As estações – Orides Fontela
Anuncia-se a luz e o puro Solo Sol informeverte-se desencantando cores frutos vivos — força em ciclo descobrindo-se. […]
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Anuncia-se a luz e o puro Solo Sol informeverte-se desencantando cores frutos vivos — força em ciclo descobrindo-se. […]
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o avessodo sol oventredo caos osossos.Ver . Ver-se.Não dizer nada.– Orides Fontela, do livro “Teia”, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, p. 307. Orides Fontela Autor: Orides Fontela
Ver – Orides Fontela Read More »
Neste lugar marcado: campo onde uma árvore única se alteia e o alongado gesto absorvendo todo o silêncio – ascende e imobiliza-se (som antes da voz pré-vivo ou além da voz e vida) neste lugar marcado: campo
Clima – Orides Fontela Read More »
Viajarmas nãopara viajarmas semonde sem rota sem ciclo sem círculosem finalidade possível. Viajare nem sequer sonhar-seesta viagem.– Orides Fontela, em “Rosácea”. São Paulo: Editora Duas Cidades, 1986. Orides Fontela Autor: Orides Fontela
Viagem – Orides Fontela Read More »
Cego? Não: livre. Tão livre que não te importa a direção da seta. Alado? Irradiante. Feridas multiplicadas nascidas de um só abismo. Disseminas pólens e aromas. És talvez a
Eros – Orides Fontela Read More »
Tudoserá difícil de dizer:a palavra realnunca é suave. Tudo será duro:luz impiedosaexcessiva vivênciaconsciência demais do ser Tudo seráCapaz de ferir. SeráAgressivamente real.Tão real que nos despedaça.Não há piedade nos signosE nem no amor: o serÉ excessivamente lúcidoE a palavra é densa e nos fere(toda a palavra é crueldade)– Orides Fontela, do livro “Transposição”, em “Poesia
Fala – Orides Fontela Read More »
Cânonda flor completametro / valência / ritoda florverbo Círculoexemplar de heliantoflor emito ciclodo complexo espelhoflor eritmo cânon da luz perfeita– Orides Fontela, do livro “Helianto”, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006. Orides Fontela Autor: Orides Fontela
Helianto – Orides Fontela Read More »
Com as mãos nuas lavrar o campo: as mãos se ferindo nos seres, arestas da subjacente unidade as mãos desenterrando luzesfragmentos do anterior espelho com as mãos nuas lavrar o campo: desnudar a estrela essencial sem ter piedade do sangue. – Orides Fontela, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, p. 20. Orides Fontela Autor: Orides Fontela
Mãos – Orides Fontela Read More »
o metal e seu pálido horizonteo metal tempo opondo-se ao olhar vivo:o metal adensandoe horizonte efronteira invioladaO metal presençaÍntegraopondo às águas seu frioe incorruptível núcleo– Orides Fontela, do livro “Helianto”, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, p. 82. Orides Fontela Autor: Orides Fontela
Minério – Orides Fontela Read More »
Saber de cor o silênciodiamante e-ou espelhoo silêncio alémdo branco.Saber seu pesoSeu signo– habitar sua estrelaImpiedosa. Saber seu centro: vazioesplendor alémda vidae vida alémda memória. Saber de cor o silêncio – e profaná-lo, dissolvê-lo em palavras.– Orides Fontela, do livro “Alba”, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro:
Poema – Orides Fontela Read More »
Vôo onde ninguém mais – vivo em luz mínima ouço o mínimo arfar – farejo o sangue e capturo a presa em pleno escuro. – Orides Fontela, em “Rosácea”. São Paulo: Editora Duas Cidades, 1986, p. 203. Orides Fontela Autor: Orides Fontela
Coruja – Orides Fontela Read More »
Ó pássaro, em minha mãoencontram-setua liberdade intactaminha aguda consciência. Ó pássaro, em minha mãoteu cantode vitalidade puraencontra a minha humanidade. Ó pássaro, em minha mãopousadoserá possível cantarmosem uníssono se és o raro pousodo sentimento vivoe eu, pranto vertido na palavra?– Orides Fontela, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras,
Pouso – Orides Fontela Read More »
Os plátanos as pombas estas fontesas frondes, longe; e, de novo, os plátanos. As pombas estes plátanos as frondesas fontes, longe; e , de novo, as pombas.As fontes estas frondes estas pombasplátanos, longe;
A paisagem em círculo – Orides Fontela Read More »
O lago em círculocírculo águacéu apreendidoeternidade no tempo– Orides Fontela, do livro “Helianto”, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, p. 55. Orides Fontela Autor: Orides Fontela
Reflexo – Orides Fontela Read More »
Miro e disparo:o alvoo alo acentro exato dos círculosconcêntricosbranco do aa brancopontobrancoatraindo todo o impacto (Fixar o vooda luz naformafirmar o cantoem precisosilêncio – confirmá-lo no centrodo silêncio.)Miro e disparo:o ao alo alvo.– Orides Fontela, do livro “Helianto”, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, p. 76. Orides
Alvo – Orides Fontela Read More »
A teia, não Mágica Mas arma, armadilha a teia, não morta mas sensitiva, vivente a teia, não arte mas trabalho, tensa a teia, não arte mas trabalho, tensa a teia, não virgem mas intensamente prenhe: no centro a aranha espera. – Orides Fontela, em “Rosácea”. São Paulo: Editora Duas Cidades, 1986. Orides Fontela Autor: Orides Fontela
Teia – Orides Fontela Read More »