Vamos passear depois do tiroteio
Vamos dançar num cemitério de automóveis
Colher as flores que nascerem no asfalto
Vamos todo mundo…Tudo que se possa imaginar
Vamos duvidar de tudo o que é certo
Vamos namorar à luz do pólo petroquímico
Voltar pra casa num navio fantasma
Vamos todo mundo… ninguém pode faltar
Se faltar calor, a gente esquenta
Se ficar pequeno, a gente aumenta
E se não for possível, a gente tenta
Vamos velejar no mar de lama
Se faltar o vento, a gente inventa
Vamos remar contra a corrente
Desafinar o coro dos contentes
Vamos velejar num mar de lama
se faltar o vento a gente inventa
Vamos remar contra a corrente
Desafinar o coro dos contentes.
Letra Composta por: Humberto Gessinger
Melodia Composta por:
Álbum: GESSINGER, LICKS & MALTZ
Ano: 1992
Estilo Musical:
pensou que nessa musica ele quis se referir….a tudo que se tem vontade de fazer e de que os outros acham loucura….os outros acham impossivel….e de que tudo pode se resolver basta a gente querer…….
A letra tem o objetivo claro de mostrar a todos nós o quanto é satisfatorio se permitir à loucura,enquanto tantos preferem a sanidade.É uma vontade de se fazer tudo que aos nossos olhos parece impossivel,mas que à nossa imaginação é completamente permitido.É apenas um convite especial…”vamos remar contra a corrente”!!!!
É difícil analisar a letra da música quando não se tem a letra completa. Acho que a letra que aparece aqui no site é o que ele canta no acústico ou alguma coisa assim. Se alguém se interessar, a música original do álbum GLM (guessinger, licks e maltz) tem uma letra bem maior e é musicalmente completamente diferente. Creio que quando foi escrita o Humberto tinha uma idéia completamente diferente sobre a música do que quando foi regravada no acústico nessa versão reduzida.
Sim, é uma versão reduzida da “Pose” que ficou conhecida como “ANOS 90”, mas não creio que seja incompleta. Como sempre, Gessinger não faz qualquer letra na qual não possamos ou tenhamos que interpretar seu 2º, 3º ou Enézimo sentido. A análise da ANOS 90 com certeza seria muito mais complexa, mas nesta, podemos ver, de igual forma, a vontade de ir contra os hábitos, costumes, conceitos, preceitos e preconceitos que nos são impostos pela sociedade. Fazer o que se tem vontade de fazer, e colocar vontade em fazer o que se quer. Gostar do que se quer, e não do que a mídia e moda nos impõe. Esse RESUMO de uma música muito mais complexa, se colocada em prática por cada um de nós, poderia mudar muita coisa em nossa sociedade. Tenho tatuado em um dos braços a primeira frase de outra música deles: “Seria mais fácil fazer como todo mundo faz…” que levo por filosofia. No outro braço, abaixo de um desenho, “Livin’ on the edge” do Aerosmith, que também acredito que reflete bastante do que penso sobre o mundo atualmente.
É verdade!!
Acho importante também analisar o título da musica, “Pose”. Acredito que ele quer mostrar que poderíamos deixar alguns pudores de lado, e nos permitir se entregar aquilo que aos olhos de alguns pode parecer loucura. Deixar de fazer pose e sermos aquilo que somos. Sãos ou loucos.
Essa pra mim é como diria Raul Seixas: “Eu que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar” (sem pontuação de propósito).
Eu entendo como se estivessemos que parar de fazer POSE e colocar em prática o que gostariamos de fazer.
Uma outra leitura eu interpreto como não se preocupar com os problemas e manter a pose.. muito presente nesse verso “Vamos passear depois do tiroteio”
Pose
Vamos passear depois do tiroteio
Vamos dançar num cemitério de automóveis
Colher as flores que nascerem no asfalto
Vamos todo mundo… tudo que se possa imaginar
Vamos duvidar de tudo que é certo
Vamos namorar à luz do pólo petroquímico
Voltar pra casa num navio fantasma
Vamos todo mundo… ninguém pode faltar
Se faltar calor, a gente esquenta
Se ficar pequeno, a gente aumenta
Se não for possível, a gente tenta
Vamos ficar acima, velejar no mar de lama
Se faltar o vento, a gente inventa
Vamos esquecer o dia da semana
Tem que ser agora anos 90.
