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Meu Amigo Pedro

Muitas vezes, Pedro, você fala
Sempre a se queixar da solidão
Quem te fez com ferro, fez com fogo, Pedro
É pena que você não sabe não

Vai pro seu trabalho todo dia
Sem saber se é bom ou se é ruim
Quando quer chorar vai ao banheiro
Pedro as coisas não são bem assim

Toda vez que eu sinto o paraíso
Ou me queimo torto no inferno
Eu penso em você meu pobre amigo
Que só usa sempre o mesmo terno

Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou

Tente me ensinar das tuas coisas
Que a vida é séria, e a guerra é dura
Mas se não puder, cale essa boca, Pedro
E deixa eu viver minha loucura

Lembro, Pedro, aqueles velhos dias
Quando os dois pensavam sobre o mundo
Hoje eu te chamo de careta, Pedro
E você me chama vagabundo

Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou

Todos os caminhos são iguais
O que leva à glória ou à perdição
Há tantos caminhos tantas portas
Mas somente um tem coração

E eu não tenho nada a te dizer
Mas não me critique como eu sou
Cada um de nós é um universo, Pedro
Onde você vai eu também vou

Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou

É que tudo acaba onde começou
Meu amigo Pedro

Canto Para Minha Morte

Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar

Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?

Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas… Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio…

Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite…

Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

Capim Guiné

Plantei um sítio
No sertão de Piritiba
Dois pés de guataiba
Caju, manga e cajá

Peguei na enxada
Como pega um catingueiro
Fiz acero, botei fogo
“Vá ver como é que tá”

Tem abacate, jenipapo
E bananeira
Milho verde, macaxeira
Como diz no Ceará

Cebola, coentro
Andu, feijão-de-corda
Vinte porco na engorda
Até o gado no currá

Com muita raça
Fiz tudo aqui sozinho
Nem um pé de passarinho
Veio a terra semeá

Agora veja
Cumpadi, a safadeza
Cumeçô a marvadeza
Todo bicho vem prá cá

Num planto capim-guiné
Pra boi abaná rabo
Eu tô virado no diabo
Eu tô retado cum você

Tá vendo tudo
E fica aí parado
Cum cara de viado
Que viu caxinguelê

Suçuarana só fez perversidade
Pardal foi pra cidade
Piruá minha saqüé
Qüé! Qüé!

Dona raposa
Só vive na mardade
Me faça a caridade
Se vire e dê no pé

Sagüi trepado
No pé da goiabeira
Sariguê na macaxeira
Tem inté tamanduá…

Minhas galinha
Já num fica mais parada
E o galo de madrugada
Tem medo de cantá

Num planto capim-guiné
Pra boi abaná rabo
Eu tô virado no diabo
Eu tô retado cum você

Tá vendo tudo
E fica aí parado
Cum cara de viado
Que viu caxinguelê

Num planto capim-guiné
Pra boi abaná rabo
Eu tô virado no diabo
Eu tô retado cum você

Tá vendo tudo
E fica aí parado
Cum cara de viado
Que viu caxinguelê

Num planto capim-guiné
Pra boi abaná rabo
Eu tô virado no diabo
Eu tô é, tô é retado cum você

Tá vendo tudo
E fica aí parado
Cum cara de viado, ôme?
Que viu caxinguelê

O Carimbador Maluco

5… 4… 3… 2…
– Parem! Esperem aí.
Onde é que vocês pensam que vão?

Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!!
Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!!
Tem que ser selado, registrado, carimbado
Avaliado, rotulado se quiser voar!
Se quiser voar….
Pra Lua: a taxa é alta,
Pro Sol: identidade
Mas já pro seu foguete viajar pelo universo
É preciso meu carimbo dando o sim,
Sim, sim, sim.
O seu Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!
Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!
Tem que ser selado, registrado, carimbado
Avaliado, rotulado se quiser voar!
Se quiser voar….
Pra Lua: a taxa é alta,
Pro Sol: identidade
Mas já pro seu foguete viajar pelo universo
É preciso meu carimbo dando o sim,
Sim, sim, sim.
Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!
Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!
Mas ora, vejam só, já estou gostando de vocês
Aventura como essa eu nunca experimentei!
O que eu queria mesmo era ir com vocês
Mas já que eu não posso:
Boa viagem, até outra vez.
Agora…
O Plunct Plact Zum
Pode partir sem problema algum
Plunct Plact Zum
Pode partir sem problema algum
(Boa viagem, meninos.
Boa viagem).

Carpinteiro do Universo

Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.

Não sei por que nasci
pra querer ajudar a querer consertar
O que não pode ser…

Não sei pois nasci para isso, e aquilo,
E o inguiço de tanto querer.

Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.

Humm…Estou sempre,
pensando em aparar o cabelo de alguém.
E sempre tentando mudar a direção do trem.
À noite a luz do meu quarto eu não quero apagar,
Pra que você não tropece na escada, quando chegar.

Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.

O meu egoismo, é tão egoísta,
que o auge do meu egoismo é querer ajudar.
Mas Não sei por que nasci
pra querer ajudar a querer consertar
O que não pode ser…

Não sei pois nasci para isso, e aquilo,
E o inguiço de tanto querer

Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.

Carpinteiro do universo inteiro eu sou (Ah eu sou assim!).
No final,
Carpinteiro de mim!

Coisas do Coração

Quando o navio finalmente alcançar a terra
E o mastro da nossa bandeira se enterrar no chão
Eu vou poder pegar em sua mão
Falar de coisas que eu não disse ainda não

Coisas do coração!
Coisas do coração!

Quando a gente se tornar rima perfeita
E assim virarmos de repente uma palavra só
Igual a um nó que nunca se desfaz
Famintos um do outro como canibais

Paixão e nada mais!
Paixão e nada mais!

Somos a resposta exata do que a gente perguntou
Entregues num abraço que sufoca o próprio amor
Cada um de nós é o resultado da união
De duas mãos coladas numa mesma oração!

Coisas do coração!
Coisas do coração!

Como Vovó Já Dizia

-Como vovó já dizia
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
(Mas não é bem verdade!)
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Hum!…

Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Minha vó já me dizia
Prá eu sair sem me molhar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Mas a chuva é minha amiga
E eu não vou me resfriar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A serpente está na terra
O programa está no ar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A formiga só trabalha
Porque não sabe cantar…

Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Quem não tem filé
Come pão e osso duro
Quem não tem visão
Bate a cara contra o muro
Uuuuuuuh!…

Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
É tanta coisa no menu
Que eu não sei o que comer
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
José Newton já dizia:
“Se subiu tem que descer”
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Só com a praia bem deserta
É que o sol pode nascer
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A banana é vitamina
Que engorda e faz crescer…

Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Quem não tem filé
Come pão e osso duro
Quem não tem visão
Bate a cara contra o muro…

Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Solta a serpente!
Hari Krishna!
Hari Krishna!…

Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Quem não tem filé
Come pão e osso duro
Quem não tem visão
Bate a cara contra o muro
Uhuuuu!…

Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
É tanta coisa no menu
Que eu não sei o que comer
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Só com a praia bem deserta
É que o sol pode nascer…
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
José Newton já dizia:
“Se subiu tem que descer”
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A banana é vitamina
Que engorda e faz crescer…
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Minha vó já me dizia
Prá eu sair sem me molhar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Mas a chuva é minha amiga
E eu não vou me resfriar…
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A serpente tá na terra
E o programa está no ar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A formiga só trabalha
Porque não sabe cantar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro…

Diamante de Mendigo

Eu tive que perder minha família
Para perceber o benefício que ela me proporcionava
É triste aceitar esse engano
Quando já se esgotaram as
possibilidades
E agora sofro as atitudes que tomei
Por acreditar em verdades ignorantes
Que na época tomei acreditando
Numa moda passageira
Que se foi tal qual fumaça
Não respeitei o sacrifício
Que custa para construir
A fortaleza que se chama família
Acabamos no fim perdendo a
quem nos ama
Só por que o jornaleiro da esquina
Falou que é otário aquele que confia
E é tão difícil confiar em alguém
Quando a gente aceita se mentir, se mentir
Somente conhecendo a beleza da união
É que a gente tem a força
Para não, não se enganar
Eu que me achava um diamante
Nas mãos de mendigos
Só pelo medo de não sê-lo
Não respeitei o sacrifício
Que custa para construir
A fortaleza que se chama família
Acabamos no fim perdendo a quem nos ama
Só porque o jornaleiro da esquina
Falou que é otário aquele que confia
E é tão difícil confiar em alguém
Quando a gente aceita se mentir, se mentir
Somente conhecendo a beleza da união
É que a gente tem a força para
não, não se enganar
Eu que me achava um diamante
Nas mãos de mendigos, pelo
medo de não sê-lo
Eu que me achava um diamante
Nas mãos de mendigos
Pelo medo de não sê-lo…

