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Parabólica

Ela para e fica ali parada
Olha-se para nada
Paraná
Fica parecida, paraguaia
Para-raios em dia de sol
Para mim

Prenda minha parabólica
Princesinha parabólica
O pecado mora ao lado
E o paraíso paira no ar

Pecados no paraíso

Se a TV estiver fora do ar
Quando passarem
Os melhores momentos da sua vida
Pela janela, alguém estará
De olho em você
Paranoica

Prenda minha parabólica
Princesinha Clarabólica
Paralelas que se cruzam
Em Belém do Pará

Longe, longe, longe aqui do lado
Paradoxo
Nada nos separa

Eu paro e fico aqui parado
Olho-me para longe
A distância não separabólica

(mais…)

Terra De Gigantes

Hey mãe!
Eu tenho uma guitarra elétrica
Durante muito tempo isso foi tudo
Que eu queria ter

Mas, hey mãe!
Alguma coisa ficou pra trás
Antigamente eu sabia exatamente o que fazer

Hey mãe!
Tenho uns amigos tocando comigo
Eles são legais, além do mais,
Não querem nem saber
Mas agora, lá fora,
Todo mundo é uma ilha
A milhas e milhas e milhas de qualquer lugar

Nessa terra de gigantes
(eu sei, já ouvimos tudo isso antes)
A juventude é uma banda
Numa propaganda de refrigerantes

As revistas
As revoltas
As conquistas da juventude
São heranças
São motivos
Pr’as mudanças de atitude
Os discos
As danças
Os riscos da juventude
A cara limpa
A roupa suja
Esperando que o tempo mude

Nessa terra de gigantes
(tudo isso já foi dito antes)
A juventude é uma banda
Numa propaganda de refrigerantes

Hey mãe!
Já não esquento a cabeça
Durante muito tempo isso foi
Só o que eu podia fazer
Mas, hey mãe!
Por mais que a gente cresça
Há sempre coisas que a gente
Não pode entender

Por isso mãe!
Só me acorda quando o sol tiver se posto
Eu não quero ver meu rosto
Antes de anoitecer
Pois agora lá fora

O mundo todo é uma ilha
A milhas e milhas e milhas…

Nessa terra de gigantes
Que trocam vidas por diamantes
A juventude é uma banda
Numa propaganda de refrigerantes
(mais…)

Eu Que Não Amo Você

Eu, que não fumo, queria um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais
Nesse último mês

Senti saudade, vontade de voltar
Fazer a coisa certa, aqui é o meu lugar
Mas sabe como é difícil encontrar
A palavra certa, a hora certa de voltar
A porta aberta, a hora certa de chegar

Eu, que não fumo, queria um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais
Nesse último mês
E eu, que não bebo, pedi um conhaque
Pra enfrentar o inverno
Que entra pela porta
Que você deixou aberta ao sair

O certo é que eu dancei sem querer dançar
E agora já nem sei qual é o meu lugar
Dia e noite, sem parar, eu procurei, sem encontrar
A palavra certa, a hora certa de voltar
A porta aberta, a hora certa de chegar

Eu, que não fumo, queria um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais
Nesse último mês
E eu que não bebo, pedi um conhaque
Pra enfrentar o inverno
Que entra pela porta
Que você deixou aberta ao sair

O certo é que eu dancei sem querer dançar
E agora já nem sei qual é o meu lugar
Dia e noite sem parar, procurei sem encontrar
A palavra certa, a hora certa de voltar
A porta aberta, a hora certa de chegar

Eu, que não fumo, pedi um cigarro
Eu que não amo você

Eu, que não fumo, pedi um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais
Nesse último mês
E eu que não bebo, queria um conhaque
Pra enfrentar o inverno
Que entra pela porta
Que você deixou aberta ao sair

(mais…)

Até o fim

Não vim até aqui
Prá desistir
Agora!
Entendo você
Se você quiser
Ir embora…

Não vai ser a primeira vez
Nas últimas 24 horas
Mas eu não vim até aqui
Prá desistir
Agora!…

Minhas raízes estão no ar
Minha casa é qualquer lugar
Se depender de mim
Eu vou até o fim…

Voando sem instrumentos
Ao sabor do vento
Se depender de mim
Eu vou até o fim…

Eu não vim até aqui
Prá desistir
Agora!
Entendo você
Se você quiser
Ir embora
Não vai ser a primeira vez
Nas últimas 24 horas…

Ainda não se curva
Noite adentro
Vida afora!
Toda vida
O dia inteiro
Não seria
Exagero
Se depender de mim
Eu vou até o fim…

Cada célula
Todo fio de cabelo
Falando assim
Parece exagero
Mas se depender de mim
Eu vou até fim..

