Cada verso é um semente
No deserto do meu peito
E onde rompe a grama verde
Vou deitando o desalento
No largo de alguma boca
No rasgo de algum sorriso
No gesto de algum lampejo
Na rima de um improviso
Nas curvas de uma morena
Na reta do meu desejo
Na relação entre corpos
Na paz do último beijo
Cada verso é uma semente
No deserto do meu peito
E onde o verde não verdeja
Não deito o meu desalento
Na rasgo dos grandes feitos
No largo de um só caminho
No brilho dos castiçais
No canto do passarinho
No garfo do deus-diabo
Na faca dos divididos
Na taça dos taciturnos
No prato dos oprimidos
Cada verso é uma semente
No deserto do meu peito
Mas se do ventre do verde
Não verdece algum rebento
No rasgo do meu poema
No largo de imagens mortas
Num gesto claro de outono
Na rima de folhas soltas
Na curva de novos versos
Na reta da revivência
Na relação dos desertos
Eu cravo a minha insistência
Hoje o verso é uma semente
Do meu peito num deserto
Verde que te quiero verde
Mas não há verde por perto
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