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A música brasileira nos anos 1980

Os anos 80 foram uma época de grande diversidade e evolução na música brasileira, com vários gêneros diferentes se desenvolvendo e ganhando popularidade. Uma das principais tendências da década foi o surgimento e o aumento da popularidade da MPB (música popular brasileira). Artistas como Milton Nascimento, Elis Regina, Gal Costa, Tom Jobim, e João Gilberto, …

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Poemas para a amiga (fragmento 8) – Affonso Romano de Sant`Anna

Contemplo agora o leito que vazio se contempla. Contemplo agora o leito que vazio em mim se estende e se me aproximo existe qualquer coisa trescalando aroma em mim.  Onde o teu corpo, amante-amiga, onde o carinho que compungido em recebia e aquela forma que tranquila ainda ontem descobrias?  Agora eu te diria o quanto te agradeço o corpo teu se o me dás ou se o me tomas, e …

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Que gente é essa (Paulistano da Glória – Samba-enredo 1980)

Que gente é essa de pé no chãoQue tem no canto sua forma de expressãoCantou na travessia o seu triste lamentoPara amenizar tanta dor e sofrimentoQue canto lindo na plantaçãoO Rei Escravo plantou na mineraçãoRezou cantando ao Pai OxaláNagô, Gege, Ketu, IorubáOyá, Oyá, vem nos ajudarKaô, Kaô, Kaô Cabecile, Obá Depois surgiu Palmares, sua confederaçãoE …

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Caymmi Mostra ao Mundo o Que a Bahia e a Mangueira Tem (Mangueira – Samba-enredo 1986)

Tem xinxim e acarajéTamborim e samba no pé MangueiraMangueira vê no céu dos orixásO horizonte rosa no verde do marA alvorada veste a fantasiaPra exaltar Caymmi e a velha Bahia ô, ô, ô Quanto esplendorNas igrejas soam hinos de louvorE pelos terreiros de magiaO ecoar anuncia um novo diaNessa terra fascinanteA capoeira foi morar O …

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E Por Falar Em Saudade (Caprichosos de Pilares – Samba-enredo 1985)

Oh! Saudade, ôMeu carnaval é vocêCaprichosamenteVamos reviver, vamos reviver…“Saudadeando” o que sumiu no dia-a-diaNa fantasia de um eterno foliãoO bondeO amolador de facasO leite sem águaA gasolina barataAquela Seleção NacionalE derreteram a taça na maior cara-de-pau Bota, bota, bota fogo nisso (bis)A virgindade já levou sumiço (Quero votar!)Diretamente, o povo escolhia o presidenteSe comia mais …

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Bum Bum Paticumbum Prugurundum (Império Serrano – Samba-enredo 1982)

Bumbum paticumbum prugurundumO nosso samba minha gente é isso aí, é isso aíBumbum paticumbum prugurundum,Contagiando a Marquês de Sapucaí (Eu enfeitei ) Enfeitei meu coração (enfeitei meu coração )De confete e serpentinaMinha mente se fez meninaNum mundo de recordaçãoAbracei a coroa imperial, fiz meu carnaval,Extravasando toda a minha emoçãoÓh, Praça Onze, tu és imortalTeus braços …

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É Hoje (União da Ilha – Samba-Enredo 1982)

A minha alegria atravessou o marE ancorou na passarelaFez um desembarque fascinanteNo maior show da TerraSerá que eu sereio dono desta festa um reiNo meio de uma gente tão modestaEu vim descendo a serraCheio de euforia para desfilarO mundo inteiro esperaHoje é dia do riso chorar Levei o meu sambaPra mãe-de-santo rezar Contra o mau olhadoCarrego …

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Liberdade Liberdade Abra as Asas Sobre Nós (Imperatriz Leopoldinense – Samba-enredo 1989)

Liberdade, liberdade!Abra as asas sobre nós (bis)E que a voz da igualdadeSeja sempre a nossa voz Vem, vem, vem reviver comigo amorO centenário em poesiaNesta pátria, mãe queridaO império decadente, muito rico, incoerenteEra fidalguiaSurgem os tamborins, vem emoçãoA bateria vem no pique da cançãoE a nobreza enfeita o luxo do salãoVem viver o sonho que …

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78 rotações

Ela vinha numa manhã Rachada Pelo vento que soprou De madrugada No frio de uma manhã de maio De franja na testa Tentava esconder o pensamento Que só pensava em mim Ela pensava em nós Meu cigarro clareando A madrugada Nosso quarto, nossa vida, nossa casa Na beira do mangue Na beira da lama Na …

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Madrugadas de 68

Quando naquelas noites frias de junho Eu era uma camisa e nada mais Tinha gente muito agasalhada Procurando aquela minha paz Só que havia alguma coisa Sempre interrogando: “o que é que há rapaz? Você vai morrer de frio Trate de arranjar um cobertor” Um quarto pra resistir Quem sabe, algum emprego Faça como aquele …

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2345meia78

Fim de semana chegando e o coitado tá no osso Mas acaba de encontar a solução Coloca um caderninho no bolso, Apanha umas fichas e corre prum orelhão É o seu velho caderninho de telefone Com o nome e o número de um monte de mulhé E ele vai ligar pra todas até conseguir chamar …

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98/99

Há quem faça as contas Há quem vá as compras Quando mais um ano chega ao fim Hora de escrever cartões Hora de rever os planos Mais um ano chega ao fim Que venha em paz o ano que vem, que venha em paz o que o futuro trouxer Cai a neve nas vitrines e …

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História de Chico Buarque

Popularmente conhecido simplesmente como Chico Buarque, Francisco Buarque de Hollanda é um cantor e compositor brasileiro, dramaturgo, escritor e poeta. Chico é mais conhecido por suas músicas, que frequentemente incluíam comentários sociais, econômicos e culturais sobre o país. Buarque, Filho primogênito de Sérgio Buarque de Hollanda, viveu em diversos locais quando criança. Principalmente no Rio …

