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Um Passeio no Mundo Livre

“Um passo à frente
E você não está mais no mesmo lugar”

Eu só quero andar
Nas ruas de Peixinhos
Andar pelo Brasil
Ou em qualquer cidade
Andando pelo mundo
Sem ter sociedade
Andar com meus amigos, e eletricidade
Andar com as meninas
Sem ser incomodado

Ná Ná Ná Ná Ná Ná Ná Ná Ná!

Eu só quero andar nas ruas do Brasil
Andar no mundo livre
Sem ter sociedade
Andando pelo mundo
E todas as cidades
Andar com os meus amigos
Sem ser incomodado
Andar com as meninas
E eletricidade

Ná Ná Ná Ná Ná Ná Ná Ná Ná!

Segura essa levada, segura o maracatu
Segura essa levada, segura o maracatu
Segura essa levada, segura o maracatu
Segura essa levada, segura o maracatu

Mangroove!

Eu só quero andar, nas ruas do Brasil
Eu só quero andar, em todas as cidades
Eu só quero andar, sem ser incomodado
Andar com as meninas, e eletricidade

Todos Estão Surdos

La ra la ra la ra la ra La ra la ra la ra la ra La ra la ra la ra la ra La ra la ra la ra la ra La ra la ra la ra la ra La ra la ra la ra la ra La ra la ra la ra la ra La ra la ra la ra la ra

Desde o começo do mundo
Que o homem sonha com a paz
Ela está dentro dele mesmo
Ele tem a paz e não sabe
É só fechar os olhos
E olhar pra dentro de si mesmo
Tanta gente se esqueceu
Que a verdade não mudou
Quando a paz foi ensinada
Pouca gente escutou
Meu Amigo, volte logo
Venha ensinar meu povo
O amor é importante
Vem dizer tudo de novo

Outro dia, um cabeludo falou:
“Não importam os motivos da guerra
A paz ainda é mais importante que eles.”
Esta frase vive nos cabelos encaracolados
Das cucas maravilhosas
Mas se perdeu no labirinto
Dos pensamentos poluídos pela falta de amor.
Muita gente não ouviu porque não quis ouvir
Eles estão surdos!

Tanta gente se esqueceu
Que o amor só traz o bem
Que a covardia é surda
E só ouve o que convém
Mas meu Amigo volte logo
Vem olhar pelo meu povo
O amor é importante
Vem dizer tudo de novo

Um dia o ar se encheu de amor
E em todo o seu esplendor as vozes cantaram.
Seu canto ecoou pelos campos
Subiu as montanhas e chegou ao universo
E uma estrela brilhou mostrando o caminho
“Glória a Deus nas alturas
E paz na Terra aos homens de boa vontade”

Tanta gente se afastou
Do caminho que é de luz
Pouca gente se lembrou
Da mensagem que há na cruz
Meu Amigo, volte logo
Venha ensinar meu povo
Que o amor é importante
Vem dizer tudo de novo

Toda Surdez Será Castigada

Lalalala
Lalalalala

Faz tempo
Esse som vem zunindo bem longe
Além dos suspiros
Até nos ouvidos escutam
As conversas das torres
Já soltaram as bombas em alto volume
Mesmo assim nem fizeram nem sombra
Na zuada o silêncio gira
Vagueia e acaba matando a manhã

Lalalala
Lalalalala

Vou escutar sua música inteira
Venha dançar você até o fim
A sonora madrugada
Voada distante do amanhecer
Vem o meu grito vai dormir
Na falta surda que cala os olhos e a flor
Nas janelas soltas no espaço
E outras escutas caladas também
Pra quem perdeu o sono na velocidade do vento
Desarma e cala
Toda surdez será castigada
No meio da grande mata de dizer adeus

Vou escutar sua musica inteira
Venha dançar você até o fim
A sonora madrugada
Voada distante do amanhecer
Até você
Até você

Sobremesa

Walking in the morning sun, my pockets are empty now.
I don’t have anything, only a little black boots.
And little flower in hand, looking to the city.
Cabs, buildings, people, a rocket on the sky, my mind fliiiieeesss.
Borboletas se equilibram no espaço.
Um muro velho em minha face.
Uma cadeira flutua num espiral.
Flores em minha camisa numa tarde do bairro.
E enquanto caminho pelas ruas da cidade, lembro que uma sobremesa me espera em casaaaa.

