Roda Viva

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu…

A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá …

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração…

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá…

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração…

A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou…

A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá…

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração…

O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou…

No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá …

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas rodas do meu coração…(4x)


Letra Composta por: Chico Buarque
Melodia Composta por:
Álbum:
Ano:
Estilo Musical:

75 comentários em “Roda Viva”

  1. Filosofo ou Poeta...

    A gente vai contra a corrente
    Até não poder resistir
    Na volta do barco é que sente
    O quanto deixou de cumprir

    Aqui a musica se refere o quanto nos temos dificuldade em fazer o correto;indo contra a corrente;”na volta do barco” é o retornar pro principio ja que nadando contra a corrente vc não consiguiu a meta desejada e ai nessa frase especifca “na volta do barco”;quando temos que fazer tudo de novo da maneira correta;a gente sente o que deixou de cumprir(olhamos e vemos que perdemos tempo e deixamos de realizar mais cedo se optassemos pelo caminho correto)!!!

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  2. A canção Roda-viva, de Chico Buarque faz parte da famosíssima peça de mesmo nome, escrita em 1967 e que, um ano depois, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa, recebeu montagem à altura, no teatro Oficina. Chico Buarque, que até então era “a única unanimidade brasileira”, nas palavras de Millôr Fernandes, chocou parte de seu público com a radicalidade crítica e o tom francamente agressivo da peça.

    Mas vamos à letra Roda-viva: ela tem um chão histórico específico, ou seja, os obscuros anos da ditadura. É desse tempo que ela data e é o que esse tempo representou para a experiência brasileira que ela aborda e cifra. Eu falei em “cifra”? Sim, a palavra cifra tem, além da acepção comercial que conhecemos, o sentido de explicação de escrita hermética, enigmática, e, por extensão, passa a significar essa própria escrita. Decifrar é justamente tirar a cifra, tornar o texto claro, interpretá-lo. Como dissemos, a composição de Chico se originou em meio ao turbilhão da instauração da ditadura militar no Brasil. Ditadura que representava, para a cultura, simplesmente o fim da liberdade de expressão. Um meio muito utilizado na época (e, de um modo geral, em períodos não democráticos, no Brasil e em outros países) para driblar a censura foi a metáfora, o despistamento, a linguagem figurada, a cifra. Alguns escritores e jornalistas falavam aparentemente de flores e rouxinóis, quando estavam se referindo à situação político-social brasileira.

    O que é roda-viva? Roda-viva é, conforme os dicionários, movimento incessante, corrupio, cortado; é ainda confusão, barulho. O texto menciona ações frustradas pela roda-viva.

    Na letra a roda-viva está associada à morte, ao contrário do que indica a palavra. A roda ceifa, arranca aquilo que ainda está em desenvolvimento: a gente estancou de repente. A gente parou (de crescer) de repente. Note-se como é expressivo o uso de estancar, que nos faz lembrar imediatamente de sangue. Somos abortados na capacidade de decidir o próprio destino, de adquirir autonomia como um rio é barrado, como um fluxo de sangue é estagnado.

    Essa espécie de vendaval arrebata a voz, o destino das pessoas e a capacidade de exprimir artisticamente seu sofrimento:arrebata-lhes ainda a viola . A roda-viva arrebata da gente a roseira há tanto cultivada e que não teve tempo de exibir tudo o que prometia.

    A composição é cortada por dois movimentos: um expressa a ação empenhada, o trabalho sistemático, o desejo de ser o sujeito da própria história. A esse movimento pertence o querer ter voz ativa, o ir contra a corrente (da roda-viva), o cultivo ininterrupto da rosa, o tocar viola na rua e a saudade de tudo isso (na medida em que a saudade pode ajudar a reorganizar o pensamento e a luta). O outro movimento expressa a ação abortiva exercida pela roda-viva. Esse movimento vem expresso numa frase reiterada: “Mas eis que chega a roda-viva e carrega (o que quer que seja) pra lá”. A conjunção “mas” sinaliza justamente essa mudança de direção, sinaliza ação adversa. A frase “eis que chega…” vem sempre ligada na letra a um tipo de estribilho, a uma fórmula aparentemente ingênua, que lembra as cantigas de roda: “roda mundo, roda gigante/ roda-moinho, roda pião/ o tempo rodou num instante nas voltas do meu coração”. Essa fórmula, inocente na aparência, dado seu teor caótico e quase surrealista (típico de enigmas, cantigas de ninar etc.) e a referência a brinquedos infantis (roda-gigante, pião), tem o efeito de exprimir um desnorteio, uma situação absurda, fora do esquadro. De fato, não é possível conceber a ditadura como algo natural. Ela não pertence à ordem da razão.

