Caetano Veloso

Caetano Emanuel Viana Telles Veloso nascido em 7 de agosto de 1942 é um compositor, cantor, músico, escritor e ativista político brasileiro.
Veloso ficou conhecido pela primeira vez por sua participação no movimento musical brasileiro Tropicalismo, que englobava teatro, poesia e música na década de 1960, no início da ditadura militar brasileira. As letras de Caetano Veloso são uma influência criativa e artística constante desde então.

Caetano nasceu na cidade de Santo Amaro da Purificação, na Bahia. Mudou-se para Salvador como estudante universitário em meados da década de 1960. Logo depois, Caetano ganhou um concurso de música e assinou com sua primeira gravadora.

Tornou-se um dos fundadores do Tropicalismo com um grupo de vários outros músicos e artistas – entre eles sua irmã Maria Bethânia – no mesmo período. Posteriormente, ele se tornou popular fora do Brasil nas décadas de 1980 e 1990.

A obra de Veloso foi muitas vezes caracterizada pela frequente fusão não só de estilos internacionais, mas também de estilos e ritmos folclóricos brasileiros. As letras de Caetano Veloso sempre tiverem críticas ao regime militar e a opressão por parte dos governantes no país.

Sua popularidade aumentou fora do Brasil na década de 1980, em países como Portugal, França e África. Seus discos lançados nos Estados Unidos, como “Estrangeiro”, ajudaram a conquistar um público internacional e difundir a cultura brasileira para o mundo.

“Caetano Veloso” é o primeiro disco solo do artista, lançado em 1968. Caetano Veloso já havia lançado “Domingo” no ano anterior em colaboração com Gal Costa.

Foi um dos primeiros trabalhos da Tropicália, e conta com arranjos de Júlio Medaglia, Damiano Cozzella e Sandino Hohagen, além de um conjunto eclético de influências, demonstrando a “antropofagia” (canibalismo artístico) do movimento Tropicália.

Sons psicodélicos, rock, pop, música indiana, bossa nova, música baiana e outros gêneros aparecem no álbum, que Inclui os sucessos “Alegria, Alegria“, “Tropicália” e “Soy loco por ti, América“.

O terceiro festival de música popular da Tv Record, foi um momento emblemático onde Letras de Caetano Veloso como “Alegria, Alegria” e “Domingo no Parque” de Gilberto Gil se tornam hinos nacionais de liberdade.

“Caetano Veloso” (conhecido como Álbum Branco) foi lançado em 1969, sendo o terceiro álbum de Caetano Veloso, seu segundo solo. É considerada por muitos uma das melhores obras do cantor.
Os vocais e violões do álbum foram gravados em um pequeno estúdio de gravação em Salvador, onde Veloso foi confinado por desafiar o autoritário governo brasileiro da época.
O disco, assim como seu antecessor, é bastante eclético (característica do movimento Tropicália), com canções que vão desde Bossa Nova, Rock Psicodélico, Música Tradicional Baiana, Fado, Tango, entre outros.

Possui músicas em três línguas: português, espanhol e inglês. Composições como “Lost In The Paradise”, “Marinheiro só” e “Atrás do Trio Elétrico” fazem parte do álbum.
“Caetano Veloso” é o terceiro álbum homônimo do cantor Caetano Veloso. O disco foi gravado na Inglaterra, no período que o artista estava exilado pelo governo brasileiro durante a ditadura militar.

É cantado principalmente em inglês e retrata um tom triste, refletindo seus sentimentos sobre saudades de casa, a ausência de sua família e amigos; foi lançado primeiro na Europa e depois no Brasil, em 1971. Em 1972, Veloso voltou para seu país natal e mais uma vez começou a gravar e se apresentar.

Com um total de 9 prêmios Grammy Latino e 2 prêmios Grammy, Caetano Veloso recebeu mais do que qualquer outro artista brasileiro. Em 14 de novembro de 2012, Caetano também foi homenageado como Personalidade do Ano da Academia Latina da Gravação.

As letras de Caetano Veloso são reconhecidas internacionalmente e o cantor foi chamado de “um dos maiores compositores do século” e “um músico/poeta/cineasta/ativista político pop cuja estatura no panteão de músicos pop internacionais está no mesmo nível de Bob Dylan, Bob Marley, e Lennon/McCartney”.

