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Selvagem

A polícia apresenta suas armas
Escudos transparentes, cassetetes
Capacetes reluzentes
E a determinação de manter tudo
Em seu lugar

O governo apresenta suas armas
Discurso reticente, novidade inconsistente
E a liberdade cai por terra
Aos pés de um filme de Godard

A cidade apresenta suas armas
Meninos nos sinais, mendigos pelos cantos
E o espanto está nos olhos de quem vê
O grande monstro a se criar

Os negros apresentam suas armas
As costas marcadas, as mãos calejadas
E a esperteza que só tem quem tá
Cansado de apanhar

A novidade

A novidade veio dar a praia
Na qualidade rara de sereia
Metade o busto de uma deusa maia
Metade um grande rabo de baleia
A novidade era o máximo
Um paradoxo estendido na areia
Alguns a desejar seus beijos de deusa
Outros a desejar seu rabo pra ceia
O mundo tão desigual
Tudo é tão desigual
O, o, o, o…
De um lado esse carnaval
De outro a fome total
O, o, o, o…
E a novidade que seria um sonho
O milagre risonho da sereia
Virava um pesadelo tão medonho
Ali naquela praia, ali na areia
A novidade era a guerra
Entre o feliz poeta e o esfomeado
Estraçalhando uma sereia bonita
Despedaçando o sonho pra cada lado
Ô Mundo tão desigual…
A Novidade era o máximo…
Ô Mundo tão desigual…

Luis Inácio (300 Picaretas)

Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou


Eles ficaram ofendidos com a afirmação
Que reflete na verdade o sentimento da nação
É lobby, é conchavo, é propina e jeton
Variações do mesmo tema sem sair do tom
Brasília é uma ilha, eu falo porque eu sei
Uma cidade que fabrica sua própria lei
Aonde se vive mais ou menos como na Disneylândia
Se essa palhaçada fosse na Cinelândia
Ia juntar muita gente pra pegar na saída

Pra fazer justiça uma vez na vida
Eu me vali deste discurso panfletário
Mas a minha burrice faz aniversário
Ao permitir que num país como o Brasil
Ainda se obrigue a votar por qualquer trocado
Por um par se sapatos, um saco de farinha
A nossa imensa massa de iletrados
Parabéns, coronéis, vocês venceram outra vez
O congresso continua a serviço de vocês
Papai, quando eu crescer, eu quero ser anão
Pra roubar, renunciar, voltar na próxima eleição
Se eu fosse dizer nomes, a canção era pequena
João Alves, Genebaldo, Humberto Lucena
De exemplo em exemplo aprendemos a lição
Ladrão que ajuda ladrão ainda recebe concessão
De rádio FM e de televisão
Rádio FM e televisão

Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor

Me liga

Eu sei, jogos de amor são pra se jogar
Ah, por favor, não vem me explicar
O que eu já sei, e o que eu não sei
O nosso jogo não tem regras nem juiz
Você não sabe quantos planos eu já fiz
Tudo que eu tinha pra perder eu já perdi
O seu exército invadindo o meu país
Se você lembrar, se quiser jogar
Me liga, me liga

Mas sei, que não se pode terminar assim
O jogo segue e nunca chega ao fim
E recomeça a cada instante a cada instante
Eu não te peço muita coisa só uma chance
Pus no meu quarto, seu retrato na estante
Quem sabe um dia eu vou te ter ao meu alcance
Ai como ia ser bom se você deixasse
Se você lembrar, se quiser jogar
Me liga, me liga

Eu não te peço muita coisa só uma chance
Pus no meu quarto seu retrato na estante
Quem sabe um dia eu vou te ter ao meu alcance
Ai como ia ser bom se você deixasse
Se quiser lembrar, se quiser jogar

Me liga, me liga

Romance ideal

Ela é só uma menina
E eu pagando pelos erros que eu nem sei se eu cometi
Ela é só uma menina
E eu deixando que ela faça o que bem quiser de mim

Se eu queria enlouquecer essa é a minha chance
É tudo que eu quis
Se eu queria enlouquecer
Esse é o romance ideal

Eu não pedi que ela ficasse
Ela sabe que na volta
Ainda vou estar aqui

Ela é só uma menina
E eu pagando pelos erros
Que eu nem sei se cometi

Se eu queria enlouquecer essa é a minha chance
É tudo que eu quis
Se eu queria enlouquecer
Esse é o romance ideal

Tendo a lua

Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim

O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu
E lendo teus bilhetes, eu lembro do que fiz
Querendo ver o mais distante e sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu

Eu hoje joguei tanta coisa fora
E lendo teus bilhetes, eu lembro do que fiz
Cartas e fotografias gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.

