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Mangueira, minha madrinha (Tengo Tengo) (Salgueiro – Samba-enredo 1972)

Tengo-TengoSanto Antônio, ChaléMinha genteÉ muito samba no pé!(Vamos nos!) Tengo-TengoSanto Antônio, ChaléMinha genteÉ muito samba no pé! Em noite lindaEm noite belaIremos na avenidaDesfilar em passarela(Nossa Senhora) Em noite lindaEm noite belaIremos na avenidaDesfilar em passarela O batizado será lembradoPelo Salgueiro de agoraAlô Laurindo, alô ViolaAlô Mangueira de Cartola Tengo-TengoSanto Antônio, Chalé(Ô minha gente)Minha genteÉ …

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Ilu Ayê Terra da Vida (Portela – Samba-Enredo 1972)

Ilu Ayê, Ilu Ayê, OdaraNegro cantava na nação nagô Depois chorou lamentos de senzalaTão longe estava de sua Ilu AyêTempo passou e no terreirão da casa grandeNegro diz tudo que pode dizer É samba, é batuque, é rezaÉ dança, é ladainhaNegro joga capoeiraE faz louvação à rainha Hoje, negro é terraNegro é vidaNa mutação do …

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Festa Para Um Rei Negro (Salgueiro – Samba-enredo 1971)

Nos anais da nossa históriaVamos encontrarPersonagem de outroraQue iremos recordar.Sua vida, sua glória,Seu passado imortalQue belezaA nobreza do tempo colonial. Ô-lê-lê, ô-lá-lá,Pega no ganzê,Pega no ganzá. Hoje tema festa na aldeia,Quem quiser pode chegar,Tem reisado a noite inteiraE fogueira pra queimar.Nosso rei veio de longePra poder nos visitar,Que belezaA nobreza que visita o gongá. Ô-lê-lê, …

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Lendas E Mistérios da Amazônia (Portela – Samba-Enredo 1970)

Nesta avenida colorida A Portela faz seu carnaval Lendas e mistérios da Amazônia Cantamos neste samba original Dizem que os astros se amaram E não puderam se casar A Lua apaixonada chorou tanto Que do seu pranto nasceu o rio-mar E dizem mais Jaçanã, bela como uma flor Certa manhã viu ser proibido o seu …

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78 rotações

Ela vinha numa manhã Rachada Pelo vento que soprou De madrugada No frio de uma manhã de maio De franja na testa Tentava esconder o pensamento Que só pensava em mim Ela pensava em nós Meu cigarro clareando A madrugada Nosso quarto, nossa vida, nossa casa Na beira do mangue Na beira da lama Na …

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1977

Todos os dias quando acordo de manhã Não tenho mais o tempo do dia que passou Mas tenho muito tempo Para acabar com essa indecisão Espero sinceridade e perigo Todos os dias tento chegar em algum lugar Só pra depois dizer que não quero ficar lá Não é coincidência Essa minha indiferença É que está …

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7. Brasil recebe o mundo de braços abertos (Zeca da Casa Verde – apresentação de Plinio Marcos)

Um povo que não ame e não preserve as suas formas de expressões mais autênticas, jamais será um povo livre.   Você, que vem lá de outras terras Pra viver no meu país Seja bem vindo, pode chegar Só que existe nova lei Que o rei do samba, vai proclamar Na folha vinte, no parágrafo …

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7 Vezes

Deixa o mundo avisar de teu nome, Sete vezes escrevi o seu nome, Deixa o mundo avisar de teu nome. Num mundo assim bem grande, sete vezes escrevi seu nome. Num mundo assim bem grande, sete vezes escrevi. Será que é é, fato necessário diz que é é, insistir e repetir que é é, todas …

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K-7

Eu tava só tentando… Te dizer, que é Auto-Reverse. É Auto-Reverse! Continuous Play! Music Non-Stop! Music… Ei crianças façam isso em casa! Sete dias no deserto, eu e o meu walkman. As borboletas são lindas Juli, e o meu cavalo está certo. As estrelas e a lua são como luminárias no céu. Difícil mesmo vai …

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Metrô Linha 743

Ele ia andando pela rua meio apressado Ele sabia que tava sendo vigiado Cheguei para ele e disse: Ei amigo, você pode me ceder um cigarro? Ele disse: Eu dou, mas vá fumar lá do outro lado Dois homens fumando juntos pode ser muito arriscado! Disse: O prato mais caro do melhor banquete é O …

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1997

Mil novecentos e noventa e sete Novembro ainda me lembro Era fim de ano eu não tinha nada e você um novo emprego Foi quando tudo aconteceu A vida era difícil mas juntos tudo estava bem Algumas brigas claro mas isso é tão normal quando se quer alguém Como eu quis você Eu quis matar …

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1967

1967, o mundo começou Pelo menos pra mim E a minha história reduzida É mais ou menos assim: Nascido em São Cristóvão Morador de Madureira Desde pequeno acostumado a subir ladeira me lembro muito bem dos meus tempos de moleque que sempre passava as férias no final do 77 Padre Miguel sempre 10 na bateria …

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2345meia78

Fim de semana chegando e o coitado tá no osso Mas acaba de encontar a solução Coloca um caderninho no bolso, Apanha umas fichas e corre prum orelhão É o seu velho caderninho de telefone Com o nome e o número de um monte de mulhé E ele vai ligar pra todas até conseguir chamar …

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17 Anos de Vida

17 anos de vidaEu tô perdidoDo joelho até o umbigoTudo é perigo Resolve logoOu transa ou sai de cimaMas não me olha assimMas não me ri assimQue eu piro Arranjo empregoMonto apartamentoTe levo em lua-de-melPra onde você quiser Só, brotinho, não me obrigueA usar cinismo17 anos de vidaEu também tiveAh eu tô perdido