Vamos remar contra a corrente
Desafinar do coro dos contentes
Se não for possível
Se não for importante
Mesmo assim a gente tenta.
Não é pose, não é positivismo
Quanto pior, pior
Não é pose, não passará
Não passaremos por isso
Tô fora voodoo, ranso, baixo astral
Eu não vou perder meu tempo brincando de ser mal
Não vou viver pra sempre nem morrer a toda hora
Como rasgos pré-fabricados num novo velho blue jeans.
Morte anunciada, direitos autorais
Pela tv à cabo uma baleia acaba de nascer
Nascer pode ser uma passagem violenta
O futuro se põe
O passado não se agüenta.
Oooo…oooo..
Meninos e engenhos
Santa ingenuidade
Santíssima trindade: sexo, drogas, rock’n roll.
Oooo..ooo…
É pura pose, faz qualquer coisa
E o pior não é isso
É pura pose, posteridade
E o pior não é isso
Vamos passear depois do tiroteio
Vamos dançar num cemitério de automóveis
Vamos duvidar de tudo que é certo
Vamos namorar à luz do pólo petroquímico.
Lalarala…
Lalarala..
Laralala…
Laralala…
Laralala..
Vamos remar contra a corrente
Desafinar do coro dos contentes
Vamos ficar acima, velejar no mar de lama
Vamos esquecer o dia-a-dia, o dia-a-dia..aaa
A letra dessa música me lembra um ditado: se te deram um limão, faça uma limonada.
Esta música, (claro que a versão original é bem melhor) fala sobre as ‘poses’ que muitos fazem dizendo que vão mudar o mundo mas não fazem nada. Anos 90,porque é nesta fase que se inicia toda uma trajetória sobre a questão da sustentabilidade, parece-nos que Humberto já previa que hoje nos encontraríamos em um mundo que é muito belo manter a ‘pose de sustentáveis’ para merecer prêmios e status, mas que na verdade não nos preocupamos muito com isso. Vemos o mundo acabar por nossas próprias mãos e não faemos nada além de manter a ‘pose’. Diz de desafinar o coro doscontentes ao despertar a atenção para pararmos de nos iludir com Petrobrás, Natura, Globo e tantas outras empresas multinacionais que se dizem sustentáveis, mas que por trás são os primeiros a acabar com o planeta.Corremos o risco de manter a mesma pose: Levar latinhas pra reciclar e jogar chiclete no chão da rua … Hoje mesmo todo mundo já esqueceu de grandes desastres nucleares que aconteceram recentemente, dos vazamentos de petróleo, e das enchentes e desastres climáticos que assolam o mundo. Esqueceram porque? Porque grandes empresas souberam posar muito bem pra foto doando 1/2 dúzia de leite em pó pras tragédias e tudo ficou por isso mesmo e sempre será assim se não ‘desafirarmos o coro dos contentes’
As interpretações da galera estão muito boas. Já que ninguém tocou neste ponto, irei acrescentar este detalhe:
Quando Gessinger fala em “Tô fora, vudu, ranso, baixo astral, e não vou (sic) perder meu tempo brincando de ser mau. Não vou (sic) viver para sempre nem morrer a toda hora como rasgos pré fabricados num novo “velho blue jeans”. Morte anunciada, direitos autorais…o futuro se impõe e o passado não se aguenta.”
Nos primeiros versos, nota-se uma ironia sobre um detalhe que só quem viveu aquela época irá entender.