Eeeee, uma sobremesaa
Eeeee, uma sobremesaa
Eeeee, uma sobremesaa
Eeeee, uma sobremesaa

Wait,

Yeahhh

Sangue de Bairro

Bezouro, Moderno, Ezequiel.
Candeeiro, Seca Preta, Labareda, Azulão.
Arvoredo, Quina-Quina, Bananeira, Sabonete.
Catingueira, Limoeiro, Lamparina, Mergulhão, Corisco!
Volta Seca, jararaca, cajarana, Viriato.
Gitirana, Moita-Brava, Meia-noite, Zambelê.
Quando degolaram minha cabeça, passei mais dois minutos vendo meu corpo tremendo, e não sabia o que fazer.
Morrer, viver, morrer, viver!

Samba Makossa

Samba maioral!
Onde é que você se meteu antes de chegar na roda meu irmão?
A responsabilidade de tocar o seu pandeiro é a responsabilidadede você manter-se inteiro
Por isso chegou a hora desta roda começar
Samba Makossa da pesada, vamos todos celebrar

Cerebral, é assim que tem que ser
Maioral, é assim que é
Som da cabeça e foguete do pé
Samba makossa sem hora marcada, é da pesada
Samba, samba, samba, samba, samba, samba, samba!

Onde é que você se meteu antes de chegar na roda meu irmão?
A responsabilidade de tocar o seu pandeiro é a responsabilidadede você manter-se inteiro
A responsabilidade de tocar o seu pandeiro
é a de você manter-se inteiro
Por isso chegou a hora desta roda começar
Samba Makossa da pesada, vamos todos celebrar
Cerebral, é assim que tem que ser
Maioral, é assim que é
Som da cabeça e foguete do pé
Samba makossa sem hora marcada, é da pesada
Samba, samba, samba, samba, samba, samba, samba!

Samba do Lado

Faminto e calmo o samba chegou.
Domingo, de todos os lados, daqui pra ali, de lá pra cá.
Pode-se escutar um som aqui no Brasil.
Lembro quase tudo que sei, e organizando as idéias, lembro que esqueci tudo.
Mas, eu escuto o samba, e você samba de que lado, de de que lado você samba, e você samba de que lado, de que lado você samba.
De que lado, de que lado, de que lado, você vai sambar.
O problema, são problemas demais, e não correr atrás da maneira certa de solucionar.
Olha o samba de teu lado, do teu lado olha o samba, olha o samba do teu lado, do lado olha o samba, do teu lado. do teu lado, do teu lado, do teu lado, o samba chegar.
Olha o zambo do teu lado, do lado olha o zambo, olha o zambo do teu lado, do teu lado olha o zambo, olha o zambo, olha o zambo.
O problema, são problemas demais, e não correr atrás da maneira certa de solucionar.
Lembro quase tudo que sei, e organizando as idéias, lembro que esqueci de tudo.
Mas, eu escuto o samba, e você samba de que lado, de lado você samba, você samba de que lado, de que lado você samba, de que lado, de que lado, de que lado, de que lado você vai sambar.

Risoflora

Eu sou um caranguejo e estou de andada
Só por sua causa, só por você, só por você
E quando estou contigo eu quero gostar
E quando estou um pouco mais junto eu quero te amar
E ai de deitar de lado como a flor que eu tinha na mão
E ai esqueci na calçada só por esquecer
Apenas porque você não sabe voltar pra mim
Oh Risoflora !
Vou ficar de andada até te achar
Prometo meu amor vou me regenerar
Oh Risoflora !
Não vou dar mais bobeira dentro de um caritó
Oh Risoflora, não me deixe só
Eu sou um carangueijo e quero gostar
Enquanto estou um pouco mais junto eu quero te amar
E acho que você não sabe o que é isso não
E se sabe pelo menos você pode fingir
E em vez de cair em suas mãos preferia os seus braços
E em meus braços te levarei como uma flor
Pra minha maloca na beira do rio, meu amor !
Oh Risoflora !
Vou ficar de andada até te achar
Prometo meu amor vou me regenerar
Oh Risoflora !
Não vou dar mais bobeira dentro de um caritó
Oh Risoflora, não me deixe só.

Rios, Pontes e Overdrives

Porque no rio tem pato comendo lama?
Porque no rio tem pato comendo lama?
Porque no rio tem pato comendo lama?

