Ele sabe dos caminhos dessa minha terra
No meu corpo se escondeu, minhas matas percorreu
Os meus rios, os meus braços
Ele é o meu guerreiro nos colchões de terra
Nas bandeiras, bons lençóis
Nas trincheiras, quantos ais, ai
Cala a boca – olha o fogo!
Cala a boca – olha a relva!
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara
Ele sabe dos segredos que ninguém ensina
Onde guardo o meu prazer, em que pântanos beber
As vazantes, as correntes
Nos colchões de ferro ele é o meu parceiro
Nas campanhas, nos currais
Nas entranhas, quantos ais, ai
Cala a boca – olha a noite!
Cala a boca – olha o frio!
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara
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As produções de Chico Buarque se tornaram uma bandeira da canção de protesto contra o regime militar. Contudo, o fato de parte de sua obra estar em sintonia com aspectos da vida política do país, isso não impediu que suas músicas tivessem precioso conteúdo poético relacionado à mulher; temática que podemos exemplificar nesta canção: “Cala a Boca, Bárbara” que revela a mulher ao mesmo tempo amante e parceira de luta e também como guerrilheira. Essa canção faz parte da peça de teatro Calabar. Quando a peça se inicia, Calabar já está morto, executado pelos portugueses, que não apenas exigiram que seu nome fosse apagado de qualquer registro como proibiram que fosse pronunciado. Sua mulher, Bárbara, que é quem canta a canção, e em quem ele está intensamente presente. “Ela nunca o chama, nessa canção, pelo nome: Calabar é o “ele” a que Barbara se refere. O “cala a boca, Bárbara”, se refere a proibição da pronúncia do nome de Calabar porém serve ao seu reverso uma vez que, é esse nome que se forma, com espantosa nitidez, como uma constelação, à força da repetição do refrão: “Cala a boca, Bárbara”. Aqueles que lerem/ouvirem esta canção, incorporarão o ‘Cala a boca’ ao nome de Calabar. E o nome de Calabar conterá o nome de Bárbara: fusão de amantes apaixonados. Funde-se aqui o ‘poeta do social’ e o ‘poeta do feminino’. É neste período que Chico, além de retratar a trajetória política do país, adentra no universo feminino com uma farta produção de músicas identificadas pela inteligência brasileira como uma fase do “desbunde” do compositor. Como se a adesão ao lirismo repercutisse como rendição, tentando reduzir a presença decisiva da obra de Chico na história da música popular brasileira do século XX. (revistatravessias@gmail.com )
É sobre o relacionamento homossexual secreto de Chico Buarque .
Ele sabe dos caminhos dessa minha terra (A terra é o corpo dele)
No meu corpo se escondeu, minhas matas percorreu (penetrou no corpo dele, percorreu seus pelos pubianos)
Os meus rios, os meus braços(Os rios são os fluidos corporais)
Ele é o meu guerreiro nos colchões de terra(essa ta óbvia)
Nas bandeiras, bons lençóis (essa também)
Nas trincheiras, quantos ais, ai (quantos gemidos)
Ele sabe dos segredos que ninguém ensina (suas relações sexuais)
Onde guardo o meu prazer, em que pântanos beber(onde guarda o prazer…)
As vazantes, as correntes (fluidos corporais)
Nos colchões de ferro ele é o meu parceiro (óbvia)
Nas campanhas, nos currais
Nas entranhas, quantos ais, ai
O refrão não passa de uma distração!
completo idiota você! Imagino o despeito medonho que deve ter de Chico ou às vezes alguma mulher de seu relacionamento seja apaixonado com ele como tantas…e você morre de ciúmes ou quem sabe vc não seja apaixonado secretamente por ele e luta contra isso? Assuma companheiro
O Artur, procure saber da historia do regime militar deste pais,voce tera outra visão (respeitando a sua opinião) dessa absurda loucura.que vc acha.
A letra da música possue duplo sentido: a mulher, “Bárbara”, representa a pátria; o amante é a representação do guerrilheiro conhecedor das matas (nação); a frase: “cala boca bárbara”, dita em alto e bom som, é a repressão militar sofrida pela nação. Enfim, a letra do início ao fim é uma metáfora, em que a mulher está para a nação, assim como, o amante está para o guerrilheiro. Resumão: cara é foda.
Na verdade, essa música foi escrita para um disco chamado Calabar. Calabar que é um invasor de guerrilha Holandês, e a Bárbara a qual o Chico se refere, é uma nativa que se apaixona perdidamente por calabar, e a narrativa praticamente toda é como se fosse um diálogo da Bárbara com a própria Bárbara, se referindo a o amor que sente por Calabar, as mesclas de lirismo e auto-crítica da Bárbara aparecem o tempo todo na canção.
Arthur tua falta de cultura me espanta, se não sabe a definição da música meu querido Cala a boca Arthur! Nunca li tanta bobagem junta!
Desculpe André! mas a interpretação do Arthur apesar de bastante pobre e descompromissada,também cabe na letra…
Não que exista um relacionamento homossexual na vida do Chico,mas é a repressão apresentada em todas as suas faces…todas as interpretações têm sua coerência…
CALA boca BARbara
Esse Artur é um completo idiota!
Aqui é a Sandra Jimenez, eu gostei muito do seu artigo seu conteúdo vem me ajudando bastante, muito obrigada.
Como sempre, as pessoas engajadas em uma ideologia jamais aceitam uma ideia diferente da delas. As críticas destrutivas, as ofensas, os xingamentos, só porque alguém pensa diferente. E ainda se dizem os defensores da liberdade …
Otima contribuição! Quem é x autorx da análise?
CALAbocaBARbara.
O título da música é um anagrama que contém a palavra CALABAR, que foi proibida pela censura, assim como a peça de Chico e Ruy Guerra.
Além de ser um anagrama de Calabar (e olha que na minha constrangedora ignorância nunca tinha percebido), o nome bárbara se refere ao povo nativo (bárbaro), que vai sendo silenciado pelos europeus, tanto holandeses como portugueses.