Correção –
Não deves compreender a ida.
Acorda cedo…
Acorda pra ver
quanto tempo perdeu
com tanta areia na vista.
O corpo decompõe…
o corpo decompõe aos poucos
e não há nada que devolva
a sensação de ainda
termos tanto a viver,
termos tanto a ver
com correntes nas pernas
e a boca em xilocaína
não deixando saber…
não deixando sentir o gosto
das sobremesas pelas quais
trocamos nossas vidas.
Correção –
Em "dialética materialista"
erguemos estátuas faraônicas
que representam
arquétipos da satisfação
em versões que
não rodam em Linux
e que não vão deixar teu acesso
ultrapassar a segurança da rede.
O que farias ao constatar
que a Dolly de Jeová
tem o DNA de Gates e Lênin
e que curamos a revolução sexual
com sarcomas de kaposi,
nosso quintal armazena
teus erros e acertos…
e que brindamos ao mesmo
"O Capital" estudado em Harvard
e pelo qual reciclamos
utopias em petróleo.
Pandora, agora é tarde demais…
O Zyklom B está por toda parte
e estáticos frente a comerciais
movemos dínamos e engrenagens:
Trabalhar e prosperar,
estudar e alcançar
o nirvana patriarcal…
Aprender a processar
e a parcelar as dívidas.
Kafka, morfina e Anthrax.
Correção –
Música popular
deve anestesiar as mentes
em refrões atóxicos…
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