Rios, pontes e overdrives – impressionantes esculturas de lama
Mangue, mangue, mangue, mangue, mangue, mangue, mangue
Rios, pontes e overdrives – impressionantes esculturas de lama
Mangue, mangue, mangue, mangue, mangue, mangue, mangue

E a lama come mocambo e no mocambo tem molambo
E o molambo já voou, caiu lá no calçamento bem no sol do meio-dia
O carro passou por cima e o molambo ficou lá

Molambo eu, molambo tu, molambo eu, molambo tu

Rios, pontes e overdrives – impressionantes esculturas de lama
Mangue, mangue, mangue, mangue, mangue, mangue, mangue
Rios, pontes e overdrives – impressionantes esculturas de lama
Mangue, mangue, mangue, mangue, mangue, mangue, mangue

É macaxeira, Imbiribeira, Bom pastor, é o Ibura, Ipseb, Torreão,Casa Amarela
Boa Viagem, Genipapo, Bonifácio, Santo Amaro, Madalena, BoaVista, Dois Irmãos
É Cais do porto, é Caxangá, é Brasilit, Beberibe,CDU, Capibaribe, é o Centrão
Eu falei!

Rios, pontes e overdrives -impressionantes esculturas de lama
Mangue, mangue, mangue, mangue, mangue, mangue, mangue
Rios, pontes e overdrives -impressionantes esculturas de lama
Mangue, mangue, mangue, mangue, mangue, mangue, mangue

E a lama come mocambo e no mocambo tem molambo
E o molambo já voou, caiu lá no calçamento bem no sol do meio-dia
O carro passou por cima e o molambo ficou lá

Molambo eu, molambo tu, molambo eu, molambo tu

Rios, pontes e overdrives -impressionantes esculturas de lama
Mangue, mangue, mangue, mangue, mangue, mangue, mangue
Rios, pontes e overdrives -impressionantes esculturas de lama
Mangue, mangue, mangue, mangue, mangue, mangue, mangue

Molambo eu, molambo tu, molambo eu, molambo tu

Molambo boa peça de pano pra se costurar mentira
Molambo boa peça de pano pra se costurar miséria
Molambo boa peça de pano pra se costurar mentira, mentira, mentira
Molambo boa peça de pano pra se costurar miséria, miséria, miséria

Molambo eu, molambo tu, molambo eu, molambo tu
Mangroove!

O Cidadão do Mundo

A estrovenga girou
Passou perto do meu pescoço
Corcoviei, corcoviei
Não sou nenhum besta seu moço

A coisa parecia fria
Antes da luta começar
Mas logo a estrovenga surgia
Girando veloz pelo ar

2x:
Eu pulei, eu pulei
E corri no coice macio
Só queria matar a fome
No canavial na beira do rio

Jurei, jurei
Vou pegar aquele capitão
Vou juntar a minha nação
Na terra do maracatu
Dona Ginga, Zumbi, Veludinho
E segura o baque do Mestre Salu
Eu vi, eu vi
A minha boneca vodu
Subir e descer do espaço
Na hora da coroação
Me desculpe senhor, me desculpe
Mas essa aqui é a minha nação

2X:
Daruê Malungo, Nação Zumbi
É o zum, zum, zum da capital
Só tem caranguejo esperto
Saindo desse manguezal

2X:
Eu pulei, eu pulei
E corria no coice macio
Encontrei o cidadão do mundo
No manguezal na beira do rio

Josué !!!
Eu corri, saí no tombo
Se não ia me lascá
Desci a beira do rio
Fui pará na capitá
Quando vi numa parede um pinico anunciá
É liquidação total
O falante anunciou
Ih! Tô liquidado
O pivete pensou
Conheceu uns amiginhos e com eles se mandou
É, aí meu velho
Abotoa o paletó
Não deixe o queixo cair e segura o rojão
Vinha cinco maloqueiro
Em cima do caminhão
Pararam lá na igreja
Conheceram uns irmão
Pediram pão pra comer
Com um copo de café
Um ficou roubando a missa
E quatro deram no pé
Chila, Relê, Domilindró !!!!

Monólogo ao Pé do Ouvido

Modernizar o passado
É uma evolução musical
Cadê as notas que estavam aqui
Não preciso delas!
Basta deixar tudo soando bem aos ouvidos
O medo dá origem ao mal
O homem coletivo sente a necessidade de lutar
o orgulho, a arrogância, a glória
Enche a imaginação de domínio
São demônios, os que destroem o poder bravio da humanidade
Viva Zapata!
Viva Sandino!
Viva Zumbi!
Antônio Conselheiro!
Todos os panteras negras
Lampião, sua imagem e semelhança
Eu tenho certeza, eles também cantaram um dia.