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Letras por Ano

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Natureza morta – Uncategorized

Os livros são dorsos de estantes distantes quebradas.Estou dependurada na parede feita um quadro.Ninguém me segurou pelos cabelos.Puseram um prego em meu coração para que eu não me movaEspetaram, hein? a ave na paredeMas conservaram os meus olhosÉ verdade que eles estão parados.Como os meus dedos, na mesma frase.Espicharam-se em coágulos azuis.Que monótono o mar!Os …

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Do azul, num soneto – Alphonsus de Guimaraens Filho

Verificar o azul nem sempre é puro.Melhor será revê-lo entre as ramadasE os altos frutos de um pomar escuro— Azul de ténues bocas desoladas. Melhor será sonhá-lo em madrugadas,Claro, inconstante azul sempre imaturo,Azul de claridades sufocadasLatejando nas pedras — nascituro. Não este azul, mas outro e dolorido,Evanescente azul que na orvalhadaFicou, pétala ingênua, torturada. Recupero-o, …

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Enchemos a vida – Alice Ruiz

enchemos a vidade filhosque nos enchem a vida um me enche de lembrançasque me enchemde lágrimas uma me enche de alegriasque enchem minhas noitesde dias outro me enche de esperançase receiosenquanto me inchamos seios Publicado no livro Paixão xama paixão (1983). In: RUIZ, Alice. Pelos pelos. São Paulo: Brasiliense, 1984. (Cantadas literárias, 24 Alice Ruiz …

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Drumundana – Alice Ruiz

e agora maria? o amor acaboua filha casouo filho mudouteu homem foi pra vidaque tudo criaa fantasiaque você sonhouapagouà luz do dia e agora maria?vai com as outrasvai vivercom a hipocondria Publicado no livro Navalhanaliga (1980). In: RUIZ, Alice. Pelos pelos. São Paulo: Brasiliense, 1984. (Cantadas literárias, 24) NOTA: Paródia do poema “José”, do livro …

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Topa um pacto de sangue – Alice Ruiz

topa um pacto de sanguecom essa cigana do futuroque lêo passado na tua bocao presente no teu corpoe nos teus olhostanto quanto nos astros? Publicado no livro Paixão xama paixão (1983). In: RUIZ, Alice. Pelos pelos. São Paulo: Brasiliense, 1984. (Cantadas literárias, 24 Alice Ruiz Autor: Alice Ruiz

Boca da noite – Alice Ruiz

boca da noitena calada em silênciograndes lábiosse abrem em sim In: RUIZ, Alice. Pelos pelos. São Paulo: Brasiliense, 1984. p.16. (Cantadas literárias, 24) Alice Ruiz Autor: Alice Ruiz

Assim que vi você – Alice Ruiz

assim que vi vocêlogo vi que ia dar coisacoisa feita pra durarbatendo duro no peitoaté eu acabar virandoalguma coisaparecida com você parecia ter saídode alguma lembrança antigaque eu nunca tinha vivido alguma coisa perdidaque eu nunca tinha tido alguma voz amigaesquecida no meu ouvido agora não tem mais jeitocarrego você no peitopoema na camisetacom a …

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Sou uma moça polida – Alice Ruiz

sou uma moça polidalevandouma vida lascada cada instantepinta um grilopor cimada minha sacada Publicado no livro Navalhanaliga (1980). In: RUIZ, Alice. Pelos pelos. São Paulo: Brasiliense, 1984. (Cantadas literárias, 24 Alice Ruiz Autor: Alice Ruiz

Projesombras (nós) – Alice Ruiz

por causa deRegina Silveira no mundo das sombrasos objetos inchamgrávidos de outras formas silhuetas dissimulando similaridadesparódias e paradoxoslinearidades em desalinho aquiarmas são a alma das louçasaliprojesombras milimetricamentecalculadas inauguram com humoro outro lado do rigor o primeiro planopassa a pano de fundoo que é o fundo?o que é a figura?o que é a coisa?o que é …

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Na esquina da Consolação – Alice Ruiz

na esquina da consolaçãocom a paulistame perdi de vistavirei artistaequilibristameio mãemeio meninameio meia-noitemeio inteirainteiramente alheiatoda lua cheia In: RUIZ, Alice. Vice-versos. São Paulo: Brasiliense, 1988. (Cantadas literárias Alice Ruiz Autor: Alice Ruiz

Lá ia eu – Alice Ruiz

lá ia eutoda expostaàquele olharde garfo e facavendoa mesa postaminhas postas em fatiasouvindo dos convivaspiadas macarrônicas Publicado no livro Navalhanaliga (1980). In: RUIZ, Alice. Pelos pelos. São Paulo: Brasiliense, 1984. (Cantadas literárias, 24 Alice Ruiz Autor: Alice Ruiz

HAI-KAIS – Alice Ruiz

apaga a luzantes de amanhecerum vagalume vento secoentre os bambusbarulho d água tanta poesia no gestonenhum poemao diria o relógio marca48 horas sem te versei lá quantas para te esquecer circuluarsonho imparacordo par desacertoentre nóssó etceteras Alice Ruiz Autor: Alice Ruiz

A IMPLOSÃO DA MENTIRA OU O EPISÓDIO DO RIOCENTRO – Affonso Romano de Sant`Anna

1 Mentiram-me. Mentiram-me onteme hoje mentem novamente. Mentemde corpo e alma, completamente.E mentem de maneira tão pungenteque acho que mentem sinceramente. Mentem, sobretudo, impune/mente.Não mentem tristes. Alegrementementem. Mentem tão nacional/menteque acham que mentindo história aforavão enganar a morte eterna/mente. Mentem. Mentem e calam. Mas suas frasesfalam. E desfilam de tal modo nuasque mesmo um cego …