Eu não vim até aqui
Prá desistir
Agora!
Não vim até aqui
Prá desistir
Agora!…
(mais…)

Pose (anos 90)

Vamos passear depois do tiroteio
Vamos dançar num cemitério de automóveis
Colher as flores que nascerem no asfalto
Vamos todo mundo…Tudo que se possa imaginar

Vamos duvidar de tudo o que é certo
Vamos namorar à luz do pólo petroquímico
Voltar pra casa num navio fantasma
Vamos todo mundo… ninguém pode faltar

Se faltar calor, a gente esquenta
Se ficar pequeno, a gente aumenta
E se não for possível, a gente tenta
Vamos velejar no mar de lama
Se faltar o vento, a gente inventa

Vamos remar contra a corrente
Desafinar o coro dos contentes

Vamos velejar num mar de lama
se faltar o vento a gente inventa

Vamos remar contra a corrente
Desafinar o coro dos contentes.
(mais…)

Infinita Highway

Você me faz, correr demais
Os riscos desta Highway
Você me faz, correr atrás
Do horizonte desta Highway
Ninguém por perto
O silêncio no deserto
Deserta Highway…

Estamos sós
E nenhum de nós
Sabe exatamente
Onde vai parar
Mas não precisamos
Saber prá onde vamos
Nós só precisamos ir
Não queremos
Ter o que não temos
Nós só queremos viver
Sem motivos, nem objetivos
Estamos vivos e isto é tudo
É sobretudo, a lei
Da Infinita Highway…

Quando eu vivia
E morria na cidade
Eu não tinha nada
Nada a temer
Mas eu tinha medo
O medo dessa estrada
Olhe só, vê você
Quando eu vivia
E morria na cidade
Eu tinha de tudo
Tudo ao meu redor
Mas tudo que eu sentia
Era que algo me faltava
E à noite eu acordava
Banhado em suor…

Não queremos
Lembrar o que esquecemos
Nós só queremos viver
Não queremos
Aprender o que sabemos
Não queremos nem saber
Sem motivos, nem objetivos
Estamos vivos e é só
Só obedecemos a lei
Da Infinita Highway
Highway! Highway!…

Escute, garota
O vento canta uma canção
Dessas que uma banda
Nunca toca sem razão
Me diga, garota
Será estrada, uma prisão?
Eu acho que sim
Você finge que não
Mas nem por isso
Ficaremos parados
Com a cabeça nas nuvens
E os pés no chão…

-Tudo bem, garota
Não adianta mesmo ser livre…

Se tanta gente vive
Sem ter como viver
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe onde quer chegar
Estamos vivos, sem motivos
Que motivos temos prá estar?
Atrás de palavras escondidas
Nas entrelinhas do horizonte
Dessa Highway
Silenciosa, Highway!
Highway!…

Eu vejo o horizonte trêmulo
Eu tenho os olhos úmidos
Eu posso estar
Completamente enganado
Eu posso estar correndo
Pro lado errado
Mas a dúvida
É o preço da pureza
E é inútil ter certeza
Eu vejo as placas dizendo
Não corra, não morra
Não fume
Eu vejo as placas
Cortando o horizonte
Elas parecem facas
De dois gumes…

Minha vida é tão confusa
Quanto a América Central
Por isso não me acuse
De ser irracional
Escute, garota
Façamos um trato
Você desliga o telefone
Se eu ficar muito abstrato
Eu posso ser um Bealte
Um beatnik, ou um bitolado
Mas eu não sou ator
Eu não tô à toa
Do teu lado…