Atrás da Verde-e-Rosa só não vai quem já morreu (Samba enredo Mangueira 1994)

Me leva que eu vouSonho meuAtrás da verde-e-rosaSó não vai quem já morreuBahia é luzDe poeta ao luarMisticismo de um povoSalve todos orixásQuem me mandouEstrelas de láFoi São SalvadorPra noite brilharMangueira !Jogando flores pelo marSe encantou com a musaQue a Bahia dáObá berimbau ganzáÔ capoeiraJoga um verso pra iaiáCaetano e Gil ôCom a tropicália no

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Enquanto seu lobo não vem

Vamos passear na floresta escondida, meu amorVamos passear na avenidaVamos passear nas veredas, no alto meu amorHá uma cordilheira sob o asfalto (Os clarins da banda militar…)A Estação Primeira da Mangueira passa em ruas largas(Os clarins da banda militar…)Passa por debaixo da Avenida Presidente Vargas(Os clarins da banda militar…)Presidente Vargas, Presidente Vargas, Presidente Vargas(Os clarins

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Parque industrial

Retocai o céu de anilBandeirolas no cordãoGrande festa em toda a naçãoDespertai com oraçõesO avanço industrialVem trazer nossa redenção Tem garotas propagandaAeromoças e ternura no cartazBasta olhar na paredeMinha alegria num instante se refazPois temos o sorriso engarrafadoJá vem pronto e tabeladoÉ somente requentar e usarÉ somente requentar e usarO que é made, made, madeMade

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Minha senhora

Minha senhoraOnde é que você mora?Em que parte desse mundo?Em que cidade escondida?Dizei-me, que sem demoraLá também quero morar Onde fica essa morada?Em que reino, qual parada?Dizei-me por qual estradaÉ que eu devo caminhar Minha senhoraOnde é que você mora?Venho da beira da praiaTantas prendas que eu lhe tragoPulseira, sandália e saiaSem saber como entregar

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Verdura

De repenteMe lembro do verdeDa cor verdeA mais verde que existeA cor mais alegreA cor mais tristeO verde que vestesO verde que vestisteO dia em que te viO dia em que me viste De repenteVendi meus filhosA uma família americanaEles têm carroEles têm granaEles têm casaA grama é bacanaSó assim eles podem voltarE pegar um

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Vampiro

Eu uso óculos escurosPara as minhas lágrimas esconderQuando você vem para o meu ladoAs lágrimas começam a correr Sinto aquela coisa no meu peitoSinto aquela grande confusãoSei que eu sou um vampiroQue nunca vai ter paz no coração Às vezes eu fico pensandoPorque é que eu faço as coisas assimE a noite de verão ela

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Oração ao tempo

És um senhor tão bonitoQuanto a cara do meu filhoTempo, tempo, tempo, tempoVou te fazer um pedidoTempo, tempo, tempo, tempo Compositor de destinosTambor de todos os ritmosTempo, tempo, tempo, tempoEntro em um acordo contigoTempo, tempo, tempo, tempo Por seres tão inventivoE pareceres contínuoTempo, tempo, tempo, tempoÉs um dos deuses mais lindosTempo, tempo, tempo, tempo Que

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Deus e o diabo

Você tenha ou não tenha medoNego, nega, o carnaval chegouMais cedo ou mais tarde acaboDe cabo a rabo com essa transação de pavorO carnaval é a invenção do diaboQue Deus abençoouDeus e o diabo no Rio de JaneiroCidade de São SalvadorNão se grileA rua Chile sempre chega pra quem querQual é! Qual é! qual é!Qual

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Trilhos urbanos

O melhor o tempo escondeLonge, muito longeMas bem dentro aquiQuando o bonde dava a volta aliNo cais de Araújo PinhoTamarindeirinhoNunca me esqueci Onde o imperador fez xixi Cana doce, Santo AmaroGosto muito raroTrago em mim por tiE uma estrela sempre a luzirBonde da Trilhos Urbanos Vão passando os anosE eu não te perdiMeu trabalho é te traduzir

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Tudo se transformou

Vai, meu sambaTudo se transformouNem as cordas do meu pinhoPodem mais amenizar Há dor onde havia a luz do solUma nuvem se formouOnde havia uma alegria para mimOutra nuvem carregouA razão desta tristezaÉ saber que o nosso amor passou Violão, até um diaQuando houver mais alegriaEu procuro por vocêCansei de derramarInutilmente em tuas cordasAs desilusões