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Vaso chinês – Alberto de Oliveira

Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,Casualmente, uma vez, de um perfumadoContador sobre o mármor luzidio,Entre um leque e o começo de um bordado. Fino artista chinês, enamorado,Nele pusera o coração doentioEm rubras flores de um sutil lavrado,Na tinta ardente, de um calor sombrio. Mas, talvez por contraste à desventura,Quem o sabe?… de um velho mandarimTambém lá …

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Beija-flores – Alberto de Oliveira

Os beija-flores, em festa,Com o sol, com a luz, com os rumores,Saem da verde floresta,Como um punhado de flores. E abrindo as asas formosas,As asas aurifulgentes,Feitas de opalas ardentesCom coloridos de rosas, Os beija-flores, em bando,Boêmios enfeitiçados,Vão como beijos voandoPor sobre os virentes prados; Sobem às altas colinas,Descem aos vales formosos,E espraiam-se após ruidososPela extensão …

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Afrodite – Alberto de Oliveira

I Móvel, festivo, trépido, arrolando,À clara voz, talvez da turba iriadaDe sereias de cauda prateada,Que vão com o vento os carmes concertando, O mar, — turquesa enorme, iluminada,Era, ao clamor das águas, murmurando,Como um bosque pagão de deuses, quandoRompeu no Oriente o pálio da alvorada. As estrelas clarearam repentinas,E logo as vagas são no verde …

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Terceiro canto – Alberto de Oliveira

I Embala-me, balanço da mangueira,Embala-me, que enquanto vou contigo,Contigo venho, o meu pesar esqueço.Rompe a luz da manhã rosada e linda,Tudo desperta. E essa por quem padeço,Lânguida e preguiçosa,Entre brancos lençóis repousa ainda.Embala-me, pendente da mangueira,Na tensa corda, meu balanço amigo!Em claro a noite inteiraPassei, pensando nela. Ah! que formosaEstava ontem à tarde no mirante,Um …

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Fantástica – Alberto de Oliveira

Erguido em negro mármor luzidio,Portas fechadas, num mistério enorme,Numa terra de reis, mudo e sombrio,Sono de lendas um palácio dorme. Torvo, imoto em seu leito, um rio o cinge,E, à luz dos plenilúnios argentados,Vê-se em bronze uma antiga e bronca esfinge,E lamentam-se arbustos encantados. Dentro, assombro e mudez! quedas figurasDe reis e de rainhas; penduradasPelo …

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Aspiração – Alberto de Oliveira

Ser palmeira! existir num píncaro azulado,Vendo as nuvens mais perto e as estrelas em bando;Dar ao sopro do mar o seio perfumado,Ora os leques abrindo, ora os leques fechando; Só de meu cimo, só de meu trono, os rumoresDo dia ouvir, nascendo o primeiro arrebol,E no azul dialogar com o espírito das flores,Que invisível ascende …

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Identidade – Jenyffer Nascimento

Cansei de ser uma foto 3×4Acompanhada por uma sequência de dígitos. Cansei de ser númeroNo RG, CPF, Título de EleitorPassaporte, Carteira de Trabalho.A burocracia nunca me enxerga como gente.  Eles não sabem da cor azulQue fui a Bahia e vi Dona Canô na festa de ReisQue choro quando leio a Cor PúrpuraNem que passo as tardes …

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A coisa pública e a privada – Affonso Romano de Sant`Anna

Entre a coisa públicae a privadaachou-se a Repúblicaassentada. Uns queriam privarda coisa pública,outros queriam provarda privada,conquanto, é claro,que, na provação,a privada, publicamente,parecesse perfumada. Dessa luta intestinaentre a gula pública e a privadaa Repúblicaacabou desarranjadae já ninguém sabiaquando era a empresa públicaprivada públicaoupública privada. Assim ia a rês pública: avacalhadauma rês pública: charqueadauma rês pública, publicamentecorneada, …

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EPITÁFIO PARA O SÉC XX – Affonso Romano de Sant`Anna

1. Aqui jaz um séculoonde houve duas ou três guerrasmundiais e milharesde outras pequenase igualmente bestiais. 2. Aqui jaz um séculoonde se acreditouque estar à esquerdaou à direitaeram questões centrais. 3. Aqui jaz um séculoque quase se esvaiuna nuvem atômica.Salvaram-no o acasoe os pacifistascom sua homeopáticaatitude— nux-vômica. 4. Aqui jaz o séculoque um muro dividiu.Um …

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Os desaparecidos – Affonso Romano de Sant`Anna

De repente, naqueles dias, começarama desaparecer pessoas, estranhamente.Desaparecia-se. Desaparecia-se muitonaqueles dias. Ia-se colher a flor ofertae se esvanecia.Eclipsava-se entre um endereço e outroou no táxi que se ia.Culpado ou não, sumia-seao regressar do escritório ou da orgia.Entre um trago de conhaquee um aceno de mão, o bebedor sumia.Evaporava o paiao encontro da filha que não …

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Ela! – Maria Firmina dos Reis

(A pedido) Ela! Quanto é bela, essa donzela, A quem tenho rendido o coração! A quem votei minh’alma, a quem meu peito Num êxtase de amor vive sujeito… Seu nome!… não – meus lábios não dirão! Ela! minha estrela, viva e bela, Que ameiga meu sofrer, minha aflição; Que transmuda meu pranto em mago riso. Que da terra me eleva ao paraíso… Seu …

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Seu nome – Maria Firmina dos Reis