Por isso garota
Façamos um pacto
Não usar a Highway
Prá causar impacto
110, 120, 160
Só prá ver, até quando
O motor agüenta
Na bôca em vez de um beijo
Um chiclete de menta
E a sombra do sorriso
Que eu deixei…

Numa das curvas
Da Highway
Highway!
Infinita, Highway!
Highway!
Infinita, Highway!
Highway! Highway!
Highway!…
(mais…)

Dom Quixote

Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
peixe fora d’água, borboletas no aquário
Muito prazer, meu nome é otário
na ponta dos cascos e fora do páreo
puro sangue, puxando carroça

Um prazer cada vez mais raro
aerodinâmica num tanque de guerra,
vaidades que a terra um dia há de comer.
“Ás” de Espadas fora do baralho
grandes negócios, pequeno empresário.

Muito prazer me chamam de otário
por amor às causas perdidas.

Tudo bem, até pode ser
que os dragões sejam moinhos de vento

Tudo bem, seja o que for
seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas

tudo bem…até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento

muito prazer…ao seu dispor
Se for por amor às causas perdidas
por amor às causas perdidas
(mais…)

Piano bar

O que você me pede eu não posso fazer
Assim você me perde, eu perco você
Como um barco perde o rumo
Como uma árvore no outono perde a cor

O que você não pode eu não vou te pedir
O que você não quer…eu não quero insistir
Diga a verdade, doa a quem doer
Doe sangue e me dê seu telefone

Todos os dias eu venho ao mesmo lugar
Às vezes fica longe, impossível de encontrar
Mas, quando o neon é bom
Toda noite é noite de luar

No táxi que me trouxe até aqui
Julio Iglesias me dava razão,
No Clip Paul Simon tava de preto más,
na verdade não era não
Na verdade nada é uma palavra esperando tradução

Toda vez que falta luz
Toda vez que algo nos falta
O invisível nos salta aos olhos
Um salto no escuro da piscina

O fogo ilumina muito
Por muito pouco tempo
Em muito pouco tempo o fogo apaga tudo
Tudo um dia vira luz
Toda vez que falta luz
O invisível nos salta aos olhos

Ontem à noite eu conheci uma guria
Já era tarde, era quase dia
Era o princípio
De um precipício era o meu corpo que caia

Ontem a noite, a noite tava fria
Tudo queimava, nada aquecia
Ela apareceu, parecia tão sozinha
Parecia que era minha aquela solidão

Ontem à noite eu conheci uma guria
Que eu já conhecia de outros carnavais
Com outras fantasias
Ela apareceu, parecia tão sozinha
Parecia que era minha aquela solidão

No início era um precipício
(um corpo que caía)
Depois virou um vício
Foi tão difícil acordar no outro dia
Ela apareceu, parecia tão sozinha
Parecia que era minha aquela solidão

(mais…)

Somos Quem Podemos Ser

Um dia me disseram
Que as nuvens
Não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos
Às vezes erram a direção
E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração…

A vida imita o vídeo
Garotos inventam
Um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez…

Somos quem podemos ser…
Sonhos que podemos ter…

Um dia me disseram
Quem eram os donos
Da situação
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem
Essa prisão
E tudo ficou tão claro
O que era raro, ficou comum
Como um dia depois do outro
Como um dia, um dia comum…

A vida imita o vídeo
Garotos inventam
Um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez…

Somos quem podemos ser…
Sonhos que podemos ter…

Um dia me disseram
Que as nuvens
Não eram de algodão
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem
Essa prisão
Quem ocupa o trono
Tem culpa
Quem oculta o crime
Também
Quem duvida da vida
Tem culpa
Quem evita a dúvida
Também tem…

Somos quem podemos ser…
Sonhos que podemos ter…
(mais…)

Pra Ser Sincero

Prá ser sincero
Não espero de você
Mais do que educação
Beijo sem paixão
Crime sem castigo
Aperto de mãos
Apenas bons amigos…

Prá ser sincero
Não espero que você
Minta!
Não se sinta capaz
De enganar
Quem não engana
A si mesmo…