Busca Vida

Vou sair pra ver o céu
Vou me perder entre as estrelas
Ver daonde nasce o sol
Como se guiam os cometas pelo espaço
E os meus passos, nunca mais serão iguais
Se for mais veloz que a luz, então escapo da tristeza
Deixo toda a dor pra trás, perdida num planeta abandonado no espaço.
E volto sem olhar pra trás
No escuro do céu
Mais longe que o sol
Perdido num planeta abandonado
No espaço…
Ele ganhou dinheiro
Ele assinou contratos
E comprou um terno
Trocou o carro
E desaprendeu
A caminhar no céu
E foi o princípio do fim
Se for mais veloz que a luz
Então escapo da tristeza
Deixo toda a dor pra trás
Perdida num planeta abandonado
No espaço e volto sem olhar pra trás…

La Bella Luna

Por mais que eu pense
Que eu sinta, que eu fale
Tem sempre alguma coisa por dizer
Por mais que o mundo dê voltas
Em torno do sol, vem a lua me
Enlouquecer

A noite passada
Você veio me ver
A noite passada
Eu sonhei com você

Ó lua de cosmo
No céu estampada
Permita que eu possa adormecer
Quem sabe, de novo nessa madrugada
Ela resolva aparecer

A noite passada
Você veio me ver
A noite passada
Eu sonhei com você

A Lua Que Te Dei

Posso te falar do sonho
Das flores
De como a cidade mudou

Posso te falar do medo
Do meu desejo
Do meu amor

Posso falar da tarde que cai
E aos poucos deixar ver
No céu, a lua
Que um dia eu te dei

Gosto de fechar os olhos
Fugir do tempo
De me perder
Posso até perder a hora
Mas sei que já passou das seis

Sei que não há no mundo
Quem possa te dizer
Que não é tua
A lua que eu te dei

Pra brilhar por onde você for
Me queira bem
Durma bem meu amor

Óculos

Se as meninas do Leblon
Não olham mais pra mim
(Eu uso óculos)
E volta e meia
Eu entro com meu carro pela contramão
(Eu tô sem óculos)
Se eu tô alegre
Eu ponho os óculos e vejo tudo bem
Mas se eu to triste eu tiro os óculos
Eu não vejo ninguém

Por que você não olha pra mim? Ô ô
Me diz o que é que eu tenho de mal ô ô
Por que você não olha pra mim?
Por trás dessa lente tem um cara legal
Oi Oi Oi Oi Oi

Eu decidi dizer que eu nunca fui o tal
Era mais fácil se eu tentasse
fazer charme de intelectual
Se eu te disser
Periga você não acreditar em mim
Eu não nasci de óculos
Eu não era assim

Por que você não olha pra mim? Ô ô
Me diz o que e que eu tenho de mal ô ô
Por que você não olha pra mim?
Por trás dessa lente tem um cara legal

Por que você não olha pra mim? Ô ô
Por que você diz sempre que não? Ô ô
Por que você não olha pra mim?
Por trás dessa lente também bate um coração

Quase Um Segundo

Eu queria ver no escuro do mundo
Onde está tudo o que você quer
Pra me transformar no que te agrada
No que me faça ver
Quais são as cores e as coisas
Pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?
Às vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo
Que não me deixa em paz
Quais são as cores e as coisas
Pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?
Às vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo
Que não me deixa em paz
Quais são as cores e as coisas
Pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?

Uma brasileira

Rodas em sol, trovas em dó
Uma brasileira, ô
Uma forma inteira, ô
You, you, you

Nada demais
Nada através
Uma légua e meia, ô
Uma brasa incendeia, ô
You, you, you

Deixa o sal no mar
Deixe tocar aquela canção
One more time

Tatibitate
Trate-me, trate
Como um candeeiro, ô
Somos do interior do milho

E esse ão de são
Hei de cantar naquela canção
One more time

Nada demais
Nada através
Uma légua e meia, ô
Uma brasa incendeia, ô
You, you, you

E esse ão de são
Hei de cantar naquela canção
One more time…

Ela Disse Adeus

[Refrão]
Ela disse adeus.
(Now the deed is done)
(As you blink she is gone)
(Let her get on with life)
(Let her have some fun)

Ela disse adeus.
(Now the deed is done)
(As you blink she is gone)
(Let her get on with life)
(Let her have some fun)

Ela disse adeus, e chorou,
já sem nenhum sinal de amor.
Ela se vestiu, e se olhou;
sem luxo, mas se perfumou.
Lágrimas por ninguém,
só porque, é triste o fim.
Outro amor se acabou.