Mateus Enter

Eu vim com a Nação Zumbi
Ao seu ouvido falar
Quero ver a poeira subir
E muita fumaça no ar
Cheguei com meu universo
e aterriso no seu pensamento
Trago a luzes dos postes nos olhos
Rios e pontes no coração
Pernambuco embaixo dos pés
E minha mente na imensidão.

Maracatu de Tiro Certo

De tiro certeiro, é tiro certeiro
Como bala que já cheira a sangue
Quando o gatilho é tão frio
Quanto quem tá na mira- o morto!
Eh, foi certeiro- Oh se foi
O sol é de aço e a bala escaldante
Tem gente que é como barro
Que ao toque de uma se quebra
Outro não!
Ainda conseguem abrir os olhos
E no outro dia assitir TV
Mas comigo é certeiro meu irmão
Nào encosta em mim que hoje eu não tô pra conversa
Seus olhos estão em brasa
Fumaçando ! Fumaçando ! Fumaçando ! Fumaça !
Não saca arma não- a arma não ?
Já ouvi, calma !
As balas já não mais atendem ao gatilho
Já não mais atendem ao gatilho, já não mais atendem…

Maracatu Atômico

O bico do beija-flor
Beija a flor, beija a flor
E toda fauna-flora grita de amor
Quem segura o porta-estandarte
Tem a arte, tem a arte
E aqui passa com raça eletrônico o maracatu atômico

Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê
Anamauê

Atrás do arranha-céu tem o céu tem o céu
E depois tem outro céu sem estrelas
Em cima do guarda-chuva, tem a chuva tem a chuva,
Que tem gotas tão lindas que até dá vontade de comê-las

Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê

No meio da couve-flor tem a flor, tem a flor,
Que além de ser uma flor tem sabor
Dentro do porta-luva tem a luva, tem a luva
Que alguém de unhas negras e tão afiadas esqueceu de pôr

Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê

No fundo do para-raio tem o raio, tem o raio,
Que caiu da nuvem negra do temporal
Todo quadro negro é todo negro é todo negro
Que eu escrevo seu nome nele só pra demonstrar o meu apego

Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê

O bico do beija-flor
Beija a flor, beija a flor,
E toda fauna flora grita de amor
Quem segura o porta-estandarte
Tem a arte, tem a arte
E aqui passa com raça eletrônico o maracatu atômico

Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê…

Macô

De bamba nada
Só queres barbada
Tú ta de terno amarelo porque tá fazendo sol
Olha só que cara desarrumado
Que chapéu torto
Que óculos enfeitado

Ô zé mané, Ô zé mané, Ô zé mané Ô
MACÔ, MACÔ, MACÔ, MACÔ !!!

De zambo nada tu só quer mamata
Tu só quer ficar na minha porque eu tô de mão cheia
Olha só que menina bonitinha
pra poder ficar comigo tem que saber de cozinha

Ô menina, Ô menina, Ô menina Ô
MACÔ, MACÔ, MACÔ, MACÔ !!!

De lama nada
Segura essa garrafa
O Gargalo já tá feito
‘tais adivinhando cheia
Olha pra lá, vira a cara não dá bola
Pega uma ficha aí bota lá na radiola

Cadê Roger, Cadê Roger, Cadê Roger Ô
MACÔ, MACÔ, MACÔ, MACÔ !!!

Etnia

Somos todos juntos uma miscigenação
E não podemos fugir da nossa etnia
Índios, brancos, negros e mestiços
Nada de errado em seus princípios
O seu e o meu são iguais
Corre nas veias sem parar
Costumes, é folclore é tradição
Capoeira que rasga o chão
Samba que sai da favela acabada
É hip hop na minha embolada

É o povo na arte
É arte no povo
E não o povo na arte
De quem faz arte com o povo

Por de trás de algo que se esconde
Há sempre uma grande mina de conhecimentos
e sentimentos

Não há mistérios em descobrir
O que você tem e o que gosta
Não há mistérios em descobrir
O que você é e o que você faz

Maracatu psicodélico
Capoeira da Pesada
Bumba meu rádio
Berimbau elétrico
Frevo, Samba e Cores
Cores unidas e alegria
Nada de errado em nossa etnia.