Nós dois temos
Os mesmos defeitos
Sabemos tudo
A nosso respeito
Somos suspeitos
De um crime perfeito
Mas crimes perfeitos
Não deixam suspeitos…

Prá ser sincero
Não espero de você
Mais do que educação
Beijo sem paixão
Crime sem castigo
Aperto de mãos
Apenas bons amigos…

Prá ser sincero
Não espero que você
Me perdoe
Por ter perdido a calma
Por ter vendido a alma
Ao diabo…

Um dia desse
Num desses
Encontros casuais
Talvez a gente
Se encontre
Talvez a gente
Encontre explicação…

Um dia desses
Num desses
Encontros casuais
Talvez eu diga:
-Minha amiga
Prá ser sincero
Prazer em vê-la!
Até mais!…

Nós dois temos
Os mesmos defeitos
Sabemos tudo
A nosso respeito
Somos suspeitos
De um crime perfeito
Mas crimes perfeitos
Não deixam suspeitos…
(mais…)

Alivio Imediato

o melhor esconderijo
a maior escuridão
já não servem de abrigo
já não dão proteção
a Líbia bombardeada
a libido e o vírus
o poder, o pudor
os lábios e o batom

que a chuva caia
como uma luva
um dilúvio
um delírio
que a chuva traga
alívio imediato

que a noite caia
de repente caia
tão demente
quanto um raio
que a noite traga
alívio imediato

há espaço pra todos
há um imenso vazio
nesse espelho quebrado
por alguém que partiu
a noite cai
de alturas impossíveis
e quebra o silêncio
e parte o coração

há um muro de concreto
entre nossos lábios
há um muro de Berlim
dentro de mim
tudo se divide
todos se separam
duas Alemanhas
duas Coréias
tudo se divide
todos se separam
(mais…)

Alem dos Outdoors

Além dos Outdoors!
Além dos Outdoors!
Além dos Outdoors!

No ar da nossa aldeia
Há rádio, cinema e televisão
Mas o sangue só corre nas veias
Por pura falta de opção…

As aranhas não tecem suas teias
Por loucura ou por paixão
Se o sangue ainda corre nas veias
É por pura falta de opção…

Você sabe, o que eu quero dizer
Não tá escrito nos outdoors
Por mais que a gente grite
O silêncio é sempre maior…(2x)

No céu, além de nuvens
Há sexo, drogas e palavrões
As coisas mudam de nome
Mas continuam sendo religiões…

No dia-à-dia, da nossa aldeia
Há infelizes enfartados
De informação
As coisas mudam de nome
Mas continuam sendo
O que sempre serão…

Você sabe o que eu quero dizer
Não tá escrito nos outdoors
Por mais que a gente grite
O silêncio é sempre maior…

Você sabe o que eu quero dizer
Não valhe uma canção
Por mais que a gente cante
O silêncio é sempre maior…

No ar da nossa aldeia
Há mais do que poluição
Há poucos que já foram
E muitos que nunca serão…

As aranhas não tecem suas teias
Por loucura ou por paixão
Se o sangue ainda corre nas veias
É por pura falta de opção…

Você sabe o que eu quero dizer
Não tá escrito nos outdoors
Por mais que a gente grite
O silêncio! O silêncio! O silêncio!

Você sabe o que eu quero dizer
Não vale uma canção
Por pura falta de opção
Púrpura, é cor do coração…

Você sabe
O que eu quero dizer
Você sabe
O que eu quero saber
Você sabe dizer
O que eu quero saber
Você sabe saber
O que eu quero dizer
Além disso….

(mais…)

A Violência Travestida Faz Seu Trottoir

no ar que se respira, nos gestos mais banais
em regras, mandamentos, julgamentos, tribunais
na vitória do mais forte, na derrota dos iguais

a violência travestida faz seu trottoir

Na procura doentia de qualquer prazer
Na arquitetura metafisica das catedrais
Nas arquibancadas, nas cadeiras, nas gerais

a violencia travestida faz seu trottoir

na maioria silenciosa, orgulhosa de não ter
vontade de gritar, nada pra dizer
a violência travestida faz seu trottoir
nos anúncios de cigarro que avisam que fumar faz mal