Dentadura Postiça

Vai cair, vai cair, vai cair
A estrela do céu
Vai cair
A noite no mar
Vai cair
O nível do gás
Vai cair
A cinza no chão
Vai cair
Juízo final
Vai cair
Os dentes de Jó
Vai cair
O preço do caos
Vai cair
Peteca no chão
Vai sair
O sol outra vez
Vai sair
Um filho pra luz
Vai sair
Da cara o terror
Vai sair
O expresso 22
Vai sair
A máscara azul
Vai sair
O verde do mar
Vai sair
Um novo gibi
Vai sair
Da cara o suor
Vai subir
Cachorro urubu
Vai subir
O elevador
Vai subir
O preço do horror
Vai subir
O nível mental
Vai subir
O disco voador
Vai subir
A torre babel
Vai subir
O Cristo pro céu
Vai subir
A chama do mal
Vai cair
Estrela do céu
Vai cair
A noite no mar
Vai cair
O nível do gás
Vai cair
A cinza no chão
Vai cair
Juízo final
Vai cair
Os dentes de Jó
Vai cair
O preço do caos
Vai cair
Peteca no chão
Vai sair
O sol outra vez
Vai sair
Um filho pra luz
Vai sair
Da cara o terror
Vai sair
O expresso 22
Vai sair
A máscara azul
Vai sair
O verde do mar
Vai sair
Um novo gibi
Vai sair
Da cara o suor
Vai subir
Cachorro urubu
Vai subir
O elevador
Vai subir
O preço do horror

É Fim de Mês

É fim do mês, é fim do mês, do fim do mês, já sô freguês é fim do mês, é fim do mês, é fim do
Mês!

Eu já paguei a conta do meu telefone,
Eu já paguei por eu falar e já paguei por eu ouvir.
Eu já paguei a luz, o gás, o apartamento
Kitnet de um quarto que eu comprei a prestação
Pela caixa federal, au, au, au,
Eu não sou cachorro não (não, não, não)!
Eu liquidei a prestação do paletó, do meu sapato, da camisa
Que eu comprei pra domingar com o meu amor
Lá no cristo redentor, ela gostou (oh!) e mergulhou (oh!)
E o fim de mês vem outra vez!

Eu já paguei o peg-pag, meu pecado,
Mais a conta do rosário que eu comprei pra mim rezar ave maria.
Eu também sou filho de deus
Se eu não rezar eu não vou pro céu,
Céu, céu, céu.
Já fui pantera, já fui hippie, beatnik,
Tinha o símbolo da paz pendurado no pescoço
Porque nego disse a mim que era o caminho da salvação.
Já fui católico, budista, protestante,
Tenho livros na estante, todos tem explicação.
Mas não achei! eu procurei!
Pra você ver que procurei,
Eu procurei fumar cigarro hollywood,
Que a televisão me diz que é o cigarro do sucesso.
Eu sou sucesso! eu sou sucesso!
No posto esso encho o tanque do meu carro
Bebo em troca meu cafezinho, cortesia da matriz.
“there’s a tiger no chassis”…
Do fim do mês,
Do fim de mês,
Do fim de mês eu já sou freguês!
Eu já paguei o meu pecado na capela
Sob a luz de sete velas que eu comprei pro meu senhor
Do bonfim, olhai por mim!
Tô terminando a prestação do meu buraco, do
Meu lugar no cemitério pra não me preocupar
De não mais ter onde morrer.
Ainda bem que no mês que vem,
Posso morrer, já tenho o meu tumbão, o meu tumbão!

Eu consultei e acreditei no velho papo do tal psiquiatra
Que te ensina como é você vive alegremente,
Acomodado e conformado de pagar tudo calado,
Sem bancar o empregado sem jamais se aborrecer…
(Ele só que, só pensa em analisar, na profissão seu dever é adaptar, ele só que só pensa em adaptar, na profissão seu dever é adaptar)
Eu já paguei a prestação da geladeira,
Do açougue fedorento que me vende carne podre
Que eu tenho que comer,
Que engolir sem vomitar,
Quando às vezes desconfio
Se é gato, jegue ou mula
Aquele talho de acém que eu comprei pra minha patroa
Pra ela não me apoquentar,

E o fim de mês vem outra vez…

Eu Sou Egoísta

Se você acha que tem pouca sorte
Se lhe preocupa a doença ou a morte
Se você sente receio do inferno
Do fogo eterno, de Deus, do mal
Eu sou estrela no abismo do espaço
O que eu quero é o que eu penso e o que eu faço
Onde eu tô não há bicho-papão
Eu vou sempre avante no nada infinito
Flamejando meu rock, o meu grito
Minha espada é a guitarra na mão

Se o que você quer em sua vida é só paz
Muitas doçuras, seu nome em cartaz
E fica arretado se o açúcar demora
E você chora, cê reza, cê pede… implora…
Enquanto eu provo sempre o vinagre e o vinho
Eu quero é ter tentação no caminho
Pois o homem é o exercício que faz
Eu sei… sei que o mais puro gosto do mel
É apenas defeito do fel
E que a guerra é produto da paz

O que eu como a prato pleno
Bem pode ser o seu veneno
Mas como vai você saber… sem provar?

Se você acha o que eu digo fascista
Mista, simplista ou anti-socialista
Eu admito, você tá na pista
Eu sou ista, eu sou ego
Eu sou ista, eu sou ego
Eu sou egoísta, eu sou,
Eu sou egoísta, eu sou,
Por que não…

Eu Também Vou Reclamar

Mas é que se agora
Pra fazer sucesso
Pra vender disco
De protesto
Todo mundo tem
Que reclamar

Eu vou tirar
Meu pé da estrada
E vou entrar também
Nessa jogada
E vamos ver agora
Quem é que vai güentar

Porque eu fui o primeiro
E já passou tanto janeiro
Mas se todos gostam
Eu vou voltar

Tô trancado aqui no quarto
De pijama porque tem
Visita estranha na sala
Aí eu pego e passo
A vista no jornal

Um piloto rouba um “mig”
Gelo em Marte, diz a Viking
Mas no entanto
Não há galinha em meu quintal
Compro móveis estofados
Me aposento com saúde
Pela assistência social

Dois problemas se misturam
A verdade do Universo
A prestação que vai vencer
Entro com a garrafa
De bebida enrustida
Porque minha mulher
Não pode ver

Ligo o rádio
E ouço um chato
Que me grita nos ouvidos
Pare o mundo
Que eu quero descer

Olhos os livros
Na minha estante
Que nada dizem
De importante
Servem só prá quem
Não sabe ler

E a empregada
Me bate à porta
Me explicando
Que tá toda torta
E já que não sabe
O que vai dá prá mim comer

Falam em nuvens passageiras
Mandam ver qualquer besteira
E eu não tenho nada
Prá escolher

Apesar dessa voz chata
E renitente
Eu não tô aqui
Prá me queixar
E nem sou apenas o cantor

Que eu já passei
Por Elvis Presley
Imitei Mr. Bob Dylan, you know…
Eu já cansei de ver
O Sol se pôr

Agora eu sou apenas
Um latino-americano
Que não tem cheiro
Nem sabor

E as perguntas continuam
Sempre as mesmas
Quem eu sou?
Da onde venho?
E aonde vou, dá?

E todo mundo explica tudo
Como a luz acende
Como um avião pode voar
Ao meu lado um dicionário
Cheio de palavras
Que eu sei que nunca vou usar

Mas agora eu também resolvi
Dar uma queixadinha
Porque eu sou um rapaz
Latino-americano
Que também sabe
Se lamentar

E sendo nuvem passageira
Não me leva nem à beira
Disso tudo
Que eu quero chegar
-E fim de papo!

Faça, Fuce, Force

Faça, Fuce, Force
Mas!
Não fique na fossa
Faça, Fuce, Force
Mas!
Não chore na porta…
Faça, Fuce, Force
Vá!
Derrube essa porta
Trace, Fuce, Force
Vá!
Que essa chave é torta…

-“Os meus fantasmas
São incríveis
Fantásticos, extraordinários
Se fantasiam de Al Capone
Nas noites que tenho medo
De gangsters
Abusam de minha
Tendência mística
Sempre que possível
Os meus fantasmas tornaram
Minha solidão em vício
E minha solução
Em Status Quo
Ai! Meu Deus do Céu!”