    Esses movimentos descritos na letra são, portanto, de trabalho em curso e de sucessiva frustração. Isso descreve muito a experiência brasileira, tanto do ponto de vista social e político como do ponto de vista cultural. Quando estávamos começando a engatinhar na democracia, é instalado o regime totalitário, para o qual não existem indivíduos. Sufoca-se até a saudade (já cativa) de outros tempos.

    Mas esse ambiente de tanto mal-estar foi filtrado por Chico Buarque com muita cautela: era preciso despistar a censura, daí a profusão de rodas e de versos encantatórios; era preciso dizer a verdade, daí o tumulto e a sensação de frustração advinda da mesma profusão de rodas, que diríamos serem antes de trator.

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  3. Flááviaa

    eu acho que a música, é uma musica que é letra muito significante, pois conta o que o nosso pais sofreu na ditadura. Estou estudando isso na minha escola, e tenho que analisar esta musica, e ela fala exatamente como foi a ditadura militar.
    “Voz ativa” eles não podiam impor suas opiniões…
    Bom é mais ou menos isso , ja falaram tudo !

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  4. Concordo em partes…por exemplo, não foi citado sobre refrão, o decrescente tamanho das “rodas”, nesta ordem: “roda mundo” a maior roda de todas, “roda gigante” (diminuindo), “roda moinho” (um pouco menor) e finalmente “roda pião” a menor delas. É uma referencia considerável!

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  5. Concordo. Porém também podemos extrair da letra uma interpretação atual.
    Acredito que a alusão aos brinquedos possui o intuito de relembrar aquela época quando não precisávamos lutar para sobreviver (nossa infância). Então “o tempo rodou num instante nas voltas do meu coração” – e subitamente somos adultos. E para viver com algum conforto (por meio do trabalho) somos arrastados pela roda-viva. A roda viva perdura ! A roda-viva é a rotina que não nos permite “ter voz ativa” e no “nosso destino mandar! Estamos então aprisionados nesta luta pela sobrevivência !
    Esta música tem um tom especialmente triste para mim. Pois agora adulta e empregada a labuta deixa só a saudade. Aliás até “a saudade é levada pra lá”… É, a rotina que sufocar até mesmo a minha saudade do samba, da viola e da roseira (da minha infância e da liberdade da época de estudante). Salve Chico!

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  6. Marcello Araújo de Almeida

    Acho que a letra foi uma alusão aos “tambores” dos revólveres do “DOI-CODI”, os quais dizimaram “sonhos” de toda uma sociedade que clamava por Justiça Social, Liberdade e outras “utopias” mais que, assim como a nossa Carta Magna (Constituição Federal Brasileira), não passam, [até à presente data], de “ilusão” ante uma sociedade que não luta mais por seus Direitos, sequer sabe da existência deles, além de ser governada por vis “salteadores e usurpadores” dos Direitos mais básicos, [dizem, os legisladores, tais Direitos serem legítimos!], tais como, à Dignidade, à Vida, à Saúde, à Moradia… Pensem bem, ainda vivemos na idade das “trevas” e não existem mais “Chicos Buarque”, “Caetanos Veloso”, “Gilbertos Gil”…

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  7. Afonso de Castro Gonçalves

    A letra enfoca os anos de chumbo , a ditadura , qauando a gente era estanque , não tinha voz ativa e os nossos destinos eram carregados “pra lá” . A dor e a desilusão são magistralmente retratadas (A gente vai contra a corrente / até não poder resistir / Na volta do barco é que sente / O quanto deixou de cumprir). A gente faz força pro tempo parar, mas a roda viva …

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  8. erivanbonifacio

    Aqui a musica se refere o quanto nos temos dificuldade em fazer o correto;indo contra a corrente;”na volta do barco” é o retornar pro principio ja que nadando contra a corrente vc não consiguiu a meta desejada e ai nessa frase especifca “na volta do barco”;quando temos que fazer tudo de novo da maneira correta;a gente sente o que deixou de cumprir(olhamos e vemos que perdemos tempo e deixamos de realizar mais cedo se optassemos pelo caminho correto)!!!

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  9. chico buarque é o cara! poucos são os poetas de nossa cultura que escreveram e escrevem como ele, e, pelo visto, ainda vai demorar a aparecer outro igual…

