Você é um pé de planta
Que só dá no interior
No interior da mata
Coração do meu amor
Você é roubar manga
Com os moleques no quintal
É manga rosa, espada
Guardiã no matagal
Qual flor de uma estação
Botão fechado eu sou
Se amadurecendo
Pra se abrir pro meu amor
Qual flor de uma estação
Botão fechado eu sou
Se amadurecendo
Pra se abrir pro meu amor
Úmida de orvalho
Que o sol não enxugou
Você é mata virgem
Pela qual ninguém passou
É capinzal noturno
Escuro e denso protetor
De um lago leve e morno
Teu oásis seu amor
Qual flor de uma estação
Botão fechado eu sou
Se amadurecendo
Pra se abrir pro meu amor
qual flor de uma estação
Botão fechado eu sou
Se amadurecendo
Pra se abrir pro meu amor
Úmida de orvalho
Que o sol não enxugou
Você é mata virgem
Pela qual ninguém passou
É capinzal noturno
Escuro e denso protetor
De um lago leve e morno
Teu oásis seu amor.
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Na 1º estrofe ele está comparando a amada como rara e única, que conseguiu adentrar no coração dele, que como uma mata fechada é difícil de entrar (você é um pé de planta que só dá no interior, no interior da mata coração do meu amor), na 2º estrofe ele compara a amada como um amor infantil, uma brincadeira de criança gostosa e proibida, uma fruta saborosa, já que a manga é tida como a rainha das frutas tropicais (roubar manga com os moleques no quintal, é manga rosa, espada, guardiã no matagal), no estribilho ele deixa claro que o coração dele só se abriu para o amor depois que ele conheceu a amada, deixando entregar-se sem preconceitos e receios (qual flor de uma estação botão fechado eu sou, se amadurecendo pra se abrir pro meu amor), na 3º estrofe a amada é tão virgem quanto ele, os dois estão descobrindo o amor juntos (úmida de orvalho que o sol não enxugou, você é mata virgem pela qual ninguém passou), mas ao mesmo tempo ela é forte, ardente, que o leva ao delírio (É capinzal noturno, escuro denso protetor, de um lago leve morno, teu oásis seu amor).
Essa canção foi composta também por Tânia Menna Barreto (uma das mulheres de Raul) e isso explica a razão de ser tão plácida, tão suave, tão romântica, apesar de ser repleta de conotação sexual.
O título da música – Mata Virgem, fazendo alusão à mulher virgem – já nos é bastante sugestivo. Como se não bastasse isto, a única pretensão de Raul Seixas nessa música é descrever a sua amada.
Você é um pé de planta que só dá no interior,
no interior da mata,
coração do meu amor.
Nesta fase da música, é Raul quem fala. Ele caracteriza a sua amada como rara e única, como a fonte dos seus mais belos sentimentos.
Você é roubar manga com os moleques no quintal,
é manga rosa, espada,
guardiã do matagal.
Aqui, quem já roubou manga do quintal do vizinho, saberá bem a sensação que Raul quer passar. Roubar é uma aventura, roubar manga é gostoso, é prazeroso, é, além de tudo, algo que faz o coração palpitar, a adrenalina correr nas veias, ainda mais quando se é moleque. É assim que Raul a vê, como o ato de roubar manga, como a manga suculenta, deliciosa, com qual se lambuza.
Estes versos estão na música para dar suavidade, para dar uma ar infantil de ingenuidade.
Qual flor de uma estação,
botão fechado eu sou:
se amadurecendo pra se abrir pro meu amor.
Neste momento, não é Raul quem fala, mas sim Tânia. E aqui nos deparamos com a questão virgindade. Não estamos necessariamente falando de virgindade sexual (e estamos!). Quando diz estar se amadurecendo, Tânia sugere que seja virgem, ou que não está pronta para o sexo, ainda se preparando para isso.
Úmida de orvalho que o sol não enxugou,
você é mata virgem pela qual ninguém passou.
É capinzal noturno, escuro e denso, protetor
de um lago leve e morno:
teu oásis, seu amor.
Raul retorna a falar e a descrever Tânia. É então que tocamos no quesito “desejo sexual”. Ela é virgem, mas nem por isso deixa de sentir desejo, de excitar-se. E é sobre isso que fala esses últimos versos: excitação feminina, pelos pubianos… Tânia e Raul, amor, sexo.
Por mais sem noção que possa parecer, para mim ele está falando o tempo de todo de uma vagina ainda não penetrada.
Tentem interpretar a música a partir desse enfoque.
Para mim ele esta falando da beleza natureza como um todo isto é falando da força que tem em se manter viva com todas dificuldades mas porem se torna fraca perante o poder de destruição do homem quando passa por ela quando deixa de ser mata virgem.
Gosto das interpretações acima e pelo que sei ele a compôs mesmo com uma de suas mulheres. Pessoalmente eu não a associo tanto ao amor carnal, na verdade ela sempre me remete a minha mãe, justamente pelo espírito materno:”É capinzal noturno, escuro e denso protetor”. Também por seu altruísmo raro: ”Você é um pé de planta que só dá no interior, no coração da mata…”
Para mim também! Lembro sempre do amor raro e despretensioso que é o de mãe!