Faça, Fuce, Force
Mas!
Não fique na fossa
Faça, Fuce, Force
Mas!
Não chore na porta
Faça, Fuce, Force
Vá!
Derrube essa porta
Trace, Fuce, Force
Vá!
Que essa chave é torta…

-“Feliz por saber
Que só sei, que não sei
Q quem sabe não fala, não diz
Vida, alguma coisa acontece
Morte, alguma coisa
Pode acontecer
Que o mel é doce
É coisa que eu
Me nego afirmar
Mas que parece doce
Isso eu afirmo plenamente”

Faça, Fuce, Force
Mas!
Não fique na fossa
Faça, Fuce, Force
Mas!
Não chore na porta
Faça, Fuce, Force
Vá!
Derrube esta porta
Trace, Fuce, Force
Vá!
Que essa chave é torta…

Fazendo o que o Diabo Gosta

Casamos num motel
Bem longe do altar
Lua de mercúrio, fogo e mel
Não fui o seu primeiro
Você já tinha estrada
Dois filhos, um travesseiro e a empregada
Um anjo embriagado num disco voador
Jurou que o nosso amor era pecado
Mas a história mostra
Que a gente agrada a deus
Fazendo o que o diabo gosta
Casamos por tesão, tesão, tesão, tesão
Bateu o terror não tem mais solução
Te entrego os meus medos, meus erros, meus segredos,
Divido minhas guimbas com você
Um anjo embriagado num disco voador
Jurou que o nosso amor era pecado
Mas a história mostra
Que a gente agrada a deus
Fazendo o que o diabo gosta
Quebramos nossas caras
Pra se lamber depois
Amor é ódio, é o certo pra nós dois
Casamos num motel
Bem longe do altar
Lua de mercúrio, fogo e mel
Fogo e mel

Judas

Parte de um plano secreto
Amigo fiel de Jesus
Eu fui escolhido por ele
Para pregá-lo na cruz
Cristo morreu como um homem
Um mártir da salvação
Deixando para mim seu amigo
O sinal da traição

Mas é que lá em cima
Lá na beira da piscina
Olhando simples mortais
Das alturas fazem escrituras
E não me perguntam se é pouco ou demais

Mas é que lá em cima
Lá na beira da piscina
Olhando simples mortais
Das alturas fazem escrituras
E não me perguntam se é pouco ou demais

Se eu não tivesse traído
Morreria cercado de luz
E o mundo hoje então não teria
A marca sagrada da cruz
E para provar que me amava
Pediu outro gesto de amor
Pediu que o traísse com um beijo
Que minha boca então marcou

Mas é que lá em cima
Lá na beira da piscina
Olhando simples mortais
Das alturas fazem escrituras
E não me perguntam se é pouco ou demais

Mas é que lá em cima
Lá na beira da piscina
Olhando simples mortais
Das alturas fazem escrituras
E não me perguntam se é pouco ou demais

Loteria da Babilônia

Vai! Vai! Vai!
E grita ao mundo
Que você está certo
Você aprendeu tudo
Enquanto estava mudo
Agora é necessário
Gritar e cantar Rock
E demonstrar o teorema da vida
E os macetes do xadrez
Do xadrez!…

Você tem as respostas
Das perguntas
Resolveu as equações
Que não sabia
E já não tem mais nada
O que fazer a não ser
Verdades e verdades
Mais verdades e verdades
Para me dizer
A declarar!…

Tudo o que tinha
Que ser chorado
Já foi chorado
Você já cumpriu
Os doze trabalhos
Reescreveu livros
Dos séculos passados
Assinou duplicatas
Inventou baralhos…

Passeou de dia
E dormiu de noite
Consertou vitrolas
Para ouvir música
Sabe trechos da Bíblia de cor
Sabe receitas mágicas de amor…

Conhece em Marte
Um amigo antigo lavrador
Que te ensinou a ter
Do bom e do melhor
Do melhor!…

Mas o que você
Não sabe por inteiro
É como ganhar dinheiro
Mas isso é fácil
E você não vai parar
Você não tem perguntas
Prá fazer
Porque só tem verdades
Prá dizer
A declarar!…

Metrô Linha 743

Ele ia andando pela rua meio apressado
Ele sabia que tava sendo vigiado
Cheguei para ele e disse: Ei amigo, você pode me ceder um cigarro?
Ele disse: Eu dou, mas vá fumar lá do outro lado
Dois homens fumando juntos pode ser muito arriscado!
Disse: O prato mais caro do melhor banquete é
O que se come cabeça de gente que pensa
E os canibais de cabeça descobrem aqueles que pensam
Porque quem pensa, pensa melhor parado.
Desculpe minha pressa, fingindo atrasado
Trabalho em cartório mas sou escritor,
Perdi minha pena nem sei qual foi o mês
Metrô linha 743

O homem apressado me deixou e saiu voando
Aí eu me encostei num poste e fiquei fumando
Três outros chegaram com pistolas na mão,
Um gritou: Mão na cabeça malandro, se não quiser levar chumbo quente nos cornos
Eu disse: Claro, pois não, mas o que é que eu fiz?
Se é documento eu tenho aqui…
Outro disse: Não interessa, pouco importa, fique aí
Eu quero é saber o que você estava pensando
Eu avalio o preço me baseando no nível mental
Que você anda por aí usando
E aí eu lhe digo o preço que sua cabeça agora está custando
Minha cabeça caída, solta no chão
Eu vi meu corpo sem ela pela primeira e última vez
Metrô linha 743

Jogaram minha cabeça oca no lixo da cozinha
E eu era agora um cérebro, um cérebro vivo à vinagrete
Meu cérebro logo pensou: que seja, mas nunca fui tiete
Fui posto à mesa com mais dois
E eram três pratos raros, e foi o maitre que pôs
Senti horror ao ser comido com desejo por um senhor alinhado
Meu último pedaço, antes de ser engolido ainda pensou grilado:
Quem será este desgraçado dono desta zorra toda?
Já tá tudo armado, o jogo dos caçadores canibais
Mas o negócio aqui tá muito bandeira
Dá bandeira demais meu Deus
Cuidado brother, cuidado sábio senhor
É um conselho sério pra vocês
Eu morri e nem sei mesmo qual foi aquele mês
Ah! Metrô linha 743

No Fundo do Quintal da Escola

Não sei onde eu to indo
Mas sei que eu to no meu caminho
Enquanto você me critica, eu to no meu caminho
Eu sou o que sou, porque eu vivo a minha maneira
Só sei que eu sinto que foi sempre assim minha vida inteira
Eu sei..
Não sei onde eu to indo
Mas sei que eu to no meu caminho
Enquanto você me critica, eu to meu caminho
Desde aquele tempo enquanto o resto da turma se juntava pra:
Bate uma bola!
Eu pulava o muro, com Zézinho no fundo do quintal da escola
Não sei onde eu to indo
Mas sei que eu to no meu caminho
Enquanto você me critica, eu to meu caminho
Você esperando respostas, olhando pro espaço
E eu tão ocupado vivendo, eu não me pergunto, eu faço
Não sei onde eu to indo
Mas sei que eu to no meu caminho
Enquanto você me critica, eu to meu caminho
E se você quiser contar comigo e melhor não me chamar pra jogar bola
To pulando o muro com o Zézinho no Fundo do quintal da escola
Eu to..
Eu to pulando o muro com o Zézinho no Fundo do quintal daescola
Eu to..
Eu to pulando o muro com o Zézinho no Fundo do quintal da escola
Eu sempre estive lá
Eu to pulando o muro com o Zézinho no Fundo do quintal da escola

Novo Aeon

O sol da noite agora está nascendo
Alguma coisa está acontecendo
Não dá no rádio nem está
Nas bancas de jornais
Em cada dia ou qualquer lugar
Um larga a fábrica, outro sai do lar
E até as mulheres, ditas escravas,
Já não querem servir mais
Ao som da flauta
Da mãe serpente
No para-inferno
De Adão na gente
Dança o bebê

Uma dança bem diferente
O vento voa e varre as velhas ruas
Capim silvestre racha as pedras nuas
Encobre asfaltos que guardavam
Hitórias terríveis
Já não há mais culpado
nem inocente
Cada pessoa ou coisa é diferente
Já que assim, baseado em que

Você pune quem não é você?
Ao som da flauta
Da mãe serpente
No para-inferno
De Adão na gente

