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Se eu sorrir

Se eu sorrir, meu pranto ninguém verá
Se eu cantar, minha alegria virá
Hei de resistir esta paixão que me domina
Eu tenho a certeza que amar foi a minha ruína

Meu Criador, olhai o meu sofrer
Não perco a esperança de vencer
Eu amei tanto e não venci
Só Deus é quem sabe o que eu sofri
Vou dar por terminada esta minha triste sina
Porque amar foi a minha ruína

Quando eu me chamar saudade

Sei que amanhã
Quando eu morrer
Os meus amigos vão dizer
Que eu tinha um bom coração
Alguns até hão de chorar
E querer me homenagear
Fazendo de ouro um violão
Mas depois que o tempo passar
Sei que ninguém vai se lembrar
Que eu fui embora
Por isso é que eu penso assim
Se alguém quiser fazer por mim
Que faça agora.

Me dê as flores em vida
O carinho, a mão amiga,
Para aliviar meus ais.
Depois que eu me chamar saudade
Não preciso de vaidade
Quero preces e nada mais

Rei vadio

Consolei
Meu peito tão marcado
Quando relembrei as lutas do passado
Tropecei
Nos cantos dessa vida
Cada esquina traz
A dor, uma ferida

Noites eu varei
Mas cada amor me fez um rei
Um rei vadio
Um poeta tão sem lei
Não vivi em vão
Fiz tantos amigos
Muito irmão
Nem mesmo a mágoa
Pôde calar meu violão

Mulher sem alma

Fui tão bom pra ela
Dei meu nome a ela
Tudo no princípio eram flores
Sema saber que eu era demais
Entre seus amores
Quase passei fome
Para honrar seu nome
Tropecei nos erros
De uma mulher sem alma
Mas eu não perdi a calma
Eu não sei por que isso acontece
Em minha vida
Mais uma ferida
No meu peito a sangrar
Só a minha fé
É que me traz consolação
Pra tanta humilhação
Que eu vivo a suportar
Fui tão bom pra ela
Deu meu nome a ela
Tudo no princípio eram flores
Sem saber que eu era demais
Entre os seus amores
Quase passei fome
Para honrar seu nome
Tropecei nos erros
De uma mulher sem alma
Mas não perdi a calma

Tatuagem

O meu único fracasso
Está na tatuagem do meu braço

É feliz quem já viveu aflito
E hoje tem a vida sossegada
Muita gente tem o corpo tão bonito
Mas tem a alma toda tatuada

Minha festa

La, lalaia laia laia, lalaia laia laia, lalaia laia laia, ia
La, lalaia laia laia, lalaia laia laia, lalaia laia laia

Graças a deus minha vida mudou
Quem me viu, quem me vê, a tristeza acabou
Contigo aprendi a sorrir
Escondeste o pranto de quem sofreu tanto
Organizaste uma festa em mim
É por isso que eu canto assim

La, lalaia laia laia, lalaia laia laia, lalaia laia laia, ia
La, lalaia laia laia, lalaia laia laia, lalaia laia laia

A flor e o espinho

Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu só errei quando juntei minh’alma à sua
O sol não pode viver perto da lua

É no espelho que eu vejo a minha mágoa
A minha dor e os meus olhos rasos d’água
Eu na sua vida já fui uma flor
Hoje sou espinho em seu amor

O bem e o mal

Nunca é tarde pra quem sabe esperar

O que se espera há de se alcançar

Eu plantei o bem e vou colher o que mereço

A felicidade deve ter meu endereço

Eu não sei porque tu falas mal de mim

Se eu tenho defeitos Deus me fez assim

Mas tenho certeza do que me convém

Entre o mal e o bem

Tu és a treva e eu sou a luz

Entre nós dois não pode haver a união

Eu tenho a fé que me conduz

Pra me livrar de quem deseja

Apunhalar meu coração

Deus me fez assim

Nunca se deve odiar
Nem desejar mal a ninguém
Seria bom a gente ver
Todos vivendo muito bem
Juro por tudo que é sagrado
Jamais pensei em me vingar
O que eu mais aprendi no mundo
Foi viver, sofrer e perdoar

Não é você que vai fazer
Mudar a minha opinião
Posso chorar que ninguém vai
Modificar meu coração
Já perdoei até você
Que desejou meu fim
Que bom que Deus me fez assim

Luto

Respeite a minha dor
Não cante agora
Perdi meu grande amor
Faz uma hora

O seu gesto é muito feio
Você deve respeitar o mau alheio
Eu também já fui feliz
Até que um dia
O luto envolveu minha alegria

A minha mágoa quase deformou meu rosto
Repare bem que não é pouco o meu desgosto
Depois de tantos anos
Perdi meu grande amor
Não cante agora que é demais a minha dor

Cuidado com a outra

Vou abrir a porta
Mais uma vez pode entrar
É Dia das Mães
Eu resolvi lhe perdoar
Vou abrir a porta
Mais uma vez pode entrar
É Dia das Mães
Eu resolvi lhe perdoar
Deus me ensinou praticar o bem
Deus me deu essa bondade
Vou abrir a porta pra você entrar
Mas não demore
Que a outra pode lhe encontrar

Folhas secas

Quando eu piso em folhas secas
Caídas de uma mangueira
Penso na minha escola
E nos poetas da minha estação primeira

Não sei quantas vezes
Subi o morro cantando
Sempre o sol me queimando
E assim vou me acabando.

Quando o tempo avisar
Que não posso mais cantar
Sei que vou sentir saudade
Ao lado do meu violão
Da minha mocidade

A Mangueira me chama

A Mangueira me chama, eu vou
Sempre fui o seu defensor
Sou um filho fiel
À Mangueira eu tenho amor

Foi a Mangueira quem me deu apoio e fama
Até hoje ela me ama
Agora vieram me dizer
Que a Mangueira quer me ver

Rugas (Nelson Cavaquinho; Augusto Garcez e Ari Ribeiro)

Se eu for pensar muito na vida
Morro cedo, amor.
Meu peito é forte,
Nele tenho acumulado tanta dor.
As rugas fizeram residência no meu rosto
Não choro pra ninguém
Me ver sofrer de desgosto.

Eu que sempre soube
Esconder a minha mágoa.
Nunca ninguém me viu
Com os olhos rasos d’água.
Finjo-me alegre
Pro meu pranto ninguém ver.
Feliz aquele que sabe sofrer.

Juizo final

O sol há de brilhar mais uma vez
A luz há de chegar aos corações
Do mal será queimada a semente
O amor será eterno novamente

É o Juízo Final
A história do Bem e do Mal
Quero ter olhos pra ver
A maldade desaparecer