| a violência travestida faz seu trottoir
| em anúncios luminosos, lâminas de barbear
| armas de brinquedo, medo de brincar
| a violência travestida faz seu trottoir

no vídeo, idiotice intergaláctica
na mídia, na moda, nas farmácias
no quarto de dormir, na sala de jantar
a morte anda tão viva, a vida anda pra trás
é a livre iniciativa, igualdade aos desiguais
na hora de dormir, na sala de estar

a violência travestida faz seu trottoir

uma bala perdida encontra alguém perdido
encontra abrigo num corpo que passa por ali
e estraga tudo, enterra tudo, pá de cal
enterra todos na vala comum de um discurso liberal

| a violência travestida faz seu trottoir
| em anúncios luminosos, lâminas de barbear
| armas de brinquedo, medo de brincar
| a violência travestida faz seu trottoir

| a violência travestida faz seu trottoir
| em anúncios luminosos, lâminas de barbear
| armas de brinquedo, medo de brincar
| a violência travestida faz seu trottoir

Tudo que ele deixou foi uma carta de amor pra uma apresentadora de programa infantil. Nela ele dizia que já não era criança, e que a esperança também dança como monstros de um filme japonês. Tudo que ele tinha era uma foto desbotada, recortada de revista especializada em vida de artista. Tudo que ele queria era encontrá-la um dia (todo suicida acredita na vida depois da morte). Tudo que ele tinha cabia no bolso da jaqueta. A vida quando acaba, cabe em qualquer lugar.
E a violência travestida faz seu trottoir…

não se renda às evidências
não se prenda à primeira impressão

eles dizem com ternura:
“o que vale é a intenção”
e te dão um cheque sem fundos
do fundo do coração

no ar que se respira
nessa total falta de ar
a violência travestida
faz seu trottoir

em armas de brinquedo, medo de brincar
em anúncios luminosos, lâminas de barbear
nos anúncios de cigarro que avisam que fumar faz mal

a violência travestida faz seu trottoir
a violência travestida faz seu trottoir
(mais…)

A Promessa

Não vejo nada.
O que eu vejo, não me agrada.
Não ouço nada.
O que eu ouço, não diz nada
Perdi a conta
Das pérolas e porcos
Que eu cruzei, pela estrada…

Estou ligado à cabo
A tudo que acaba
De acontecer…

Propaganda
É a arma do negócio.
No nosso peito bate
Um alvo muito fácil.
Mira à laser,
Miragem de consumo,
Latas e litros
De paz teleguiada.
Estou ligado à cabo
A tudo que eles tem
Pra oferecer…

O céu é só uma promessa.
Eu tenho pressa,
Vamos nessa direção.
Atrás de um sol
Que nos aqueça
Minha cabeça
Não aguenta mais…(2x)

Tu me encontrastes
De mãos vazias;
Eu te encontrei
Na contramão.
Na hora exata,
Na encruzilhada,
Na Highway da
Super-informação.
Estamos tão ligados
Já não temos o que temer…

O céu é só uma promessa.
E eu tenho pressa,
Vamos nessa direção
Atrás de um sol
Que nos aqueça.
Minha cabeça
Não aguenta mais…

O céu é só uma promessa
Eu tenho pressa,
Vamos nessa direção
Atrás de um sol
Que nos aqueça.
Minha cabeça
Não aguenta mais.
Não aguenta mais
Não aguenta mais
Não aguenta mais…

O céu é só uma promessa
Eu tenho pressa
Vamos nessa direção…
(mais…)

A Perigo

Planos de vôo
Tava tudo em cima: céu de brigadeiro sobre nós
Pane… pânico
Perdemos a altura… puxaram o tapete voador
Hoje estamos a perigo
Hoje estamos separados, divididos
Mas um dia, um dia, nós seremos a maioria

Pane…! que pena!
Panos quentes
Fica tudo como está; no mesmo lugar… impunemente
Hoje estamos a perigo
Hoje estamos separados, divididos
Mas um dia, um dia, nós seremos a maioria

Eu sigo em frente, pra frente eu vou
Eu sigo em frente, pra frente eu vou
Eu sigo em frente, pra frente eu vou
Eu sigo enfrentando a onda
Onde muita gente naufragou