Dança o bebê
Uma dança bem diferente
Querer o meu
Não é roubar o seu
Pois o que eu quero
É só função de eu
Sociedade alternativa
Sociedade novo aeon
É um sapato em cada pé
É direito de ser ateu
Ou de ter fé
Ter prato entupido de comida
Que você mais gosta
É ser carregado, ou carregar
Gente nas costas
Direito de ter riso e de prazer
E até direito de deixar
Jesus Sofrer

Nuit

Eu, eu ando de passo leve pra não acordar o dia
Sou da noite a companheira mais fiel qu’ela queria!
Yeah, yeah,yeah, yeah!
Amo a guerra, adoro o fogo
Elemento natural do jogo, senhores:
Jamais me revelarei! Jamais me revelarei!
Eu, eu ando de passo leve pra não acordar o dia
Sou da noite a companheira mais fiel qu’ela queria!
Yeah, yeah,yeah, yeah!
E quão longa é a noite. A noite eterna do tempo
Se comparado ao curto sonho da vida
Chega enfeitando de azul a grande amante dos homens
Guardando do sol, seu beijo incomum….. ah!
Seja bom ou o que não presta
Acendo as luzes para nossa festa, senhores:
Eu sou o mistério do sol! Eu sou o mistério do sol!
Eu, eu ando de passo leve pra não acordar o dia
Sou da noite a companheira mais fiel qu’ela queria!
Yeah, yeah,yeah, yeah!
Mas é com o sol que eu divido toda a minha energia
Eu sou a noite do tempo. Ele é o dia da vida
Ele é a luz que não morre quando chego e anoiteço
O sol dos dois horizontes a mais perfeita harmonia…..
Eu, eu ando de passo leve pra não acordar o dia

O Conto do Sábio Chinês

Era uma vez
Um sábio chinês
Que um dia sonhou
Que era uma borboleta
Voando nos campos
Pousando nas flores
Vivendo assim
Um lindo sonho…

Até que um dia acordou
E pro resto da vida
Uma dúvida
Lhe acompanhou…

Se ele era
Um sábio chinês
Que sonhou
Que era uma borboleta
Ou se era uma borboleta
Sonhando que era
Um sábio chinês…(2x)

O Homem

-“No momento em que eu ia partir
Eu resolvi voltar”

Vou voltar!
Sei que não chegou a hora
De se ir embora
É melhor ficar…

Vou ficar!
Sei que tem gente cantando
Tem gente esperando
A hora de chegar…

Vou chegar!
Chego com as águas turvas
Eu fiz tantas curvas
Prá poder cantar…

Esse meu canto
Que não presta
Que tanta gente
Então detesta
Mas isso é tudo
O que me resta
Nessa festa!
Nessa festa!…

Eu!
Vou ferver!
Como que um vulcão em chamas
Como a tua cama
Que me faz tremer…

Vou tremer!
Como um chão de terremotos
Como amor remoto
Que eu não sei viver…

Vou viver!
Vou poder contar meus filhos
Caminhar nos trilhos
Isso é prá valer…

Pois se uma estrela
Há de brilhar
Outra então tem que se apagar
Quero estar vivo para ver
Oh!
O sol nascer!
O sol nascer!
O sol nascer!…

Eu!
Vou subir!
Pelo elevador dos fundos
Que carrega o mundo
Sem sequer sentir…

Vou sentir!
Que a minha dor no peito
Que eu escondi direito
Agora vai surgir…

Vou surgir!
Numa tempestade doida
Prá varrer as ruas
Em que eu vou seguir
Oh!
Em que eu vou seguir!
Em que eu vou seguir!…

Para Nóia

Quando esqueço a hora de dormir
E de repente chega o amanhecer
Sinto a culpa que eu não sei de que
Pergunto o que que eu fiz?
Meu coração não diz e eu…
Eu sinto medo!
Eu sinto medo!

Se eu vejo um papel qualquer no chão
Tremo, corro e apanho pra esconder
Com medo de ter sido uma anotação que eu fiz
Que não se possa ler
E eu gosto de escrever, mas…
Mas eu sinto medo!
Eu sinto medo!

Tinha tanto medo de sair da cama à noite pro banheiro
Medo de saber que não estava ali sozinho porque sempre…
Sempre… sempre…
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu tava sempre com Deus!

Minha mãe me disse há tempo atrás
Onde você for Deus vai atrás
Deus vê sempre tudo que cê faz
Mas eu não via Deus
Achava assombração, mas…
Mas eu tinha medo!
Eu tinha medo!

Vacilava sempre a ficar nu lá no chuveiro, com vergonha
Com vergonha de saber que tinha alguém ali comigo
Vendo fazer tudo que se faz dentro dum banheiro
Vendo fazer tudo que se faz dentro dum banheiro

Para…nóia

Dedico esta canção:
Para Nóia!
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)…

Com amor e com medo…

Pastor João e a Igreja Invisível

Eu não sei se é o céu ou o inferno
Qual dos dois você vai ter que encarar
E foi pra não lhe deixar no horror
Que eu vim para lhe acalmar

Se o pecado anda sempre ao seu lado
E o demônio vive a lhe tentar
Chegou a luz no fim do seu túnel, minha filha
O meu cajado vai lhe purificar

Pois eu transformo água em vinho,
Chão em céu, pau em pedra, cuspe em mel
Pra mim não existe impossível
Pastor João e a igreja invisível (4x)

Para os pobres e deseperados
E todas as almas sem lar
Vendo barato a minha nova água benta
Três prestações, qualquer um pode pagar

O sucesso da minha existência
Está ligado ao exercício da fé
Pois se ela remove montanhas
Também tráz grana e um monte de mulher.

Pois eu transformo água em vinho,
Chão em céu, pau em pedra, cuspe em mel
Pra mim não existe impossível
Pastor João e a igreja invisível (2x)

Haa! Pastor João e a igreja invisível (3x)

Por Quem Os Sinos Dobram

Nunca se vence uma guerra lutando sozinho
Cê sabe que a gente precisa entrar em contato
Com toda essa força contida e que vive guardada
O eco de suas palavras não repercutem em nada

É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro
Evita o aperto de mão de um possível aliado, é…
Convence as paredes do quarto, e dorme tranqüilo
Sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo

Coragem, coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz
Coragem, coragem, eu sei que você pode mais

É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro
Evita o aperto de mão de um possível aliado
Convence as paredes do quarto, e dorme tranqüilo
Sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo

Coragem, coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz
Coragem, coragem, eu sei que você pode mais.

Quando Acabar o Maluco Sou Eu

Toda vez que eu olho no espelho a minha cara
Eis que sou normal e isso é coisa rara
A minha enfermeira tem mania de artista
Trepa em minha cama, crente que é
uma trapezista
Eu não vou dizer que eu também
seja perfeito
Mamãe me viciou a só querer mamar
no peito
Ehê, Ahá! Quando acabar o maluco sou eu
Ahá! Quando acabar, o maluco sou eu
O russo que guardava o botão da bomba “H”
Tomou um pilequinho e quis mandar
tudo pro ar
Seu Zé, preocupado anda numa de horror
Pois falta um carimbo no seu
“Tito” de eleitor
Ehê, Ahá!
Quando acabar o maluco sou eu
Ahá! Quando acabar, o maluco sou eu
Eu sou louco mais sou feliz
Muito mais louco é quem me diz
Eu sou dono, dono do meu nariz
Em Feira de Santana ou mesmo em Paris
Não bulo com governo, com polícia,
nem censura
É tudo gente fina, meu advogado jura
Já pensou o dia em que o Papa se tocar
E sair pelado pela Itália a cantar
Ehê, Ahá! Quando acabar o maluco sou eu
Ahá! Quando acabar, o maluco sou eu

Eu sou louco mais sou feliz
Muito mais louco é quem me diz
Eu sou dono, dono do meu nariz
Em feira de Santana ou mesmo em Paris
Não bulo com governo, com polícia,
nem censura
É tudo gente fina, meu advogado jura
Já pensou o dia em que o Papa se tocar
E sair pelado pela Itália a cantar
Ehê, Ahá! Quando acabar o maluco sou eu

Quando Eu Morri

Quando eu morri em dezembro
De mil novecentos e setenta e dois
Esperava ressuscitar e juntar os pedaços

Da minha cabeça
Um tempo depois um psiquiatra disse
Que eu forçasse a barra
E me esforçasse pra voltar à vida
E eu parei de tomar ácido lisérgico
E fiquei quieto lambendo minha própria ferida
Sem saber se era crime ou castigo

E se havia outro cordão no meu umbigo
Pra de novo arrebentar
Pois eu fui puxado à ferro
Arrancado do útero materno
E apanhei pra poder chorar
Quando eu morri suando frio
Vi Jimmy Hendrix tocando nuvens distorcidas
Eu nem consegui falar
E depois por um momento
O céu virou fragmento do inferno
Em que eu tive que entrar
Eu sentia tanto medo, só queria dormir cedo

Pra noite passar depressa
E não poder me agarrar
Noites de garras de aço
Me cortavam em mil pedaços
E no outro dia eu tinha que me remendar
E se a vida pede a morte
Talvez seja muita sorte eu ainda estar aqui
E a cada beijo do desejo
Eu me entorpeço e me esqueço
De tudo que eu ainda não entendi

Que Luz É Essa?