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  10. Ana Clara de Souza

    A letra trata do sentimento de um impasse: como ser ativo, participar da construção da sua vida e ao mesmo tempo ter que carregar as responsabilidades cotidianas nas costas. A roda, na qual o título já sugere, seria a rotina, sempre circular, repetitiva, às vezes até tautológica. E a roda é viva, isto é, onipresente.
    Os primeiros versos já representam o sentimento de impotência, como se houvesse vezes em que você questiona como está sua postura diante do mundo: você partiu, morreu, estancou. As coisas acontecem e a você aliena-se, como se o mundo crescesse e você não acompanhasse. Porém, a roda viva chega e decide o destino por você. Em vez de lutar pelo que quer, a roda viva impede. Todo aquele desejo de participação se esvai.
    O refrão, que se repete no final de cada estrofe justamente para realçar a idéia de repetição. Além da beleza dos versos, que reiteram a palavra “roda”, a própria melodia da música exala a sensação rotatória. O tempo passa rapidamente, num instante, rodando em torno do seu coração, que bate para sobreviver. Você se mantém vivo e as coisas vão acontecendo, tão naturais quanto o mundo rodando, a roda-gigante, o moinho e o peão.
    Mostra que mesmo com seus pequenos protestos, como alguém remando contra a corrente, não é suficiente para abalar a ordem, por isso à pessoa percebe o quanto deixou de cumprir. No fim das contas, o que se havia questionado, indo a favor da corrente. Todas as roseiras cultivadas por nós, aquilo que cuidamos, também é levado pela roda viva, antes que floresça. A roda nos tira a capacidade de viver, sendo mais viva do que nós mesmos.
    Versos que representam à fraqueza do protesto. O desejo artístico também foi engolido pela força maior da roda viva. Imagine quantos movimentos ocorreriam se a roda não interferisse. A vontade de participar, de se voltar contra a ordem supressora, de ter liberdade etc. É oprimida, surge à imagem de que é apenas uma ilusão passageira, um artefato que a brisa facilmente leva.
    Os últimos versos finalizam muito bem este sentimento. Parece como uma frase dita por muitas pessoas “Pare o mundo que eu quero descer” Então, parece muito com isso.

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  11. Paulo Lima

    Concordo com a opinião do amigo Marcello Araújo de Almeida. A roda era mesmo os tambores dos revólveres do DOI/CODI. É importante que nossos filhos e as futuras gerações saibam o verdadeiro valor da liberdade e o preço pago por ela por tantos que deram sua vida pela liberdade.

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  12. Fala sobre um ser humano impotente perante a sociedade ele tenta alcançar o que quer mais nunca consegui pois sempre é impedido por uma força maior seja politica ou não, pode ser uma pessoa que batalha muito na vida por algo mais sempre cai impedido pelo mundo pelo destino ou pelo sistema pode se dizer que a roda viva é o nosso mundo o nosso planeta e essa pessoa culpa o mundo por não ter alcançado o que queria

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  13. Cesar Passos

    O comentário de “Nova” é o mais correto, tanto que a música é o tema do filme “Cabra Cega” que fala exatamente da Ditadura em que todos, inclusive Chico Buarque, tiveram que duramente passar.

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  14. Ivan Schaefer

    ” a gente cultiva a mais linda roseira que há, mas eis que chega a roda viva e carrega a roseira pra lá”
    e “… e a roseira que um dia a fogueira queimou, foi tudo ilusão passageira…”
    A Rosa é a flor símbolo do socialismo, ideal combatido pelos militares e que levou a toda a perseguição politica da época, e que foi queima a força de armas.
    Um parenteses para lembrar que nas revolucoes socialistas e/ou comunistas da Russia, China, Cuba e mesmo as mais antigas, sempre os intelectuais foram perseguidos, cruelmente assassinados em massa, junto com suas familias.
    Isso nos leva a pensar, que o real motivo da perseguição a intelectuais não é sua cor política, mas exatamente seu intelecto, que representa um grande perigo, seja a militares, seja políticos reconhecidamente detentores, respectivamente, de força ou de esperteza, mas raramente de um intelecto siquer proximo a media

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  15. Walklenguer H. de Oliveira

    Essa é a minha análise da música, análise de um estudante que gosta muito de música, mas que de historiador não tem nada.

    A música foi composta em 1967 durante a ditadura militar no Brasil (1964 a 1985) e é um protesto contra a falta de liberdade de expressão:

    “A gente quer ter voz ativa/No nosso destino mandar/Mas eis que chega a roda viva/E carrega o destino pra lá” – a roda viva (ditadura, exército) é o que “matava” a voz das pessoas, as ações dos estudantes e do povo em busca da liberdade. Assim, o destino é “carregado” por ela, as pessoas não escolhiam seus destinos.

    “A gente toma a iniciativa/Viola na rua a cantar/Mas eis que chega a roda viva/E carrega a viola pra lá” – assim como no trecho anterior a roda viva “matava” protestos contra o militarismo, não se podia fazer rodas para cantar ou conversar, músicas eram censuradas e pessoas presas e torturadas.

    “Faz tempo que a gente cultiva/A mais linda roseira que há/Mas eis que chega a roda viva e carrega a roseira pra lá” – a rosa é a flor símbolo do socialismo, sendo assim, se a roda viva é a ditadura e a roseira o socialismo…

    “O samba, a viola, a roseira/Que um dia a fogueira queimou/Foi tudo ilusão passageira/Que a brisa primeira levou” – nesse ponto ele cita novamente o fim da liberdade de expressão (samba, viola) e a perseguição aos comunistas (roseira/rosa = flor do socialismo) dizendo que tudo foi queimado, foi tudo ilusão queimada pela ditadura.

