Da janela lateral
Do quarto de dormir
Vejo uma igreja
Um sinal de glória
Vejo um muro branco
E um vôo, pássaro
Vejo uma grade
Um velho sinal…
Mensageiro natural
De coisas naturais
Quando eu falava
Dessas cores mórbidas
Quando eu falava
Desses homens sórdidos
Quando eu falava
Deste temporal
Você não escutou…
Você não quer acreditar
Mas isso é tão normal
Você não quer acreditar
Eu apenas era …
Cavaleiro marginal
Lavado em ribeirão
Cavaleiro negro
Que viveu mistérios
Cavaleiro e senhor
De casa e árvore
Sem querer descanso
Nem dominical…
Cavaleiro marginal
Banhado em ribeirão
Conheci as torres
E os cemitérios
Conheci os homens
E os seus velórios
Quando olhava
Da janela lateral
Do quarto de dormir…
Você não quer acreditar
Mas isso é tão normal
Você não quer acreditar
Mas isso é tão normal
Um cavaleiro marginal
Banhado em ribeirão
Você não quer acreditar..
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É possível uma interpretação mais superficial do que o autor visualiza a partir da sua janela, a igreja, o muro um sinal…
Entretanto, a musica, apesar da época que foi escrita, se encaixa perfeitamente na época que vivemos de pandemia de COVID-19 (2020-2021). Uma interpretação um pouco mais profunda reflete o isolamento daquele que está confinado em seu quarto esperando o pior passar. E não foi por falta de aviso, das cores mórbidas, dos homens sórdidos, do temporal que está em curso. A letra é quase profética do momento que vivemos. A tragédia toma forma nos velórios e cemitérios, que são simplesmente a consequência das atitudes insensatas da população e do mandatário maior do país. Na ultima estrofe é dito “você não quer acreditar, mas isso é tão normal”, a forma como falta empatia em nosso povo com a dor alheia, torna a tragédia anunciada no Brasil pelo mau curso dos acontecimentos em coisa banal, infelizmente.