Que luz é essa que vem vindo lá do céu?
Que luz é essa que vem vindo lá do céu?
Que luz é essa?
Que vem chegando lá do céu?

Que luz é essa que vem vindo lá do céu?
Brilha mais que a luz do sol

Vem trazendo a esperança
Prá essa terra tão escura
Ou quem sabe a profecia das divinas escrituras
Quem é que sabe o que é que vem trazendo essa clarão
Se é chuva ou ventania, tempestade ou furacão
Ou talvez alguma coisa que não é nem Sim nem Não
Que luz é essa, gente
Que vem chegando lá do céu

É a chave que abre a porta
Lá do quarto dos segredos
Vem mostrar que nunca é tarde
Vem provar que é sempre cedo
E que prá todo pecado sempre existe um perdão
Não tem certo nem errado
Todo mundo tem razão
E que o ponto de vista
É que é o ponto da questão
Que luz é essa que vem chegando lá do céu?

Rock das Aranhas

Subi no muro do quintal
E vi uma transa
Que não é normal
E ninguém vai acreditar
Eu vi duas mulher
Botando aranha prá brigar…

Duas aranha, duas aranha
Duas aranha, duas aranha
Vem cá mulher deixa de manha
Minha cobra
Quer comer sua aranha…

Meu corpo todo se tremeu
E nem minha cobra entendeu
Cumé que pode
Duas aranha se esfregando
Eu tô sabendo
Alguma coisa tá faltando…

É minha cobra, cobra criada
É minha cobra, cobra criada
Vem cá mulher deixa de manha
Minha cobra
Quer comer sua aranha…

Deve ter uma boa explicação
O que é que essas aranha
Tão fazendo ali no chão
Uma em cima, outra embaixo
A cobra perguntando
Onde é que eu me encaixo?

É minha cobra, cobra criada
É minha cobra, cobra criada
Vem cá mulher deixa de manha
Minha cobra
Quer comer sua aranha…

Soltei a cobra
E ela foi direto
Foi pro meio das aranha
Prá mostrar como é
Que é certo
Cobra com aranha
É que dá pé
Aranha com aranha
Sempre deu jacaré…

É minha cobra
Cobra com aranha
É minha cobra
Com as aranha
Vem cá mulher deixa de manha
Minha cobra
Quer comer sua aranha…

É o rock das aranha
É o rock das aranha
É o rock das aranha
É o rock das aranha
Vem cá mulher deixa de manha
Minha cobra
Quer comer sua aranha!

Rock do Diabo

Me dê um porco vivo
Para eu encher minha pança
Três quilos de alcatra
Com muqueca de esperança…

Diabo!
O diabo usa capote
É Rock! É Toque! É Forte!
Diabo!
Foi ele mesmo
Que me deu o toque…

Enquanto Freud
Explica as coisas
O diabo fica dando toque…

Existem dois diabos
Só que um parou na pista
Um deles é do toque
O outro é aquele do exorcista…

Diabo!
O diabo usa capote
É Rock! É Toque! É Forte!
Diabo!
Foi ele mesmo
Que me deu o toque
Huuuum!…

Enquanto Freud
Explica as coisas
O diabo fica dando os toque…

Mamãe disse a Zequinha
Nunca pule aquele muro
Zequinha respondeu
Mamãe aqui tá mais escuro…

Diabo!
O diabo usa capote
É Rock! É Toque! É Forte!
Diabo!
Foi ele mesmo que
Me deu o toque…

Enquanto Freud
Explica as coisas
O diabo fica dando os toque…

O diabo é o pai do rock!
O diabo é o pai do rock!
Então é very god rock!
O diabo é o pai do rock
Enquanto Freud explica
O diabo dá os toque…

Rockixe

Vê se me entende, olha o meu sapato novo
Minha calça colorida o meu novo way of life
Eu tô tão lindo porém bem mais perigoso
Aprendi a ficar quieto e começar tudo de novo

O que eu quero, eu vou conseguir
O que eu quero, eu vou conseguir
Pois quando eu quero todos querem
Quando eu quero todo mundo pede mais
E pede bis

Eu tinha medo do seu medo
do que eu faço
Medo de cair no laço
que você preparou
Eu tinha medo de ter que dormir mais cedo
numa cama que eu não gosto só porque você mandou…

Você é forte mais eu sou muito mais lindo
O meu cinto cintilante, a minha bota, o meu boné
Não tenho pressa, tenho muita paciência
Na esquina da falência
que eu te pego pelo pé

Olha o meu charme, minha túnica, meu terno
Eu sou o anjo do inferno que chegou pra lhe buscar
Eu vim de longe, vim d´uma metamorfose
Numa nuvem de poeira que pintou pra lhe pegar

Você é forte, faz o que deseja e quer
Mas se assusta com o que eu faço, isso eu já posso ver
E foi com isso justamente que eu vi
Maravilhoso, eu aprendi que eu sou mais forte que você

O que eu quero, eu vou conseguir
O que eu quero, eu vou conseguir
Pois quando eu quero todos querem
Quando eu quero todo mundo pede mais
E pede bis, e pede mais…

S.O.S.

Hoje é domingo
Missa e praia
Céu de anil
Tem sangue no jornal
Bandeiras na Avenida Zil…

Lá por detrás da triste
Linda zona sul
Vai tudo muito bem
Formigas que trafegam
Sem porque…

E da janela
Desses quartos de pensão
Eu como vetor
Tranqüilo eu tento
Uma transmutação…

Oh! Oh! Oh! Seu Moço!
Do Disco Voador
Me leve com você
Prá onde você for
Oh! Oh! Oh! Seu Moço!
Mas não me deixe aqui
Enquanto eu sei que tem
Tanta estrela por aí…

Andei rezando para
Tótens e Jesus
Jamais olhei pr’o céu
Meu Disco Voador além…

Já fui macaco
Em domingos glaciais
Atlântas colossais
Que eu não soube
Como utilizar…

E nas mensagens
Que nos chegam sem parar
Ninguém, ninguém pode notar
Estão muito ocupados
Prá pensar…

Oh! Oh! Oh! Seu Moço!
Do Disco Voador
Me leve com você
Prá onde você for
Oh! Oh! Oh! Seu Moço!
Mas não me deixe aqui
Enquanto eu sei que tem
Tanta estrela por aí…

Enquanto eu sei que tem
Tanta estrela por aí!
Enquanto eu sei que tem
Tanta estrela por aí!…

Sapato 36

Eu calço é 37
Meu pai me dá 36
Dói, mas no dia seguinte
Aperto meu pé outra vez
Eu aperto meu pé outra vez

Pai eu já tô crescidinho
Pague prá ver, que eu aposto
Vou escolher meu sapato
E andar do jeito que eu gosto
E andar do jeito que eu gosto

Por que cargas d’águas
Você acha que tem o direito
De afogar tudo aquilo que eu
Sinto em meu peito
Você só vai ter o respeito que quer
Na realidade
No dia em que você souber respeitar
A minha vontade
Meu pai
Meu pai

Pai já tô indo-me embora
Quero partir sem brigar
Pois eu já escolhi meu sapato
Que não vai mais me apertar
Que não vai mais me apertar
Que não vai mais me apertar

Por que cargas d’águas
Você acha que tem o direito
De afogar tudo aquilo que eu
Sinto em meu peito
Você só vai ter o respeito que quer
Na realidade
No dia em que você souber respeitar
A minha vontade
Meu pai
Meu pai

Pai já tô indo-me embora
Eu quero partir sem brigar
Já escolhi meu sapato
Que não vai mais me apertar (Êêêê)
Que não vai mais me apertar (Aaaa)
Que não vai mais me apertar (Êêêê)

Sou o que sou

Sou o que sou
Sem mentiras pra mim,
Se você quer chegar me aceite assim,
Pois o fato é que eu sou
E não vou me negar

Meu sangue é seu vinho
Sua carne meu corpo
Não vou me esgotar
Mas quero de volta
Meu troco
É você ter que me aturar