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  16. Felipe Feijó

    A roda viva é uma referencia a industria da musica, a musica trata dos conflitos gerados nos artistas que querem manter autenticidade frente as exigencias do mercado da musica.
    A roda da saia mulata
    Não quer mais rodar não senhor
    Não posso fazer serenata
    A roda de samba acabou…

    A gente toma a iniciativa
    Viola na rua a cantar
    Mas eis que chega a roda viva
    E carrega a viola prá lá

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  17. Vinicius Buarque

    Na minha humilde opinião, creio que essa música faz referência direta à ditadura militar. Nos versos “A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva…” isso fica bem claro.

    Essa é uma das mais simples, porém mais significativas músicas do grandissíssimo Chico Buarque.

    Recomendada !!!

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  18. alberto dioniso

    Esta linda musica faz referencia aos anos da ditadura…..ouvi muito ela nos anos 80……magnifico compositor/cantor CHICO BUARQUE….uma obra prima.

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  19. “Na volta do barco é que sente
    O quanto deixou de cumprir”

    A volta do barco pode referir as pessoas ligadas em movimentos contra a ditadura, pois eles costumavam se referir a jangadas (Minha jangada vai sair pro mar – “Suíte do Pescador” Dorival Caymmi) esta musica era usada para aqueles que eram libertados depois de serem torturados. (Memorial da Resistência-SP)

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  20. carmem alvarenga

    A musica relata que o povo queria falar mas nao podiam.Levavam propostas, porem nao era atendidadas.Rodavam,rodavam e nao chegavam em lugar algum, eram impedidos pelas regras da ditadura militar.

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  21. A letra reporta-se à época exatamente da repressão, da censura, da busca incansável pela liberdade. Qualquer que fosse a tentativa de liberdade, era esmagada pela grande roda viva(a força repressora da ditadura)
    Comentario em 28/07/2011

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  22. Nao te enterresa

    minha analise e a seguinte (meu teclado no momento ta fudido) Tem dias que a gente se sente
    Como quem partiu ou morreu
    A gente estancou de repente
    Ou foi o mundo então que cresceu…

    A gente quer ter voz ativa
    No nosso destino mandar
    Mas eis que chega a roda viva
    E carrega o destino prá lá …

    Roda mundo, roda gigante
    Roda moinho, roda pião
    O tempo rodou num instante
    Nas voltas do meu coração…

    A gente vai contra a corrente
    Até não poder resistir
    Na volta do barco é que sente
    O quanto deixou de cumprir
    Faz tempo que a gente cultiva
    A mais linda roseira que há
    Mas eis que chega a roda viva
    E carrega a roseira prá lá…

    Roda mundo, roda gigante
    Roda moinho, roda pião
    O tempo rodou num instante
    Nas voltas do meu coração…

    A roda da saia mulata
    Não quer mais rodar não senhor
    Não posso fazer serenata
    A roda de samba acabou…

    A gente toma a iniciativa
    Viola na rua a cantar
    Mas eis que chega a roda viva
    E carrega a viola prá lá…

    Roda mundo, roda gigante
    Roda moinho, roda pião
    O tempo rodou num instante
    Nas voltas do meu coração…

    O samba, a viola, a roseira
    Que um dia a fogueira queimou
    Foi tudo ilusão passageira
    Que a brisa primeira levou…

    No peito a saudade cativa
    Faz força pro tempo parar
    Mas eis que chega a roda viva
    E carrega a saudade prá lá …

    Roda mundo, roda gigante
    Roda moinho, roda pião
    O tempo rodou num instante
    Nas rodas do meu coração…(4x)

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  23. edmario paim

    21.eu acho que a música, é uma musica que é letra muito significante, pois conta o que o nosso pais sofreu na ditadura. Estou estudando isso na minha escola, e tenho que analisar esta musica, e ela fala exatamente como foi a ditadura militar.
    “Voz ativa” eles não podiam impor suas opiniões…
    Bom é mais ou menos isso!abrigado

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  24. Mariana Moreira Maia

    O próprio título da música demonstra a seu protesto a ditadura “roda viva” ao contrário A VIVA DOR.

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  25. eu amo de mais essa música ela tb é da trilha sonora da novela (amor e revolução) ela é mt boaaaaaaaaaaa te amo roda viva vc faz parte da minhha vidaaa

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  26. Sardi Palm

    Acredito que estão corretos os que interpretam Roda Viva como um drama pessoal. É nossa condição humana que está retratada na música; creio que não tem nada a ver com a ditadura.

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  27. Eu prefiro interpretar a música poeticamente. Ela fala do tempo. A roda viva é o relógio. Queremos mandar no nosso destino, ir contra a corrente, mas vem o tempo e nos leva a outro lugar. Cultivamos a mais linda roseira, mas com o tempo ela se vai.
    É isso. Nada a ver com ditadura.