Eu Sou 157

Hoje eu sou ladrão, artigo 157, As cachorra me amam, Os playboy se derretem, Hoje eu sou ladrão, artigo 157, A policia bola um plano, Sou heroi, dos pivete, Uma pa de bico cresce o zóio, Quando eu chego, Zé povinho é foda, How, É não nego, Eu to de mau com o mundo, Terça-feira …

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Uma breve história da música brasileira

A música brasileira tem uma história rica e diversificada, com influências e contribuições de muitas culturas diferentes. A música indígena e africana é uma das principais influências na música brasileira, devido à presença dos índios e escravos africanos no país desde a época colonial. Durante o período colonial, música folclórica e religiosa também desempenharam um …

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História de Chico Buarque

Popularmente conhecido simplesmente como Chico Buarque, Francisco Buarque de Hollanda é um cantor e compositor brasileiro, dramaturgo, escritor e poeta. Chico é mais conhecido por suas músicas, que frequentemente incluíam comentários sociais, econômicos e culturais sobre o país. Buarque, Filho primogênito de Sérgio Buarque de Hollanda, viveu em diversos locais quando criança. Principalmente no Rio …

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Letras por Ano

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Natureza morta – Uncategorized

Os livros são dorsos de estantes distantes quebradas.Estou dependurada na parede feita um quadro.Ninguém me segurou pelos cabelos.Puseram um prego em meu coração para que eu não me movaEspetaram, hein? a ave na paredeMas conservaram os meus olhosÉ verdade que eles estão parados.Como os meus dedos, na mesma frase.Espicharam-se em coágulos azuis.Que monótono o mar!Os …

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Vaso chinês – Alberto de Oliveira

Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,Casualmente, uma vez, de um perfumadoContador sobre o mármor luzidio,Entre um leque e o começo de um bordado. Fino artista chinês, enamorado,Nele pusera o coração doentioEm rubras flores de um sutil lavrado,Na tinta ardente, de um calor sombrio. Mas, talvez por contraste à desventura,Quem o sabe?… de um velho mandarimTambém lá …

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Beija-flores – Alberto de Oliveira

Os beija-flores, em festa,Com o sol, com a luz, com os rumores,Saem da verde floresta,Como um punhado de flores. E abrindo as asas formosas,As asas aurifulgentes,Feitas de opalas ardentesCom coloridos de rosas, Os beija-flores, em bando,Boêmios enfeitiçados,Vão como beijos voandoPor sobre os virentes prados; Sobem às altas colinas,Descem aos vales formosos,E espraiam-se após ruidososPela extensão …

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Afrodite – Alberto de Oliveira

I Móvel, festivo, trépido, arrolando,À clara voz, talvez da turba iriadaDe sereias de cauda prateada,Que vão com o vento os carmes concertando, O mar, — turquesa enorme, iluminada,Era, ao clamor das águas, murmurando,Como um bosque pagão de deuses, quandoRompeu no Oriente o pálio da alvorada. As estrelas clarearam repentinas,E logo as vagas são no verde …

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Terceiro canto – Alberto de Oliveira

I Embala-me, balanço da mangueira,Embala-me, que enquanto vou contigo,Contigo venho, o meu pesar esqueço.Rompe a luz da manhã rosada e linda,Tudo desperta. E essa por quem padeço,Lânguida e preguiçosa,Entre brancos lençóis repousa ainda.Embala-me, pendente da mangueira,Na tensa corda, meu balanço amigo!Em claro a noite inteiraPassei, pensando nela. Ah! que formosaEstava ontem à tarde no mirante,Um …

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Fantástica – Alberto de Oliveira

Erguido em negro mármor luzidio,Portas fechadas, num mistério enorme,Numa terra de reis, mudo e sombrio,Sono de lendas um palácio dorme. Torvo, imoto em seu leito, um rio o cinge,E, à luz dos plenilúnios argentados,Vê-se em bronze uma antiga e bronca esfinge,E lamentam-se arbustos encantados. Dentro, assombro e mudez! quedas figurasDe reis e de rainhas; penduradasPelo …

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Aspiração – Alberto de Oliveira

Ser palmeira! existir num píncaro azulado,Vendo as nuvens mais perto e as estrelas em bando;Dar ao sopro do mar o seio perfumado,Ora os leques abrindo, ora os leques fechando; Só de meu cimo, só de meu trono, os rumoresDo dia ouvir, nascendo o primeiro arrebol,E no azul dialogar com o espírito das flores,Que invisível ascende …

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A cancela da estrada – Alberto de Oliveira

Bate a cancela da estradaConstantemente. Cavaleiro, à disparada,Lá vai no cavalo ardente.Cavaleiro em descuidadaMarcha, lá vem indolente. Passa, ondeia levantadaA poeira, toldando o ambiente. Bate a cancela da estradaConstantemente. Bate, e exaspera-se e bradaOu chora contra o batente:(Ninguém lhe ouve na arrastada,Roufenha voz o que sente) — “Minha vida desgraçadaRepouso não me consente;Vivo a bater …

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A coisa pública e a privada – Affonso Romano de Sant`Anna

Entre a coisa públicae a privadaachou-se a Repúblicaassentada. Uns queriam privarda coisa pública,outros queriam provarda privada,conquanto, é claro,que, na provação,a privada, publicamente,parecesse perfumada. Dessa luta intestinaentre a gula pública e a privadaa Repúblicaacabou desarranjadae já ninguém sabiaquando era a empresa públicaprivada públicaoupública privada. Assim ia a rês pública: avacalhadauma rês pública: charqueadauma rês pública, publicamentecorneada, …