Seu nome! em repeti-lo a planta, a erva, A fonte, a solidão, o mar, a brisa Meu peito se extasia! Seu nome é meu alento, é-me deleite; Seu nome, se o repito, é dúlia nota De infinda melodia.Seu nome! vejo-o escrito em letras d’ouro No azul sideral à noite quando Medito à beira-mar: E sobre as mansas águas debruçada, Melancólica, e bela eu vejo …

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Confissão – Maria Firmina dos Reis

Embalde, te juro, quisera fugir-te, Negar-te os extremos de ardente paixão: Embalde, quisera dizer-te: – não sinto Prender-me à existência profunda afeição. Embalde! é loucura. Se penso um momento, Se juro ofendida meus ferros quebrar: Rebelde meu peito, mais ama querer-te, Meu peito mais ama de amor delirar. E as longas vigílias, – e os negros fantasmas, Que os sonhos povoam, se …

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À minha extremosa amiga D. Ana Francisca Cordeiro – Maria Firmina dos Reis

Donzela, tu suspiras – esse pranto, Que vem do coração banhar teu rosto, Esse gemer de lânguido penar, Revela amarga dor – imo desgosto: Amiga… acaso cismas ao luar, Terno segredo de ignoto amor?!… Soltas madeixas desprendidas voam Por sobre os ombros de nevada alvura; Tua fronte pálida os pesares c’roam Como auréola de martírio… pura, Cândida virgem… que abandono o teu? Sonhas acaso com …

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Meditação – Maria Firmina dos Reis

(À minha querida irmã – Amália Augusta dos Reis)     Vejamos pois esta deserta praia, Que a meiga lua a pratear começa, Com seu silêncio se harmoniza esta alma, Que verga ao peso de uma sorte avessa. Oh! meditemos na soidão da terra, Nas vastas ribas deste imenso mar; Ao som do vento, que sussurra triste, Por entre os leques do gentil …

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Nas praias do Cumam – Solidão – Maria Firmina dos Reis

Aqui na solidão minh’alma dorme; Que letargo profundo!… Se no leito, A horas mortas me revolvo em dores, Nem ela acorda, nem me alenta o peito.No matutino albor a nívea garça Lá vai tão branca doudejando errante; E o vento geme merencório – além Como chorosa, abandonada amante.E lá se arqueia em ondulação fagueira O brando leque do gentil palmar; E lá nas …

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Dois – Adão Ventura

de pés no chão palmilhei duros eitos movidos a chuva e sol. de pé no chão atravessei frios ghetos de duras cicatrizes. de pés no chão Teodoro, meu avô  envelheceu mansamente as suas mãos escravas. – Adão Ventura, em “Cor da pele”. 5ª ed., Belo Horizonte: Edição do Autor, 1988. Adão Ventura Autor: Adão Ventura

Iam – Adão Ventura

não sei não. mas aqui a gente conversa assuntos que na Capital necas /nadas lá é aquela gente correndo — corredeira sem-fim pra qualquer decá aquela palha. – Adão Ventura, em “Jequitinhonha: poemas do Vale”. Belo Horizonte: Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, 1980, p. 45.  Adão Ventura Autor: Adão Ventura

Minha avó – Adão Ventura

vovó justina preta minas preta mina preta forra preta de forno & fogão. vovó justina preta forró preta mucama preta de cama & cambão. – Adão Ventura, em “A cor da pele”. Belo Horizonte: Edição do Autor, 1988.  Adão Ventura Autor: Adão Ventura

Natal II – Adão Ventura

Um menino lerdo num lençol de embira mesmo qu’uma fonte de estimada ira. um menino lama num anzol que fira algum porte e corpo e alma de safira. um menino cápsula de tesoura e crina – ritual de crisma sem fé ou parafina. um menino-corpo de machado e chão a arrastar cueiros de chistes e …

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Papai-moçambique – Adão Ventura

papai-moçambique-viola e sapateio-desafio de versosfogosos.papai-moçambiquesenta pé na fogueira&de um saltopára o olhono arbanzando saudadesd´outras Áfricas.– Adão Ventura, em “Cor da pele”. 5ª ed., Belo Horizonte: Edição do Autor, 1988.  Adão Ventura Autor: Adão Ventura

Procissão – Adão Ventura

Gente de velas na mão vela-se ao santo. entre as curvas das ruas curva-se ao santo. no dobrar das esquinas dobram-se ao santo os joelhos genuflexos e puros para o milagre. – Adão Ventura, em “Jequitinhonha: poemas do Vale”. Belo Horizonte: Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, 1980,  p. 27. Adão Ventura Autor: Adão …

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Senzala – Adão Ventura

senzalaé minha carne retalhadapelo dia-a-dia senzalaé a sombra que tenho aprisionadanos ghetos da minha pele.– Adão Ventura, em “A cor da pele”. Belo Horizonte: Edição do Autor, 1980. Adão Ventura Autor: Adão Ventura

Três – Adão Ventura

o meu sangue-cachoeira é terreiro de folia, dor jogada ao vento, cachaça engolida inteira, sapateio de meia-noite, noite de São João, -jogo de cartas, conversas de preto velho. – Adão Ventura, em “Cor da pele”. 5ª ed., Belo Horizonte: Edição do Autor, 1988.  Adão Ventura Autor: Adão Ventura

Um – Adão Ventura

em negro teceram-me a pele. enormes correntes amarraram-me ao tronco de uma Nova África. carrego comigo a sombra de longos muros tentando me impedir que meus pés cheguem ao final dos caminhos. mas o meu sangue está cada vez mais forte, tão forte quanto as imensas pedras que os meus avós carregaram para edificar os …

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Fantasmas – Adalgisa Nery

Lívidos fantasmas deslizam nas horas perdidas  Chegam à minha alma  E como sombras da noite  Levantam os meus ímpetos mortos  Desatando as ligaduras do tempo.  O luar da madrugada fria cai no meu rosto  E ilumina com branda amargura  O meu espírito que espera a hora insolúvel.  Os caminhos cobrem-se de homens que dormem na …