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  28. Pra mim fala, como já disseram antes, o relógio. Não só o objeto, óbvio, mas as consequências do mesmo. Desde a idade média, quando surgiu o relógio mecânico de fato, tem se usado ele para qualificar o trabalho: agora pode-se contar com exatidão o tempo que um artesão leva para fazer uma cadeira, assim podendo provar qual artesão é masi eficiente. A partir disso, o relógio foi tomando cada vez mais espaço em nossa vida, e hoje em dia ele manda em nós completamente.
    Temos horário pra ir dormir, horário pra acordar, pra ir pro trabalho, escola, faculdade, temos horário pra comer, pra descansar, pra tudo.
    A gente até tenta ir contra a corrente até não poder resistir, mas não da. Vivemos nesse mundo que o relógio manda. Temos que fazer as coisas. Pegamos a viola e vamos pra rua cantar, seja para protesto ou diversão, mas ele sempre chega e joga a viola pra lá.
    E o tempo roda num instante, nas rodas dos nossos corações. Grandíssimo Chico.

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  29. Gabriella Santanna

    A música retrata a época da ditadura na qual Chico Buarque foi um dos maiores compositores da época.

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  30. Pessoal se voçe fizer uma combinação com o nome da letra lendo de trás para frente; RODA VIVA – VIVA A DOR, com o periodo muitas mensagens deverias ser desviadas da atenção do serviço de segurança nacional, o orgão de vigilancia dos militares essa musica é um protesto. percebo que a metafora da roda viva esta relacionada com aa acçoes da policia militar/exercito.

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  31. Me disseram uma vez(ou eu li em algum lugar) que roda viva é a televisão, o que encaixa bastante nos versos, já que ela faz com que vivamos de uma forma passiva e não ativa, de forma que não somos os protagonistas de nossa própria vida, deixamos de fazer rodas de samba, de sentir, para ver a novela das 18h. Mas, acho que o tema da ditadura também encaixa muito bem na letra, ainda mais pelo contexto da época.

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  32. ISA FERREIRA

    Sem dúvida e sempre, tudo ligado à ditadura, censura, atos feitos às escondidas, sob pena de serem presos e torturados. Entretanto, sendo obra de um grande compositor, segue atual e se adapta a várias outras situações. Poderia ser trilha de TEMPOS MODERNOS, de documentários sobre correrias nas grandes cidades e para mim, nos últimos tempos de mãe e, principalmente, avó de adolescente, símbolo do sentimento que me assola quando me vejo a braços com acontecimentos que me dizem respeito, me preocupam bastante, mas não tenho poderes para solucionar. Então, enquanto penso que gostaria de ter uma varinha mágica, cantarolo RODA VIVA.

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  33. CONCORDO COM A SUE! A MÚSICA FALA MESMO DA DITADURA, POREM, PODEMOS INTERPRETÁ-LA DE FORMA ATUAL TRAZENDO P NOSSAS VIDAS: O TRABALHO , A ROTINA, DE REPENTE, TUDO PASSA E A GENTE NAO TEM PODER SOBRE O DESTINO….

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  34. Verônica de Oliveira Alves

    Primeiro, lamentar a falha de não registrar o nome do autor da análise da música Roda Viva feita na Revista Nova.É um trabalho digno para se dá uma aula sobre um tema bem polêmico! E, principalmente, dizer da indignação sobre os comentários descuidados e superficiais de gente tão ingênua e despreparada sobre nossa própria História. Parabéns para o estudante e, “alguns poucos que vislumbram a luz no fim do túnel” em análise textual. É. Ainda temos esperança na Educação!!!!!

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  35. Enrique Souza

    A genialidade desta musica se da, justamente, por admitir as duas interpretações, tanto poética como de protesto. Lembrando que as musicas tinham que ser “mascaradas” para não sofrer censura, a utilização de figuras de linguagem, como a metáfora, bem presente na musica indica isso. A interpretação vai de cada um e não é uma verdade absoluta, só quem pode confirmar é o autor. Mas a musica é incrível pena que não se acha coisa da mesma qualidade hoje nos grandes meios de comunicação.

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  36. Antonio Vargas

    Melhor artista que Chico Buarque é Gusttavo Lima. Apesar de ser semi-analfabeto e não saber cantar, cobra 350 mil por show, e em 2009 compôs sua maior obra prima: “tchererê-tche-tchê/tchererê-tche-tchê/tchererê-tche-tchê/Gusttavo Lima e você/tchererê-tche-tchê…”.
    Ressalte-se também o estrabico Luan Santana – recentemente eleito o 42º maior brasileiro de todos os tempos (na frente de Tom Jobim) – que é um artista respeitável, conquanto não saiba falar (exceto para as meninas sub-12), nem tampouco cantar.

