Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição, era quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado ou tá querendo roubar"
Meu domingo tá perdido, vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio que eu ajudei a fazer
Tá vendo aquele colégio moço
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento, ajudei a rebocar
Minha filha inocente vem pra mim toda contente
"Pai vou me matricular"
Mas me vem um cidadão:
"Criança de pé no chão aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava, mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer
Tá vendo quela igreja moço, onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo, enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena, tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice, não se deixe amendrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra, não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas e na maioria das casas
Eu também não posso entrar"
Comentários
regina celi ventura
16/09/2012
substitui algumas palavras peço licença ao autor....tá vendo aquela escola moç0 eu tambem trabalhei lá mas com a municipalização hoje lá não posso entrar
william cardoso
22/07/2012
Tem gente que tá de brincadeira...música linda
william cardoso
22/07/2012
tem gente que tá de brincadeira música maravilhosa
Eva Santana
05/07/2012
Essa música é muito interessante. Ela retrata sobre a desigualdade social e a fé. Muitas pessoas sofrem da seca no sertão e vem para as cidades em busca de oportunidades de emprego, mas hoje muitas pessoas são egoístas não valorizam o trabalho de quem é mais pobre, mais que tem o trabalho tão importante quanto o de um advogado. E a música também mostra que o ponto de egoismo de algumas pessoas levam a elas esquecer de quem mais lhe ajudam que é Deus, hoje muitas pessoas não acreditam mais em Deus muitos só pensam no dinheiro. Isso foi o que entende da música, que por sinal é demais!
ana lu
17/06/2012
Fernanda, A religiao é usada como apoio para se encarar a realidade e nao para fugir dela.
Fabiano
21/05/2012
muito boa refeltea realidade e o cotidiano de todo trabalhador brasileiro e coloca um pouco de vergonha na kra dessas pessoas que ñ queremfazer nda. Ele também faz questão de incluir as pessoas de seu universo social também como seres excluídos !!!!!!
Fernanda A.
11/05/2012
Essa letra aborda alguns temas absolutamente comuns na sociedade atual. Primeiro, a migração do nordestino que foge da seca e da vida dura do sertão, acreditando que na cidade terá uma vida melhor.Porém após chegar naquele "mundo novo" percebe que a vida não será muito diferente pois se depara com problemas como a discrinação,a falta de emprego ou subempregos. Nesse novo contexto em que estão inseridos, eles precisam enfrentar a humilhação constante que o mundo capitalista impõe. A religião, então, é usada como meio de fugir da realidade de dor e miséria em que vivem.
fernanda
09/04/2012
essa musica fala da seca do povo brasileiro
byya
28/03/2012
como podemos observa essa letra demostra a realidade de muitos nordestinos que sai da sua regiao a procura de algo melhor e muitas vezes so se decepsiona por que a realidade e bem diferente la no sul o nordestino e visto com outros olhos ... o egoismo, preconceito, despreso sao coisas que podemos observa principalmente na realidade de muitos . mas como na letra diz:homem deixa de tolise nao se deixa amendrotar fui eu que criei a terra enchi os rios fiz a serra e na maioria das casas nao posso entrar . deus que e soberano a tudo nao conseguiu a agrada a todos . mas se nao fosse aquele que se esforsa nao teria nada por isso ame a tudo e a todos o mas simples olhar e onde temos o mas puro coracao deixe o preconceito de lado que nao te levara a nada.
graciele
03/02/2012
linda,infelizmente a letra traduz a realidade desse mundo,bom que há pessoas que tenham essa visao e escrevem uma musica maravilhosa dessas.
graciele
03/02/2012
Linda musica, a letra além de bonita, infelizmente traduz a realidade desse mundo.
andrei jones
26/10/2011
no fim da vontade de chorar. kkkkkkkkk.
andrei jones
26/10/2011
q da hora essa musica. eu amei mto ela!!!!!!!!!!
andrei jones
26/10/2011
essa music eh mto foda.
anderson r
26/10/2011
nada ver essa musica.
eryka
26/10/2011
Adorei esta letra a descrisão dela é d+ muito legal mesmo muito interessante!!!! Posso até vela de outro lado do que pensei antes de analisa-la...
karoline
16/10/2011
adorei a interpretação do sergio soeiro me ajudou muito com o meu trabalho de eascola.
eliana
17/09/2011
gostaria de ter acesso a interpretaçao da musica cidadão
Edna
11/09/2011
Olá! Essa música foi escrita durante o regime militar, dá para relacionar a letra e o período em que foi feita?
Andréia
27/07/2011
Qual é o nível superior do emissor?