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EPITÁFIO PARA O SÉC XX – Affonso Romano de Sant`Anna

1. Aqui jaz um séculoonde houve duas ou três guerrasmundiais e milharesde outras pequenase igualmente bestiais. 2. Aqui jaz um séculoonde se acreditouque estar à esquerdaou à direitaeram questões centrais. 3. Aqui jaz um séculoque quase se esvaiuna nuvem atômica.Salvaram-no o acasoe os pacifistascom sua homeopáticaatitude— nux-vômica. 4. Aqui jaz o séculoque um muro dividiu.Um …

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Ela! – Maria Firmina dos Reis

(A pedido) Ela! Quanto é bela, essa donzela, A quem tenho rendido o coração! A quem votei minh’alma, a quem meu peito Num êxtase de amor vive sujeito… Seu nome!… não – meus lábios não dirão! Ela! minha estrela, viva e bela, Que ameiga meu sofrer, minha aflição; Que transmuda meu pranto em mago riso. Que da terra me eleva ao paraíso… Seu …

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Seu nome – Maria Firmina dos Reis

Seu nome! em repeti-lo a planta, a erva, A fonte, a solidão, o mar, a brisa Meu peito se extasia! Seu nome é meu alento, é-me deleite; Seu nome, se o repito, é dúlia nota De infinda melodia.Seu nome! vejo-o escrito em letras d’ouro No azul sideral à noite quando Medito à beira-mar: E sobre as mansas águas debruçada, Melancólica, e bela eu vejo …

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Confissão – Maria Firmina dos Reis

Embalde, te juro, quisera fugir-te, Negar-te os extremos de ardente paixão: Embalde, quisera dizer-te: – não sinto Prender-me à existência profunda afeição. Embalde! é loucura. Se penso um momento, Se juro ofendida meus ferros quebrar: Rebelde meu peito, mais ama querer-te, Meu peito mais ama de amor delirar. E as longas vigílias, – e os negros fantasmas, Que os sonhos povoam, se …

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À minha extremosa amiga D. Ana Francisca Cordeiro – Maria Firmina dos Reis

Donzela, tu suspiras – esse pranto, Que vem do coração banhar teu rosto, Esse gemer de lânguido penar, Revela amarga dor – imo desgosto: Amiga… acaso cismas ao luar, Terno segredo de ignoto amor?!… Soltas madeixas desprendidas voam Por sobre os ombros de nevada alvura; Tua fronte pálida os pesares c’roam Como auréola de martírio… pura, Cândida virgem… que abandono o teu? Sonhas acaso com …

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Meditação – Maria Firmina dos Reis

(À minha querida irmã – Amália Augusta dos Reis)     Vejamos pois esta deserta praia, Que a meiga lua a pratear começa, Com seu silêncio se harmoniza esta alma, Que verga ao peso de uma sorte avessa. Oh! meditemos na soidão da terra, Nas vastas ribas deste imenso mar; Ao som do vento, que sussurra triste, Por entre os leques do gentil …

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Nas praias do Cumam – Solidão – Maria Firmina dos Reis

Aqui na solidão minh’alma dorme; Que letargo profundo!… Se no leito, A horas mortas me revolvo em dores, Nem ela acorda, nem me alenta o peito.No matutino albor a nívea garça Lá vai tão branca doudejando errante; E o vento geme merencório – além Como chorosa, abandonada amante.E lá se arqueia em ondulação fagueira O brando leque do gentil palmar; E lá nas …

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Sonhei – Carolina Maria de Jesus

Sonhei que estava mortaVi um corpo no caixãoEm vez de flores eram IivrosQue estavam nas minhas mãosSonhei que estava estendidaNo cimo de uma mesaVi o meu corpo sem vidaEntre quatro velas acesas Ao lado o padre rezavaComoveu-me a sua oraçãoAo bom Deus ele imploravaPara dar-me a salvaçãoSuplicava ao Pai EternoPara amenizar o meu sofrimentoNão me …

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Negro forro – Adão Ventura

Minha carta de alforria Não me deu fazendas, Nem dinheiro no banco, Nem bigodes retorcidos. Minha carta de alforria Costurou meus passos Aos corredores da noite de minha pele. – Adão Ventura, em “Os cem melhores poemas brasileiros do século”. [organização Ítalo Moriconi]. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2001, p. 275. Adão Ventura Autor: Adão Ventura

Procissão – Adão Ventura

Gente de velas na mão vela-se ao santo. entre as curvas das ruas curva-se ao santo. no dobrar das esquinas dobram-se ao santo os joelhos genuflexos e puros para o milagre. – Adão Ventura, em “Jequitinhonha: poemas do Vale”. Belo Horizonte: Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, 1980,  p. 27. Adão Ventura Autor: Adão …

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Silêncio – Adalgisa Nery

Nas mãos inquietas Cansadas esperanças Tateando formas na luz ausente, Nos olhos embrumados A viva cruz do alívio, Na boca imobilizada A palavra amortalhada. E à tona da fugaz realidade O mistério das surpresas superadas. Paisagem de espaços, e fantasmas Ordenam não falar, não morrer, Ouvir sem conduzir o pensamento, Viver os vazios lúcidos Entre …

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Vivência – Adalgisa Nery

Começamos a viver Quando saímos do sono da existência, Quando as distâncias se alongam nas partículas do corpo. Começamos a viver Quando confusos e sem consolo Não sentimos os traços do irmão perdido. Quando antes da força Surge a sombra do insignificante. Quando o sono é transformado em sonhos superados, Quando o existir não é …