Ele quis lhe pedir pra ficar;
de nada ia adiantar.
Quis lhe prometer melhorar,
e quem iria acreditar?
Ela não precisa mais de você,
sempre o último a saber.

Ela disse adeus.
(Now the deed is done)
(As you blink she is gone)
(Let her get on with life)
(Let her have some fun)

Ela disse adeus.
(Now the deed is done)
(As you blink she is gone)
(Let her get on with life)
(Let her have some fun)

Disse adeus, e chorou,
Já sem nenhum sinal de amor
Ela se vestiu e se olhou
Sem luxo mas se perfumou.
Lágrimas por ninguém
Só porque é triste o fim!Outro amor se acabou…

Ele quis lhe pedir pra ficar;
de nada ia adiantar.
Quis lhe prometer melhorar,
e quem iria acreditar?
Ela não precisa mais de você,
sempre o último a saber.

Ela disse adeus.
(Now the deed is done)
(As you blink she is gone)
(Let her get on with life)
(Let her have some fun)

Ela disse adeus.
(Now the deed is done)
(As you blink she is gone)
(Let her get on with life)
(Let her have some fun)

Ela disse adeus.
(Now the deed is done)
(As you blink she is gone)
(Let her get on with life)
(Let her have some fun)

Ela disse adeus.
(Now the deed is done)
(As you blink she is gone)
(Let her get on with life)
(Let her have some fun)

Ela disse adeus.
(Now the deed is done)
(As you blink she is gone)
(Let her get on with life)
(Let her have some fun)

Saber Amar

A crueldade de que se é capaz
Deixar pra trás os corações partidos
Contra as armas do ciúme tão mortais
A submissão às vezes é um abrigo

Saber amar
Saber deixar alguém te amar

Há quem não veja a onda onde ela está
E nada contra o rio
Todas as formas de se controlar alguém
Só trazem um amor vazio

Saber amar
Saber deixar alguém te amar

O amor te escapa entre os dedos
E o tempo escorre pelas mãos
O sol já vai se pôr no mar

Saber amar
Saber deixar alguém te amar

Há quem não veja a onda onde ela está
E nada contra o rio
Todas as formas de se controlar alguém
Só trazem um amor vazio
Saber amar
É saber deixar alguém te amar

Seguindo Estrelas

Sigo palavras e busco estrelas
O que é que o mundo fez
Pra você rir assim
Pra não tocá-la, melhor nem vê-la
Como é que você pôde se perder de mim
Faz tanto frio, faz tanto tempo
Que no meu mundo algo se perdeu
Te mando beijos
Em outdoors pela avenida
E você sempre tão distraída
Passa e não vê, e não vê

Fico acordado noites inteiras
Os dias parecem não ter mais fim
E a esfinge da espera
Olhos de pedra sem pena de mim
Faz tanto frio, faz tanto tempo
Que no meu mundo algo se perdeu
Te mando beijos
Em outdoors pela avenida
Você sempre tão distraída
Passa e não vê, e não vê

Já não consigo não pensar em você
Já não consigo não pensar em você

Meu Sonho

Pode ser que meu sonho seja assim
Te dizer quase tudo que você é pra mim

O que quero, o que espero
Sonho em te ver aqui
Sem rodeio, solto os freios
Canto o amor por ti

Se me calo, tenha claro que é por refletir
Nas minúcias das carícias que eu sonho em sentir

Ter teu gosto, ver teu rosto
Feliz a me pedir
Mais carinho, mais promessas
Que eu sonho em cumprir

Meu Erro

Eu quis dizer
Você não quis escutar
Agora não peça
Não me faça promessas…

Eu não quero te ver
Nem quero acreditar
Que vai ser diferente
Que tudo mudou…

Você diz não saber
O que houve de errado
E o meu erro foi crer
Que estar ao seu lado
Bastaria!
Ah! Meu Deus!
Era tudo o que eu queria
Eu dizia o seu nome
Não me abandone…

Mesmo querendo
Eu não vou me enganar
Eu conheço os seus passos
Eu vejo os seus erros
Não há nada de novo
Ainda somos iguais
Então não me chame
Não olhe prá trás…

Você diz não saber
O que houve de errado
E o meu erro foi crer
Que estar ao seu lado
Bastaria!
Ah! Meu Deus!
Era tudo o que eu queria
Eu dizia o seu nome
Não me abandone jamais…

Mesmo querendo
Eu não vou me enganar
Eu conheço os seus passos
Eu vejo os seus erros
Não há nada de novo
Ainda somos iguais
Então não me chame
Não olhe prá trás…

Você diz não saber
O que houve de errado
E o meu erro foi crer
Que estar ao seu lado
Bastaria!
Ah! Meu Deus!
Era tudo o que eu queria
Eu dizia o seu nome
Não me abandone jamais…