Ei, eu estou aqui bem diante de você
Em qualquer homem você há de me ver
Ei, eu estou aqui bem diante de você
Em qualquer homem você pode me ver

Sou feito da terra
De ouro, de prata
Da lama do chão
Mas forte que ontem
Orgasmo do sonho
Da continuação

Ei, eu estou aqui diante de você
Em qualquer homem você há de me ver
Ei, eu estou aqui bem diante de você
Em qualquer homem você há de me ver

Super-Heróis

Hoje é segunda-feira e decretamos feriado
Chamei Dom Paulo Coelho e saímos lado e lado
Lá na esquina da Augusta quando cruza com a Ouvidor
Não é que eu vi o Sílvio Santos
Não é que eu vi o Sílvio Santos
Sorrindo aquele riso franco e puro
Para um filme de terror
Como é que eu posso ler
Se eu não consigo concentrar minha atenção
Se o que me preocupa no banheiro ou no trabalho
É a seleção
(Vê se tem Kung Fu aí em outra estação)

Já na outra esquina
Dei três vivas ao rei Faiçal
O povo confundiu pensando que era o carnaval
Então eu disse a Dom Paulete: eu conheço aquele ali
Não é possível, dom Raulzito
Não é possível, dom Raulzito
Quem que no Brasil não reconhece o grande trunfo do xadrez
Saí pela tangente disfarçando uma possível estupidez
Corri para um cantinho pra dali sacar o lance de mansinho
(Adivinha quem era? Mequinho!)

Lá em Nova York todo mundo é feliz
Vi o Marlon dançando o último tango de Paris
Pedi cerveja e convenci ao garçom do botequim
A não pagar o tal do casco
Ele aceitou, pois sou um astro!
E duma cobertura no Leblon
Quelé acena dando aquela
Enquanto o povo embaixo grita
É o Rei Quelé despenca da janela
É quando, a 120, o Fittipaldi passa e quem ele atropela
(Meu Deus! Mequinho no chão, mais três velas)

Vamos dar viva aos grandes heróis
Vamos em frente, bravos cowboys
Avante! Avante! Super-Heróis
Ai-oh Silver!
Shazan

Tapanacara

Urucubaca, mandinga
Ataca, mexe e me xinga
Esquenta e racha a moringa
Até que o leite azedou
Bochecha inchada na raça
Araçá, coentro e cachaça
O berimbau tem cabaça
E um som que é “deep in my soul”
Randolph scott que era um cowboy retado
Tipo touro sentado
Mugiu e levantou
O tapa na cara
Que eu levei de odara
Odara, menina
Que era filha de nara
Que era neta, prima-dona de raul

Menino danado
Lá, si, dó rebocado

Procure que você vai entender
(repete tudo)

Tu és o MDC da minha vida

Tu és o grande amor
Da minha vida
Pois você é minha querida
E por você eu sinto calor
Aquele seu chaveiro
Escrito “love”
Ainda hoje me comove
Me causando imensa dor
Dor!…

Eu me lembro
Do dia em que você
Entrou num bode
Quebrou minha vitrola
E minha coleção
De Pink Floyd…

Eu sei!
Que eu não vou ficar
Aqui sozinho
Pois eu sei
Que existe um careta
Um careta em meu caminho…

Ah!
Nada me interessa
Nesse instante
Nem o Flávio Cavalcanti
Que ao teu lado
Eu curtia na TV, na TV…

Nessa sala hoje
Eu peço arrêgo
Não tenho paz
Nem tenho sossego
Hoje eu vivo somente
A sofrer! A sofrer!…

E até!
Até o filme
Que eu vejo em cartaz
Conta nossa história
E por isso, e por isso
Eu sofro muito mais…

Eu sei!
Que dia a dia
Aumenta o meu desejo
E não tem Pepsi-cola que sacie
A delícia dos teus beijos…

Ah!
Quando eu me declarava
Você ria
E no auge da minha agonia
Eu citava Shakespeare…

Não posso sentir
Cheiro de lasanha
Me lembro logo
Das casas da banha
Onde íamos nos divertir
Divertir!…

Mas hoje o meu
Sansui-Garrat e Gradiente
Só toca mesmo embalo quente
Prá lembrar do teu calor
Então eu vou ter
Com a moçada lá do Pier
Mas prá eles é careta
Se alguém
Se alguém fala de amor
Ah!…

Na Faculdade de Agronomia
Numa aula de energia
Bem em frente ao professor
Eu tive um chilique desgraçado
Eu vi você surgindo ao meu lado
No caderno do colega Nestor
Nestor!…

É por isso, é por isso
Que de agora em diante
Pelos 5 mil auto-falantes
Eu vou mandar berrar
O dia inteiro
Que você é: O Meu
Máximo Denominador Comum!…

O Messias Indeciso

Certa vez houve um homem
Comum, como um homem qualquer
Jogou pelada descalço
Cresceu e formou-se em ter fé

Mas nele havia algo estranho
Lembrava ter vivido outra vez
Em outros mundos distantes e assim acreditando se fez

E acreditanto em si mesmo
Tornou-se o mais sábio entre os seus
E o povo pedindo milagres
Chamava esse homem de Deus

Há quantas ilusões 2x
Nas luzes do arredor
Quantos segredos terá 2x

E enquanto ele trabalhava
Na sua tarefa escolhida
A multidão se aglomerava
Perguntando o segredo da vida

E ele falou simplismente
Destino é a gente que faz
Quem faz o destino é a gente
Na mente de quem for capaz

E vendo o povo confuso
Que terrível, cada vez mais lhe seguia
Fugiu pra floresta sozinho
Pra Deus perguntar pra onde ia

Há quantas ilusões 2x
Nas luzes do arredor
Quantos segredos terá 2x

Mas foi sua própria voz que falou
Seja feita a sua vontade
Siga o seu próprio caminho
Pra ser feliz de verdade

E aquela voz foi ouvida
Por sobre morros e vales
Ante ao messias de fato
Que jamais quis ser adorado 2x

Há quantas ilusões 2x
Nas luzes do arredor
Quantos segredos terá 2x

Você

Você alguma vez se perguntou por que
Faz sempre aquelas mesmas coisas sem gostar?
Mas voce faz, sem saber porquê, você faz!
E a vida é curta, por que deixar que o mundo
Lhe acorrente os pés?
Fingir que é normal estar insatisfeito
Sera direito, o que voce faz com você?
Por que voce faz isso por quê?
Detesta o patrão no emprego
Sem ver que o patrão sempre esteve em você
E dorme com a esposa por quem ja não sente amor
Sera que é medo?
Por que? voce faz isso com você?
Por que você não pára um pouco de fingir
E rasga esse uniforme que voce não quer…
Mas voce não quer, prefere dormir e não ver
Por que você faz isso por que?
Detesta o patrão no emprego
Sem ver que o patrão sempre esteve em você.
E dorme com a esposa por quem ja não sente amor
Sera que é medo?
Por que? você faz isso com você?
Por que cara?
Mas voce não quer prefere dormir e não ver
Por que voce faz isso por que?
Sera que é medo?
Por que? você faz isso com você?
Voce faz isso com você?

Quando Você Crescer

O que que você quer ser quando você crescer?
Aguma coisa importante
Um cara muito brilhante
Quando você crescer
Não adianta, perguntas não valem nada
É sempre a mesma jogada
Um emprego e uma namorada
Quando você crescer
E cada vez é mais difícil de vencer
Pra quem nasceu pra perder
Pra quem não é importante…
É bem melhor
Sonhar, do que conseguir
Ficar em vez de partir
Melhor uma esposa ao invés de uma amante
Uma casinha, um carro à prestação
Saber de cor a lição, Que no…
Que no bar não se cospe no chão, nego
Quando você crescer
Alguns amigos da mesma repartição
Durante o fim-de-semana
Se vai mais tarde pra cama
Quando você crescer
E no subúrbio, com flores na sua janela
Você sorri para ela
E dando um beijo lhe diz:
Felicidade
é uma casa pequenina
e amar uma menina
E não ligar pro que se diz.
Belo casal que paga as contas direito
bem comportado no leito
Mesmo que doa no peito
Sim…
Quando você crescer
E o futebol te faz pensar que no jogo
Você é muito importante
Pois o gol é o seu grande instante
Quando você crescer
Um cafézinho mostrando o filho pra vó
Sentindo o apoio dos pais
Achando que não está, só
Quando você crescer
Quando você crescer
Quando você crescer

O trem das sete

Ói, ói o trem, vem surgindo de trás das montanhas azuis, olha o trem
Ói, ói o trem, vem trazendo de longe as cinzas do velho éon

Ói, já é vem, fumegando, apitando, chamando os que sabem do trem
Ói, é o trem, não precisa passagem nem mesmo bagagem no trem

Quem vai chorar, quem vai sorrir ?
Quem vai ficar, quem vai partir ?
Pois o trem está chegando, tá chegando na estação
É o trem das sete horas, é o último do sertão, do sertão

Ói, olhe o céu, já não é o mesmo céu que você conheceu, não é mais
Vê, ói que céu, é um céu carregado e rajado, suspenso no ar

Vê, é o sinal, é o sinal das trombetas, dos anjos e dos guardiões
Ói, lá vem Deus, deslizando no céu entre brumas de mil megatons

Ói, olhe o mal, vem de braços e abraços com o bem num romance astral

Amém.