As bandas do rock nacional, que nos anos oitenta faziam discos de new wave, ou seja, um rock popular, leve e dançante, começaram a fazer discos cada vez mais pesados no início dos anos noventa. Basta observar “Tudo ao mesmo tempo agora” dos Titãs, “Eletricidade” do Capital Inicial, “Qvinqve” do Legião Urbana, “Volume três” dos Heróis da Resistência, entre outros. As bandas buscavam sobreviver num mercado onde o new wave perdera espaço. No estrangeiro o grunge tomava a cena. No Brasil, nossas bandas tentaram o mesmo, sem sucesso. Gessinger tirou sarro disso, dizendo que não brincaria de ser mau, ou fazer pose de roqueiro bad boy, como os demais, já que era visivelmente forçado. Não viver para sempre ou morrer a toda hora me faz lembrar de bandas que se desfaziam e se refaziam, como KISS e, aqui no Brasil o RPM. Os rasgos pré fabricados num novo velho blue jeans me fazem lembrar da ressurreição de bandas como Titãs e Capital, que renasceram das cinzas de volta ao estrelato no início dos anos 2000. Morte anunciada também fazia alusão ao rock nacional perdendo espaço na mídia. Só lhes restaria viver de direitos autorais, ou seja, dos royalties das coletâneas. Depois continuo…
Não entendi porque vc associou o ressurgimento dos Titãs e Capital Inicial à cena nos anos 2000 à letra da música que foi escrita nos anos 90!
Fiquei confuso.
kkkk
Então…
Eu não associei, não.
Apenas citei como exemplos familiares de bandas que ressurgiram das cinzas (não vou viver para sempre e nem morrer a toda hora como rasgos pré-fabricados em um novo-velho blue jeans”.
Não relacionei estas ressurreições aos anos noventa, mas aos versos que destaquei acima.
Já nos anos oitenta, bandas como Kiss e Aerosmith já haviam feito suas “manobras fênix” com ajuda de competentes empresários.
Espero ter me feito entender…rs
Sempre tive essa mesma interpretação do Carlos(nº1)sobre os grunges e coisa e tal.Lembrando que essa música é do disco Gessinger,Licks e Maltz(GLM),talvez o mais progressivo e surreal dos engenheiros,foi lançado em 92 em plena repercussão do Nevermind.”Vamos esquecer o dia da semana/tem que ser agora anos 90″ também acho que esta música combina bastante com a ideologia da geração beat.Não sei se era a intenção do autor.
Boa sacada esse menção ao Nevermind e ao verso de Pose.
Esse detalhe havia me passado desapercebido.
Essa letra antecipa fala de geração que deseja mudar valores existentes (remar contra a corrente, desafinar do coro dos contentes, duvidar de tudo o que é certo, etc) ao mesmo tempo em que se vê como portadores de uma virtude natural (colhem flores no asfalto, namoram à luz de um pólo petroquímico) frente a uma sociedade que consideram corrupta.
Querem ficar acima da lama. São superiores justamente por sua virtude intrínseca.
Mas é tudo pose. Não tem conteúdo, são artificiais (rasgos pré fabricados). É só imagem.
Incrível como a descrição do poeta enquadra uma geração de politicamente corretos que querem mudar o mundo mas não querem mudar a si mesmos. Chegam a ser ingênuos, pois, por falta de profundidade, defende bandeiras as quais nem sabem de onde vem.
São os chamados “idiotas úteis”.
Nunca havia visto por esse lado. E como Gessinger sempre foi crítico a essa juventude narcisista, desde os versos corajosos de “Fé Nenhuma”, só posso concluir que sua análise completou a minha, focando no ponto que ignorei.
Parabéns. Foi a melhor interpretação. Vejo também que a música toda é uma ironia, ou melhor, denúncia de “pura pose”. É uma crítica aos valores fluidos dos anos 90.
É quase como uma “revolta adolescente” da sociedade. Ironicamente, quando ele a regrava no acústico, chama sua filha de então 12, 13 anos para um “feat”.
Nada é por acaso na música, nem o emblemático “lá, lá, lá, lá…”
acho ela muito otimista…
Já que resolvemos incinerar a floresta amazônica, vamos passear à luz do Polo Petroquímico, velejar num mar de lama (se faltar um vento a gente inventa), se sobrar calor a gente esfria, colher flores no asfalto da transamazônica, duvidar de tudo que a ciência prova, passear depois do tiroteio (sem fuzil) e voltar para lugar nenhum num navio que só pode ser fantasma. Eu que duvidei do apocalipse, já começo a duvidar das minhas dúvidas.
Minha mãe falou que sou anticristo pq ouço essa música …pq a música fala santíssima trindade sexo drogas Rock n roll..