Caetano Veloso

Caras e bocas

Quando canto um segredoQuando mostro algum medoOu maisQuando falo de amor ou desejoMinha boca se mostra maciaVermelhaMas se desce a gargantaDas cordas escondidasNesse peito sufocadoDesse coração atrapalhadoSurge uma nota brilhanteDe cristal transparenteMinha cara invade a cenaRasga a vidaMostra o brilho agudo musical

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Segunda

Segunda é dia de brancoVou arrastar meu tamancoQuem não tem dinheiro em bancoMadruga e Deus não ajuda Sexta-feira eu dou o arrancoNo sábado aguento o trancoChega no domingo estancoNa segunda tudo muda Digo isso com alegriaNão vejo o nascer do diaMas pela Virgem MariaTenho dinheiro e patrão Eu mesmo sou mei galegoO meu chefe no

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Neguinho

Neguinho não lê, neguinho não vê, não crê, pra quê?Neguinho nem quer saberO que afinal define a vida de neguinho Neguinho compra o jornal, neguinho fura o sinalNem bem nem mal, prazerVotou, chorou, gozou: o que importa, neguinho? Rei, rei, neguinho reiSim, sei, neguinhoRei, rei, neguinho é reiSei não, neguinho Se nego pensa que é

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Vaca profana

Respeito muito minhas lágrimasMas ainda mais minha risadaEscrevo, assim, minhas palavrasNa voz de uma mulher sagrada Vaca profana, põe teus cornosPra fora e acima da manadaVaca profana, põe teus cornosPra fora e acima da manada Ê, ê, êDona de divinas tetasDerrama o leite bom na minha caraE o leite mau na cara dos caretas Segue

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Dom de iludir

Não me venha falar na malíciaDe toda mulherCada um sabe a dor e a delíciaDe ser o que éNão me olhe como se a políciaAndasse atrás de mimCale a bocaE não cale na bocaNotícia ruim Você sabe explicarVocê sabe entenderTudo bemVocê está, você é ,Você faz, você quer,Você temVocê diz a verdadeE a verdade, o

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Massa real

Hoje eu só quero vocêSeja do jeito que forHoje eu só quero alegriaÉ meu dia, é meu diaHoje eu só quero amorHoje eu só quero prazerHoje vai ter que pintarSó quero a massa realÉ o meu carnavalHoje eu só quero amarHoje eu não quero sofrerNão quero ver ninguém chorarHoje eu não quero saberDe ouvir dizer

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Tigresa

Uma tigresa de unhas negras e íris cor de melUma mulher, uma beleza que me aconteceuEsfregando a pele de ouro marromDo seu corpo contra o meuMe falou que o mal é bom e o bem cruel Enquanto os pelos dessa deusa tremem ao vento ateuEla me conta sem certeza tudo o que viveuQue gostava de

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Meu bem, meu mal

Você é meu caminhoMeu vinhoMeu vícioDesde o inícioEstava você Meu bálsamo benignoMeu signoMeu guruPorto seguroOnde eu voltei Meu marE minha mãeMeu medoE meu champagne VisãoDo espaço sideralOnde o que eu souSe afoga!Meu fumo e minha iogaVocê é minha drogaPaixão e carnaval Meu Zem!Meu Bem!Meu Mal! Meu Zem!Meu Bem! Você é meu caminhoMeu vinhoMeu vícioDesde o

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Bonina (Caetano Veloso e Capinan)

A bonina que é flor roxaTô preso no pelourinhoSe me soltar ê ê ê êEu vou-me embora Menina, minha meninaNão solte o seu canarinhoSe soltar quero pegarNas asas do passarinho Me traga um limão maduroPara matar minha sedeVim precisado de tudoDe água, ternura e rede A bonina que é flor roxaTô preso no pelourinhoSe me

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Big bang bang (Caetano Veloso e Zé Miguel Wisnik)

Se tudo começou no big bang Tinha que acabar no big mac Só tinha que acabar no big mac Se tudo começou no big bang Tinha que acabar no big mac Que acabar no big mac Mas se a partida já estava começada Quarenta minutos antes do nada Então, é fla-flu Então é maracanã lotado

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As várias pontas de uma estrela (Milton Nascimento e Caetano Veloso)