O Dia em que a Terra Parou

Essa noite eu tive um sonho
de sonhador
Maluco que sou, eu sonhei
Com o dia em que a Terra parou
com o dia em que a Terra parou

Foi assim
No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo
o planeta
Naquele dia, ninguém saiu saiu de casa, ninguém

O empregado não saiu pro seu trabalho
Pois sabia que o patrão também não tava lá
Dona de casa não saiu pra comprar pão
Pois sabia que o padeiro também não tava lá
E o guarda não saiu para prender
Pois sabia que o ladrão, também não tava lá
e o ladrão não saiu para roubar
Pois sabia que não ia ter onde gastar

No dia em que a Terra parou (Êêê)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou

E nas Igrejas nem um sino a badalar
Pois sabiam que os fiéis também não tavam lá
E os fiéis não saíram pra rezar
Pois sabiam que o padre também não tava lá
E o aluno não saiu para estudar
Pois sabia o professor também não tava lá
E o professor não saiu pra lecionar
Pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar

No dia em que a Terra parou (Ôôôô)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Uuu)
No dia em que a Terra parou

O comandante não saiu para o quartel
Pois sabia que o soldado também não tava lá
E o soldado não saiu pra ir pra guerra
Pois sabia que o inimigo também não tava lá
E o paciente não saiu pra se tratar
Pois sabia que o doutor também não tava lá
E o doutor não saiu pra medicar
Pois sabia que não tinha mais doença pra curar

No dia em que a Terra parou (Oh Yeeeah)
No dia em que a Terra parou (Foi tudo)
No dia em que a Terra parou (Ôôôô)
No dia em que a Terra parou

Essa noite eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, acordei

No dia em que a Terra parou (Oh Yeeeah)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Eu acordei)
No dia em que a Terra parou (Acordei)
No dia em que a Terra parou (Justamente)
No dia em que a Terra parou (Eu não sonhei acordado)
No dia em que a Terra parou (Êêêêêêêêê…)
No dia em que a Terra parou (No dia em que a terra parou)

As Minas do Rei Salomão

Entre, vem correndo para mim
Meu princípio já chegou ao fim
E o que me resta agora
É o seu amor
Traga a sua bola de cristal
E aquele incenso do Nepal
Que você comprou num camelô…

E me empresta o seu colar
Que um dia eu fui buscar
Na tumba de um sábio Faraó…(2x)

Veja quanto livro na estante!
“Don Quixote”
“O Cavaleiro Andante”
Luta a vida inteira contra o rei
Joga as cartas
Lê a minha sorte!
Tanto faz a vida como a morte
O pior de tudo eu já passei…

Do passado me esqueci
No presente me perdi
Se chamarem
Diga que eu saí
Do passado eu me esqueci
No presente eu me perdi
Se chamaram!
Diga que eu saí…

Veja quanto livro na estante!
“Don Quixote”
“O Cavaleiro Andante”
Luta a vida inteira contra o rei
Joga as cartas
Lê a minha sorte!
Tanto faz a vida como a morte
O pior de tudo eu já passei…

Do passado eu me esqueci
No presente me perdi
Se chamarem
Diga que eu saí
Do passado me esqueci
No presente me perdi
Se chamarem!
Diga que eu saí…

Mosca na Sopa

Eu sou a mosca
Que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou prá lhe abusar…(3x)

Eu sou a mosca
Que perturba o seu sono
Eu sou a mosca
No seu quarto a zumbizar…(2x)

E não adianta
Vir me detetizar
Pois nem o DDT
Pode assim me exterminar
Porque você mata uma
E vem outra em meu lugar…

Eu sou a mosca
Que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou prá lhe abusar…(2x)

-“Atenção, eu sou a mosca
A grande mosca
A mosca que perturba o seu sono
Eu sou a mosca no seu quarto
A zum-zum-zumbizar
Observando e abusando
Olha do outro lado agora
Eu tô sempre junto de você
Água mole em pedra dura
Tanto bate até que fura
Quem, quem é?
A mosca, meu irmão!”

Eu sou a mosca
Que posou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou prá lhe abusar…(2x)

E não adianta
Vir me detetizar
Pois nem o DDT
Pode assim me exterminar
Porque você mata uma
E vem outra em meu lugar…

Eu sou a mosca
Que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou prá lhe abusar…(2x)

Eu sou a mosca
Que perturba o seu sono
Eu sou a mosca
No seu quarto a zumbizar…(2x)

Mas eu sou a mosca
Que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou prá lhe abusar…

Medo da Chuva

É pena que você pense
Que eu sou seu escravo
Dizendo que eu sou seu marido
E não posso partir

Como as pedras imóveis na praia
Eu fico ao seu lado sem saber
Dos amores que a vida me trouxe
E eu não pude viver

Eu perdi o meu medo
O meu medo, o meu medo da chuva
Pois a chuva voltando
Pra terra traz coisas do ar

Aprendi o segredo, o segredo
O segredo da vida
Vendo as pedras que choram sozinhas
No mesmo lugar

Eu não posso entender
Tanta gente aceitando a mentira
De que os sonhos desfazem aquilo
Que o padre falou

Porque quando eu jurei meu amor
Eu traí a mim mesmo, hoje eu sei
Que ninguém nesse mundo
É feliz tendo amado uma vez…
Uma vez

Eu perdi o meu medo
O meu medo, o meu medo da chuva
Pois a chuva voltando
Pra terra traz coisas do ar

Aprendi o segredo, o segredo
O segredo da vida
Vendo as pedras que
Choram sozinhas no mesmo lugar

Vendo as pedras que
Choram sozinhas no mesmo lugar
Vendo as pedras que
Sonham sozinhas no mesmo lugar

Maluco Beleza

Enquanto você
Se esforça pra ser
Um sujeito normal
E fazer tudo igual…

Eu do meu lado
Aprendendo a ser louco
Maluco total
Na loucura real…

Controlando
A minha maluquez
Misturada
Com minha lucidez…

Vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza…

E esse caminho
Que eu mesmo escolhi
É tão fácil seguir
Por não ter onde ir…

Controlando
A minha maluquez
Misturada
Com minha lucidez
Eeeeeeeeuu!…
Controlando
A minha maluquez
Misturada
Com minha lucidez

Vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com toda certeza
Maluco, maluco beleza…

Al Capone

Cumquêquê! Cumquêcumquê!
Quênêu!
Cumquêquê! Cumquêcumquê!
Quênêu!…

Ei! Al Capone
Vê se te emenda
Já sabem do teu furo, nego
No imposto de renda
Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim desta maneira, nego
Chicago não aguenta…

Ei! Julio Cesar
Vê se não vai ao senado
Já sabem do teu plano
Para controlar o Estado
Ei! Lampião
Dá no pé, desapareça
Pois eles vão à feira
Exibir tua cabeça…

Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim dessa maneira, nego
Chicago não aguenta
-Cuidado aê Al Capone!…

Ei! Al Capone
Vê se te emenda
Já sabem do teu furo
Meu nego!
No imposto de renda…
Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim dessa maneira, nego
Chicago não aguenta…

Ei! Jimi Hendrix
Abandona o palco agora
Faça como fez Sinatra
Compre um carro e vá embora
Ei! Jesus Cristo
O melhor que você faz
Deixar o Pai de lado
E foge prá morrer em paz…

Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim dessa maneira, nego
Chicago não aguenta…

Eu sou astrólogo!
Eu sou astrólogo!
Vocês precisam acreditar em mim
Eu sou astrólogo!
Eu sou astrólogo!
E conheço História
Do princípio ao fim!…

