Autor: Miriam Alves
Uma batida surda
dói ouvir
Viver viver
presa na gaiola
pássara
Já vi o infinito
fui constelação
Agora asteroide vagando
estrela cadente
dividi-me em duas
Dividida para não ser subtraída
fiquei inteira amolgada em cada pedaço
chorei porque eu nascia
– Miriam Alves, em “Cadernos Negros”. n. 25, São Paulo: Quilombhoje, 2002.