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    1. Enquanto os INTERESSE ESCUSOS DAS CLASSES DOMINANTES impedir que o povo brasileiro adquira cultura, esses dois PSEUDO-cantores e PSEUDO-compositores e outros mais estarão em alta e faturando o que faturam, assim como aqueles cuja serventia é a de só saberem chutar bola em campo.

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  37. Victor Conforto

    Concordo com as analises ligadas à ditadura. lendo o titulo ao contrario, tem-se “A viva dor”.

    Nao vou repetir novamente a analise do trecho da roseira e da voz ativa…
    mas falar sobre o refrão: a “roda viva” faz referência à ditadura em geral, na parte em que diz:
    “Roda mundo roda gigante, roda moinho roda pião”, creio que é feita referência com o atingimento da ditadura nos circulos da sociedade, nota-se que a “roda” do refrão vai diminuindo, do mais geral para o mais individual (mundo, roda gigante, moinho, pião), ou seja, se inicia como uma caracteristica social, então se torna política, e então militar, e afeta a cada pessoa individualmente.

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  38. Essa música fala do drama pessoal dele e da populaç
    ão, pois alguns anos depois o Chico escreveu a peça teatral Roda viva, sim, ela tem o mesmo nome da música e a peça se refere exatamente a um cantor que se sente oprimido. (o que ele mesmo sentia naquela época).
    Ele tambem fala das rodas sociais, por exemplo ” A roda da saia mulata nao quer mais rodar nao senhor”, tambem pode ser interpretado como uma roda de samba, que nao tinha sua liberdade, e a alegria naquela época era a musica, entao, o samba nao rodava deixando todos tristes, ou seja, a música deve ser interpretada pelo drama da ditadura, não como uma poesia superficial, mas sim como um ato de protesto.

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  39. Pingback: Música Na Lata #004 – As Novas Vertentes do Metal - Musica Na Lata

  40. Wesdarlley Adorno

    Todos falaram sobre a letra, porém a música é uma combinação perfeita com a poesia e ninguem comentou, acho que é o conjunto, a poesia não teria a força que tem sema a beleza da música.

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  41. Zuza Zapata

    Que bacana essa matéria, Chico Buarque é um grande cara, um grande artista brasileiro, uma enorme referência em meu projeto musical tb. Convido todos aqueles que curtem o cara, a darem uma olhada no meu trabalho.Obrigada e salve Chico!

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  42. Marcelo Aguilera

    Porém sem consideração a esses “excelentes” comentários, uma roda viva representa a roda ceifa, que arranca aquilo que ainda está em desenvolvimento.
    Essa roda destruidora são os militares da época, ou a ditadura, na época grupo de amigos não podiam se reunir na rua e isso tudo q escrevi fica bem claro em: A gente toma a iniciativa
    Viola na rua a cantar
    Mas eis que chega a roda viva
    E carrega a viola prá lá…
    essa musica é fantástica e uma das minhas favoritas. Descobri esse site hoje e não consigo escrever em palavras o quão feliz estou.
    Mas peço aos administradores do host que coloquem a interpretação da musica pirueta do Chico, obrigado.

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  43. A música, como várias outras de autoria do Chico, é passível de inúmeras interpretações (o que consolida a arte desse cara). Pra mim, a tão citada “roseira” na música refere-se à maconha, planta que há época era utilizada como mais um símbolo ideológico dos artistas/revolucionários (justamente na era de hegemonia do cigarro). Para aqueles que não sabem, os usuários de cannabis – ou maconha mesmo – consomem (fumam, comem, etc.) somente a sua flor, onde se concentra o alto teor de THC. Logo, assim como ainda ocorre hoje em dia, essa roseira continua proibida e ainda é motivo para repreensão do Estado.

    “Faz tempo que a gente cultiva
    A mais linda roseira que há
    Mas eis que chega a roda viva
    E carrega a roseira prá lá…”

    “O samba, a viola, a roseira
    Que um dia a fogueira queimou
    Foi tudo ilusão passageira
    Que a brisa primeira levou…”

    Já nesse último trecho, acredito que o próprio Chico menospreza o poder revolucionário da maconha. Apesar de “queimá-la na fogueira” (ou, se preferirem, fumá-la), o seu efeito é uma mera ilusão, incapaz de modificar nossa realidade e, portanto, é levada embora na primeira brisa…

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  44. Resumindo tudo … Peguei partes de algumas analises que achei que estão certas.

