Samba de Breque

O samba de breque, um subgênero do samba, surgiu na virada dos anos 1940, sendo facilmente reconhecido pelas paradas chamadas de “breques” que acontecem ao longo do ritmo. 

O termo vem do inglês “Break”, que significa frear e foi popularmente adotado para se referir ao novo estilo. Outra característica marcante são os comentários falados pelos cantores ao longo da música, incluindo um tom leve e divertido das letras. Os “breques” são paradas seguidas de falas com um tom de malandragem e graça.

O grande pioneiro deste subgênero foi o cantor Moreira da Silva, seguido por outros cantores sendo Luis Barbosa o maior destaque que, junto a Moreira, foram os primeiros sambistas a trabalhar com o samba-de-breque. Intérprete de samba-canção muito conhecido, o sambista era conhecido por marcar o ritmo com um chapéu de palha, batucando ele para marcar o passo, incluindo pausas durante alguns intervalos. “Rosalina” é um ótimo exemplo do estilo, composto por Haroldo Lobo e Wilson Batista, possui todas característica de um bom samba de breque. 

Apesar do sucesso de Luís Barbosa quem realmente popularizou e disseminou o estilo foi Moreira da Silva. Moreira foi aperfeiçoando o estilo com o passar do tempo e no final da década de 1930, cantou o samba “Jogo Proibido” no Cine-Teatro Méier. Durante a apresentação, o sambista incluiu improvisos nos intervalos dos versões, e a iniciativa fez sucesso e se tornou comum no ritmo.

Na subida do Morro” validou o estilo e ficou famoso pelo discurso introduzido ao longo da música composta e interpretado por Moreira da Silva. Além dos discursos e paradas, Moreira interpretava, ao longo dos enredos de seus sambas de breque, personagens que ficaram populares. “Kid Morengueira”, se tornou um sucesso por estar presente na canção “O Rei do Gatilho”. Na parte instrumental o samba de breque foi um dos primeiro subgêneros do samba a adicionar a flauta como um instrumento recorrente, isso tornou o ritmo mais orquestrado. 

O samba-canção passou a cair no gosto do público na década de 1950 com grande influência dos boleros da época. Dessa forma, o samba de breque e os sambas de choro se tornaram cada vez menos populares, pouco tocados em rádios ou pela pessoas. 

O samba de breque não atraia as mulheres e era visto como um gênero musical masculino que foi amplamente marginalizado. Entretanto, dois compositores de classe alta, Miguel Gustavo e Billy Blanco, em 1954, repopularizaram o estilo que ficou popular nas décadas anteriores. 

A principal composição desse período foi “Estatuto de gafieira” cantado por Billy Blanco. A nova onda do samba de breque passou a ser novamente tocada, porém agora nas camadas mais altas da sociedade desse período, mas seu ressurgimento durou pouco, pois a partir dos anos 60 foi aos poucos sendo substituído pelas famosas músicas de protesto dos anos 60, que posteriormente se tornaria o que conhecemos hoje como MPB.

Doze Anos

Ai, que saudades que eu tenho Dos meus doze anos Que saudade ingrata Dar banda por aí Fazendo grandes planos E chutando lata Trocando figurinha Matando passarinho Colecionando minhoca Jogando muito botão Rodopiando pião Fazendo troca-troca Ai, que saudades que eu tenho Duma travessura Um futebol de rua Sair pulando muro Olhando fechadura E vendo

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