Autor: Augusto dos Anjos
Arte ingrata! E conquanto, em desalento,
A órbita elipsoidal dos olhos lhe arda,
Busca exteriorizar o pensamento
Que em suas fronetais células guarda!
Tarda-lhe a Idéia! A inspiração lhe tarda!
E ei-lo a tremer, rasga o papel, violento,
Como o soldado que rasgou a farda
No desespero do último momento!
Tenta chorar, e os olhos sente enxutos!…
É como paralítico que, à míngua
Da própria voz, e, na, que ardente o lavra,
Febre de, em vão, falar, com os dedos brutos
Para falar, puxa e repuxa a língua,
E não lhe vem à boca uma palavra!
No poema apresentar o esquema de rima “ABAB-ABAB-CDD-CDD ” Dividida em 4 estrofes e 14 versos. Nos versos Augusto dos anjos expressa seu sentimentos na dificuldade na hora de se expressa pela escrita, faltando a creatividade e inspiração algo bastante comun no mundo dos escritores termo conhecido como ‘’bloqueio creativo’’.
O eu lírico conta algo que está acontendo no presente, transmitindo pela escrita uma intesidade de provocação de emoções e reflexões narrando situação de angustia, exaustão e fenômenos nervosos causado pela incapacidade de conseguir se expressar, em sua perfeição maxima e satisfação.