Autor: Júlia Costines
E vão assim as horas! – Vão fugindo
Um após outro os dias voadores,
Ao túmulo do olvido conduzindo
As alegrias como os dissabores,
O sonho agita as asas multicores,
E vai-se e vai-se rápido sumindo,
Enquanto a vaga quérula das dores
Soluça, e rola pelo espaço infindo…
A mim, porém a mim, a mim que importa,
A mim, cuja esperança há muito é morta,
Que o tempo, como um rio que se escoa,
Nos arrebate as ilusões que temos?!
– Deixo em descanso os fatigados remos,
E que o barco da vida boie à toa.