Skip to main content

Batuque na cozinha

Não moro em casa de cômado
Não é por ter medo não

Na cozinha muita gente sempre trisca em alteração

Batuque na cozinha
Sinhá não quer
Por causa do batuque
Eu queimei o pé
Batuque na cozinha
Sinhá não quer
Por causa do batuque
Eu queimei o pé
Então não bula na cumbuca

Não me espante o rato
Se o branco tem ciúme
Que dirá o mulato
Eu fui na cozinha
Pra ver uma cebola
E o branco com ciúme
De uma tal crioula

Deixei a cebola, peguei a batata
E o branco com ciúme de uma tal mulata
Peguei o balaio pra medir a farinha
E o branco com ciúme de uma tal branquinha
Então não bula na cumbuca
Não me espante o rato

Se o branco tem ciúme
Que dirá o mulato
E o batuque na cozinha
Sinhá não quer
Por causa do batuque
Eu queimei o pé

Voltei na cozinha pra tomar um café
E o malandro ta de olho na minha mulher
Mas, comigo eu apelei pra desarmonia
E fomos direto pra delegacia
Seu comissário foi dizendo com altivez
E da casa de cômodos da tal Inês
Revistem os dois, botem no xadrez

Malandro comigo não tem vez
Mas o batuque na cozinha


Sinhá não quer
Por causa do batuque
Eu queimei o pé

Mas seu comissário
Eu estou com razão
Eu não moro na casa de arrumação
Eu fui apanhar meu violão
Que estava empenhado com Salomão

Eu pago a fiança com satisfação
Mas não me bota no xadrez
Com esse malandrão
Que faltou com respeito a um cidadão
Que é Paraíba do Norte, Maranhão

Um a zero

Vai começar o futebol,pois é,
Com muita garra e emoção
São onze de cá, onze de lá
E o bate-bola do meu coração

É a bola, é a bola, é a bola,
É a bola e o gol!
Numa jogada emocionante
O nosso time venceu por um a zero
E a torcida vibrou

Vamos lembrar
A velha história desse esporte
Começou na Inglaterra
E foi parar no Japão
Habilidade, tiro cruzado,
Mete a cabeça, toca de lado,
Não vale é pegar com a mão

E o mundo inteiro
Se encantou com esta arte
Equilíbrio e malícia
Sorte e azar também
Deslocamento em profundidade
Pontaria
Na hora da conclusão

Meio-de-campo organizou
E vem a zaga rebater
Bate, rebate, é de primeira
Ninguém quer tomar um gol
É coisa séria, é brincadeira
Bola vai e volta
Vem brilhando no ar

E se o juiz apita errado
É que a coisa fica feia
Coitada da sua mãe
Mesmo sendo uma santa
Cai na boca do povão

Pode ter até bolacha
Pontapé, empurrão
Só depois de uma ducha fria
É que se aperta a mão
Ou não!

Vai começar…

Aos quarenta do segundo tempo
O jogo ainda é zero a zero
Todo time quer ser campeão
Tá lá um corpo estendido no chão
São os minutos finais
Vai ter desconto

Mas, numa jogada genial
Aproveitando o lateral
Um cruzamento que veio de trás
Foi quando alguém chegou
Meteu a bola na gaveta
E comemorou

Tico-tico no fubá

Um tico-tico só
Um tico-tico lá
Já está comendo
Todo, todo meu fubá
Olho, seu Nicolau
Que o fubá se vai
Pego no meu pica-pau
E um tiro sai

Então eu tenho pena
Do susto que levou
E uma cuia cheia
De fubá eu dou
Alegre já voando, piando:
“meu fubá, meu fubá”
Saltando de lá para cá

Houve um dia lá
Que ele não voltou
E seu gostoso fubá
O vento levou
Triste fiquei
Quase chorei
Mas então vi
Logo depois
Já não era um
Mas, sim, já dois

Quero contar baixinho
A vida dos dois
Tiveram seu ninho
E filhinhos depois
Todos agora pulam ali
Saltam aqui
Comendo sempre o fubá
Saltando de lá para cá

Carinhoso

Meu coração, não sei por que
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim

Ah se tu soubesses como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim

Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus
Vem matar essa paixão que me devora o coração
E só assim então serei feliz
Bem feliz

Ah se tu soubesses como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim

Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus
Vem matar essa paixão que me devora o coração
E só assim então serei feliz
Bem feliz

Rosa

Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito seu

Tu és a forma ideal
Estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza

Perdão, se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer