Poeta: Ferreira Gullar

Ferreira Gullar é o pseudônimo de José de Ribamar Ferreira utilizado pelo autor para ter mais privacidade. José foi um poeta, ensaísta e crítico de arte brasileiro e abriu caminho para a “Poesia Concreta” com o livro “A Luta Corporal”. Liderou o movimento literário “Neoconcretismo” e recebeu o Prêmio Camões, em 2010. Além disso, em 2014, Ferreira Gullar foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.

Ferreira Gullar iniciou sua produção literária sob os princípios da poesia concreta, em 1954 escreveu a “A Luta Corporal”, livro que prenunciava o estilo. Depois de participar da primeira exposição de Poesia Concreta em 1956, realizada em São Paulo, organizou o movimento conhecido como “Poesia Neoconcreta”, no qual também participaram Hélio Oiticica e Lígia Clark. Ferreira Gullar, no começo dos anos 60, numa luta para construir uma expressão própria, rompeu com os vanguardistas, entrando em contato com os problemas sociais que assolavam o Brasil neste período. A partir daí passou a produzir poesias de denúncia social e, em 1968, o longo poema sobre o Vietnã “Por Você, Por Mim” foi publicado. 

Em 2014, Ferreira Gullar foi eleito para a cadeira nº 37 da Academia Brasileira de Letras por sua contribuição à literatura nacional. Entre suas principiais obras, entre ensaios e poemas estão: Um Pouco Acima do Chão (1949), Teoria do Não-Objeto (1959), João Boa-Morte, Cabra Marcado pra Morrer (1962), Quem Matou Aparecida? (1962), Cultura Posta em Questão (1964), entre outras.

Não há vagas – Ferreira Gullar

O preço do feijãonão cabe no poema. O preçodo arroznão cabe no poema.Não cabem no poema o gása luz o telefonea sonegaçãodo leiteda carnedo açúcardo pão O funcionário públiconão cabe no poemacom seu salário de fomesua vida fechadaem arquivos.Como não cabe no poemao operárioque esmerila seu dia de açoe carvãonas oficinas escuras – porque o …

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Poema Sujo – Ferreira Gullar

turvo turvo a turva mão do sopro contra o muro escuro menos menos menos que escuro menos que mole e duro menos que fosso e muro: menos que furo escuro mais que escuro: claro como água? como pluma? claro mais que claro claro: coisa alguma e tudo (ou quase) um bicho que o universo fabrica …

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