Zé Ramalho

José Ramalho Neto é um compositor e intérprete brasileiro que nasceu em 3 de outubro de 1949 em Brejo do Cruz no estado da Paraíba. Zé Ramalho colaborou durante sua carreira com vários músicos brasileiros importantes, incluindo Vanusa, Geraldo Azevedo e Alceu Valença. Zé Ramalho é também primo de primeiro grau de Elba Ramalho, conhecida compositora e intérprete brasileira.

Como muitos músicos em sua juventude, ele foi influenciado pelo rock and roll; porém, aos 20 anos, sua música teve uma abordagem mais nordestina. As letras de Zé Ramalho, porém, são muito pelas dificuldades sociais e econômicas enfrentadas pelo brasileiro principalmente no nordeste.

Zé Ramalho é filho de Estelita Torres Ramalho. Sua mãe era professora do ensino fundamental, e Antônio de Pádua Pordeus Ramalho, seu pai, intérprete da Seresta. Aos dois anos, seu pai se afogou em uma represa no sertão, sendo então adotado por seu avô. O seu amor pelo avô viria a ser expresso na canção “Avôhai“.  

Depois de passar grande parte da infância em Campina Grande, sua família mudou-se para João Pessoa. Ele deveria se tornar um médico, mas assim que a família chegou a João Pessoa, Zé Ramalho decidiu participar de algumas apresentações da Jovem Guarda.  Foi profundamente influenciado por Renato Barros, Leno e Lílian, Roberto Carlos, Erasmo Carlos e outra referencias internacionais.

Ainda em 1974, atuou no filme Nordeste: Cordel, Repente e Canção, de Tânia Quaresma. Naquela época, ele descobriu uma forma de mesclar todas as influências que recebeu ao longo da vida: do Rock ‘n’ Roll ao Forró. Um ano depois, gravou seu primeiro disco, “Paêbirú”, junto com Lula Côrtes, pelo selo Rozenblit. Hoje, as cópias desse vinil raro têm um alto preço no mercado internacional de colecionadores.

Em 1976, mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1977, grava seu segundo disco, o autointitulado “Zé Ramalho”. Um ano depois, nasceu seu segundo filho, Wilson. Em 1979 veio o terceiro filho, João, filho dele e da mulher Amelinha. O terceiro disco veio no mesmo ano, “A Peleja do Diabo com o Dono do Céu” (também referido como Zé Ramalho II). 

Mudou-se então para Fortaleza em 1980, onde escreveu e publicou seu livro “Carne de Pescoço”. O quarto álbum, “A Terceira Lâmina”, foi lançado em seguida, e o quinto,” Força Verde”, em 1982. Em 1983 separou de Amelinha e depois de lançar seu sexto álbum, “Orquídea Negra”, e casou-se com Roberta, prima de Amelinha, em 1984.

Em 1992, nasceu seu quinto filho, José, e lançou o décimo segundo álbum “Frevoador”. Em 1995, ele teve sua primeira filha: Linda.  Em 1996, gravou o disco “O Grande Encontro ao vivo” com a prima Elba Ramalho que já havia regravado uma versão de muito sucesso de sua música “Chão de Giz”.

No mesmo ano lança o décimo terceiro álbum “Cidades e Lendas”. O sucesso de “O Grande Encontro” foi tão grande que ele decidiu gravá-lo novamente em 1997 no estúdio, mas dessa vez sem Alceu Valença. O álbum vendeu mais de 300.000 cópias, ganhando ouro e platina. Para comemorar seus 20 anos de carreira, lançou o CD 20 Anos – Antologia Acústica. 

Também para comemorar os 20 anos, a autora brasileira Luciane Alves lançou o livro “Zé Ramalho – um Visionário do século XX”. Antes do final do milênio, outro grande sucesso: “Admirável Gado Novo” (lançado em seu segundo disco em 1980) foi o tema de abertura da novela O Rei do Gado. 

Também lançou o décimo quarto álbum de estúdio, “Eu Sou Todos Nós”, e o décimo sexto, “Nação Nordestina”, em que voltou a explorar a música da sua terra natal, o Nordeste. Posteriormente, o álbum seria candidato ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Regional ou de Origem Brasileira.