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Instante – Adalgisa Nery

O espanto abriu meu pensamento Com idioma vindo do delírio, Dos receios indefesos, dos louvores sem raízes, No perdão oferecido sem razão. O espanto abriu meu pensamento Na noite carregada de lamentos Em linguagem universal Fluindo do eco perdido Com passos de presságio amanhecendo. Corpos florindo na pele da terra Acendendo vida nas rosas e …

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Mulher – Adalgisa Nery

Na face, a geografia da angústia, Dos pânicos e das medrosas alegrias. Cada ruga é um presságio. E auréola da aflição constante O esplendor dos cabelos brancos. Uma só raiz para frutos diversos, Uma só vida para destinos tão complexos, Um só pranto para dores tão diversas. O útero que gera o herói, o sábio, …

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Olhando no espelho – Abdias do Nascimento

(Para meus netos Samora, Alan e Henrique Alberto)Ao espelho te vejo negrinhote reconheço garoto negrovivemos a mesma infânciaa melancolia partilhada do teu profundo olharera a senha e a contra-senhaidentificando nosso destinoconfraria dos humilhadosa povoar de terna lembrançaesta minha evocação de FrancaÉramos um só olharnos papagaios empinadosao sopro fresco do entardecerNegrinho garota negravivemos a mesma infâncianos …

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Autobiografia – Abdias do Nascimento

EITO que ressoa no meu sanguesangue do meu bisavô pinga de tua foicefoice da tua violação ainda corta o grito de minha avó LEITO de sangue negroemudecido no espanto clamor de tragédia não esquecida crime não punido nem perdoadoqueimam minhas entranhasPEITO pesado ao peso da madrugada de chumboorvalho de fel amargoorvalhando os passos de minha mãena oferta compulsória …

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Anseio – Adalgisa Nery

Quero que desça sobre mim a grande sombra que alivia, Aquela que arranca do meu coração a revolta que me impede de ser mansa. Quero descansar… Quero encontrar aquele que é mais belo que o sol, Que aumenta o meu sofrimento e que ajuda na minha redenção, Que reparte suas angústias comigo para que lhe …

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Aspiração – Adalgisa Nery

Antes que vingue outra esperança Quero as sombras do branco espesso. Antes que mais uma insônia se cumpra Quero o torpor no abismo indecifrável Do espírito amortalhado. Antes que o pensamento acorde E descubra os espaços petrificados, Quero narcotizar-me sem sonhos E deitar-me no mundo sem sombras, Sem palavras nem gestos. Antes que alguma crença …

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A rota – Adalgisa Nery

O mundo pulveriza-nos sem revelar Seus intuitos secretos. A vida é contemplá-los nos seus gestos mais sutis E sentir nas águas profundas O que de cada destino foi escrito Nos penhascos dos mares agitados. No vácuo do espírito Anda a forma sem direção Por caminhos já pisados E inseguros são os passos repetidos. Nem sempre …

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Abandono – Adalgisa Nery

A exaustão faminta Procura elementos ainda vivos no meu ser Talvez guardados em escuros vácuos Que carrego sem saber. Alimenta-se do sopro das imagens Desenhadas pela minha imaginação Pelo tato dos meus sentimentos, Pelo pânico do desconhecido. Aparece como febre constante dilatando as minhas carnes Descoloridas e sem sabor de vida. A exaustão sobe pelos meus pés, Cobre os meus gestos incipientes, Prende a minha língua, Suga o …

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Canção para dentro – Adalgisa Nery

A canção do corpo é cantada para dentro E a leveza da alegria se transmuda em peso, A brisa adere aos amargos pensamentos Fluindo no sorriso compassivo. Logo, Surgindo de células desamadas Os matizes áureos anoitecem, Pálpebras levantadas vão caindo E nesgas apenas vislumbramos, Geografias em nós morrendo, Oceanos crescendo, ilhas sumindo, Rosas nascendo na …

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Cemitério Adalgisa – Adalgisa Nery

Moram em mim Fundos de mares, estrelas-d′alva, Ilhas, esqueletos de animais, Nuvens que não couberam no céu, Razões mortas, perdões, condenações, Gestos de amparo incompleto, O desejo do meu sexo E a vontade de atingir a perfeição. Adolescências cortadas, velhices demoradas, Os braços de Abel e as pernas de Caim. Sinto que não moro. Sou morada pelas coisas como a terra das sepulturas É habitada pelos corpos. Moram …

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Alvo – Orides Fontela

Miro e disparo:o alvoo alo acentro exato dos círculosconcêntricosbranco do aa brancopontobrancoatraindo todo o impacto (Fixar o vooda luz naformafirmar o cantoem precisosilêncio – confirmá-lo no centrodo silêncio.)Miro e disparo:o ao alo alvo.– Orides Fontela, do livro “Helianto”, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, p. 76. Orides …

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Eros – Orides Fontela

Cego? Não: livre. Tão livre que não te importa a direção da seta.  Alado? Irradiante. Feridas multiplicadas nascidas de um só                               abismo. Disseminas pólens e aromas. És talvez a                       …

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Fala – Orides Fontela

Tudoserá difícil de dizer:a palavra realnunca é suave. Tudo será duro:luz impiedosaexcessiva vivênciaconsciência demais do ser Tudo seráCapaz de ferir. SeráAgressivamente real.Tão real que nos despedaça.Não há piedade nos signosE nem no amor: o serÉ excessivamente lúcidoE a palavra é densa e nos fere(toda a palavra é crueldade)– Orides Fontela, do livro “Transposição”, em “Poesia …

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Helianto – Orides Fontela

Cânonda flor completametro / valência / ritoda florverbo Círculoexemplar de heliantoflor emito ciclodo complexo espelhoflor eritmo cânon da luz perfeita– Orides Fontela, do livro “Helianto”, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006. Orides Fontela Autor: Orides Fontela

