Holiday Foi Muito

O homem nasce sem maldade
Em parte nenhuma do corpo.
O homem é lobo do homem.
Isso explica a viadagem côngenita
E a baitolagem adquirida.

Sendo assim, quem nunca
Queimou o anel quando menino,
Queimá-lo-á quando crescido.
Isso explica novamente a história
Da viadagem adquirida.

Porque homem é homem,
Menino é menino,
Macaco é macaco,
E viado é viado.
Homem é homem,
Menino é menino,
Político é político,
E baitola é baitola.

O indivíduo nasce, cresce
E adentra ao mundo social e político,
Filosófico e artístico.
Fica danado, letrado,
Inteligente e sabido.

Conhece tudo, explica tudo
E discute com bastante elegância
Os rumos da “catilogência”.
Fica suave, delicado e aberto
A novas experiências.

Nada de novo no front.
Despombalizado, leso,
A saída é a retaquarda.
Isso explica a evolução
Da perobagem adquirida…

Fica díficil um estudo,
Uma tese, uma analise
À luz da ciência:
O homem inteligente dá
Ou dá por que é inteligente?


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6 comentários em “Holiday Foi Muito”

  1. Viado Congênito

    Na verdade a música fala de como nascemos sem preconceitos quanto a homossexualidade, mas depois aprendemos a ser machos e, consequentemente, machistas e preconceituosos. Mas depois de estudados e esclarecidos desconstruímos essa palhaçada e nos abrimos para novas experiências.

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  2. Pelo que eu entendi da música, apesar dos termos utilizados, é uma letra que foi bastante a frente do seu tempo no que diz respeito a homossexualidade.

    Ao apresentar a dicotomia Hobbes e Rousseau ele diz acreditar na existência dos dois tipos do que ele diz ser “viadagem”,a inata e a adquirida. Algo bem a frente do que as músicas dos anos 90 diziam.

    No refrão ele fala que cada um é o que é, então não cabe a um ou a outro intrometer-se nisso. Outro detalhe é que ele faz uma escala evolutiva(no clipe)onde o gay está no estágio mais evoluído. Isso também é ressaltado na própria letra quando Falcão diz que os homens que adquirem mais conhecimento estão abertos a novas experiências.

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  3. Gilberto Duque de Oliveira

    Não adianta tergiversar. A letra fala claramente e em todas as estrofes que a “viadagem” não é natural e sim adquirida!!!

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  4. João Martins

    É impossível entender a letra dessa música se ignorarmos a brincadeira do troca-troca. Desde o Brasil-Colônia até meados da década de 1980, como prevalecia o machismo, os meninos eram induzidos, pelos homens adultos, a desenvolver precocemente sua sexualidade. Como as meninas eram muito protegidas, os meninos iniciavam sua vida sexual, entre os 7 e os 9 anos de idade, mantendo relações homossexuais com outros meninos. O menino ativo da primeira relação sexual tornava-se o passivo da segunda; é por isso que a brincadeira chamava-se troca-troca. Essa brincadeira costumava ser abandonada na adolescência, quando os garotos já tinham renda (naquela época, estudava-se pouco e começava-se a trabalhar cedo) e podiam pagar prostitutas. Porém, as relações homossexuais continuavam sendo praticadas em quartéis, navios, presídios e qualquer outro lugar em que os homens ficassem confinados e sem companhia feminina. O troca-troca desapareceu porque os hábitos e as leis mudaram muito. Hoje, a sexualidade infantil é criminalizada. O título da música quer dizer que Falcão, quando menino, deu muito, ou seja, foi homossexual passivo. Porém, no final do videoclip, ele aparece com duas mulheres, o que significa que ele tornou-se heterossexual na idade adulta. Enfim, a música diz que, em alguma fase da vida, o homem experimenta a homossexualidade. Na época em que a letra foi escrita, era a mais pura verdade.

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