro – Samba-enredo 1971)

Nos anais da nossa história
Vamos encontrar
Personagem de outrora
Que iremos recordar.
Sua vida, sua glória,
Seu passado imortal
Que beleza
A nobreza do tempo colonial.

Ô-lê-lê, ô-lá-lá,
Pega no ganzê,
Pega no ganzá.

Hoje tema festa na aldeia,
Quem quiser pode chegar,
Tem reisado a noite inteira
E fogueira pra queimar.
Nosso rei veio de longe
Pra poder nos visitar,
Que beleza
A nobreza que visita o gongá.

Ô-lê-lê, ô-lá-lá,
Pega no ganzê,
Pega no ganzá.

Senhora dona-de-casa,
Traz seu filho pra cantar
Para o rei que vem de longe
Pra poder nos visitar.
Essa noite ninguém chora,
E ninguém pode chorar
Que beleza
A nobreza que visita o gongá.

Ô-lê-lê, ô-lá-lá,
Pega no ganzê,
Pega no ganzá

É Hoje (União da Ilha – Samba-Enredo 1982)

A minha alegria atravessou o mar
E ancorou na passarela
Fez um desembarque fascinante
No maior show da Terra
Será que eu serei
o dono desta festa um rei
No meio de uma gente tão modesta
Eu vim descendo a serra
Cheio de euforia para desfilar
O mundo inteiro espera
Hoje é dia do riso chorar

Levei o meu samba
Pra mãe-de-santo rezar 
Contra o mau olhado
Carrego o meu Patuá

Acredito ser o mais valente
Nesta luta do rochedo com o mar
(E com o mar)

É hoje o dia da alegria e a tristeza
Nem pode pensar em chegar

Diga espelho meu
Se há na avenida 
Alguém mais feliz que eu

Lendas E Mistérios da Amazônia (Portela – Samba-Enredo 1970)

Nesta avenida colorida
A Portela faz seu carnaval
Lendas e mistérios da Amazônia
Cantamos neste samba original
Dizem que os astros se amaram
E não puderam se casar

A Lua apaixonada chorou tanto
Que do seu pranto nasceu o rio-mar

E dizem mais
Jaçanã, bela como uma flor
Certa manhã viu ser proibido o seu amor
Pois o valente guerreiro
Por ela se apaixonou
Foi sacrificada pela ira do Pajé
E na vitória-régia
Ela se transformou
Quando chegava a primavera
A estação das flores
Havia uma festa de amores
Era tradição das Amazonas
Mulheres guerreiras
Aquele ambiente de alegria
Só terminava ao raiar do dia

Ô skindô lalá
Ô skindô lelê
Olha só quem vem lá
É o saci pererê

O Amanhã (União da Ilha – Samba-enredo 1978)

Como será o amanhã
Responda quem puder
O que irá me acontecer
O meu destino será como Deus quiser

A cigana leu o meu destino
Eu sonhei
Bola de cristal, jogo de búzios, cartomante
Eu sempre perguntei
O que será o amanhã?
Como vai ser o meu destino?
Já desfolhei o mal-me-quer
Primeiro amor de um menino
E vai chegando o amanhecer
Leio a mensagem zodiacal
E o realejo diz
Que eu serei feliz
Sempre feliz

Liberdade Liberdade Abra as Asas Sobre Nós (Imperatriz Leopoldinense – Samba-enredo 1989)

Liberdade, liberdade!
Abra as asas sobre nós (bis)
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz

Vem, vem, vem reviver comigo amor
O centenário em poesia
Nesta pátria, mãe querida
O império decadente, muito rico, incoerente
Era fidalguia
Surgem os tamborins, vem emoção
A bateria vem no pique da canção
E a nobreza enfeita o luxo do salão
Vem viver o sonho que sonhei
Ao longe faz-se ouvir
Tem verde e branco por aí
Brilhando na Sapucaí

Da guerra nunca mais
Esqueceremos do patrono, o duque imortal
A imigração floriu de cultura o Brasil
A música encanta e o povo canta assim
Pra Isabel, a heroína
Que assinou a lei divina
Negro, dançou, comemorou o fim da sina
Na noite quinze reluzente
Com a bravura, finalmente
O marechal que proclamou
Foi presidente

Peguei Um Ita No Norte (Salgueiro – Samba-Enredo 1993)

Explode, coração, na maior felicidade
É lindo o meu Salgueiro
Contagiando, sacudindo essa cidade

Lá vou eu
Me levo pelo mar da sedução (sedução)
Sou mais um aventureiro
Rumo ao Rio de Janeiro
Adeus Belém do Pará
Um dia volto, meu pai
Não chore, pois vou sorrir
Felicidade, o velho Ita vai partir

Oi no balanço das ondas, eu vou
No mar eu jogo a saudade, amor
O tempo traz esperança e ansiedade
Vou navegando em busca da felicidade

Em cada porto que passo
Eu vejo e retrato em fantasias
Cultura, folclore e hábitos
Com isso refaço minha alegria
Chego ao Rio de Janeiro
Terra do samba, da mulata e futebol
Vou vivendo o dia a dia
Embalado na magia do seu carnaval