Mãos – Orides Fontela

Com as mãos nuas lavrar o campo:  as mãos se ferindo nos seres, arestas da subjacente unidade  as mãos desenterrando luzesfragmentos do anterior espelho  com as mãos nuas lavrar o campo:  desnudar a estrela essencial sem ter piedade do sangue. – Orides Fontela, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, p. 20. Orides Fontela Autor: Orides Fontela

Minério – Orides Fontela

o metal e seu pálido horizonteo metal tempo opondo-se ao olhar vivo:o metal adensandoe horizonte efronteira invioladaO metal presençaÍntegraopondo às águas seu frioe incorruptível núcleo– Orides Fontela, do livro “Helianto”, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, p. 82. Orides Fontela Autor: Orides Fontela

Poema – Orides Fontela

Saber de cor o silênciodiamante e-ou espelhoo silêncio alémdo branco.Saber seu pesoSeu signo– habitar sua estrelaImpiedosa. Saber seu centro: vazioesplendor alémda vidae vida alémda memória.    Saber de cor o silêncio – e profaná-lo, dissolvê-lo        em palavras.– Orides Fontela, do livro “Alba”, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: …

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Pouso – Orides Fontela

Ó pássaro, em minha mãoencontram-setua liberdade intactaminha aguda consciência. Ó pássaro, em minha mãoteu cantode vitalidade puraencontra a minha humanidade. Ó pássaro, em minha mãopousadoserá possível cantarmosem uníssono se és o raro pousodo sentimento vivoe eu, pranto vertido na palavra?– Orides Fontela, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, …

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Reflexo – Orides Fontela

O lago em círculocírculo águacéu apreendidoeternidade no tempo– Orides Fontela, do livro “Helianto”, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, p. 55. Orides Fontela Autor: Orides Fontela

Ver – Orides Fontela

o avessodo sol oventredo caos osossos.Ver . Ver-se.Não dizer nada.– Orides Fontela, do livro “Teia”, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, p. 307. Orides Fontela Autor: Orides Fontela

Evocação da rosa – Abdias do Nascimento

(Para Yemanjá – no seu décimo aniversário)Era uma vez uma rosa que não era vegetal nem rosa mineralcarecia até da cor de rosaera uma gata formosanegra amarela e brancosairrequietamente caprichosavestida de suave pêlo multicorBichana terrivelmente amorosados laços dos seus encantosnenhum gato jamais se livrou pelos telhados miava dengosasuspirava a noite inteira seduzindo namoradeiratoda a gataria aoluar da lua alcoviteiraCerto …

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Canal – Patrícia Galvão

Nada mais sou que um canal Seria verde se fosse o caso Mas estão mortas todas as esperanças Sou um canal Sabem vocês o que é ser um canal? Apenas um canal? Evidentemente um canal tem as suas nervuras As suas nebulosidades As suas algas Nereidazinhas verdes, às vezes amarelas Mas por favor Não pensem …

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Anfitrite – Júlia Cortines

(Sobre uma página de Fénelon) Tinta a escama de azul e de oiro, solevandoEm seus brincos a vaga espúmea, pelo bandoDos alegres tritões, que os búzios retorcidosSopram, enchendo o ar de músicos ruídos,Acompanhados, vão os ligeiros golfinhosSeguindo de Anfitrite o carro, que marinhosCorcéis, – que têm na cor cetinosa do peloA brancura da neve e …

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Cântico de exílio – Jacinta Passos

Estou cansada, Senhor.Minha alma insaciável,a minha alma faminta de beleza,ávida de perfeição,é perseguida pelo teu amor.Puseste dentro dela esta ânsia infinitacujo ardor queima,como a sede que em pleno deserto escaldantepersegue o viajor.Esta angústia, que cresce e que vibra e palpita,nasceu dentro em mimno mesmo divino instanteem que, morrendo a última ilusão,só me restava afinaluma fria …

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Incerteza – Jacinta Passos

Em meu olhar se espelhaa sombra interior de incerteza angustiante.E em minha alma floresce, como rosa vermelhadum vermelho gritante,como o clangor clarim,esta angústia que vive a vibrar dentro em mim.É a minha vida um longo e ansioso esperar,num amor que há de vir.Amor – prazer que é dor e sofrer que é gozar –Amor que …

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Meu sonho – Jacinta Passos

O meu sonhomais risonhoé suave e pequeninoresumindo entretanto o meu destino.É de cor azul escuracomo o mar que longe choraÉ cor de infinito e de ânsiacor do céu, cor do mar, cor de distância.Tem a leve suavidadeda saudade,e a cantante doçurade um regato que murmura.Macio e encantadoré carícia de pluma e perfume de flor.O meu …

Meu sonho – Jacinta Passos Leia mais »

Morrer – Ivan Junqueira

Pois morrer é apenas isto:cerrar os olhos vaziose esquecer o que foi visto; é não supor-se infinito,mas antes fáustico e ambíguo,jogral entre a história e o mito; é despedir-se em surdina, sem epitáfio melífluo ou testamento sovina; é talvez como despir o que em vida não vestia e agora é inútil vestir; é nada deixar aqui: memória, pecúlio, estirpe, sequer um traço de si; é findar-se …

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Quase uma sonata – Ivan Junqueira

É música o rigor com que te movesà fluida superfície do mistério,os pés quase suspensos, a aéreapartitura do corpo, seus acordes. Espaço e tempo são teu solo. E colhem,não tanto a luz que entornas, mas o pólencom que ela cinge e arroja as coisas mortasalém da espessa morte que as enrola.E música o silêncio que te …