Da Lama ao Caos

Posso sair daqui para me organizar
Posso sair daqui para desorganizar
Posso sair daqui para me organizar
Posso sair daqui para desorganizar

Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana

O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu ví um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um carangueijo andando pro sul
Saiu do mangue, virou gabiru

Ô Josué, eu nunca ví tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça

Peguei um baláio, fui na feira roubar tomate e cebola
Ia passando uma véia, pegou a minha cenoura
“Aí minha véia, deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia não consigo dormir”
E com o bucho mais cheio começei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me organizando posso desorganizar

Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana

O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu ví um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um carangueijo andando pro sul
Saiu do mangue, virou gabiru

Ô Josué, eu nunca ví tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça

Peguei um baláio, fui na feira roubar tomate e cebola
Ia passando uma véia, pegou a minha cenoura
“Aí minha véia, deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia não consigo dormir”
E com o bucho mais cheio começei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me organizando posso desorganizar

Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana

Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana

Corpo de Lama

Este corpo de lama que tu vê
É apenas a imagem que sou
Este corpo de lama que tu vê
É apenas a imagem que é tu
Que o sol não segue os pensamentos
Mas a chuva muda os sentimentos
Se o asfalto é meu amigo eu caminho
Como aquele grupo de caranguejos
Ouvindo a música dos trovões
Esta chuva de longe que tu vê
É apenas a imagem que sou
Este sol bem de longe que tu vê
É apenas a imagem que é tu
Fiquei apenas pensando que seu rosto
Parece com as minhas idéias fiquei apenas
Lembrando que há muitas garotas sorrindo
Em ruas distantes há muitos meninos
Correndo em mangues distantes
Esta rua de longe que tu vê
É apenas a imagem que sou
Esse mangue de longe q tu vê
É apenas a imagem que é tu ehhh!!
Se o asfalto é meu amigo eu caminho
Como aquele grupo de caranguejos
Ouvindo a música dos trovões
Deixai que os fatos sejam fatos naturalmente
Sem que sejam forjados para acontecer
Deixai que os olhos vejam os pequenos detalhes
Lentamente deixai que as coisas que lhe circundam
Estejam sempre inertes como móveis
Inofensivos para lhe servir quando for
Preciso e nunca lhe causar danos
Sejam eles morais físicos ou psicológicos

Computadores Fazem Arte

Computadores fazem arte
Artistas fazem dinheiro.
Computadores fazem arte
Artistas fazem dinheiro.
Computadores avançam
Artistas pegam carona.
Cientistas criam robôs
Artistas levam a fama.

Banditismo por uma Questão de Classe

Há um tempo atrás se falava de bandidos
Há um tempo atrás se falava em solução
Há um tempo atrás se falava e progresso
Há um tempo atrás que eu via televisão

Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha
Não tinha medo da perna cabiluda
Biu do olho verde fazia sexo, fazia
Fazia sexo com seu alicate

Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha
Não tinha medo da perna cabiluda
Biu do olho verde fazia sexo, fazia
Fazia sexo com seu alicate

Oi sobe morro, ladeira, córrego, beco, favela
A polícia atrás deles e eles no rabo dela
Acontece hoje e acontecia no sertão
Quando um bando de macaco perseguia Lampião
E o que ele falava outros hoje ainda falam
“Eu carrego comigo: coragem, dinheiro e bala”
Em cada morro uma história diferente
Que a polícia mata gente inocente

E quem era inocente hoje já virou bandido
Pra poder comer um pedaço de pão todo fudido

Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha
Não tinha medo da perna cabiluda
Biu do olho verde fazia sexo, fazia
Fazia sexo com seu alicate

Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha
Não tinha medo da perna cabiluda
Biu do olho verde fazia sexo, fazia
Fazia sexo com seu alicate

Oi sobe morro, ladeira, córrego, beco, favela
A polícia atrás deles e eles no rabo dela
Acontece hoje e acontecia no sertão
Quando um bando de macaco perseguia Lampião
E o que ele falava outros hoje ainda falam
“Eu carrego comigo: coragem, dinheiro e bala”
Em cada morro uma história diferente
Que a polícia mata gente inocente

E quem era inocente hoje já virou bandido
Pra poder comer um pedaço de pão todo fudido

Banditismo por pura maldade
Banditismo por necessidade
Banditismo por pura maldade
Banditismo por necessidade
Banditismo por uma questão de classe!
Banditismo por uma questão de classe!
Banditismo por uma questão de classe!
Banditismo por uma questão de classe!

