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Do Fundo do meu Coração

Eu, cada vez que vi você chegar,
Me fazer sorrir e me deixar
Decidido, eu disse nunca mais
Mas, novamente estúpido provei
Desse doce amargo quando eu sei
Cada volta sua o que me faz

Vi todo o meu orgulho em sua mão
Deslizar, se espatifar no chão
Vi o meu amor tratado assim
Mas, basta agora o que você me fez
Acabe com essa droga de uma vez
Não volte nunca mais pra mim

Mais uma vez aqui
Olhando as cicatrizes desse amor
Eu vou ficar aqui
E sei que vou chorar a mesma dor

Agora eu tenho que saber
O que é viver sem você

Eu, toda vez que vi você voltar,
Eu pensei que fosse pra ficar
E mais uma vez falei que ‘sim’
Mas, já depois de tanta solidão
Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais pra mim

Mais uma vez aqui
Olhando as cicatrizes desse amor
Eu vou ficar aqui
E sei que vou chorar a mesma dor

Se você me perguntar se ainda é seu
Todo o meu amor, eu sei que eu
Certamente vou dizer que ‘sim’
Mas, já depois de tanta solidão
Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais pra mim

Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais pra mim

Alvorada Voraz

Na virada do século
Alvorada Voraz
Nos aguardam exércitos
Que nos guardam da paz
Que Paz?…

A face do mal
Um grito de horror
Um fato normal
Um êxtase de dor
E medo de tudo
Medo do nada
Medo da vida
Assim engatilhada…

Fardas e força
Forjam as armações
Farsas e jogos
Armas de fogo
Um corte exposto
Em seu rosto amor…

E Eu!
Nesse mundo assim
Vendo esse filme passar
Assistindo ao fim
Vendo o meu tempo passar
Hey!…

Apocalípticamente
Como um clip de ação
Um clic seco, um revólver
Aponta em meu coração…

O caso Morel
O crime da mala
Coroa-Brastel
O escândalo das jóias
E o contrabando
E um bando de gente
Importante envolvida…

Juram que não
Torturam ninguém
Agem assim
Pro seu próprio bem
Oh!…

São tão legais
Foras da lei
Sabem de tudo
O que eu não sei
Não!…

Nesse mundo assim
Vendo esse filme passar
Assistindo ao fim
Vendo o meu tempo passar
Hey!…

(mais…)

A Novidade

A novidade veio dar a praia
Na qualidade rara de sereia
Metade o busto de uma deusa maia
Metade um grande rabo de baleia
A novidade era o máximo
Um paradoxo estendido na areia
Alguns a desejar seus beijos de deusa
Outros a desejar seu rabo pra ceia
O mundo tão desigual
Tudo é tão desigual
O, o, o, o…
De um lado esse carnaval
De outro a fome total
O, o, o, o…
E a novidade que seria um sonho
O milagre risonho da sereia
Virava um pesadelo tão medonho
Ali naquela praia, ali na areia
A novidade era a guerra
Entre o feliz poeta e o esfomeado
Estraçalhando uma sereia bonita
Despedaçando o sonho pra cada lado
Ô Mundo tão desigual…
A Novidade era o máximo…
Ô Mundo tão desigual… (mais…)

Família

Família, família
Papai, mamãe, titia,
Família, família
Almoça junto todo dia,
Nunca perde essa mania.
Mas quando a filha quer fujir de casa
Precisava descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe, não dão nem um tustão,
Família ê,
Família a
Família
Família ê,
Família a
Família

Família, família,
Vovô, vovó, sobrinha.
Família, família
Janta junto todo dia.
Nunca perde essa mania
Mas quando o nenê fica doente (uô,ô)
Procura uma farmácia de plantão
O choro do nenê é estridente (uô,ô)
Assim não dá pra ver televisão.
Família ê,
Família a
Família
Família ê,
Família a
Família
Família, família
Cachorro, gato, galinha
Família, família
Vive junto todo dia
Nunca perde essa mania
A mãe morre de medo de barata (uô,ô)
O pai vive com medo de ladrão,
Jogaram inseticida pela casa (uô,ô)
Botaram cadeado no portão.
Família ê,
Família a
Família
Família ê,
Família a
Família
(mais…)

Pobre Paulista

Todos os não se agitam
Toda adolecencia acata
E a minha mente gira
E toda ilusão se acaba

Dentro de mim sai um monstro
Não é o bem, nem o mal
É apenas indiferença
É apenas ódio mortal

Não quero ver mais essa gente feia
Não quero ver mais os ignorantes
Eu quero ver gente da minha terra
Eu quero ver gente do meu sangue

Pobre São Paulo,
Pobre paulista, Oh, Oh
Pobre São Paulo,
Pobre paulista, Oh, Oh (Repete desde início)

Eu sei que vivo em louca utopia
Mas tudo vai cair na realidade
Pois sinto que as coisas vão surgindo
É só um tempo pra se rebelar

Pobre São Paulo,
Pobre paulista, Oh, Oh
Pobre São Paulo,
Pobre paulista, Oh, Oh (Repete desde início)

Parou, pensou e chegou … a essa conclusão

Pobre São Paulo,
Pobre paulista, Oh, Oh
Pobre São Paulo, pobre paulista…
Pobre São Paulo, pobre paulista…
Pobre São Paulo, pobre paulista…
Pobre São Paulo, pobre paulista…

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Dias de Luta

Só depois de muito tempo
Fui entender aquele homem
Eu queria ouvir muito
Mas ele me disse pouco…

Quando se sabe ouvir
Não precisam muitas palavras
Muito tempo eu levei
Prá entender que nada sei
Que nada sei!…