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Paisagem – Adalgisa Nery

Restam nos meus olhos Séculos de planícies áridas E o vento ríspido que trouxe as lamentações Das sombras agitadas Sobre os pântanos desconhecidos Distantes estão os caminhos Onde eu encontraria a suprema fraqueza Para vergar os meus joelhos E deitar no pó a minha boca moribunda Invisíveis estão as estrelas Que me levariam a contemplar …

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Olhando no espelho – Abdias do Nascimento

(Para meus netos Samora, Alan e Henrique Alberto)Ao espelho te vejo negrinhote reconheço garoto negrovivemos a mesma infânciaa melancolia partilhada do teu profundo olharera a senha e a contra-senhaidentificando nosso destinoconfraria dos humilhadosa povoar de terna lembrançaesta minha evocação de FrancaÉramos um só olharnos papagaios empinadosao sopro fresco do entardecerNegrinho garota negravivemos a mesma infâncianos …

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Oriki da Elisa – Abdias do Nascimento

Amor em Saudade    desatado    de carência física    embotadoAmor de amor pleno    tranbordante    música pungente    latejanteLateja amor as têmporas   as taclas teclam amor   agudo punhal inclemente   apunhalando a dorDor do desamor que   não é meu   nem teu   meu é o   bemquerer que não morreu   associado partilhado   na partilha do que …

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Autobiografia – Abdias do Nascimento

EITO que ressoa no meu sanguesangue do meu bisavô pinga de tua foicefoice da tua violação ainda corta o grito de minha avó LEITO de sangue negroemudecido no espanto clamor de tragédia não esquecida crime não punido nem perdoadoqueimam minhas entranhasPEITO pesado ao peso da madrugada de chumboorvalho de fel amargoorvalhando os passos de minha mãena oferta compulsória …

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Coruja – Orides Fontela

Vôo onde ninguém mais – vivo em luz mínima  ouço o mínimo arfar – farejo o  sangue  e capturo  a presa  em pleno escuro.  – Orides Fontela, em “Rosácea”. São Paulo: Editora Duas Cidades, 1986, p. 203. Orides Fontela Autor: Orides Fontela

Clima – Orides Fontela

Neste lugar marcado: campo onde uma árvore única se alteia e o alongado gesto absorvendo todo o silêncio – ascende e                     imobiliza-se (som antes da voz pré-vivo ou além da voz e vida) neste lugar marcado: campo                 …

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Minério – Orides Fontela

o metal e seu pálido horizonteo metal tempo opondo-se ao olhar vivo:o metal adensandoe horizonte efronteira invioladaO metal presençaÍntegraopondo às águas seu frioe incorruptível núcleo– Orides Fontela, do livro “Helianto”, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, p. 82. Orides Fontela Autor: Orides Fontela

Teia – Orides Fontela

A teia, não Mágica Mas arma, armadilha    a teia, não morta mas sensitiva, vivente   a teia, não arte mas trabalho, tensa a teia, não  arte mas trabalho, tensa   a teia, não virgem mas intensamente                  prenhe:   no  centro a aranha espera. – Orides Fontela, em “Rosácea”. São Paulo: Editora Duas Cidades, 1986. Orides Fontela Autor: Orides Fontela

Viagem – Orides Fontela

Viajarmas nãopara viajarmas semonde sem rota sem ciclo sem círculosem finalidade possível. Viajare nem sequer sonhar-seesta viagem.– Orides Fontela, em “Rosácea”. São Paulo: Editora Duas Cidades, 1986. Orides Fontela Autor: Orides Fontela

Evocação da rosa – Abdias do Nascimento

(Para Yemanjá – no seu décimo aniversário)Era uma vez uma rosa que não era vegetal nem rosa mineralcarecia até da cor de rosaera uma gata formosanegra amarela e brancosairrequietamente caprichosavestida de suave pêlo multicorBichana terrivelmente amorosados laços dos seus encantosnenhum gato jamais se livrou pelos telhados miava dengosasuspirava a noite inteira seduzindo namoradeiratoda a gataria aoluar da lua alcoviteiraCerto …

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Anfitrite – Júlia Cortines

(Sobre uma página de Fénelon) Tinta a escama de azul e de oiro, solevandoEm seus brincos a vaga espúmea, pelo bandoDos alegres tritões, que os búzios retorcidosSopram, enchendo o ar de músicos ruídos,Acompanhados, vão os ligeiros golfinhosSeguindo de Anfitrite o carro, que marinhosCorcéis, – que têm na cor cetinosa do peloA brancura da neve e …

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A missão do poeta – Jacinta Passos

No instante inicial da criação,quando o mundo acabava de sairdas mãos de Deus,e quando as coisas todas palpitavam,quentes ainda do seu sopro criador,escutou-se o primeiro cântico, na terra,glorificando o Senhor.Cantao poeta porque seu destino é cantar.Cantar o mesmo canto que irrompeudos lábios do primeiro homem criado,ante a maravilhosa visão da beleza.da esplêndida harmonia universal.Cantar ao …

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Incerteza – Jacinta Passos

Em meu olhar se espelhaa sombra interior de incerteza angustiante.E em minha alma floresce, como rosa vermelhadum vermelho gritante,como o clangor clarim,esta angústia que vive a vibrar dentro em mim.É a minha vida um longo e ansioso esperar,num amor que há de vir.Amor – prazer que é dor e sofrer que é gozar –Amor que …

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Morrer – Ivan Junqueira

Pois morrer é apenas isto:cerrar os olhos vaziose esquecer o que foi visto; é não supor-se infinito,mas antes fáustico e ambíguo,jogral entre a história e o mito; é despedir-se em surdina, sem epitáfio melífluo ou testamento sovina; é talvez como despir o que em vida não vestia e agora é inútil vestir; é nada deixar aqui: memória, pecúlio, estirpe, sequer um traço de si; é findar-se …

