Autor: Orides Fontela
Com as mãos nuas
lavrar o campo:
as mãos se ferindo
nos seres, arestas
da subjacente unidade
as mãos desenterrando
luzesfragmentos
do anterior espelho
com as mãos nuas
lavrar o campo:
desnudar a estrela essencial
sem ter piedade do sangue.
– Orides Fontela, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, p. 20.