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Moreninha – Casimiro de Abreu

Moreninha, Moreninha,Tu és do campo a rainha,Tu és senhora de mim;Tu matas todos d’amores,Faceira, vendendo as floresQue colhes no teu jardim. Quando tu passas n’aldeiaDiz o povo à boca cheia:– “Mulher mais linda não há“Ai! vejam como é bonita“Co’as tranças presas na fita,“Co’as flores no samburá! – Tu és meiga, és inocenteComo a rola que …

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O verme – Machado de Assis

Existe uma flor que encerraCeleste orvalho e perfume.Plantou-a em fecunda terraMão benéfica de um nume.Um verme asqueroso e feio,Gerado em lodo mortal,Busca esta flor virginalE vai dormir-lhe no seio.Morde, sangra, rasga e mina,Suga-lhe a vida e o alento;A flor o cálix inclina;As folhas, leva-as o vento.Depois, nem resta o perfumeNos ares da solidão…Esta flor é …

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Vozes da morte – Augusto dos Anjos

Agora, sim! Vamos morrer, reunidos,Tamarindo de minha desventura,Tu, com o envelhecimento da nervuraEu, com o envelhecimento dos tecidos! Ah! Esta noite é a noite dos Vencidos!E a podridão, meu velho! E essa futuraUltrafatalidade de ossatura,A que nos acharemos reduzidos! Não morrerão, porém tuas sementes!E assim, para o Futuro, em diferentesFlorestas, vales, selvas, glebas, trilhos, Na …

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Autobiografia

EITO que ressoa no meu sanguesangue do meu bisavô pinga de tua foicefoice da tua violaçãoainda corta o grito de minha avó LEITO de sangue negroemudecido no espantoclamor de tragédia não esquecidacrime não punido nem perdoadoqueimam minhas entranhasPEITO pesado ao peso da madrugada de chumboorvalho de fel amargoorvalhando os passos de minha mãena oferta compulsória …

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Chega de mágoa

Nós não vamos nos dispersar Juntos, é tão bom saber Que passado o tormento Será nosso esse chão…1 Água, dona da vida Ouve essa prece tão comovida2 Chega, brinca na fonte Desce do monte, vem como amiga3 Te quero, água de beber Um copo d’água Marola mansa da maré Mulher amada Te quero orvalho toda …

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Boca de lobo

Agora, entre meu ser e o ser alheio, a linha de fronteira se rompeu Aonde a pele preta possa incomodarUm litro de Pinho Sol pra um preto rodarPegar tuberculose na cadeia faz chorarAqui a lei dá exemplo: mais um preto pra matarColei num mercadinho dum bairro que se diz páSó foi meu pai encostar pros …

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Moro no Brasil

“Por issoQuero deixar claroAo povo brasileiroQue o governoJunto ao congressoVem trabalhando num prazoA ser estipuladoPara que possamos recuperarAs alíquotas doProduto interno brutoSendo assimA partir do mês que vemO salário mínimo sofreráUm aumento de 3,04.7″… Alô povão agora é sérioChora cavaco!Vai!… Bam! Bam! Bam!Brasil 2000…(2x) Deixa comigo! “Há muito tempoVenho pensandoNo povo brasileiroNo sufoco que passamosCada …

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Bambo de bambú

olha o bambo de bambu, bambu, bambuolha o bambo de bambu, bambulelêolha o bambo de bambu, bambulaláeu quero ver dizer três vezesbambulê, bambulalá fui a um banquete na casa do Zé Pequenoa mesa tava no sereno pra todo mundo cabertinha de toda qualidade de talhertinha mais homem que mulhermas só não tinha o que comer, …

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Camila Camila

Depois da última noite de festaChorando e esperando amanhecer, amanhecerAs coisas aconteciam com alguma explicaçãoCom alguma explicação Depois da última noite de chuvaChorando e esperando amanhecer, amanhecerÀs vezes peço a ele que vá emboraQue vá embora CamilaCamila, Camila Eu que tenho medo até de suas mãosMas o ódio cega e você não percebeMas o ódio …

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Lunik 9

Poetas, seresteiros, namorados, correi É chegada a hora de escrever e cantar Talvez as derradeiras noites de luar Momento histórico, simples resultado do desenvolvimento da ciência viva Afirmação do homem normal, gradativa sobre o universo natural Sei lá que mais Ah, sim! Os místicos também profetizando em tudo o fim do mundo E em tudo …

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Um trem para as estrelas

São 7 horas da manhãVejo Cristo da janelaO sol já apagou sua luzasE o povo lá embaixo esperaNas filas dos pontos de ônibusProcurando aonde irSão todos seus ciceronesCorrem pra não desistirDos seus salários de fomeÉ a esperança que eles temNeste filme como extrasTodos querem se dar bem Num trem pras estrelasDepois dos navios negreirosOutras correntezas …

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Carcará

Carcará! Pega, mata e come Carcará! Num vai morrer de fome Carcará! Mais coragem do que homem Carcará! Pega, mata e come Carcará! Lá no sertão… É um bicho que avoa que nem avião É um pássaro malvado Tem o bico volteado que nem gavião Carcará…. Quando vê roça queimada Sai voando, cantando Carcará… Vai …

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Mama

hummmmm……..hummmmm hummmmm……..hummmmm A dedé hummmmm………hummmmm hummmmm………hummmmm… Ah,iê,iê mama odoio ô mama saravá mama babadadé…ah,,,!!! Ah,iê,iê mama odoio ô mama saravá mama oh,mama hoje é seu dia em todo canto dessa terra mamãezinha estão festejando o seu dia babadadé!!! oh,mama hoje não é dia de chorar até o vento está brigando com a tristeza que lhe …