Morceguinho (o rei da natureza)

O homem é o rei dos animaisA mulher a rainha da belezaAtravés da ciência tudo fazEngrandece a terra e a naturezaFaz um ¨moio¨ de ferro avoarMata e cura a própria humanidadeFala um lá da China num cicloneE num bicho de nome telefoneManda um outro no Brasil escutarMas tem coisa pequena nesse mundoQue desafia a ciência […]

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Kryptônia

Não admito que me fale assimEu sou o seu décimo-sexto paiSou primogênito do teu avôPrimeiro curandeiroAlcoviteiro das mulheresQue corriam sob teu nariz… Me deves respeitoPelo menos dinheiroEle é o cometa fulguranteQue espatifou… Um asteróide pequenoQue todos chamam de Terra…(2x) De Kryptônia desce teu olharE quatro elos prendem tua mãoCala-te boca companheiroVá embora, que má-criação!De outro

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Vila do Sossego

Oh, eu não sei se eram os antigos que diziamEm seus papiros Papillon já me diziaQue nas torturas toda carne se traiQue normalmente, comumente, fatalmente, felizmenteDisplicentemente o nervo se contraiOh, com precisão Nos aviões que vomitavam pára-quedasNas casamatas, casas vivas, caso morrasE nos delírios meus grilos temerO casamento, o rompimento, o sacramento, o documentoComo um

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Eternas ondas

Quanto tempo temos antes de voltarem aquelas ondasQue vieram como gotas em silêncio tão furioso Derrubando homens entre outros animaisDevastando a sede desses matagais Devorando árvores, pensamentos seguindo a linhaDo que foi escrito pelo mesmo lábio tão furioso E se teu amigo vento não te procurarÉ porque multidões ele foi arrastar

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Chão de giz

Eu desço dessa solidão Espalho coisas sobre um chão de giz Há meros devaneios tolos A me torturar Fotografias recortadas em jornais de folhas, amiúde… Eu vou te jogar Num pano de guardar confetes Disparo balas de canhão É inútil pois existe um grão-vizir Há tantas violetas velhas Sem um colibri Queria usar quem sabe

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Beira-mar

Eu entendo a noite como um oceano Que banha de sombras o mundo de sol A aurora que luta por um arrebol De cores vibrantes e ar soberano Um olho que mira nunca o engano Durante o instante que vou contemplar Além, muito além onde quero chegar Caindo a noite me lanço no mundo Além

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Mulher Nova, Bonita e Carinhosa Faz o Homem Gemer Sem Sentir Dor

Numa luta de gregos e troianos Por Helena, a mulher de Menelau Conta a história de um cavalo de pau Terminava uma guerra de dez anos Menelau, o maior dos espartanos Venceu Páris, o grande sedutor Humilhando a família de Heitor Em defesa da honra caprichosa Mulher nova, bonita e carinhosa Faz o homem gemer

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Frevo Mulher

Quantos aqui ouvem Os olhos eram de fé Quantos elementos Amam aquela mulher Quantos homens eram inverno Outros verão Outonos caindo secos No solo da minha mão Gemeram entre cabeças A ponta do esporão A folha do não-me-toque E o medo da solidão Veneno meu companheiro Desata no cantador E desemboca no primeiro Açude do

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Batendo Na Porta Do Céu (Knockin’ On Heaven’s Door)

Mãe, tire o distintivo de mim Que eu não posso mais usá-lo Está escuro demais pra ver Me sinto até batendo na porta do céu Bate, bate, bate na porta do céu Bate, bate, bate na porta do céu Bate, bate, bate na porta do céu Bate, bate, bate na porta do céu Mãe, guarde

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Mistérios da Meia-Noite

Mistérios da meia-noiteQue voam longeQue você nuncaNao sabe nuncaSe vão se ficamQuem vai quem foi Impérios de um lobisomemQue fosse um homemDe uma menina tão desgarradaDesamparada se apaixonou Naquele mesmo tempoNo mesmo povoado se entregouAo seu amor porque Não quis ficar como os beatosNem mesmo entre Deus ou o capetaQue viveu na feira Mistérios da

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Sinônimos

Quanto o tempo o coração, leva pra saber Que o sinônimo de amar é sofrer No aroma de amores pode haver espinhos É como ter mulheres e milhões e ser sozinho Na solidão de casa, descansar O sentido da vida, encontrar Ninguém pode dizer onde a felicidade está O amor é feito de paixões E

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Cidadão

Tá vendo aquele edifício moço Ajudei a levantar Foi um tempo de aflição, era quatro condução Duas pra ir, duas pra voltar Hoje depois dele pronto Olho pra cima e fico tonto Mas me vem um cidadão E me diz desconfiado “Tu tá aí admirado ou tá querendo roubar” Meu domingo tá perdido, vou pra

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Avohai

Um velho cruza a soleira De botas longas, de barbas longas De ouro o brilho do seu colar Na laje fria onde coarava Sua camisa e seu alforje de caçador Oh meu velho e invisível Avôhai Oh meu velho e indivisível Avôhai Neblina turva e brilhante em meu cérebro coágulos de sol Amanita matutina e

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Chão de Giz

Eu desço dessa solidão Espalho coisas sobre um chão de giz Há meros devaneios tolos A me torturar Fotografias recortadas em jornais de folhas, amiúde… Eu vou te jogar Num pano de guardar confetes Disparo balas de canhão É inútil pois existe um grão-vizir Há tantas violetas velhas Sem um colibri Queria usar quem sabe

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