Nós seremos a maioria
Seremos a maioria
(mais…)

A onda

Força não há capaz de enfrentar
Uma idéia cujo tempo tenha chegado
A força não é capaz de salvar
Uma idéia cujo tempo tenha passado

Força não há capaz de enfrentar
Uma idéia cujo tempo tenha chegado
É impossível domar a força do mar
Pra pegar a onda tem que estar
Na hora certa num certo lugar
Pra pegar a onda, deixa estar:
Deixa a onda te pegar

Pra pegar a onda tem que estar
Na hora certa num certo lugar
Pra pegar a onda, deixa estar:
Deixa a onda te pegar
(mais…)

A Montanha

Nem tão longe que eu não possa ver
Nem tão perto que eu possa tocar
Nem tão longe que eu não possa crer que um dia chego lá
Nem tão perto que eu possa acreditar que o dia já chegou

No alto da montanha, num arranha-céu
No alto da montanha, num arranha-céu

Se eu pudesse, ao menos
Te contar o que se enxerga lá do alto
Com céu aberto, limpo e claro ou com os olhos fechados
Se eu pudesse, ao menos, te levar comigo lá

Pr’o alto da montanha, num arranha-céu
Pr’o alto da montanha, num arranha-céu
Sem final feliz ou infeliz…atores sem papel
No alto da montanha, à toa, ao léu

Nem tão longe, impossível
Nem tampouco lá… já

No alto da montanha, num arranha-céu
No alto da montanha, num arranha-céu
Sem final feliz ou infeliz…atores sem papel
No alto da montanha, num arranha-céu

(mais…)

Terceira do Plural

Corrida pra vender cigarro
Cigarro pra vender remédio
Remédio pra curar a tosse
Tossir,cuspir,jogar pra fora
Corrida pra vender os carros
Pneu,cerveja e gasolina
Cabeça pra usar boné
E professar a fé de quem patrocina

Eles querem te vender, eles querem te comprar
Querem te matar de rir…querem te fazer chorar
Quem são eles?
Quem eles pensam que são? 4x

Corrida contra o relógio
Silicone contra a gravidade
Dedo no gatilho,velocidade
Quem mente antes diz a verdade
Satisfação garantida
Obsolecência programada
Eles ganham a corrida antes mesmo da largada

Eles querem te vender, eles querem te comprar
Querem te matar a sede, eles querem te sedar
Quem são eles?
Quem eles pensam que são? 4x

Vender…comprar…vedar os olhos
Jogar a rede contra a parede
Querem te deixar com sede
Não querem nos deixar pensar
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?
(mais…)

3 x 4

Diga a verdade
Ao menos uma vez na vida
Você se apaixonou
Pelos meus erros

Não fique pela metade
Vá em frente, minha amiga
Destrua a razão
Desse beco sem saída

Diga a verdade
Ponha o dedo na ferida
Você se apaixonou
Pelos meus erros

E eu perdi as chaves
Mas que cabeça a minha
Agora vai ter que ser
Para toda a vida

Somos o que há de melhor
Somos o que dá pra fazer
O que não dá pra evitar
E não se pode escolher

Se eu tivesse a força
Que você pensa que eu tenho
Eu gravaria no metal da minha pele
O teu desenho

Feitos um pro outro
Feitos pra durar
Uma luz que não produz
Sombra

Somos o que há de melhor
Somos o que dá pra fazer
O que não dá pra evitar
E não se pode esconder

(mais…)

10.000 destinos

Há mais de mil destinos em cada esquina
Outras vidas esperando em cada esquina

Há quase mil motivos pra gente ignorar
O que ouve o que vê em cada esquina

Uma vitrine muito bandeira
Um imã na geladeira
Alça de mira
Lente de aumento
Vampiro em frente ao espelho

?porque será? me diz? porque será?
Que a gente cruza o rio atrás de água

E diz que não está nem aí
Finge que não está nem aí (nem aí)

Gritos na torcida
Sinos na catedral
Uma palavra omitida no hino nacional

Tambores, motores
Pulso e coração
Um minuto de silêncio antes da explosão
(mais…)