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Trovoa

Minha cabeça trovoa Sob o meu peito eu te trovo e me ajoelho Destino canções pros teus olhos vermelhos Flores vermelhas, vênus, bônus Tudo que me for possível, ou menos Mais ou menos Me entrego, ofereço, reverencio a tua beleza Física também, mas não só, Não só Graças a deus você existe Acho que eu …

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Sangue Latino

exibições 147.816 Sangue Latino Secos & Molhados Jurei mentiras e sigo sozinho, assumo os pecados Os ventos do norte não movem moinhos E o que me resta é só um gemido Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos, Meu sangue latino, minha alma cativa Rompi tratados, traí os ritos Quebrei a lança, lancei no espaço …

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A Palo Seco

Se você vier me perguntar por onde andei No tempo em que você sonhava De olhos abertos, lhe direi Amigo, eu me desesperava Sei que assim falando pensas Que esse desespero é moda em 76 Mas ando mesmo descontente Desesperadamente, eu grito em português Mas ando mesmo descontente Desesperadamente, eu grito em português Tenho vinte …

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A Praga

(Spinardi) Brindei my fucking day, geração de reis dais quais eu enterro Brindei my fucking day pelo o que eu sei mudaram o critério Brindei my fucking day pelo o que eu sei mudaram o critério Brindei my fucking day, geração de reis dais quais eu enterro (P.Qualy) É grave pra quebra vidraça, Arruaça Bumbo …

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Festa de Arromba

Vejam só que festa de arromba! Outro dia eu fui parar… Presentes no local, o rádio e a televisão. Cinema, mil jornais, muita gente, confusão! Quase não consigo na entrada chegar, pois a multidão estava de amargar! Hey, Hey!(Hey, Hey!) Que onda, que festa de arromba! Logo que eu cheguei, notei Ronnie Cord com um …

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Sr. Tempo Bom

Que saudade do meu tempo de criança, quando eu ainda era pura esperança, eu via minha mãe voltando pra dentro do nosso barraco, com uma roupa de santo debaixo do braço. Eu achava engraçado tudo aquilo, mas já respeitava o barulho do atabaque, E não sei se você sabe, a força poderosa que tem na …

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Malabarizando

Charlie Brown!!! Malabarizando… A música é uma viagem longa sem volta Meu nome é Chorão, eu sou linha de frente Mas esqueço do mundo quando ando de skate… De vez em quando eu vou pro baile que é pra sola gastar, Eu trabalho pra caralho mas nasci pra vadiar! Ô loko! Charlie Brown, disco 7 …

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Me Envergonha

Plis, lémi gou, auei fórdescai Tunai! Você só faz eu me sentir mal, quando eu saio contigo – De noite! Vamos no Átrio – Capitão 7, sábado é o Baile dos Namorados. E vai ser legal! Pegâmo o Cefer na Bento, pra descer na João Pessoa, uma depois do J.C. – Passando a J.B. Todo …

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Tora Tora

Se ela tá gemendo é porque eu sou um cara legal Se ela tá tremendo é que ela gostou do meu pau Se ela tá gritando é que ela tá querendo mais Se ela tá berrando é hora de meter por trás Tora Tora, é isso aí moleca doida é que a moçada da minha …

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CC de Com Força

Não sei porque toda a vez Que ele vem vindo vem quebrando tudo, Entortando poste, batendo em véi barrigudo E só toma um banho por mês Que é pra ficar natural Fedendo a onça espanta as moça é perfume de alho é sal Vem pondo fogo no couro queimando as planta Derrubando o toco seco …

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Sapato 36

Eu calço é 37 Meu pai me dá 36 Dói, mas no dia seguinte Aperto meu pé outra vez Eu aperto meu pé outra vez Pai eu já tô crescidinho Pague prá ver, que eu aposto Vou escolher meu sapato E andar do jeito que eu gosto E andar do jeito que eu gosto Por …

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Um Minuto

um minuto da sua atenção isso é o que salva o conduto pra falar sobre o produto que eu escuto e que eh fruto de muita inspiração e milhares de minutos de estudo no estúdio e eu disponho de um minuto pausa pra respiração um minuto é muito pouco um minuto de duração um minuto …

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Mário

O pequeno Mário, dentro do berçário, era feito carta em envelope sem destinatário. Um menino sem destino, se nome no cartório, ficou num orfanato até o sexto aniversário. E foi parar num seminário, onde um padre fez o Mário conhecer o ABCDário. Aprendeu a ler a bíblia e o dicionário. E aos doze já sabia …

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Festa da Música

Há muito tempo tá rolando essa festa maneira Da música popular brasileira ninguém me convidou mas eu queriaentrar Peguei o 175 e vim direto pra cá pra Festa da Música Tupiniquim Que tá rolando aqui na rua Antônio Carlos Jobim Todo mundo tá presente e não tem hora pra acabar E muita gente ainda tá …

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Um Gole de Veneno

Hediondo premeditado nem sei o artigo só sei que eu tô feliz vendo meu pai ali caido prometi pra coroa o fim, do olho Roxo da agressão verbal ematomas no corpo cansei do garoto propaganda da Ipioca escravizando ela exigindo posição erótica era foda ser o filho da piada do bairro tomando Alcool Zulu pé …

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De Esquina

Esquina paranóia delirante Atrás de uma farinha loucura na pani Seqüência de um papel Não curto isso aí mas to ligado na parada que domina por aqui Tomando um conhaque curtindo de leve Num pagode lá na área eu to esperto No movimento que se segue, segue e vai Eu vou levando vou curtindo até …