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Moreninha – Casimiro de Abreu

Moreninha, Moreninha,Tu és do campo a rainha,Tu és senhora de mim;Tu matas todos d’amores,Faceira, vendendo as floresQue colhes no teu jardim. Quando tu passas n’aldeiaDiz o povo à boca cheia:– “Mulher mais linda não há“Ai! vejam como é bonita“Co’as tranças presas na fita,“Co’as flores no samburá! – Tu és meiga, és inocenteComo a rola que …

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Mnu – Miriam Alves

Eu sei:“havia uma faca         atravessando os olhos gordos                em esperançashavia um ferro em brasa         tostando as costas         retendo as lutashavia mordaças pesadas         esparadrapando as ordens               das palavras”Eu sei:    Surgiu …

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Erro – Machado de Assis

Erro é teu. Amei-te um diaCom esse amor passageiroQue nasce na fantasiaE não chega ao coração;Não foi amor, foi apenasUma ligeira impressão;Um querer indiferente,Em tua presença, vivo,Morto, se estavas ausente,E se ora me vês esquivo,Se, como outrora, não vêsMeus incensos de poetaIr eu queimar a teus pés,É que, — como obra de um dia,Passou-me essa …

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O verme – Machado de Assis

Existe uma flor que encerraCeleste orvalho e perfume.Plantou-a em fecunda terraMão benéfica de um nume.Um verme asqueroso e feio,Gerado em lodo mortal,Busca esta flor virginalE vai dormir-lhe no seio.Morde, sangra, rasga e mina,Suga-lhe a vida e o alento;A flor o cálix inclina;As folhas, leva-as o vento.Depois, nem resta o perfumeNos ares da solidão…Esta flor é …

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Epitáfio do México – Machado de Assis

Dobra o joelho: — é um túmulo.Embaixo amortalhadoJaz o cadáver tépidoDe um povo aniquilado;A prece melancólica Reza-lhe em torno à cruz.Ante o universo atônitoAbriu-se a estranha liça,Travou-se a luta férvidaDa força e da justiça;Contra a justiça, ó século,Venceu a espada e o obus.Venceu a força indômita;Mas a infeliz vencidaA mágoa, a dor, o ódio,Na face …

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Autobiografia

EITO que ressoa no meu sanguesangue do meu bisavô pinga de tua foicefoice da tua violaçãoainda corta o grito de minha avó LEITO de sangue negroemudecido no espantoclamor de tragédia não esquecidacrime não punido nem perdoadoqueimam minhas entranhasPEITO pesado ao peso da madrugada de chumboorvalho de fel amargoorvalhando os passos de minha mãena oferta compulsória …

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Sêca d’água

É triste para o Nordeste o que a natureza fezMandou cinco anos de seca e uma chuva em cada mêsE agora em 85 mandou tudo de uma vezA sorte do nordestino é mesmo de fazer dóSeca sem chuva é ruimMas seca d’água é piorQuando chove brandamente depressa nasce um capimDá milho, arroz e feijão, mandioca …

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Chega de mágoa

Nós não vamos nos dispersar Juntos, é tão bom saber Que passado o tormento Será nosso esse chão…1 Água, dona da vida Ouve essa prece tão comovida2 Chega, brinca na fonte Desce do monte, vem como amiga3 Te quero, água de beber Um copo d’água Marola mansa da maré Mulher amada Te quero orvalho toda …

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Serão extra

New Iguaçu Três e meia da madrugada Ocorrência na 85ª DP Tudo aconteceu quando ela chegou atrasadaEram três e meia, alta madrugadaE sua mãe a esperava no portãoLogo, pintou bate-boca, a mãe já gritandoTava quase louca, e exigia em altos berrosAlguma explicação Eu fui dar mamãe! (Foi dar mamãe)Eu fui dar mamãe! (Foi dar mamãe)Fui …

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Catulina

Dona Catulina, é uma professora de já certa idadeE ela monta em seu burríco, no jumentoE eles vão trotando 40, 80, 120kmSó pra ela descer do burricoE ensinar as criancinhas a ler e escrever Dona Catulina faça-me o favorQuero aprender a ler e escreverDona Catulina faça-me o favorQuero aprender a ler e escrever Aliviando o …

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Seu Libório

Seu Libório tem três vizinhas Manon, Margot e Fru-fruSaem todas as tardinhasCarregando o seu LuluNinguém sabe o que elas fazemPorém todo mundo dizQue Seu Líbório é quem mandaAh!,Como o Libório é feliz A Manon é mais lourinhaQue boneca de ParisA Margot é queimadinhaPelo sol do meu paísA Fru-fru tem um sinalzinhoNa pontinha do narizO Seu Libório …

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Respeita Januário

Quando eu voltei lá no sertãoEu quis mangar de JanuárioCom meu fole prateadoSó de baixo, cento e vinte, botão preto bem juntinhoComo nêgo empareadoMas antes de fazer bonito de passagem por GranitoForam logo me dizendoDe Taboca à Rancharia, de Salgueiro à Bodocó, Januário é o maior!E foi aí que me falou meio zangado o véi …

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Seu Libório

Seu libório tem três vizinhasManon, margot e fru-fruSaem todas as tardinhasCarregando o seu luluNinguém sabe o que elas fazemPorém todo mundo dizQue o seu líbório é quem mandaAh!,como o libório é feliz A manon é mais lourinhaQue boneca de parisA margot é queimadinhaPelo sol do meu paísA fru-fru tem um sinalzinhoNa pontinha do narizE o …