Só depois de muito tempo
Comecei a entender
Como será meu futuro
Como será o seu…

Se meu filho nem nasceu
Eu ainda sou o filho
Se hoje canto essa canção
O que cantarei depois?
Cantar depois!…

Se sou eu ainda jovem
Passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção
O que cantarei depois?…

Só depois de muito tempo
Comecei a refletir
Nos meus dias de paz
Nos meus dias de luta…

Se sou eu ainda jovem
Passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção
O que cantarei depois?…(2x)

Cantar depois!…
(mais…)

Flores em Você

De todo o meu passado
Boas e más recordações
Quero viver meu presente
E lembrar tudo depois…

Nessa vida passageira
Eu sou eu, você é você
Isso é o que mais me agrada
Isso é o que me faz dizer…

Que vejo flores em você!…

De todo o meu passado
Boas e más recordações
Quero viver meu presente
E lembrar tudo depois…

Nessa vida passageira
Eu sou eu, você é você
Isso é o que mais me agrada
Isso é o que me faz dizer…

Que vejo flores em você!
Que vejo flores em você!
Que vejo flores em você!
Que vejo flores em você!…
(mais…)

Terra De Gigantes

Hey mãe!
Eu tenho uma guitarra elétrica
Durante muito tempo isso foi tudo
Que eu queria ter

Mas, hey mãe!
Alguma coisa ficou pra trás
Antigamente eu sabia exatamente o que fazer

Hey mãe!
Tenho uns amigos tocando comigo
Eles são legais, além do mais,
Não querem nem saber
Mas agora, lá fora,
Todo mundo é uma ilha
A milhas e milhas e milhas de qualquer lugar

Nessa terra de gigantes
(eu sei, já ouvimos tudo isso antes)
A juventude é uma banda
Numa propaganda de refrigerantes

As revistas
As revoltas
As conquistas da juventude
São heranças
São motivos
Pr’as mudanças de atitude
Os discos
As danças
Os riscos da juventude
A cara limpa
A roupa suja
Esperando que o tempo mude

Nessa terra de gigantes
(tudo isso já foi dito antes)
A juventude é uma banda
Numa propaganda de refrigerantes

Hey mãe!
Já não esquento a cabeça
Durante muito tempo isso foi
Só o que eu podia fazer
Mas, hey mãe!
Por mais que a gente cresça
Há sempre coisas que a gente
Não pode entender

Por isso mãe!
Só me acorda quando o sol tiver se posto
Eu não quero ver meu rosto
Antes de anoitecer
Pois agora lá fora

O mundo todo é uma ilha
A milhas e milhas e milhas…

Nessa terra de gigantes
Que trocam vidas por diamantes
A juventude é uma banda
Numa propaganda de refrigerantes
(mais…)

Alagados

Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados na vida real
Lhe nega oportunidades
Mostra a face dura do mal

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados na vida real
Lhe nega oportunidades
Mostra a face dura do mal

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Mas a arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé

(mais…)

Tempo perdido

Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo…

Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder…

Nosso suor sagrado
É bem mais belo
Que esse sangue amargo
E tão sério
E Selvagem! Selvagem!
Selvagem!…

Veja o sol
Dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos
Castanhos…

Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos
Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo…

Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes
Acesas agora
O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens…

Tão Jovens! Tão Jovens!…
(mais…)

Eduardo e Mônica

Quem um dia irá dizer
Que não existe razão
Nas coisas feitas
Pelo coração
E quem irá dizer
Que não existe razão?…
Eduardo abriu os olhos
Mas não quis se levantar
Ficou deitado
E viu que horas eram
Enquanto Mônica
Tomava um conhaque
No outro canto da cidade
Como eles disseram…
Eduardo e Mônica um dia
Se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo
Prá tentar se conhecer…
Um carinha do cursinho
Do Eduardo que disse:
-Tem uma festa legal
E a gente quer se divertir…
Festa estranha
Com gente esquisita
-Eu não tou legal
Não agüento mais birita
E a Mônica riu
E quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho
Que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto
Só pensava em ir prá casa
-É quase duas
Eu vou me ferrar…
Eduardo e Mônica
Trocaram telefone
Depois telefonaram
E decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu
Uma lanchonete
Mas a Mônica queria
Ver o filme do Godard…
Se encontraram então
No parque da cidade
A Mônica de moto
E o Eduardo de camêlo
O Eduardo achou estranho
E melhor não comentar
Mas a menina tinha
Tinta no cabelo…
Eduardo e Mônica
Era nada parecidos
Ela era de Leão
E ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina
E falava alemão
E ele ainda
Nas aulinhas de inglês…
Ela gostava
Do Bandeira e do Bauhaus
De Van Gogh e dos Mutantes
Do Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão
Com seu avô…
Ela falava coisas
Sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda tava
No esquema “escola, cinema
Clube, televisão”…
E mesmo com tudo diferente
Veio neles, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois
Se encontravam todo dia
E a vontade crescia
Como tinha de ser…
Eduardo e Mônica
Fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato
E foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra
A água e o ar…
Ele aprendeu a beber
Deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular…
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos
Muitas vezes depois
E todo mundo diz
Que ele completa ela
E vice-versa
Que nem feijão com arroz…
Construíram uma casa
Uns dois anos atrás
Mais ou menos quando
Os gêmeos vieram
Batalharam grana
Seguraram legal
A barra mais pesada
Que tiveram…
Eduardo e Mônica
Voltaram prá Brasília
E a nossa amizade
Dá saudade no verão
Só que nessas férias
Não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo
Tá de recuperação
Ah! Ahan!…
E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?…
(mais…)