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Uns

Uns vãoUns tãoUns sãoUns dãoUns nãoUns hão deUns pésUns mãos Uns cabeçaUns só coraçãoUns amamUns andamUns avançamUns tambémUns cemUns semUns vêmUns têmUns nada têmUns malUns bemUns nada alémNunca estão todos Uns bichosUns deusesUns azuisUns quase iguaisUns menosUns mais Uns médiosUns por demaisUns masculinosUns femininosUns assimUns meusUns teusUns ateusUns filhos de DeusUns dizem fimUns dizem simE não há

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Quero ir a Cuba

Mamãe eu quero ir a CubaQuero ver a vida láLa sueño una perla encendidaSobre la marMamaãe eu quero amarA ilha de Xangô e de YemanjáYorubá igual a BahiaDesde Célia CruzCuando eu era un niño de JesusE a revoluçãoQue também tocou meu coraçãoCuba seja aquiEssa ouvi dos lábios de PetiDesde o cha-cha-chaMamãe eu quero ir a

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Zabelê

Minha sabiáMinha zabelêToda meia-noite eu sonho com vocêSe você duvida, eu vou sonhar pra você ver Minha sabiáVem me dizer, por favorO quanto que eu devo amarPra nunca morrer de amor Minha zabelêVem correndo me dizerPor que eu sonho toda noiteE sonho só com você Se você não me acreditaVem pra cá, vou lhe mostrarQue

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Tigresa

Uma tigresa de unhas negras e íris cor de melUma mulher, uma beleza que me aconteceuEsfregando a pele de ouro marrom do seu corpo contra o meuMe falou que o mal é bom e o bem cruel Enquanto os pelos dessa deusa tremem ao vento ateuEla me conta, sem certeza, tudo o que viveuQue gostava

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Beleza pura

Não me amarra dinheiro não!Mas formosuraDinheiro não!A pele escuraDinheiro não!A carne duraDinheiro não!… Moça preta do CuruzuBeleza Pura!FederaçãoBeleza Pura!Boca do rioBeleza Pura!Dinheiro não!… Quando essa pretaComeça a tratar do cabeloÉ de se olharToda trama da trançaTransa do cabeloConchas do marEla manda buscarPrá botar no cabeloToda minúcia, toda delícia… Não me amarra dinheiro não!Mas elegância… Não

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Qualquer coisa

Esse papo já tá qualquer coisaVocê já tá pra lá de MarrakeshMexe qualquer coisa dentro, doidaJá qualquer coisa, doida, dentro mexeNão se avexe não, baião de doisDeixe de manha, ‘xe de manha, poisSem essa aranha, sem essa aranha, sem essa aranha!Nem a sanha arranha o carroNem o sarro arranha a EspanhaMeça: tamanha!Meça: tamanha!Esse papo seu

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Terra

Quando eu me encontrava presoNa cela de uma cadeiaFoi que vi pela primeira vezAs tais fotografiasEm que apareces inteiraPorém lá não estavas nuaE sim coberta de nuvens… Terra! Terra!Por mais distanteO errante naveganteQuem jamais te esqueceria?… Ninguém supõe a morenaDentro da estrela azuladaNa vertigem do cinemaMando um abraço prá tiPequenina como se eu fosseO saudoso

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O quereres

Onde queres revólver, sou coqueiroE onde queres dinheiro, sou paixãoOnde queres descanso, sou desejoE onde sou só desejo, queres nãoE onde não queres nada, nada faltaE onde voas bem alto, eu sou o chãoE onde pisas o chão, minha alma saltaE ganha liberdade na amplidão Onde queres família, sou malucoE onde queres romântico, burguêsOnde queres

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Eu sou neguinha?

