O deserto que atravessei
Ninguém me viu passar
Estranha e só
Nem pude ver que o céu é maior
Tentei dizer
Mas vi você
Tão longe de chegar
Mais perto de algum lugar
É deserto onde eu te encontrei
Você me viu passar
Correndo só
Nem pude ver que o tempo é maior
Olhei pra mim
Me vi assim
Tão perto de chegar
Onde você não está
No silêncio uma catedral
Um templo em mim
Onde eu possa ser imortal
Mas vai existir
Eu sei, vai ter que existir
Vai resistir nosso lugar
Solidão, quem pode evitar?
Te encontro enfim
Meu coração é secular
Sonha e desagua dentro de mim
Amanhã, devagar
Me diz como voltar
Se eu disser que foi por amor
Não vou mentir pra mim
Se eu disser deixa pra depois
Não foi sempre assim
Tentei dizer
Mas vi você
Tão longe de chegar
Mais perto de algum lugar
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A música trata da solidão, que encerra o sujeito dentro dele mesmo. Esse sentimento é como estar no deserto. Ainda que ela veja o outro, ela não o alcança e nem sente qualquer esperança, pois não consegue acreditar no céu e nem no tempo.
No silêncio encontra em si mesma a sua religião, o seu templo, o seu coração. Aí é o lugar em que o amor existe e resiste, pode ser imortal. No entanto, como ela está sozinha, não sabe como evitar a solidão. Como não acredita em nada que a ultrapasse, o sonho desagua nela mesma, pois o seu coração é secular. Sem esperanças, pergunta como voltar? Ela quer sair desse deserto, mas
não sabe pois seu amor, que ela confessa a si mesma, está longe da sua “catedral”.
Ela tentou dizer que o amava, mas quando o viu não acreditou que seria recíproco, por isso disse que ele estava longe. A catedral é o seu coração, o seu templo, o lugar do amor, do sentimento que pode ser eterno, imortal.