    A musica relata que o povo queria falar mas não podiam.Levavam propostas, porem não era atendidas. Rodavam,rodavam e não chegavam em lugar algum,eram impedidos pelas regras da ditadura militar.Uma roda viva representa a roda ceifa, que arranca aquilo que ainda está em desenvolvimento. Essa roda destruidora são os militares da época, ou a ditadura

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  45. Edson Toledo Albino

    Essa letra, independentemente do contexto histórico, quer falar sobre o conflito existencial em que nos encontramos. Por isso ela será sempre atual, pois esse conflito existencial se encontra na essência humana. A Roda Viva é tudo aquilo que nos oprime e nos impede de fruir, de degustar as coisas da vida, pois o tempo nos arrasta sempre para o depois, para o novo , para o que é urgente… A Roda viva é a contingência viva do que não se pode esperar. A Roda Viva é a opressão dos tempos novos, é a ditadura do novo sobre o atual, do novo sobre o que já ficou velho. Fazemos força para nos agarrarmos a tudo aquilo que nos identifica, entretanto somos forçados a abandonar, deixar pra trás essas coisas para respirar esse novo que nos soa estranho e que nos atropela. É a nova onda, a nova moda que vem como rolo compressor passando por cima de tudo. A Roda Viva é o mundo fonográfico. É a opressão das gravadoras para gerar um novo som de consumo.

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  46. Essa música, pra mim ela diz o seguinte.
    Que tem coisas que por mais que vc queira mudar vc se sente impotente,vc tem ótima intenções, mas nadar contra a corrente é impossivél!

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  47. lucas dos santos ferreira

    essa musica traduz toda a historia do nosso pais e nos temos que dar graças a deus que essa epoca passou

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  48. Ana Lúcia Araújo

    Me ajude a encontrar uma Parodia com frases que tenha o tema ” Segurança no Trabalho: Uma Responsabilidade de todos. É urgente, é para um trabalho em equipe. Um abração, aguardo.

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  49. Ana Lúcia Araújo

    Me ajude a encontrar uma Parodia com frases que tenha o tema ” Segurança no Trabalho: Uma Responsabilidade de todos, em MPB. É urgente, é para um trabalho em equipe. Um abração, aguardo.

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  50. Ana Lúcia, eu acho que a música construção do Chico é muito boa….tem tb o operário em construção do Vinicius! Abraço!

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  51. Marcelo Aguilera

    A roda viva nada mai é do que a ditadura militar militar, esta que foi muito ruim para o desenvolvimento em quase todas as áreas, a roseira não faz referencia a nenhuma droga, mas a qualquer desenvolvimento, arte…

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  52. Mateus Marinho

    Eu vejo essa música como uma reflexão sobre a própria vida. A Roda Viva seria o inabalável poder do tempo que a todos consome, inevitável e inesperadamente, em contraponto à nossa constante esperança (frustrada) de lutar contra ele.

    Esse trecho ressalta bem isso:

    “Faz tempo que a gente cultiva
    A mais linda roseira que há
    Mas eis que chega a roda viva
    E carrega a roseira prá lá…”

    Vivemos sempre “cultivando a mais linda roseira”, ou seja, passamos tempo demais nos dedicando, tentando moldar o nosso ideal de vida perfeita e bela, eis que, inesperadamente, o acaso pode transformar tudo.

    Por outro lado, alguns versos dão sim margem a uma interpretação de crítica à ditadura:

    “A gente quer ter voz ativa
    No nosso destino mandar”

    Ele pode ser interpretado tanto como uma poesia para a vida, como para o cenário político, um povo oprimido lutando por democratização, enfim.

    🙂

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  53. Fred Versalli

    “Tem dias que a gente se sente
    Como quem partiu ou morreu
    A gente estancou de repente
    Ou foi o mundo então que cresceu…”
    Essa parte retrata a guinada social e cultural que sofremos com a Ditadura Militar, fala do estacamento evolutivo.

    “A gente quer ter voz ativa
    No nosso destino mandar
    Mas eis que chega a roda viva
    E carrega o destino prá lá …”
    Essa parte mostra a censura que os militares impuseram sobre os artista e intelectuais, que até então, eram as vozes dos anseios sociais.

    “Roda mundo, roda gigante
    Roda moinho, roda pião
    O tempo rodou num instante
    Nas voltas do meu coração…
    A gente vai contra a corrente
    Até não poder resistir
    Na volta do barco é que sente
    O quanto deixou de cumprir
    Faz tempo que a gente cultiva
    A mais linda roseira que há
    Mas eis que chega a roda viva
    E carrega a roseira prá lá…”
    A segunda estrofe fala exatamente sobre a luta dos intelectuais corajosos em terem a voz ouvida, e retrata a retaliação sofrida pelos detentores do controle do Brasil, a parte da roseira é exatamente a evolução social e cultural que a sociedade brasileira havia iniciado, estancado de repente pela ditadura.

    “Roda mundo, roda gigante
    Roda moinho, roda pião
    O tempo rodou num instante
    Nas voltas do meu coração…
    A roda da saia mulata
    Não quer mais rodar não senhor
    Não posso fazer serenata
    A roda de samba acabou…”
    Retrata o principal direito tirado da população.

    “A gente toma a iniciativa
    Viola na rua a cantar
    Mas eis que chega a roda viva
    E carrega a viola prá lá…
    Roda mundo, roda gigante
    Roda moinho, roda pião
    O tempo rodou num instante
    Nas voltas do meu coração…”
    novamente traz a tona a tentativa de combate a censura intelectual.

    “O samba, a viola, a roseira
    Que um dia a fogueira queimou
    Foi tudo ilusão passageira
    Que a brisa primeira levou…
    No peito a saudade cativa
    Faz força pro tempo parar
    Mas eis que chega a roda viva
    E carrega a saudade prá lá …”
    É o sentimento da sociedade da época, demonstra a saudade dos tempos de liberdade.

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  54. Quero ressaltar também meus queridos amigos se vocês perceberem quando o Chico canta com MPB-4,nos últimos versos, a música começa lenta e vai ganhando uma certa velocidade até rodar o máximo. E quando ele diz na última parte: …” Nas rodas do meu coração …” A roda,para e cai no chão.

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  55. A letra desta canção, criada na época da ditadura militar, descreve o desencanto do cantador, que pretende realizar algo, mas é interrompido no seu ato de expressão pela roda-viva que derruba tal realização (“Carrega a viola pra lá”).
    A letra se inicia com a mais completa desilusão: “Tem dias que a gente se sente/ como quem partiu ou morreu”, em que o crescimento do mundo implica na atrofia do indivíduo (“A gente estancou de repente/ ou foi o mundo, então, que cresceu”). E continua entre a vontade do sujeito de decidir seu destino, e a oposição da roda-viva que não permite a concretização daquela vontade (“A gente quer ter voz ativa/ no nosso destino mandar/ mas eis que chega a roda-viva/ e carrega o destino pra lá”). O refrão nos remete às cantigas de roda, porém quebra toda a inocência por meio da devora do tempo que em sua efemeridade perturba até o “coração”, centro emotivo do ser (“Roda mundo, roda-gigante/ roda-moinho, roda pião/ o tempo rodou num instante/ nas voltas do meu coração”). Nesses versos há aceleração do ritmo,representando, dessa maneira, o rodar. Na 2ª estrofe aparece a tentativa de resistir (“A gente vai contra a corrente/ até não poder resistir”). Ir contra a corrente para lutar e construir, traçar objetivos. A volta do barco pode referir às pessoas ligadas à luta contra a ditadura, mas que não puderam concretizar o que desejavam (“Na volta do barco é que sente/ o quanto deixou de cumprir”). Tem-se a vontade de embelezar (ou mudar) o mundo, representada pela imagem de “cultivar roseiras”, porém mais uma vez chega a roda-viva e destroi a roseira: (“Mas eis que chega a roda-viva e carrega a roseira para lá”) derrubando mais um objetivo traçado. Lembre-se que a rosa é a flor-símbolo do socialismo. A roda-viva acabou também com a sensualidade, do remelexo da mulata – símbolo da miscigenação e do carnaval – que não consegue dançar rodando sua saia (“A roda da saia, a mulata/ não quer mais rodar, não senhor”). Não há nem a possibilidade se fazer serenata nem de sambar, pois a roda-viva influi em outras rodas (“Não posso fazer serenata/ a roda de samba acabou”. Assim, a roda-viva impede que haja canto, alegria, dança, carnaval, samba. Chico Buarque faz menção ao canto simbolizado pela viola, que também a roda-viva lhe tira para que não cante (“A gente quer ter voz ativa/ viola na rua a cantar/ mas eis que chega a roda-viva/ e carrega a viola para lá”). Tudo que tem relação com a música é destruído, censurado usando para isso a imagem da fogueira que queima tudo: (“O samba, a viola, a roseira/ Um dia a fogueira queimou”). Tudo não passou de ilusão dissolvida pela brisa (“Foi tudo ilusão passageira/ Que a brisa primeira levou”). Por fim, o mais doloroso e grave, é que até mesmo a saudade é levada pela roda-viva que assim impede o indivíduo de preservar a própria memória (“No peito a saudade cativa/ faz força pro tempo parar/ mas eis que chega a roda-viva/ e carrega a saudade pra lá”).
    Essa letra sem alegria, ânimo, sem esperança, sem crença até parece que prevê a futura edição do Ato Institucional Nº5, que iniciou os “Anos de chumbo”, o período mais obacuro da história recente do Brasil.
    A letra de “Roda Viva” possibilita várias interpretações. Para uns a “roda-viva” é a representação do próprio governo militar. Sendo assim, a letra denuncia a repressão, a censura e o autoritarismo implantados no país pelos militares. Para outros, a roda viva representa a indústria cultural, show business, portanto, configurando-se como uma crítica à manipulação da arte pela comercialização e a luta em vão do artista contra isto: (“A gente quer ter voz ativa/ No nosso destino mandar/ Mas eis que chega a roda-viva/ E carrega o destino pra lá”). De qualquer modo, “roda viva” indica sempre a impotência, a situação de estar-se submetido a um poder maior, mais forte do que nossa vontade.

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