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Idade de fazer bobagem

Ela tem 18 anos, eu vou fazer 56Carrego os meus desenganosE ela sonha em ser felizImaginem vocês Isso pode ser amorMas pode ser também tudo ilusão, tudo miragemEla está no período sonhadorE eu na idade de fazer bobagem

Trovoa

Minha cabeça trovoa Sob o meu peito eu te trovo e me ajoelho Destino canções pros teus olhos vermelhos Flores vermelhas, vênus, bônus Tudo que me for possível, ou menos Mais ou menos Me entrego, ofereço, reverencio a tua beleza Física também, mas não só, Não só Graças a deus você existe Acho que eu …

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Sangue Latino

exibições 147.816 Sangue Latino Secos & Molhados Jurei mentiras e sigo sozinho, assumo os pecados Os ventos do norte não movem moinhos E o que me resta é só um gemido Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos, Meu sangue latino, minha alma cativa Rompi tratados, traí os ritos Quebrei a lança, lancei no espaço …

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Ferreirinha

Eu tinha um companheiro por nome de Ferreirinha Nós lidava com boiada desde nós dois rapazinhos Fomos buscar um boi bravo no campo do espraiadinho Eram 28 quilômetros da cidade de Pardinho Nos chegamos no tal campo cada um seguiu prum lado Ferreirinha foi num potro redomão muito cismado Já era de tardezinha e eu …

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Machado de Assis

Um grande escritor do meu pais Está sendo homenageado Joaquim Maria Machado de Assis Romancista consagrado Nascido em 1839 Lá no morro do Livramento A sua lembrança nos comove Seu nome jamais caira no esquecimento Lara lara lara laia… Já faz tantos anos faleceu O filho de uma humilde lavadeira Que no cenario das letras …

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Puro Êxtase

Toda brincadeira, não devia ter hora para acabar Toda quarta feira ela sai sem pressa pra voltar Esmalte vermelho, tinta no cabelo Os pés no salto alto, cheios de desejo Vontade de dançar até o amanhecer Ela está suada, pronta pra se derreter! Ela é puro êxtase, êxtase. Barbies, Betty Boops, puro êxtase Se o …

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Movimento Infinito

Grafite, Break, Rap: somos três amigos Batizado Hip Hop o movimento infinito Fenômeno Cultura no mundo se destaca 68 idealistas de África Bambaata A magia da dança como nunca se viu Surgia assim a Zulu King’s e Rock Steady Crew No ano em que foi mundialmente consagrado Vila Box no Brasil também deu seu recado …

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Caiu na Roda

Consciência, maior arma Mapa prá qualquer lugar Tô na área deslizando No concreto a recortar Horizonte alí a diante Tomou forma geométrica E o que era importante Tive que memorizar Sem problema Tô ligeira Já bem sei remediar Minha voz é o que me resta E rapidinho vai ecoar Pelo vale, na Pompéia De Caimmy …

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Chupim

Se terminou o romance que sonhou O trabalho não vai bem Esquece e se diverte baby Aonde eu não sei Mais estou dispoosto vem Deixa eu tentar só te mostrar Acordo e sinto sol, meu dia vai ser bom As seis da tarde eu vou com “Babe” no meu som E nunca mais triste Se …

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Baixada News

Zilda é uma mulher que mora na Baixada Fluminense Mãe de cinco filhos Cinco bocas pra comer Seu ex-marido trabalhava Como trocador de ônibus Trocou Zilda por uma dama Que passou pela roleta A vida já não era fácil Com a ajuda dele lá Agora Zilda tá sozinha Com os filhos pra criar Às cinco …

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Sr. Tempo Bom

Que saudade do meu tempo de criança, quando eu ainda era pura esperança, eu via minha mãe voltando pra dentro do nosso barraco, com uma roupa de santo debaixo do braço. Eu achava engraçado tudo aquilo, mas já respeitava o barulho do atabaque, E não sei se você sabe, a força poderosa que tem na …

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Então Toma

Aqui pra você, Eu mostro o dedo (3 x) Aqui pra você … Pode falhar, a notícia vai dizer que eu to aqui. Não importa quem me ouve, o importante é me ouvir. To mandando o meu recado pro blayboy pro favelado. Pra todos que adiantam ou atrazam o nosso lado. Se perguntarem por mim, …

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CC de Com Força

Não sei porque toda a vez Que ele vem vindo vem quebrando tudo, Entortando poste, batendo em véi barrigudo E só toma um banho por mês Que é pra ficar natural Fedendo a onça espanta as moça é perfume de alho é sal Vem pondo fogo no couro queimando as planta Derrubando o toco seco …

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Um Minuto

um minuto da sua atenção isso é o que salva o conduto pra falar sobre o produto que eu escuto e que eh fruto de muita inspiração e milhares de minutos de estudo no estúdio e eu disponho de um minuto pausa pra respiração um minuto é muito pouco um minuto de duração um minuto …

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Mário

O pequeno Mário, dentro do berçário, era feito carta em envelope sem destinatário. Um menino sem destino, se nome no cartório, ficou num orfanato até o sexto aniversário. E foi parar num seminário, onde um padre fez o Mário conhecer o ABCDário. Aprendeu a ler a bíblia e o dicionário. E aos doze já sabia …

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Fazer Acontecer

Mãos que constroem Mentes que geram idéias Que se tornam realidade A qualidade de criar Uma nova engrenagem De acordo com a necessidade A novidade que se precisar Botar a cabeça para funcionar O poder de resolver é uma arte Essa é a arte De saber se virar e de Inventar soluções diferentes Do que …

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A Resposta É Não

Se alguém dentre nos Tinha de esclarecer Alguma coisa aqui esse alguém é você Quem foi que mentiu? Quem foi que traiu? O que você disser não vai convencer O errado é que sou eu O culpado de tudo E o amor que era meu Ficou só como escudo Pra não notar quem você é …

