Poeta: Raul Bopp

Raul Bopp nasceu no dia 4 de agosto de 1898, na Vila Pinhal, que pertencia ao município de Santa Maria (RS). Descendente de imigrantes alemães ainda quando bebê mudou-se com a família para a cidade de Tupanciretã. Raul Bopp fez parte da Primeira Geração do Modernismo e, além de poeta, atuou como jornalista e cronista. Sua obra Cobra Norato (1931) é um dos grandes sucessos do Movimento Antropofágico. 

Raul Bopp ingressou em 1918 na Faculdade de Direito de Porto Alegre e, além disso, também estudou também no Rio de Janeiro, Recife e em Belém. Dez anos após dar início aos seus estudos aproximou-se de Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade. Juntos fizeram parte da Revista Antropofagia e integraram o movimento de mesmo nome.  Em 1931, Raul Bopp publicou o poema narrativo “Cobra Norato”, a estrutura da obra é épico-dramática, inspirada em sua ida à Amazônia, tendo como enredo as aventuras de um jovem que estrangula a Cobra Norato na floresta amazônica. 

Publicou poemas como: Urucungo (1933) e Poesias (1947).  Além disso, escreveu artigos e memórias, entre eles estão: Os Movimentos Modernistas (1966), Vida e Morte da Antropofagia, América, Notas de um Caderno sobre o Itamaraty e Memórias de um Embaixador.

Coco de Pagu – Raul Bopp

Pagu tem os olhos moles uns olhos de fazer doer. Bate-côco quando passa. Coração pega a bater. Eh Pagu eh!Dói porque é bom de fazer doer. Passa e me puxa com os olhos provocantissimamente.Mexe-mexe bamboleiapra mexer com toda a gente. Eli Pagu eh!Dói porque é bom de fazer doer. Toda a gente fica olhando o seu corpinho de vai-e-vem umbilical e …

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Monjolo chorado do bate-pilão – Raul Bopp

Fazenda velha. Noite e diaBate-pilão. Negro passa a vida ouvindoBate-pilão. Relógio triste o da fazenda.Bate-pilão. Negro deita. Negro acorda.Bate-pilão. Quebra-se a tarde. Ave-Maria.Bate-pilão. Chega a noite. Toda a noiteBate-pilão. Quando há velório de negroBate-pilão. Negro levado pra covaBate-pilão. Raul Bopp Autor: Raul Bopp

Favela – Raul Bopp

Meio-dia. O morro coxo cochila. O sol resvala devagarzinho pela rua torcida como uma costela. Aquela casa de janelas com dor-de-dente amarrou um coqueiro do lado. Um pé de meia faz exercícios no arame. Vizinha da frente grita no quintal: – João! Ó João! Bananeira botou as tetas do lado de fora. Mamoeiros estão de …

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