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Do Leme ao Pontal

-Que Beleza! Maravilha! “Quem não dança Segura a criança!” Do Leme ao Pontal Não há nada igual Do Leme ao Pontal Do Leme ao Pontal! Não há nada igual…(3x) -Olha o breque! Sem contar com Calabouço Flamengo, Botafogo Urca, Praia Vermelha… Do Leme ao Pontal Não há nada igual Do Leme ao Pontal Do Leme …

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Maneco Telecoteco

Teco, teleco, telecoteco É a batida do maneco Castigando o tamborim Teco, teleco, telecoteco Tá na crista do sucesso Até fechar um botequim…(2x) Maneco era um sujeito comportado Educado, sossegado Cidadão trabalhador Um dia conheceu a Carolina Uma doçura de menina E aí se apaixonou… Carol não tinha lá muito juízo Ele ficou no prejuízo …

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Catatau Nervoso

O alto comando da malandragem Num catatau nervoso mandou lhe dizer Que gente fina não vacila Olha aí coisa ruim quem vacila é você Você não sabe o que é vacilão E nem gente fina também Você tá jogando conversa fora E nem sabe quem é quem Quando a gente não sabe o que diz …

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As 40 DP´s

Aí rapaziada Cuidado pra não dar mole à kojak Senão o bambu vai quebrar no meio Alô, alô malandragem Não desligue e se ligue onde estão situadas As DPs que comandam o Rio Veja bem, fique na sua e nem dê mancada Porque os homens da civil não são de brincadeira Eles tão sempre filmando …

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Mais Uma Vez

Mas é claro que o sol Vai voltar amanhã Mais uma vez, eu sei… Escuridão já vi pior De endoidecer gente sã Espera que o sol já vem… Tem gente que está Do mesmo lado que você Mas deveria estar do lado de lá Tem gente que machuca os outros Tem gente que não sabe …

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"Quem crê em mim, como diz a escritura, do seu interior fluirá rios de águas vivas." (Jo. 7:38) Águas que fluem do coração do Senhor, Fontes eternas regam sementes de amor Águas que curam, águas que saram, águas do trono de Deus Que santificam, que me restauram, que purificam meu ser E nessas águas eu …

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Vanguart

Ah, se eu fizesse tudo que eu sonho. Se eu não fosse assim tão tristonho Não seria assim tão normal Ah, se eu fizesse o que eu sempre quis, Se eu fosse um pouco mais feliz Levantasse o meu astral 7 dias vão e eu nem fui ver 7 dias tão fáceis de se envolver …

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Pra Onde Você Vai

Nas paredes escrevia o seu nome Pra tentar esquecer No espelho assistia à própria dor De lembrar Na sala vazia, a televisão ligada, Uma tentação de existir Na cama, sem dono, perguntava Como tudo foi acabar (E A7M D7 G) Minha aventura Pra onde você foi? Pra onde você vai? (Em C D G) Se …

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O invasor

Quem é essa cara?? Sabotage Comprimenta os mano ai mano – E aí nêgo vei?? Firma?? Na fé E aí nêgo veio?? Firmão?? Forte?? – Tem 3 gravadoras nas bota do cara aqui o,mais 1 negocio que nois vamo investir Comé Q É?? É 5 conto pra fazer a gravaçao,manda um som ai Sabotage.. {SABOTAGE …

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Na Zona Sul

É mano, conde canão. Não é uma selva de pedra meu compadri saboti Refrão: Na zona sul cotidiano difícil mantenha o procede quem não conte tá fudido É zona sul maluco cotidiano difícil mantenha o procede quem não conter tá fudido Eu insisto, persisto não mando recado eu tenho algo a dizer não vou ficar …

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País Tropical

Moro! Num País Tropical Abençoado por Deus E bonito por natureza (Mas que beleza!) Em fevereiro (Em fevereiro!) Tem carnaval (Tem carnaval!) Eu tenho um fusca e um violão Sou Flamengo, tenho uma nêga Chamada Tereza… Sambaby, Sambaby Sou um menino De mentalidade mediana (Pois é!) Mas assim mesmo feliz da vida Pois eu não …

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Ouro de Tolo

Eu devia estar contente Porque eu tenho um emprego Sou um dito cidadão respeitável E ganho quatro mil cruzeiros Por mês… Eu devia agradecer ao Senhor Por ter tido sucesso Na vida como artista Eu devia estar feliz Porque consegui comprar Um Corcel 73… Eu devia estar alegre E satisfeito Por morar em Ipanema Depois …

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O Homem Na Estrada

Um homen na estrada recomeça sua vida. Sua finalidade: a sua liberdade. Que foi perdida, subtraída; e quer provar a si mesmo que realmente mudou, que se recuperou e quer viver em paz, não olhar para trás, dizer ao crime: nunca mais! Pois sua infancia não foi um mar de rosas, não. Na feben, lembranças …

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Fim De Semana No Parque

 A TODA COMUNIDADE POBRE DA ZONA SUL"Chegou fim de semana todos querem diversãoSó alegria nós estamos no verão, mês de JaneiroSão Paulo Zona SulTodo mundo a vontade calor céu azulEu quero aproveitar o solEncontrar os camaradas prum basquetebolNão pega nadaEstou à 1 hora da minha quebradaLogo mais, quero ver todos em pazUm dois três carros …

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12 de Outubro

12 de outubro de 2001Dia das CriançaVárias festa espalhada na periferiaNo Parque Santo Antônio hoje teve uma festaFoi bancada pela irmandade, uma organizaçãoTavam confeccionando roupa lá no Parque Santo Antônio láLutandoRemando contra a maréMas tá lá tá firmeTinha umas 300 pessoaNo, na festa das criançaComida, músicaTinha um grupo de rap de uma menininha de 10 …

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