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Zerovinteum

Rio, cidade-desespero A vida é boa mas só vive quem não tem medo Olho aberto malandragem não tem dó Rio de Janeiro, cidade hardcore. Arrastão na praia não tem problema algum Chacina de menores é aqui 021 Polícia, cocaína, Comando Vermelho Sarajevo é brincadeira, aqui é o Rio de Janeiro Rio de Janeiro, demorô, é …

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12 de Outubro

Cadê o meu presente, o meu abraço? A bicicleta que eu sonhei não vem com o laço. Não tem bolo, nem alegria. É dia das crianças, mas não pra periferia. Queria fugir daqui, é impossível, Eu não queria ver lágrimas, é difícil. Meus exemplos de vitória estão todos na esquina, De Tempra, de Golf, vendendo …

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Anarquia Oi

Um dia você vai descobrir que todos te odeiam e te querem morto, pois você representa perigo ao poder!!! Anarquia oi, oi! 4x Eles não querem que você viva destrua o sistema antes que ele o destrua Não acredite, em falsos lideres pois todos eles vão te trair Anarquia oi, oi! 8x A-nar-qui-a A-nar-qui-a Anarquia …

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Obesidade Mórbida Constitucional

Atentado contra a vida,suícidio,punição(Refrão 2x) Sofrimento na UTI,tortura,medo,falta de ar Pro inferno não quero ir e no céu eu não quero chegar -Refrão-(2x) Eu vi a morte!Morte!(2x) Mas nunca me arrependi,vida louca sem igual De primeira quase morri,show de horror no hospital -Refrão-(2x) Eu vi a morte!Morte!(2x) Sem direito a saideira,que mudança radical Sem poder …

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Segue a Rima

Segue a rima, o som número 1 quem diria O hino nacional da periferia Eu lembro bem, eu não esqueço Quanto custo, como sofri, qual foi o preço Pra tê, poder vencer, crer na verdade Poder ir mais além da criminalidade Ai não desisti esse é meu mundo Tudo gira em torno (nah, nah, nah…) …

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Bem Pior

Pior não foi corre só bem pior foi não sentir medo algum Passa por um por dois no meio da multidão Despinguelado a milhão no Viaduto do Chá ouvindo us bico gritaPega!, Pega!!! Hã ta já era ta entrei no jogo ganhei de novo sou jogador nocrime Na rua eu atuo no fogo do inferno …

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As 40 DP´s

Aí rapaziada Cuidado pra não dar mole à kojak Senão o bambu vai quebrar no meio Alô, alô malandragem Não desligue e se ligue onde estão situadas As DPs que comandam o Rio Veja bem, fique na sua e nem dê mancada Porque os homens da civil não são de brincadeira Eles tão sempre filmando …

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"Quem crê em mim, como diz a escritura, do seu interior fluirá rios de águas vivas." (Jo. 7:38) Águas que fluem do coração do Senhor, Fontes eternas regam sementes de amor Águas que curam, águas que saram, águas do trono de Deus Que santificam, que me restauram, que purificam meu ser E nessas águas eu …

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A Feira

É dia de feira Quarta-feira Sexta-feira Não importa a feira É dia de feira Quem quiser pode chegar…(2x) Vem maluco, vem madame Vem Maurício, vem atriz Prá comprar comigo… Vem maluco, vem madame Vem Maurício, vem atriz Prá levar comigo… Tô vendendo ervas Que curam e acalmam Tô vendendo ervas Que aliviam e temperam…(2x) Mas …

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Hey Joe

Hey joe Onde é que você vai Com essa arma aí na mão Hey joe Esse não é o atalho Pra sair dessa condição Dorme com tiro acorda ligado Tiro que tiro trik-trak boom Para todo lado Meu irmão, é só desse jeito Consegui impor minha moral Eu sei que sou caçado E visto sempre …

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O Homem Na Estrada

Um homen na estrada recomeça sua vida. Sua finalidade: a sua liberdade. Que foi perdida, subtraída; e quer provar a si mesmo que realmente mudou, que se recuperou e quer viver em paz, não olhar para trás, dizer ao crime: nunca mais! Pois sua infancia não foi um mar de rosas, não. Na feben, lembranças …

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Vida Loka II

-Firmeza total, mais um ano se passando Graças a Deus a gente tá com saúde aí moro? Muita coletividade na quebrada, dinheiro no bolso Sem miséria, e é nóis… Vamos brindar o dia de hoje Que o amanhã só pertence a Deus, a vida é loka. Deixa eu fala, pocê, Tudo, tudo, tudo vai, tudo …

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Eu Sou 157

Hoje eu sou ladrão, artigo 157, As cachorra me amam, Os playboy se derretem, Hoje eu sou ladrão, artigo 157, A policia bola um plano, Sou heroi, dos pivete, Uma pa de bico cresce o zóio, Quando eu chego, Zé povinho é foda, How, É não nego, Eu to de mau com o mundo, Terça-feira …

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Diario De Um Detento

"São Paulo, dia 1º de outubro de 1992, 8h da manhã.Aqui estou, mais um dia.Sob o olhar sanguinário do vigia.Você não sabe como é caminhar com a cabeça na mira deuma HK.Metralhadora alemã ou de Israel.Estraçalha ladrão que nem papel.Na muralha, em pé, mais um cidadão José.Servindo o Estado, um PM bom.Passa fome, metido a …

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12 de Outubro

12 de outubro de 2001Dia das CriançaVárias festa espalhada na periferiaNo Parque Santo Antônio hoje teve uma festaFoi bancada pela irmandade, uma organizaçãoTavam confeccionando roupa lá no Parque Santo Antônio láLutandoRemando contra a maréMas tá lá tá firmeTinha umas 300 pessoaNo, na festa das criançaComida, músicaTinha um grupo de rap de uma menininha de 10 …

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