Unha e carne

Autor: Gregório Duvivier


eram como unha e carne os dois
e como unha e carne partiram-se
em metades injuntáveis ambos
sob o alicate inox e ela
repousa no ladrilho, âmbar:
lua minguante sobre o bidê.

1 comentário em “Unha e carne”

  1. Roberto Magalhães, professor de Teoria Literária

    A poesia do Vivier não gosta de falar de amor. Do jeito antigão, claro. Tanto assim é que os amantes não eram nem a lua de prata nem o luar azul. Mas unha e carne. E mais, olha só o cenário: no banheiro. Que poético! Os dois (no banheiro) separados, unha pra cá, carne pra lá, injuntáveis. Ela, carne, repousa no ladrilho. Ele ou ela ( por que não?) unha minguante no bidê. Quando tal acontece, pode procurar que tem a lâmina cortante. Ei-lo, o alicate de inox.

    Roberto Magalhães

    0
    0

Deixe sua análise

Escreva aqui o significado, análise, o seu pensamento. O que te faz gostar dessa letra? Seu email não será publicado.

Sair da versão mobile