Casimiro de Abreu

Casimiro de Abreu foi um poeta brasileiro, e sua principal obra, o poema Meus Oito Anos é um dos mais populares da literatura brasileira ganhando grande destaque entre a Segunda Geração do Romantismo. Natural da Barra de São João (RJ), Casimiro José Marques de Abreu nasceu no dia 4 de janeiro de 1839. Era filho da brasileira Luíza Joaquina das Neves e do rico comerciante português, José Joaquim Marques de Abreu.

Casimiro de Abreu viveu pouco, escreveu pouco, mas tornou-se um dos maiores “poetas românticos” da história do país. Tudo isso graças ao seu lirismo de adolescente e a pureza, e simplicidade, presentes em suas poesias – razão pela qual é considerado o mais ingênuo poeta nacional. Chamada de “Ultra Romantismo”, a tendência romântica que se desenvolveu nas décadas de 1840 e 1850, recebeu forte influência dos poetas europeus. Casimiro de Abreu desenvolveu em suas obras os temas do Romantismo: a saudade da infância, o amor, a tristeza da vida e a saudade de sua pátria.

Também abordou outros assuntos da estética romântica como Deus, a morte e a natureza.. Publicou, em 1859, seu único livro de poemas, “Primaveras”. Entre seus principais poemas, prosas e contos estão: Fora da Pátria (1855), Meu Lar (1855), Minha Mãe (1855), Rosa Murcha (1855), Saudades (1856), Suspiros (1856), Camões e o Jau(1856), Carolina (1856), entre outras.

Moreninha – Casimiro de Abreu

Moreninha, Moreninha,Tu és do campo a rainha,Tu és senhora de mim;Tu matas todos d’amores,Faceira, vendendo as floresQue colhes no teu jardim. Quando tu passas n’aldeiaDiz o povo à boca cheia:– “Mulher mais linda não há“Ai! vejam como é bonita“Co’as tranças presas na fita,“Co’as flores no samburá! – Tu és meiga, és inocenteComo a rola que […]

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O que é simpatia (a uma menina) – Casimiro de Abreu

Simpatia – é o sentimentoQue nasce num só momento,Sincero, no coração;São dois olhares acesosBem juntos, unidos, presosNuma mágica atração. Simpatia – são dois galhosBanhados de bons orvalhosNas mangueiras do jardim;Bem longe às vezes nascidos,Mas que se juntam crescidosE que se abraçam por fim. São duas almas bem gêmeasQue riem no mesmo riso,Que choram nos mesmos

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A valsa – Casimiro de Abreu

Tu, ontem,Na dançaQue cansa,VoavasCo’as facesEm rosasFormosasDe vivo,LascivoCarmim;Na valsaTão falsa,Corrias,Fugias,Ardente,Contente,Tranqüila,Serena,Sem penaDe mim! Quem deraQue sintasAs doresDe amoresQue loucoSenti!Quem deraQue sintas!…— Não negues,Não mintas…— Eu vi!… Valsavas:— Teus belosCabelos,Já soltos,Revoltos, Saltavam,Voavam,BrincavamNo coloQue é meu;E os olhosEscurosTão puros,Os olhosPerjurosVolvias,Tremias,Sorrias,P’ra outroNão eu! Quem deraQue sintasAs doresDe amoresQue loucoSenti!Quem deraQue sintas!…— Não negues,Não mintas…— Eu vi!… Meu Deus!Eras belaDonzela,Valsando,Sorrindo,Fugindo,Qual silfoRisonhoQue em

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Um história – Casimiro de Abreu

A brisa dizia à rosa:– “Dá, formosa,Dá-me, linda, o teu amor;Deixa eu dormir no teu seioSem receio,Sem receio minha flor! Da tarde virei da selvaSobre a relvaOs meus suspiros te dar;E de noite na correnteMansamenteMansamente te embalar!” – E a rosa dizia à brisa:– “Não precisaMeu seio dos beijos teus;Não te adoro… és inconstante…Outro amante,Outro

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Eu nasci além dos mares – Casimiro de Abreu

Eu nasci além dos mares:Os meus lares,Meus amores ficam lá!— Onde canta nos retirosSeus suspiros,Suspiros o sabiá! Oh que céu, que terra aquela,Rica e belaComo o céu de claro anil!Que seiva, que luz, que galas,Não exalasNão exalas, meu Brasil! Oh! que saudades tamanhasDas montanhas,Daqueles campos natais!Daquele céu de safiraQue se mira,Que se mira nos cristais!

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Quando tu choras – Casimiro de Abreu

Quando tu choras, meu amor, teu rostoBrilha formoso com mais doce encanto,E as leves sombras de infantil desgostoTornam mais belo o cristalino pranto. Oh! nessa idade da paixão lascivaComo o prazer, é o chorar preciso:Mas breve passa – qual a chuva estiva –E quase ao pranto se mistura o riso. É doce o pranto de

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Saudades – Casimiro de Abreu

Nas horas mortas da noiteComo é doce o meditarQuando as estrelas cintilamNas ondas quietas do mar;Quando a lua majestosaSurgindo linda e formosa,Como donzela vaidosaNas águas se vai mirar! Nessas horas de silêncio,De tristezas e de amor,Eu gosto de ouvir ao longe,Cheio de mágoa e de dor,O sino do campanárioQue fala tão solitárioCom esse som mortuárioQue

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Sonhando – Casimiro de Abreu

Um dia, oh linda, embaladaAo canto do gondoleiro,Adormeceste inocenteNo teu delírio primeiro,– Por leito o berço das ondas,Meu colo por travesseiro! Eu, pensativo, cismavaNalgum remoto desgosto,Avivado na tristezaQue a tarde tem, ao sol-posto,E ora mirava as nuvens,Ora fitava teu rosto. Sonhavas então, querida,E presa de vago anseioDebaixo das roupas brancasSenti bater o teu seio,E meu

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Meus oito anos – Casimiro de Abreu

Oh ! que saudades que eu tenhoDa aurora da minha vida,Da minha infância queridaQue os anos não trazem mais !Que amor, que sonhos, que flores,Naquelas tardes fagueirasÀ sombra das bananeiras,Debaixo dos laranjais ! Como são belos os diasDo despontar da existência !– Respira a alma inocênciaComo perfumes a flor;O mar é – lago sereno,O céu

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