Há um brilho de faca
onde o amor vier
e ninguém tem o mapa
da alma da mulher
ninguém sai com o coração sem sangrar
ao tentar revê-la
um ser maravilhoso
entre a serpente e a estrela
um grande amor do passado se transforma em aversão
e os dois lado a lado
corroem o coração
não existe saudade mais cortante
que a de um grande amor ausente
dura feito um diamante
corta a ilusão da gente
toco a vida pra frente
fingindo não sofrer
mas no peito dormente
espero um bem querer
e sei que não será surpresa
se o futuro me trouxer
o passado de volta
no semblante de mulher
Comentários
Ivanilda
16/04/2011
O segundo comentario e bastante inteligente e muito culto por sinal. Parabens pela a interpretacao,pois adoro essa musica.
Eduardo Hollanda
04/12/2010
Excelente interpretação! A letra, que por si só, é maravilhosa, ganhou uma maior dimensão com a interpretação de P Beltrão. Parabéns
Thiago
17/07/2010
A letra é ótima. Mas sabe qual minha curiosidade? A de saber o que o autor estava pensando, sentindo na hora.
Abdul Aziz
16/06/2010
Esta letra foi feita para os personagens de Pilar Batista (Renata Sorrah) e Murilo Pontes (Lima Duarte) da novela Pedra sobre pedra. Murilo Pontes ia se casar com a jovem Pilar Farias, por quem Jerônimo, o herdeiro dos Batista, também era apaixonado. No dia do casamento de Murilo e Pilar, a noiva diz não em pleno altar, por desconfiar de que o rapaz fosse o pai da criança que Eliane, sua melhor amiga, estava esperando. Desejando vingança, Pilar se casa com Jerônimo, inimigo de Murilo, enquanto este se casa com Hilda, uma jovem que sempre o amara. Dessa união nasce Leonardo, e Murilo vai seguir carreira política em Brasília, enquanto Pilar tem uma filha, Marina, e fica viúva. A filha de Eliane nasce, mas a mãe morre no parto e Pilar assume a educação da menina, dando-lhe o nome da mãe, Eliane. Vinte e cinco anos se passam, Murilo está de volta a Resplendor e reencontra Pilar querendo fazer de sua filha, Marina, a prefeita da cidade, destino que ele reservara para seu filho, Leonardo. Mas os dois não contam que seus filhos, ao se conhecerem, se apaixonam e têm que esconder esse amor por causa da rivalidade entre seus pais, rivalidade essa que oculta um amor mal resolvido. Basta ver a letra e se entende isso.
P. BELTRÃO
09/06/2010
“Entre a serpente e a Estrela”. Existe aqui uma relação antagônica, parafrástica com “entre a cruz e a espada”. Em metáfrase diríamos: entre anjos e demônios, entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, entre o amor e a aversão. “Há um Brilho de Faca”, instalado onde o amor estiver, está explícito no discurso da linha melódica. O significado dentro desta estrutura semântica, nos remete ao sentido de haver sempre um risco iminente em se amar. Aqui há um conceito de amor: o amor faz doer, o amor fere como faca em lutas. A expressão “...brilho de faca, onde o amor vier”, semanticamente nos revela essa faceta macabra do amor, como se o estado de amor, fosse sempre uma predisposição para o sofrimento, um risco ou certeza para se “ferir”, já que a principal idéia que nos traz o signo “faca” e cortar. “E ninguém tem o mapa da alma da mulher”. Trata-se de uma enunciação também com uma grande carga metafórica, onde o sujeito autor cogita ser impossível encontrar o caminho para desvendar os segredos e mistérios contidos na alma, na índole da mulher. Pode-se depreender que este recôndito é por natureza, indecifrável, inalcançável, imensurável, quem sabe até etéreo e/ou soturno, conforme instiga a canção. Um grande amor do passado, se transforma em aversão e os dois lado a lado corroem o coração, que nos traz essa condição nostálgica de quem não consegue esquecer a pessoa amada e a consequência disso é a metamorfose do amor em uma aversão que não consegue suplantar esse mesmo amor. É a delonga desse embate que consome, corrói. Na construção: Não existe saudade mais cortante, o poeta simboliza a dor da saudade, através do uso deslocado do lexema “cortante” utilizado com relação à “saudade” e não a um objeto de corte. Temos no lexema “cortante” uma denotação por nos remeter a uma “relação de propriedade” já que se refere ao abstrato “saudade” e não, por exemplo, à “faca”, objeto de corte. A canção chega ao seu termo com a ação do sujeito poeta evidenciando tocar a vida pra frente, fingindo não sofrer, mas consciente de que mesmo quando o tempo lhe adormeça no peito o desventuroso amor, no futuro, todo o passado pode retornar num semblante feminino. O que denota conforme o contexto da música, esse poder inconteste do ser maravilhoso, situado entre a serpente e a estrela: a mulher.
Paula
02/04/2010
Elizabeth Parabéns pela interpretação! Muito sensivel! Bem parecida com a minha!
EBA
31/03/2010
Perfeitooooooo!Eu penso exatamente assim. Traduziu tudo o q eu senti e ainda sinto.
Sérgio Soeiro
08/03/2010
Elizabeth, Muito lúcida sua interpretação. Parabéns!
Elizabeth Eifert
07/03/2010
Bom, posso interpretar essa música de acordo com o que já passei na vida, muitas desilusões e decepções amorosas. " há um brilho de faca onde o amor vier", quer dizer, em minha opinião, que, quem se submete a um novo amor, está se arriscando a se ferir, pois geralmente um amor não é recíproco, sempre há um lado que ama demasiadamente e não é correspondido. Em minha interpretação, amar geralmente é sinônimo de sofrimento. " ninguém tem o mapa da alma da mulher ", quer dizer que realmente os sentimentos das mulheres são muito inconstantes e misteriosos, impossíveis de serem mapeados ou codificados para melhor serem compreendidos. " ninguém sai com o coração sem sangrar ao tentar revê-la. Um ser maravilhoso, entre a serpente e a estrela " Serpente: traiçoeira, venenosa, misteriosa, que faz sofrer, machuca e hipnotiza suas vítimas, chega sorrateiramente, mas deixa um belo estrago caso provocada. Estrela: tem brilho próprio, sedutora, perfeita em seus detalhes, um ser maravilhoso Geralmente as mulheres sempre estão entre a serpente e a estrela, dependendo da ocasião. "um grande amor do passado se transforma em aversão e os dois lado a lado corroem o coração não existe saudade mais cortante que a de um grande amor ausente dura feito um diamante corta a ilusão da gente" Só quem ama, amou ou vai amar um dia, compreende a dor de um amor não correspondido. A pessoa que vive essa situação, sente aversão a si mesma e a essa situação. A dor é tão grande que se compara a dureza de um diamante. O que é pior, estar iludido ou ter a ilusão cortada? "toco a vida pra frente fingindo não sofrer mas no peito dormente espero um bem querer e sei que não será surpresa se o futuro me trouxer o passado de volta no semblante de mulher" Seria ótimo se todos pudessem superar a dor de um amor não correspondido, mas isso é realmente muito complicado. Por mais que seguimos vivendo nosso cotidiano, fingimos não sofrer, realmente o sofrimento sempre volta em algum momento, as lembranças não se apagam. Procuramos urgentemente um novo amor, que dificilmente vem, e quando aparece, ficamos procurando nele as características da outra pessoa que amamos, o que trás muitas decepções.