Abram caminho para o rei
Sorriam em vez de se curvar
Ele é justiça, ele é a lei
Que fez pra nos levantar
Pra nos por em pé, nos erguer
E lançar pra orum nosso olhar
Não há justiça se há sofrer
Não há justiça se há temor
E se a gente sempre se curvar
Kawó kabiecilè xangô oba iná
Abram caminho para o rei
Que se anuncia em um trovão
Que bravo, escreve o que errei
Cuspindo fogo pro chão
Labareda pra eu me consertar
Fogo pra me aquecer de perdão
Não há justiça sem ceder
Não há justiça sem amor
E se a gente nunca se entregar
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Acho que a letra toda nos indica uma outra possível ou utópica forma de poder (sorriam em vez de se curvar, não há justiça sem amor) e essa nova forma de poder viria justamente da energia e autoridade moral do Orixás.
essa letra é muito interessante, pois ela traz aspectos diferentes sobre o conceito de justiça, que na maior parte das vezes é tratada pelo ponto de vista da injustiça ou do punição, ou do medo da punição ou algo que pode ser reduzido categoricamente a uma sentença.
Já nessa canção a justiça é vista, não pelo viés punitivista, mas abolicionista, como um equilíbrio entre forças, como diálogo e negociação, algo que pode ser aplicado com amor visando a evolução do individuo. Não é sobre punição do erro, mas sobre transformação do individuo a partir do reconhecimento do erro e comprometimento em não persistir no erro. A justiça aqui não é um conceito que surge do medo da punição, mas sim sobre amar o próximo.