Travessia

Quando você foi embora fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar

Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho prá falar
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar

Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver

Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar

Vou seguindo pela vida me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver


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3 comentários em “Travessia”

  1. Chico Arruda

    Umas das letras mais românticas das últimas décadas, entretanto é bom chamar atenção para o período de ditadura, de repreensão que o Brasil se encontrava “minha casa não é minha, e nem é meu este lugar/ …muito tenho pra falar” tem aí também não só o lado romântico de uma separação dolorida,como também de uma angústia com a situação nacional de censura e violência vivida.

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  2. Sua letra fala sobre o rompimento de um namoro e a expectativa de superar essa situação.
    O título, “Travessia”, foi extraído da última palavra do livro “Grande Sertão, Veredas” de Guimarães Rosa.
    Escrita em tom intimista, aborda uma relação amorosa desfeita que leva o sujeito a desejar a morte. Porém ele se refaz, abandonando o sonho, superando essa situação para encarar a realidade e viver. Possui uma linguagem poética repleta de metáforas: “fez-se noite em meu viver”, “meu caminho é de pedra”, “sonho feito de brisa”.

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