Skip to main content

Desejo louco

Não me pergunte quem sou
De onde vim, pra onde vou
Sou passageiro do tempo, tô aqui já me vou

Vim numa estrela sem luz, para não te acordar
Me transportei da saudade pra a realidade
Aqui vim parar, porque

Tive esse desejo louco de beijar tua boca
De morder tua língua de furar teus olhos
De arrancar teus cabelos de te acorrentar

Nada mais que um momento
E o meu pensamento ficou em você
Foram mais de mil horas, que eu vi passar
No espaço de tempo, do nosso olhar, e então

Tive esse desejo louco de beijar tua boca
De morder sua língua de furar teus olhos
De arrancar seus cabelos, de te acorrentar

Não me pergunte quem sou
De onde vim pra onde vou
Vim do vazio da vida
Vou pro cansaço do amor, porque

Tive esse desejo louco de beijar tua boca
De morder tua língua de furar teus olhos
De arrancar teus cabelos de te acorrentar

Voa pombinha

Eu não consigo esquecer aquela menina
Que modificou para sempre a minha vida
Ela chegou na cidade um dia
Num parque muito bonito trazendo alegria

Todas as noites ao parque eu ia
E lá chegando ela sempre me sorria
Falei do amor que por ela sentia
E de um desejo imenso que em meu peito havia

De carregá-la em meus braços e abraçá-la
De afagar seus cabelos e beijá-la
Ela jurou que em meu caso pensaria
Que dentro de uma semana a resposta daria

Uma semana mais tarde eu voltava
Pensando só na resposta que ansioso aguardava
E foi tão grande a surpresa, maior foi minha tristeza
Pois não havia mais nada naquele lugar

Voa pombinha, voa
Vê se descobre onde ela esta
Diga que estou sofrendo
E que vou morrer se ela não voltar

Menina

Menina, que um dia conheci criança, 
Me aparece assim de repente, 
Linda, virou mulher,

Menina, como pude te amar agora, 
Te carreguei no colo, menina 
Cantei pra ti dormir

Te carreguei no colo, menina 
Cantei pra ti dormir

Lembro a menina feia, 
Tão acanhada e de pé no chão, 
Hoje, maliciosa, guarda um segredo, 
Em seu coração, 

Menina, que tantas vezes fiz chorar, 
Achando graça quando ela dizia, 
Quando crescer vou casar com você,

Menina, como pude te amar agora, 
Te carreguei no colo menina, 
Cantei pra ti dormir,
Te carreguei no colo menina, 
Cantei pra ti dormir…

Menina do subúrbio

Trabalhou o dia inteiro
Sem tempo pra sonhar
A menina do subúrbio
Espera encontrar

O seu príncipe encantado
E entregar seu coração
E faria qualquer coisa
Pela sua ilusão

Quando alguém se oferece
Para em casa a levar
Ela diz que tem seu carro
Para não se preocupar

Pois não quer que ninguém saiba
Que ela mora muito além
Finge que não quer carona
E vai pegar o trem

Lê as colunas sociais
Sonha com seu nome nos jornais
Espera o convite para ser atriz
E pede a Deus para ser feliz

Ouve música estrangeira
Sentada na janela
Não entende uma palavra
Mas pensa que é pra ela

Finge que é importante
Pras meninas lá da rua
E não vê que no subúrbio
A vida continua

Prece ao vento

Vento que balança as palhas do coqueiro
Vento que encrespa as ondas do mar
Vento que assanha os cabelos da morena
Me traz notícia de lá

Vento que assovia no telhado
Chamando para a lua espiar
Vento que na beira lá da praia
Escutava o meu amor a cantar

Hoje estou sozinho e tu também
Triste, mas lembrando do meu bem

Vento diga, por favor,
Aonde se escondeu o meu amor
Vento diga, por favor,
Aonde se escondeu o meu amor

Vento que balança as palhas do coqueiro
Vento que encrespa as ondas do mar
Vento que assanha os cabelos da morena
Me traz notícia de lá

Vento que assovia no telhado
Chamando para a lua espiar
Vento que na beira lá da praia
Escutava o meu amor a cantar

Hoje estou sozinho e tu também
Triste mas lembrando do meu bem

Vento diga, por favor,
Aonde se escondeu o meu amor
Vento diga, por favor,
Aonde se escondeu o meu amor

Vento diga, por favor,
Aonde se escondeu o meu amor
Vento diga, por favor,
Aonde se escondeu o meu amor

Recordações

Olhando a chuva que é tão fria
Eu recordo que um dia
Tudo acabou
Os sonhos que eu acalentava
As coisas que eu acreditava
Você levou

Levou a minha vida inteira
Tive a dor por companheira
Sofri demais
Eu vou vivendo de saudade
E dessa tal felicidade
Gostaria de saber

Recordações fazem chorar
Recordações não vou guardar
Recordações fazem chorar
Recordações não vou guardar

Tanta tristeza no meu peito
E eu tentando achar um jeito
De não lembrar
De tudo que era a nossa vida
Não pensei em despedida
Chorei demais

A minha vida está errada
Eu tinha tudo e agora nada
Sobreviveu

Eu vou vivendo de lembrança
Mas guardando a esperança
De encontrar um novo amor

Recordações fazem chorar
Recordações não vou guardar
Recordações fazem chorar
Recordações não vou guardar

Sorte tem quem acredita nela

Não adianta um pé de coelho
No bolso traseiro
Nem mesmo a tal ferradura
Suspensa atrás da porta

Ou um astral bem maior
Que o da noite passada
Pois toda sorte
Tem quem acredita nela

Não é preciso dizer
Que dará recompensa
Não faça isso
Há muitos que gostam de criticar

Esperam a sorte sentados
Sem sair do lugar
Mas toda sorte
Tem quem acredita nela

Não adianta ir à igreja rezar
E fazer tudo errado
Você quer a frente das coisas
Olhando de lado

O céu que te cobre
Não cobra a luz da manhã
Desperte pra vida, acredite
A sorte é irmã

Você não me ensinou a te esquecer

Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto

E nesse desespero em que eu me vejo
Já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você
Só pra ver se te encontro

Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora eu vou fazer por onde
Nunca mais perdê-la

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo que você se retirou
E me atirou, e me deixou aqui sozinho

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar

Cadeira de rodas

Sentada na porta
Em sua cadeira de rodas ficava
Seus olhos tão lindos
Sem ter alegria
Tão triste chorava

Mas quando eu passava
A sua tristeza chegava ao fim
Sua boca pequena
No mesmo instante
Sorria pra mim

Aquela menina era a felicidade
Que eu tanto esperei
Mas não tive coragem
E não lhe falei do meu grande amor
E agora, por onde ela anda?
Eu não sei

Hoje eu vivo sofrendo e sem alegria
Não tive coragem bastante pra me decidir
Aquela menina em sua cadeira de rodas
Tudo eu daria pra ver novamente sorrir

A desconhecida

Numa tarde tão linda de Sol
Ela me apareceu
Com um sorriso tão triste
Um olhar tão profundo, já sofreu

Suas mãos tão pequenas e frias
Sua voz tropeçava também
Me falava da infância de lágrimas
Nunca teve ninguém

Nunca teve amor
Não sentiu calor de alguém
Nem sequer ouviu a palavra carinho
Seu ninho não existiu

Sinceramente eu chorei de tristeza
Ao ouvir tanta coisa que a vida oferece
Que a gente padece sem querer

Depois de tudo que ouvi
Não consigo esquecer
Ela me disse adeus e se foi
Nem seu nome eu sei dizer

De onde ela veio, pra onde ela vai?
Não sei dizer