Antene-se

É só uma cabeça equilibrada em cima do corpo
Escutando o som das vitrolas, que vem dos mocambos
Entulhados a beira do Capibaribe
Na quarta pior cidade do mundo
Recife, cidade do mangue
Incrustada na lama dos manguezais
Onde estão os homens carangueijos
Minha corda costuma sair de andada
No meio da rua em cima das pontes
É só uma cabeça equilibrada em cima do corpo
Procurando antenar boas vibrações
Procurando antenar boa diversão
Sou, sou, sou, sou, sou Mangueboy !!!
Recife, cidade do mangue
Onde a lama é a irresureição
Onde estão os homens carangueijos
Minha corda costuma sair de andada
No meio da rua em cima das pontes
É só equilibrar sua cabeça em cima do corpo
Procure antenar boas vibrações
Procure antenar boa diversão
Sou, sou, sou, sou, sou Mangueboy !!!

Amor de Muito

A menina esperava seu homem chegar
E olhava todo dia a linha do mar
Ele só quer escutar o que ela quer dizer
Ela sabe do desejo do seu coração

Aí ela disse: vai querer?

O menino esperava sua mulher chegar
E andava todo dia em cima do mar
Ela só quer escutar o que ele quer dizer
Ele sabe do desejo do seu coração

Aí ele disse: por amor, ou por besteira?

A Praieira

No caminho é que se vê
A praia melhor pra ficar
Tenho a hora certa pra beber

Uma cerveja antes do almoço é muito bom pra ficar pensando melhor

E eu piso onde quiser
Você está girando melhor, garota
Na areia onde o mar chegou
A ciranda acabou de começar, e ela é!
E é praieira!!!
Segura bem forte a mão
E é praieira !!!
Vou lembrando a Revolução
Vou lembrando a Revolução
Mas há fronteiras nos jardins da razão

E na praia é que se vê,
A areia melhor pra deitar
Vou dançar uma ciranda pra beber

Uma cerveja antes do almoço é muito bom pra ficar pensando melhor

Você pode pisar onde quer
Que você se sente melhor
Na areia onde o mar chegou
A ciranda acabou de começar, e ela é!
E é praieira!!!
Segura bem forte a mão
E é praieira !!!
Vou lembrando a Revolução
Vou lembrando a Revolução
Mas há fronteiras nos jardins da razão

Vai pisando, ê!
Segurando, ê!
Arrastanto, ê!
É praieira!
É praieira!
É praieira!

E na praia é que se vê,
A areia melhor pra deitar
Vou dançar uma ciranda pra beber

Uma cerveja antes do almoço é muito bom pra ficar pensando melhor
Você pode pisar onde quer
Que você se sente melhor
Na areia onde o mar chegou
A ciranda acabou de começar, e ela é!
E é praieira!!!
Segura bem forte a mão
E é praieira !!!
Vou lembrando a Revolução
Vou lembrando a Revolução
Mas há fronteiras nos jardins da razão

Vai pisando, ê!
Vai girando, ê!
Segurando, ê!
Arrastando, ê!
Arrastando
Arrastando
Arrastando
É praieira!
É praieira!
É praieira!
É praieira!

No caminho é que se vê
A praia melhor pra ficar
Tenho a hora certa pra beber

Uma cerveja antes do almoço é muito bom pra ficar pensando melhor

A Cidade

O sol nasce e ilumina as pedras evoluídas
Que cresceram com a força de pedreiros suicidas
Cavaleiros circulam vigiando as pessoas
Não importa se são ruins, nem importa se são boas
E a cidade se apresenta centro das ambições
Para mendigos ou ricos e outras armações
Coletivos, automóveis, motos e metrôs
Trabalhadores, patrões, policiais, camelôs

A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce

A cidade se encontra prostituída
Por aqueles que a usaram em busca de saída
Ilusora de pessoas de outros lugares
A cidade e sua fama vai além dos mares
No meio da esperteza internacional
A cidade até que não está tão mal
E a situação sempre mais ou menos
Sempre uns com mais e outros com menos

A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce

Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tu
Pra a gente sair da lama e enfrentar os urubu

Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tu
Pra a gente sair da lama e enfrentar os urubu

Num dia de sol Recife acordou
Com a mesma fedentina do dia anterior

A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce