Patrícia Galvão

Patrícia Rehder Galvão, conhecida como Pagu, era filha de uma família tradicional e se portava fora dos padrões. Pagu falava palavrões, fumava na rua e usava roupas pouco usuais para a época. Nasceu em São João da Boa Vista (SP) no dia 9 de junho de 1910 e atuou como produtora cultural, jornalista, escritora, e militante política – foi a primeira presa política brasileira do sexo feminino no século XX. 

Diferente das outras mulheres de sua época, Pagu usava frequentemente roupas transparentes, fumava cigarros e possuía um palavreado masculino. Com apenas 15 anos, começou a produzir suas primeiras obras no Brás Jornal, utilizando o nome Patsy. Pagu aos 18 anos se integra ao movimento antropofágico, de cunho modernista, após ser apresentada aos artistas Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade. Publica, em 1933, o romance Parque Industrial, assinando com o nome Mara Lobo. O livro é considerado o primeiro romance proletário nacional. Nesse mesmo ano decidiu ir viajar pelo mundo, e iniciou sua carreira no jornalismo como repórter, deixando para trás seu filho e seu marido Oswald.

Escreveu também, sob o pseudônimo King Shelter, contos policiais publicados originalmente na revista Detective. Entre suas principais obras estão as ficções: Parque industrial (1933), A Famosa Revista (1945 e Safra macabra (1944). Sua autobiografia intitulada Paixão Pagu (1940) foi lançado em 2005 e se tornou um grande sucesso.

Natureza morta – Patrícia Galvão

Os livros são dorsos de estantes distantes quebradas. Estou dependurada na parede feita um quadro. Ninguém me segurou pelos cabelos. Puseram um prego em meu coração para que eu não me mova Espetaram, hein? a ave na parede Mas conservaram os meus olhos É verdade que eles estão parados. Como os meus dedos, na mesma […]

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