Autor: Elizandra Souza
Hoje a poesia veio triste
Despedidas são sempre o vazio
O que não existirá mais
Essa dor que arranha a garganta
Embarga a voz
E essa liberdade das águas dos olhos
Caindo descontroladamente…
Hoje a poesia veio triste
Como a vitória regia solitária no rio
Como uma estradeira que não olha pra trás
Fecha a mala, tranca a porta
E segue em direção ao desconhecido
Engole a poeira, pisa firme nas pedras…
Não deixa saudades, não deixa Amor
Hoje a poesia veio triste
Como final de um espetáculo
Daqueles que só alguns vestígios
Permaneceram no público.
Daquelas conexões sem nenhum sentido
Histórias cruzadas por mero acaso
Não era destino, era a vida por um triz!
Elizandra Souza