Eu tava encostad’ali minha guitarra No quadrado branco vídeo papelão Eu era o enigma, uma interrogação Olha que coisa mais que coisa à toa, boa boa boa boa boa Eu tava com graça… Tava por acaso ali, não era nada Bunda de mulata, muque de peão Tava em Madureira, tava na bahia No Beaubourg no

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Two Naira Fifty Kobo

No meu coração da mata gritou. Pelé, PeléFaz força com o pé na ÁfricaO certo é ser gente linda e dançar, dançar, dançarO certo é fazendo músicaA força vem dessa pedra que canta Ita- poãFala tupi, fala iorubáÉ lindo vê-lo bailando ele é tão pierrô, pierrô,Ali no meio da rua, lá Oohh.. No meu coração

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Eclipse oculto

Nosso amorNão deu certoGargalhadas e lágrimasDe pertoFomos quase nadaTipo de amorQue não pode dar certoNa luz da manhãE desperdiçamosOs blues do Djavan… Demasiadas palavrasFraco impulso de vidaTravada a mente na ideologiaE o corpo não agiaComo se o coraçãoTivesse antes que optarEntre o inseto e o inseticida… Não me queixoEu não soube te amarMas não deixoDe

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Meia lua inteira

Meia Lua Inteira sopapoNa cara do fracoEstrangeiro gozadorCocar de coqueiro baixoQuando engano se enganou São dim, dão, dãoSão BentoGrande homem de movimentoMartelo do tribunalSumiu na mata adentroFoi pego sem documentoNo terreiro regional Uera rá rá ráUera rá rá ráTerça-FeiraCapoeira rá rá ráTô no pé de onde derRá rá rá ráVerdadeiro rá rá ráDerradeiro rá rá

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Outras palavras

Nada dessa cica de palavra triste em mim na bocaTravo, trava mãe e papai, alma buena, dicha loucaNeca desse sono de nunca, “jamais” nem never moreSim, dizer que sim pra Cilu, pra Dedé, pra Dadi e DóCrista do desejo, o destino deslinda-se em beleza Outras palavras, outras palavrasOutras palavras, outras palavras Tudo seu azul, tudo

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Sorte

Tudo de bom que você me fizerFaz minha rima ficar mais raraO que você faz me ajuda a cantarPõe um sorriso na minha cara Meu amor, você me dá sorteMeu amor!Você me dá sorte, meu amor!Você me dá sorte na vida! Quando te vejo não saio do tomMas meu desejo já se reparaMe dá um

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Podres poderes

Enquanto os homens exercemSeus podres poderesMotos e fuscas avançamOs sinais vermelhosE perdem os verdesSomos uns boçais Queria querer gritarSetecentas mil vezesComo são lindosComo são lindos os burguesesE os japonesesMas tudo é muito mais Será que nunca faremos senão confirmarA incompetência da América católicaQue sempre precisará de ridículos tiranosSerá, será, que será?Que será, que será?Será que

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Lua de São Jorge

Lua de São Jorge, lua deslumbranteAzul verdejante, cauda de pavãoLua de São Jorge, cheia, branca e inteiraOh, minha bandeira solta na amplidãoLua de São Jorge, lua brasileiraLua do meu coração! Lua de São Jorge, lua deslumbranteAzul verdejante, cauda de pavãoLua de São Jorge, cheia, branca e inteiraOh, minha bandeira solta na amplidãoLua de São Jorge,

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Queixa

Um amor assim delicadoVocê pega e desprezaNão devia ter despertadoAjoelha e não reza Dessa coisa que mete medoPela sua grandezaNão sou o único culpadoDisso eu tenho a certeza Princesa, surpresa, você me arrasouSerpente, nem sente que me envenenouSenhora, e agora, me diga onde eu vouSenhora, serpente, princesa Um amor assim violentoQuando torna-se mágoaÉ o avesso

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Rapte-me, camaleoa

Rapte-me camaleoaAdapte-me a uma cama boaCapte-me uma mensagem à toaDe um quasar pulsando lôaInterestelar canoa… Leitos perfeitosSeus peitos direitosMe olham assimFino menino me inclinoPro lado do sim… Rapte-meAdapte-meCapte-meIt’s up to meCoraçãoSer querer serMerecer serUm camaleão… Rapte-me camaleoaAdapte-me ao seuNe me quitte pas…

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Felicidade

Felicidade foi-se embora E a saudade no meu peito ainda mora E é por isso que eu gosto lá de fora Porque eu sei que a falsidade não vigora A minha casa fica lá detrás do mundo Onde eu vou num segundo quando começo a cantar O pensamento parece uma coisa à toa Mas como

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Domingo

Roda, toda gente roda Ao redor desta tarde Essa praça é formosa E a rosa pousada no meio da roda No meio da tarde de um imenso jardim Rosa, não espera por mim Rosa, menina pousada Não espera por nada Não espera por mim Roda, toda gente roda Ao redor desta praça Esta tarde está

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Branquinha

Eu sou apenas um velho baiano Um fulano, um caetano, um mano qualquer Vou contra a via, canto contra a melodia Nado contra a maré Que é que tu vê, que é que tu quer, Tu que é tão rainha? Branquinha Carioca de luz própria, luz Só minha Quando todos os seus rosas nus Todinha

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Boa palavra

Aprendeu sozinho Na areia, no chão A brincar sozinho Sem a mão de um irmão Aprendeu com o vento Que o sono passou E acordou sozinho No solo sem amor Tava dormindo, acordei Para acertar o namoro Me deram o que de beber Numa caneca de ouro Não lhe deram nada Não é seu este

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Beleza pura

Não me amarra dinheiro não! Mas formosura Dinheiro não! A pele escura Dinheiro não! A carne dura Dinheiro não!… Moça preta do Curuzu Beleza Pura! Federação Beleza Pura! Boca do rio Beleza Pura! Dinheiro não!… Quando essa preta Começa a tratar do cabelo É de se olhar Toda trama da trança Transa do cabelo Conchas

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Axé Axé

Daqui de cima do caminhão De cima do caminhão Eu vejo o seu pé no chão No chão, debaixo do pé, no chão Escuto o seu coração Escute o meu coração A nossa música é a mesma voz Ninguém desfaz o que nós Fazemos nesse país A música é o que há de fazer Eu

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Asa

Pássaro um Pássaro pairando um Pássaro momento um Pássaro ar Pássaro ímpar Parou pousar Parou repousar Pássaro som Pássaro parado um Pássaro silêncio um Pássaro ir Pássaro ritmo Passar voou Passar avoou Pássaro par Pássaro um Pássaro pairando um Pássaro momento um Pássaro ar Pássaro ímpar Parou pousar Parou repousar

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As várias pontas de uma estrela (Milton Nascimento e Caetano Veloso)

Estrela de cinco pontas Cinco estrelas no cruzeiro Trilhões de estrelas no céu Três pontas mil corações E o menino brasileiro Com os olhos duas contas Atravessa o imenso véu De brilhos e escuridões Que Deus segue esse menino Que deuses o seguirão Meu verso de sete patas Notas desta melodia Quem me ensina essa

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Argonautas

O Barco! Meu coração não aguenta Tanta tormenta, alegria Meu coração não contenta O dia, o marco, meu coração O porto, não!… Navegar é preciso Viver não é preciso…(2x) O Barco! Noite no teu, tão bonito Sorriso solto perdido Horizonte, madrugada O riso, o arco da madrugada O porto, nada!… Navegar é preciso Viver não

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Ângulos (Arrigo Barnabé, Eduardo Gudin e Caetano Veloso)

Curvas dos sapatosEspelhando esquinasNúmeros exatosCortam-se na brisaSóis luzem nos dentesVocê me dizVamos pararOs ângulos retosDomam seus cabelosAutomóveis pretosRefletem sapatosLábios quase opacosVocê me dizVamos pararNa sua vozPassam tantas notasQue não param pra notarDedos na mãoQue dorme à sombra do momentoContam tempos soltos pelo barE o amorNuvem nos toposNão encontra lagosA curva dos coposReflete automóveisOlhos quase secosVocê

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Alguém cantando

Alguém cantando longe daqui Alguém cantando longe, longe Alguém cantando muito Alguém cantando bem Alguém cantando é bom de se ouvir Alguém cantando alguma canção A voz de alguém nessa imensidão A voz de alguém que canta A voz de um certo alguém Que canta como que pra ninguém A voz de alguém quando vem

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Alexandre

Ele nasceu no mês do leão, sua mãe uma bacante E o rei seu pai, um conquistador tão valente Que o príncipe adolescente pensou que já nada restaria Pra, se ele chegasse a rei, conquistar por si só. Mas muito cedo ele se revelou um menino extraordinário: O corpo de bronze, os olhos cor de

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Acrilirico (Rogério Duarte, Caetano Veloso e Rogério Duprat)

Olhar colíricoLirios plásticos do campo e do contracampoTelástico cinemascope teu sorriso tudo issoTudo ido e lido e lindo e vindo do vividoNa minha adolescidadeIdade de pedra e paz Teu sorriso quieto no meu canto Ainda canto o ido o tido o ditoO dado o consumidoO consumadoAtoDo amor morto motor da saudade Diluído na grandicidadeIdade de

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Aboio

Urba imensa Pensa o que é e será e foi Pensa no boi Enigmática máscara boi Tem piedade Megacidade Conta teus meninos Canta com teus sinos A felicidade intensa Que se perde e encontra em ti Luz dilui-se e adensa-se Pensa-te

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Abandono

Mamãe A noite é um pavor Fria do teu calor Por favor Venha Neném Tudo o que há pra viver Tá morto de você Ódio do amor Será que você não sabia? Nunca saberá? Que tudo aqui sabia Sempre saberá Fortemente a você? O dia em cada dia Nossa cria Bichinho Os nossos curiós Mudos

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A rã

Coro de cor sombra de som de cor de mal me quer De mal me quer de bem de bem me diz De me dizendo assim serei feliz Serei feliz de flor de flor em flor De samba em samba em som de vai e vem De verde verde ver pé de capim Bico de

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A cor amarela

Uma menina preta De biquíni amarelo Na frente da onda Que onda Que onda Que onda Que dá Que bunda Que bunda É o melhor Que podia acontecer A cor amarela Destacar-se entre o mar E o marrom Da pele tesa dela O sol já têm muito O que fazer Na minha vida Querida Quem

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13 de maio

Dia 13 de maio em Santo Amaro Na Praça do Mercado Os pretos celebravam (Talvez hoje inda o façam) O fim da escravidão Da escravidão O fim da escravidão Tanta pindoba! Lembro do aluá Lembro da maniçoba Foguetes no ar Pra saudar Isabel Ô Isabé Pra saudar Isabé

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Jóia

Beira de mar Beira de mar Beira de mar na América do Sul Um selvagem levanta o braço Abre a mão e tira um caju Um momento de grande amor De grande amor Copacabana Copacabana Louca total e completamente louca A menina muito contente Toca a coca-cola na boca Um momento de puro amor De

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Minha mulher

Quem vê assim pensa que você é muito minha filha Mas na verdade você é bem mais minha mãe Meu bichinho bonito Meu bichinho bonito Meu bichinho bonito Tudo é mesmo muito grande assim Porque Deus quer Minha mulher Minha mulher Minha mulher Quem vê assim pensa que você é muito minha filha Mas na

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Escandalo

Ó doce irmã, o que você quer mais? Eu já arranhei minha garganta toda Atrás de alguma paz. Agora, nada de machado e sândalo. Você que traz o escândalo, Irmã-luz. Eu marquei demais, tô sabendo Aprontei demais, só vendo Mas agora faz um frio aqui. Me responda, tô sofrendo: Rompe a manhã da luz em

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Muito

Eu sempre quis muito Mesmo que parecesse ser modesto Juro que eu não presto Eu sou muito louco, muito Mas na sua presença O meu desejo Parece pequeno Muito é muito pouco, muito Broto você é muito, muito Broto você é muito, muito Eu nunca quis pouco Falo de quantidade e intensidade Bomba de hidrogênio

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Não identificado

Eu vou fazer uma canção pra ela Uma canção singela, brasileira Para lançar depois do carnaval Eu vou fazer um iê-iê-iê romântico Um anticomputador sentimental Eu vou fazer uma canção de amor Para gravar um disco voador Uma canção dizendo tudo a ela Que ainda estou sozinho, apaixonado Para lançar no espaço sideral Minha paixão

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Haiti

Quando você for convidado pra subir no adro Da fundação casa de Jorge Amado Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos Dando porrada na nuca de malandros pretos De ladrões mulatos e outros quase brancos Tratados como pretos Só pra mostrar aos outros quase pretos (E são quase todos pretos) E

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Queda d’água

A queda-d’água ergueu-se à minha frente De repente Tudo ficou de pé eternamente A floresta, a pedra, o vento vertical do abismo E o senhor que anima esse ambiente Ficou comigo Eu sou potente e contenho a visão Da queda erguida d’água-vida tão contente e são Havia ali a presença toda sã De minha irmã

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Reconvexo

Eu sou a chuva que lança a areia do Saara Sobre os automóveis de Roma Eu sou a sereia que dança A destemida Iara Água e folha da Amazônia Eu sou a sombra da voz da matriarca da Roma Negra Você não me pega Você nem chega a me ver Meu som te cega, careta,

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Um comunista

Um mulato baiano Muito alto e mulato Filho de um italiano E de uma preta hauçá Foi aprendendo a ler Olhando mundo à volta E prestando atenção No que não estava a vista Assim nasce um comunista Um mulato baiano Que morreu em São Paulo Baleado por homens do poder militar Nas feições que ganhou

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Saudosismo

Eu, você, nós dois Já temos um passado, meu amor Um violão guardado Aquela flor E outras mumunhas mais Eu, você, João Girando na vitrola sem parar E o mundo dissonante que nós dois Tentamos inventar tentamos inventar Tentamos inventar tentamos A felicidade a felicidade A felicidade a felicidade Eu, você, depois Quarta-feira de cinzas

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Baby

Você precisa Saber da piscina Da margarina Da Carolina Da gasolina Você precisa Saber de mim Baby, baby Eu sei Que é assim Baby, baby Eu sei Que é assim Você precisa Tomar um sorvete Na lanchonete Andar com gente Me ver de perto Ouvir aquela canção Do Roberto Baby, baby Há quanto tempo Baby,

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Cá-já

Vejo que areia linda Brilhando cada grão Graças do sol ainda Vibram pelo chão Vejo que a água deixa As cores de outra cor Volta pra si sem queixa Tudo é tanto amor Esteja cá já Pedra vida flor Seja cá já Esteja cá já Tempo bicho dor Seja cá já Doce jaca já Jandaia

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Irene

Eu quero ir, minha gente, eu não sou daqui Eu não tenho nada, quero ver Irene rir Quero ver Irene dar sua risada Quero ver Irene dar sua risada Irene ri, Irene ri, Irene Irene ri, Irene ri, Irene Quero ver Irene dar sua risada

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Cavaleiro

Quem vem lá sou eu, Quem vem lá sou eu Cavaleiro sou eu, Longa estrada do breu Cavaleiro sou eu Quem vem lá sou eu, Quem vem lá sou eu A tarde escureceu No caminho de deus Cavaleiro sou eu Sou eu Sete léguas de estrada, Sete noites acordada, Sete braços de mar Sou eu,

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Ave Maria

Ave Maria, ave Gratia plena, ave Dominus tecum Dominus tecum, tecum Benedicta tu in mulieribus, tu Benedictus frutus ventris tui, Jesu Jesu Sancta Maria Sancta Maria Mater Dei Ora pro nobis Ora pro nobis Peccatoribus Nunc et in hora, hora Nunc et in hora, hora Hora Mortis, nostrae, nostrae Amen.

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Superbacana

Toda essa gente se engana Ou então finge que não vê que eu nasci Pra ser o superbacana Eu nasci pra ser o superbacana Superbacana Superbacana Superbacana Super-homem Superflit, Supervinc Superist, Superbacana Estilhaços sobre Copacabana O mundo em Copacabana Tudo em Copacabana Copacabana O mundo explode longe, muito longe O sol responde O tempo esconde

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Anunciação

Maria, Maria Nosso filho está perto Esta noite eu o vi em sonhos Me chamando Antes já o pressentia Esta noite eu o vi de repente, vagamente Maria, Maria Maria tenho medo que você não chegue a tempo Que ele apareça em meu quarto noturno Com uma faca na mão E um sorriso violento nos

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Clarice

Há muita gente Apagada pelo tempo Nos papéis desta lembrança Que tão pouca me ficou Igrejas brancas Luas claras nas varandas Jardins de sonho e cirandas Foguetes claros no ar Que mistério tem Clarice Que mistério tem Clarice Pra guardar-se assim tão firme, no coração Clarice era morena Como as manhãs são morenas Era pequena

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Remelexo

Que menina é aquela Que entrou na roda agora Eu quero falar com ela Ninguém sabe onde ela mora Por ela bate o pandeiro Por ela canta a viola Enquanto ela está sambando Ninguém mais entra na roda Enquanto ela samba As outras ficam do lado de fora E quando ela pára O samba se

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Nenhuma dor

Minha namorada tem segredos Tem nos olhos mil brinquedos De magoar o meu amor Minha namorada, muito amada Não entende quase nada Nunca vem de madrugada Procurar por onde estou É preciso, ó doce namorada Seguirmos firmes na estrada Que leva nenhuma dor Minha doce e triste namorada Minha amada, idolatrada Salva, salva o nosso

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Um dia

Como um dia numa festa Realçavas a manhã Luz de sol, janela aberta Festa e verde o teu olhar Pé de avenca na janela Brisa verde, verdejar Vê se alegra tudo agora Vê se para de chorar Abre os olhos, mostra o riso Quero, careço, preciso De ver você se alegrar Eu não estou indo-me

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Cajuína

Existirmos: a que será que se destina? Pois quando tu me deste a rosa pequenina Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina Do menino infeliz não se nos ilumina Tampouco turva-se a lágrima nordestina Apenas a matéria vida era tão fina E éramos olharmo-nos intacta retina A cajuína cristalina em

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London, London

I’m wandering round and round, nowhere to go I’m lonely in London, London is lovely so I cross the streets without fear Everybody keeps the way clear I know I know no one here to say hello I know they keep the way clear I am lonely in London without fear I’m wandering round and

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Terra

Quando eu me encontrava preso na cela de uma cadeia Foi que vi pela primeira vez as tais fotografias Em que apareces inteira, porém lá não estavas nua E sim coberta de nuvens Terra, Terra, Por mais distante o errante navegante Quem jamais te esqueceria? Ninguém supõe a morena dentro da estrela azulada Na vertigem

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Tropicália

Sobre a cabeça os aviões Sob os meus pés, os caminhões Aponta contra os chapadões, meu nariz Eu organizo o movimento Eu oriento o carnaval Eu inauguro o monumento No planalto central do país Viva a bossa, sa, sa Viva a palhoça, ça, ça, ça, ça O monumento é de papel crepom e prata Os

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Coisa Mais Linda

Coisa mais bonita é você, Assim, Justinho você Eu juro, eu não sei porque você Você é mais bonita que a flor, Quem dera, A primavera da flor Tivesse todo esse aroma de beleza que é o amor Perfumando a natureza, Numa forma de mulher Porque tão linda assim não existe a flor Nem mesmo

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Sampa

Alguma coisa acontece No meu coração Que só quando cruzo a Ipiranga E a Avenida São João… É que quando eu cheguei por aqui Eu nada entendi Da dura poesia Concreta de tuas esquinas Da deselegância discreta De tuas meninas… Ainda não havia para mim Rita Lee A tua mais completa tradução Alguma coisa acontece

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O Leãozinho

gosto muito de te ver leãozinho caminhando sob o sol gosto muito de você leãozinho para desentristecer leãozinho o meu coração tão só basta eu encontrar você no caminho um filhote de leão raio da manhã arrastando o meu olhar como um ímã o meu coração é o sol pai de toda cor quando ele

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Alegria, Alegria

Caminhando contra o vento Sem lenço e sem documento No sol de quase dezembro Eu vou… O sol se reparte em crimes Espaçonaves, guerrilhas Em cardinales bonitas Eu vou… Em caras de presidentes Em grandes beijos de amor Em dentes, pernas, bandeiras Bomba e Brigitte Bardot… O sol nas bancas de revista Me enche de

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Não Enche

Me larga, não enche Você não entende nada E eu não vou te fazer entender… Me encara, de frente É que você nunca quis ver Não vai querer, nem vai ver Meu lado, meu jeito O que eu herdei de minha gente Eu nunca posso perder Me larga, não enche Me deixa viver, me deixa

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Um Sonho

lua na folha molhada brilho azul-branco olho-água, vermelho da calha nua tua ilharga lhana mamilos de rosa-fagulha fios de ouro velho na nuca estrela-boca de milhões de beijos-luz lua fruta flor folhuda ah! a trilha de alcançar-te galho, mulher, folho, filhos malha de galáxias tua pele se espalha ao som de minha mão traçar-lhe rotas

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Sozinho

Às vezes, no silêncio da noite Eu fico imaginando nós dois Eu fico ali sonhando acordado, juntando O antes, o agora e o depois Por que você me deixa tão solto? Por que você não cola em mim? Tô me sentindo muito sozinho! Não sou nem quero ser o seu dono É que um carinho

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