Não me abandone jamais… (3x)

Cuide Bem Do Seu Amor

A vida sem freio me leva, me arrasta, me cega
No momento em que eu queria ver
O segundo que antecede o beijo
A palavra que destrói o amor
Quando tudo ainda estava inteiro
No instante em que desmoronou
Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz

Cuide bem do seu amor
Seja quem for,
Cuide bem do seu amor
Seja quem for…

E cada segundo, cada momento, cada instante
É quase eterno, passa devagar
Se o seu mundo for o mundo inteiro
Sua vida, seu amor, seu lar
Cuide tudo que for verdadeiro
Deixe tudo que não for passar
Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz

Cuide bem do seu amor
Seja quem for,
Cuide bem do seu amor
Seja quem for…

Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz

Cuide bem do seu amor
Seja quem for,
Cuide bem do seu amor
Seja quem for…

Aonde Quer Que Eu Vá

Olhos fechados
Prá te encontrar
Não estou ao seu lado
Mas posso sonhar
Aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá…

Não sei bem certo
Se é só ilusão
Se é você já perto
Se é intuição
E aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá…

Longe daqui
Longe de tudo
Meus sonhos vão te buscar
Volta prá mim
Vem pro meu mundo
Eu sempre vou te esperar
Larará! Lararára!…

Não sei bem certo
Se é só ilusão
Se é você já perto
Se é intuição
E aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá…

Lá! Larará! Larará!
Lá! Larará! Larará!
Aonde quer que eu vá
Lá! Larará! Larará!
Lá! Larará! Larará!
Lá! Larará! Larará!
Aonde quer que eu vá…

A Novidade

A novidade veio dar a praia
Na qualidade rara de sereia
Metade o busto de uma deusa maia
Metade um grande rabo de baleia
A novidade era o máximo
Um paradoxo estendido na areia
Alguns a desejar seus beijos de deusa
Outros a desejar seu rabo pra ceia
O mundo tão desigual
Tudo é tão desigual
O, o, o, o…
De um lado esse carnaval
De outro a fome total
O, o, o, o…
E a novidade que seria um sonho
O milagre risonho da sereia
Virava um pesadelo tão medonho
Ali naquela praia, ali na areia
A novidade era a guerra
Entre o feliz poeta e o esfomeado
Estraçalhando uma sereia bonita
Despedaçando o sonho pra cada lado
Ô Mundo tão desigual…
A Novidade era o máximo…
Ô Mundo tão desigual… (mais…)

Lanterna Dos Afogados

Quando tá escuro
E ninguém te ouve
Quando chega a noite
E você pode chorar

Há uma luz no túnel Dos desesperados
Há um cais de porto
Pra quem precisa chegar

Eu estou na lanterna dos afogados
Eu estou te esperando
Vê se não vai demorar

Uma noite longa
Pra uma vida curta
Mas já não me importa
Basta poder te ajudar
E são tantas marcas
Que já fazem parte
Do que eu sou agora
Mais ainda sei me virar

Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando
Vê se não vai demorar

(mais…)

Brasília

Quartos de hotel são iguais
Dias são iguais
Os aviões são iguais
Meninas iguais
Não há muito o que falar sobre o dia
Não há do que reclamar
Tudo caminha
E as horas passam devagar
Num ônibus de linha
Passos no corredor, alguém se aproxima
E uma voz estranha diz: “Bom Dia”

Posso pedir os jornais
Pedir o jantar
Ligar pra tantos ramais
Ninguém pra falar
Sobre o vermelho que abre este dia
Tudo está no lugar em que não devia
O mundo sai pra trabalhar
Enquanto eu abro a água fira
Um estranho no espelho
Eu quase nem me conhecia
E uma voz estranha diz:
“Bom Dia!”
(mais…)

Alagados

Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados na vida real
Lhe nega oportunidades
Mostra a face dura do mal

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados na vida real
Lhe nega oportunidades
Mostra a face dura do mal

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Mas a arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé

(mais…)

Caleidoscópio

Não é preciso apagar a luz
Eu fecho os olhos e tudo vem
Num caleidoscópio sem lógica
Eu quase posso ouvir a tua voz
Eu sinto a tua mão a me guiar
Pela noite a caminho de casa
Quem vai pagar as contas desse amor pagão
Te dar a mão, me trazer à tona pra respirar
Quem vai chamar meu nome ou te escutar
Me pedindo para apagar a luz
Amanheceu, é hora de dormir
Nesse nosso relógio sem órbita
Se tudo tem que terminar assim
Que pelo menos seja até o fim
Pra gente não ter nunca mais que terminar

(mais…)