Naiara Souza
12/06/2011
A música faz uma reflexao do exodo rural que e um dos grandes problemas sociais do pais, pois muitos brasileiros saem do interior e vao para cidade, ficando muitas vezes subordinados a uma pessima condição de trabalho. O autor retrataa exclusao social, como os interesses capitalistas afetam diretamente a vida de cidadaos de baixa renda deixando-os à margem da sociedade onde a falta de oportunidades como de educção e habitação é uma consequencia direta da falta de açoes de policas publicas.
Débora
19/05/2011
Ei, adryanna. Se você tivesse realmente interesse de saber alguma coisa da música Cidadão teria prestado atenção na análise número 9 do Sérgio Soeiro que está muito esclarecedora. Este sítio já foi muito bom... Atualmente o que se percebe é muita abobrinha de gente sem noção.
adryanna souza
18/05/2011
eu queria saber qual e a historia da da musica cidadao ?
tamires
20/04/2011
citi algumas diferenças sociais existentes no brasil
mariana nere
29/03/2011
gostaria de receber a interpretaçao da musica cidadao.
Ciro
25/03/2011
Analisando rapidamente. Vemos nessa letra a injustiça e o desnível da sociedade e uma classe de pessoas que nunca vão participar de certos lugares ou ambientes. Quando ele diz: “Ta vendo aquela igreja moço, onde o padre diz amém Pus o sino e o badalo, enchi minha mão de calo Lá eu trabalhei também.” Sempre que vc olha para uma igreja logo vc avista uma torre a qual aponta para o ceu, onde é a morada de DEUS. Quando ele diz: “Foi lá que Cristo me disse: Rapaz deixe de tolice, não se deixe amedrontar Fui eu quem criou a terra Enchi o rio, fiz a serra, não deixei nada faltar Hoje o homem criou asas e na maioria das casas Eu também não posso entrar" A maioria das pessoas está preocupada com o momento deles mesmo sem se preocupar no porvir. O homem se acha auto-suficiente e DEUS esta batendo a porta do coração do homem, mas ele não abre a porta pra DEUS.
JORDANA NEVES
25/10/2010
Sergio, parabens, você demonstra ser um conhecedor fiel da MPB!Gostaria de trocar umas ideias com você. Você tem orkut?
Elizabeth de viveiros Silva
08/09/2010
Quero trabalhar com alunos de 1º,2º e3 ano, DISCIPLINA FILOSOFIA
Sérgio Soeiro
30/08/2010
Atendendo a solicitação da Aline: A música “Cidadão” foi composta na década de 70 pelo poeta baiano Lúcio Barbosa, em homenagem ao seu tio Ulisses. Ela narra a saga de um eu-lírico que trabalha como pedreiro, mas em razão da sua condição humilde, não pode freqüentar nenhuma das obras por ele construídas. A inspiração veio do fato do tio também ser pedreiro, ter construído inúmeras obras na cidade grande, mas não possuir casa própria. É uma música forte que aborda o preconceito e a discriminação que os nordestinos sofrem nas grandes cidades e faz referência a alguns problemas sociais, tais como moradia, educação e trabalho. O título “Cidadão” é proposital para demonstrar distanciamento entre os indivíduos privilegiados, em pleno gozo dos direitos civis e políticos, ou no desempenho de seus deveres para com o Estado, e demonstra que a sociedade burguesa pode ser muito cruel, quando não considera as pessoas pobres como "cidadãs". Nas duas primeiras estrofes o Eu-lírico cita sempre a presença de um “cidadão” que o proíbe de entrar nos lugares, mas, na verdade, ele próprio não é capaz de enxergar-se como cidadão. Ou seja, em sua cabeça, o “cidadão” que o proíbe está em pleno gozo de seus direitos civis, e a ele, como cidadão excluído, cabe desempenhar os deveres para com o estado. Sentindo-se excluído, cita outra faceta comum de infortúnio que cerca os desprivilegiados: a falta de lazer e o alcoolismo (“meu domingo está perdido / Dá vontade de beber”). Ele também faz questão de incluir as pessoas de seu universo social também como seres excluídos (“minha filha inocente, vem pra mim toda contente…”) e mostra o preconceito entre os “Brasis” rico (sul) e pobre (norte) usando os advérbios “lá” e “cá” (Lá a seca castigava… / Aqui não pode estudar…). Na última estrofe o poeta, como bom nordestino, demonstra toda a fé que deposita no filho de Deus, pois o considera também excluído pela sociedade. Nesta estrofe ele faz questão de não usar o termo “cidadão” para enfatizar que, como ele, Cristo também serviu ("fui em quem criou a terra, enchi os rios, fiz a serra…”) e a maioria dos “cidadãos” também virou-lhe as costas ("e na maioria das casas eu também não posso entrar. Aline, espero que a análise possa lhe ajudar, ok?. Boa sorte.
ALINE
29/08/2010
gostaria de ter acesso a interpretaçao da musica cidadão, sou professora e vou trabalhar essa musica com os alunos