Sociedade Alternativa

Viva, viva, viva a sociedade alternativa
(Viva! Viva!)
Viva, viva, viva a sociedade alternativa
(Viva o novo aeon)
Viva, viva, viva a sociedade alternativa
(Viva! Viva!)
Viva, viva, viva a sociedade alternativa
Se eu quero e você quer
Tomar banho de chapéu
ou esperar Papai Noel
Ou discutir Carlos Gardel
Então vá
Faça o que tu queres
Pois é tudo
Da lei, da lei
Viva, viva, viva a sociedade alternativa

Faz o que tu queres há de ser
Tudo da lei, da lei
Todo homem, toda mulher
É uma estrela
Viva
Viva, viva, viva a sociedade alternativa
(Viva! Viva!)
Viva, viva, viva a sociedade alternativa
Mas se eu quero e você quer
Tomar banho de chapéu
Ou esperar Papai Noel
Ou discutir Carlos Gardel
Então vá
Faça o que tu queres
Pois é tudo
Da lei, da lei
Viva, viva, viva a sociedade alternativa
Viva, viva, viva a sociedade alternativa
O número 666 chama-se Aleister Crowley
Viva
Viva, viva, viva a sociedade alternativa
Faz o que tu queres
Há de ser tudo da lei
Viva, viva, viva a sociedade alternativa
Viva
A lei de Thelema
Viva, viva, viva a sociedade alternativa
A lei do forte, essa é a nossa lei e a alegria do mundo
Viva, viva, viva a sociedade alternativa
(mais…)

Cowboy fora da lei

Mamãe, não quero ser prefeito
Pode ser que eu seja eleito
E alguém pode querer me assassinar
Eu não preciso ler jornais
Mentir sozinho eu sou capaz
Não quero ir de encontro ao azar
Papai não quero provar nada
Eu já servi à Pátria amada
E todo mundo cobra minha luz
Oh, coitado, foi tão cedo
Deus me livre, eu tenho medo
Morrer dependurado numa cruz

Eu não sou besta pra tirar onda de herói
Sou vacinado, eu sou cowboy
Cowboy fora da lei
Durango Kid só existe no gibi
E quem quiser que fique aqui
Entrar pra historia é com vocês!

(mais…)

Eu nasci há dez mil anos atrás

-“Um dia, numa rua da cidade
Eu vi um velinho
Sentado na calçada
Com uma cúia de esmola
E uma viola na mão
O povo parou prá ouvir
Ele agradeceu as moedas
E cantou essa música
Que contava uma história
Que era mais ou menos assim:”

Eu nasci!
Há dez mil’anos atrás
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais…(2x)

Eu vi Cristo ser crucificado
O amor nascer e ser assassinado
Eu vi as bruxas pegando fogo
Prá pagarem seus pecados
Eu vi!…

Eu vi Moisés
Cruzar o Mar Vermelho
Vi Maomé
Cair na terra de joelhos
Eu vi Pedro negar Cristo
Por três vezes
Diante do espelho
Eu vi!…

Eu nasci! (Eu nasci!)
Há dez mil’anos atrás
(Eu nasci há 10 mil anos!)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais…(2x)

Eu vi as velas
Se acenderem para o Papa
Vi Babilônia
Ser riscada no mapa
Vi Conde Drácula
Sugando sangue novo
E se escondendo atrás da capa
Eu vi!…

Eu vi a arca de Noé
Cruzar os mares
Vi Salomão cantar
Seus salmos pelos ares
Eu vi Zumbi fugir
Com os negros prá floresta
Pr’o Quilombo dos Palmares
Eu vi!…

Eu nasci! (Eu nasci!)
Há dez mil’anos atrás
(Eu nasci há 10 mil anos!)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais…(2x)

Eu vi o sangue
Que corria da montanha
Quando Hitler
Chamou toda Alemanha
Vi o soldado
Que sonhava com a amada
Numa cama de campanha
Eu li!
Ei li os símbolos
Sagrados de umbanda
Eu fui criança prá
Poder dançar ciranda
Quando todos
Praguejavam contra o frio
Eu fiz a cama na varanda…

Eu nasci! (Eu nasci!)
Há dez mil’anos atrás
(Eu nasci há 10 mil anos atrás!)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais…(2x)

Não! Não!
Eu tava junto
Com os macacos na caverna
Eu bebi vinho
Com as mulheres na taberna
E quando a pedra
Despencou da ribanceira
Eu também quebrei a perna
Eu também…

Eu fui testemunha
Do amor de Rapunzel
Eu vi a estrêla de Davi
Brilhar no céu
E pr’aquele que provar
Que eu tô mentindo
Eu tiro o meu chapéu…

Eu nasci! (Eu nasci!)
Há dez mil’anos atrás
(Eu nasci há 10 mil anos atrás!)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais…(3x)

(mais…)

Ouro de Tolo

Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros
Por mês…

Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso
Na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar
Um Corcel 73…

Eu devia estar alegre
E satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado
Fome por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa…

Ah!
Eu devia estar sorrindo
E orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa…

Eu devia estar contente
Por ter conseguido
Tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado…

Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto “e daí?”
Eu tenho uma porção
De coisas grandes prá conquistar
E eu não posso ficar aí parado…

Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Prá ir com a família
No Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos…

Ah!
Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro
Jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco…

É você olhar no espelho
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal…

E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social…

Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar…

Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador…

Ah!
Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar…

Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador…

(mais…)

A maçã

Se esse amor
Ficar entre nós dois
Vai ser tão pobre amor
Vai se gastar…

Se eu te amo e tu me amas
Um amor a dois profana
O amor de todos os mortais
Porque quem gosta de maçã
Irá gostar de todas
Porque todas são iguais…

Se eu te amo e tu me amas
E outro vem quando tu chamas
Como poderei te condenar
Infinita tua beleza
Como podes ficar presa
Que nem santa no altar…

Quando eu te escolhi
Para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma
Ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi
Que além de dois existem mais…

Amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Sofro mas eu vou te libertar
O que é que eu quero
Se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar…

Quando eu te escolhi
Para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma
Ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi
Que além de dois existem mais…

Amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Sofro mas eu vou te libertar
O que é que eu quero
Se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar…

(mais…)

Metamorfose Ambulante

Ah Ah Ah!
Ah Ah Ah!
Ah Ah Ah!…

Prefiro ser
Essa Metamorfose Ambulante
Eu prefiro ser
Essa Metamorfose Ambulante
Do que ter aquela velha
Opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha
Opinião formada sobre tudo…

Eu quero dizer
Agora o oposto
Do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa Metamorfose Ambulante
Do que ter aquela velha
Opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha
Opinião formada sobre tudo…

Sobre o que é o amor
Sobre que eu
Nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor!
Lhe tenho horror!
Lhe faço amor!
Eu sou um ator!…

É chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver
Nessa Metamorfose Ambulante
Do que ter aquela velha
Opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha
Opinião formada sobre tudo…

Sobre o que é o amor
Sobre que eu
Nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor!
Lhe tenho horror!
Lhe faço amor!
Eu sou um ator!…

Eu vou lhes dizer
Aquilo tudo que eu
Lhe disse antes
Eu prefiro ser essa
Essa Metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha
Opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha
Opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha
Velha, velha, velha, velha
Opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha
Velha, velha, velha, velha
Opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha
Velha, velha, velha, velha
Opinião formada sobre tudo…

(mais…)

Gita

“Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando”,
“Foi justamente num sonho que ele me falou”

Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado

Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar

Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o medo de amar

Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou eu fui eu vou

Gita

Eu sou o seu sacrifício
A placa de contra-mão
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição

Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada

Por que você me pergunta
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra,
Do fogo, da água, do ar

Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim

Das telhas eu sou o telhado
A pesca do pescador
A letra A tem meu nome
Dos sonhos eu sou o amor

Eu sou a dona de casa
Nos pegues pagues do mundo
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso, largo, profundo

Gita

Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão

Mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai, o avô
O filho que ainda não veio,
O início, o fim, e o meio
O início, o fim, e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio

(mais…)

Tente outra vez

Veja
Não diga que a canção está perdida
Tenha em fé em Deus, tenha fé na vida
Tente ou…tra vez

Beba
Pois a água viva ainda está na fonte
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada aca…bou, não não não não

Tente
Levante sua mão sedenta e recomece a andar
Não pense que a cabeça agüenta se você parar,
Há uma voz que canta, uma voz que dança, uma voz que gira
Bailando no ar

Queira
Basta ser sincero e desejar profundo
Você será capaz de sacudir o mundo, vai
Tente ou…tra vez

Tente
E não diga que a vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida
Tente outra vez

(mais…)