Estrela de cinco pontas Cinco estrelas no cruzeiro Trilhões de estrelas no céu Três pontas mil corações E o menino brasileiro Com os olhos duas contas Atravessa o imenso véu De brilhos e escuridões Que Deus segue esse menino Que deuses o seguirão Meu verso de sete patas Notas desta melodia Quem me ensina essa

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As ayabás (Caetano Veloso e Gilberto Gil)

Nenhum outro som no arPra que todo mundo ouçaEu agora vou cantarPara todas as moçasEu agora vou baterPara todas as moçasEu agora vou dançarPara todas as moçasPara todas ayabásPara todas elas Iansã comanda os ventosE a força dos elementosNa ponta do seu florimÉ uma menina bonitaQuando o céu se precipitaSempre o princípio e o fim

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Aracaju (Caetano Veloso, Tomás Improta e Vinícius Cantuária)

Céu todo Azul Chegar no Brasil por um atalho Aracaju Terra cajueiro papagaio Araçazu Moqueca de cação no João do Alho Aracaju Voltar ao Brasil por um atalho Ser feliz O melhor lugar é ser feliz O melhor é ser feliz Mas Onde estou Não importa tanto aonde vou O melhor é ter amor Aracaju

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Ângulos (Arrigo Barnabé, Eduardo Gudin e Caetano Veloso)

Curvas dos sapatosEspelhando esquinasNúmeros exatosCortam-se na brisaSóis luzem nos dentesVocê me dizVamos pararOs ângulos retosDomam seus cabelosAutomóveis pretosRefletem sapatosLábios quase opacosVocê me dizVamos pararNa sua vozPassam tantas notasQue não param pra notarDedos na mãoQue dorme à sombra do momentoContam tempos soltos pelo barE o amorNuvem nos toposNão encontra lagosA curva dos coposReflete automóveisOlhos quase secosVocê

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Acrilirico (Rogério Duarte, Caetano Veloso e Rogério Duprat)

Olhar colíricoLirios plásticos do campo e do contracampoTelástico cinemascope teu sorriso tudo issoTudo ido e lido e lindo e vindo do vividoNa minha adolescidadeIdade de pedra e paz Teu sorriso quieto no meu canto Ainda canto o ido o tido o ditoO dado o consumidoO consumadoAtoDo amor morto motor da saudade Diluído na grandicidadeIdade de

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A terceira margem do rio (Milton Nascimento e Caetano Veloso)

Oco de pau que diz: Eu sou madeira, beira Boa, dá vau, triztriz Risca certeira Meio a meio o rio ri Silencioso, sério Nosso pai não diz, diz: Risca terceira Água da palavra Água calada, pura Água da palavra Água de rosa dura Proa da palavra Duro silêncio, nosso pai Margem da palavra Entre as

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Onde andarás (Ferreira Gullar e Caetano Veloso)

Onde andarás nesta tarde vazia Tão clara e sem fim Enquanto o mar bate azul em Ipanema Em que bar, em que cinema te esqueces de mim Enquanto o mar bate azul em Ipanema Em que bar, em que cinema te esqueces… Eu sei, meu endereço apagaste do teu coração A cigarra do apartamento O

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No dia em que eu vim me embora (Gilberto Gil e Caetano Veloso)

No dia em que eu vim-me embora minha mãe chorava em ai Minha irmã chorava em ui e eu nem olhava pra trás No dia que eu vim-me embora não teve nada de mais Mala de couro forrada com pano forte brim cáqui Minha avó já quase morta, minha mãe até a porta Minha irmã

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Cajuína

Existirmos: a que será que se destina? Pois quando tu me deste a rosa pequenina Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina Do menino infeliz não se nos ilumina Tampouco turva-se a lágrima nordestina Apenas a matéria vida era tão fina E éramos olharmo-nos intacta retina A cajuína cristalina em

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Sampa

Alguma coisa acontece No meu coração Que só quando cruzo a Ipiranga E a Avenida São João… É que quando eu cheguei por aqui Eu nada entendi Da dura poesia Concreta de tuas esquinas Da deselegância discreta De tuas meninas… Ainda não havia para mim Rita Lee A tua mais completa tradução Alguma coisa acontece

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