Autor: Alphonsus de Guimaraens Filho
Não de vento os formei, mas do meu barro.
Não lhes dei sentimento, mas meu sangue.
Acolhe-os, pois, ainda que sejam turvo
rio a cruzar as terras que erigiste
no teu sonho maior, mesmo que sejam
somente um vago eco, um arfar penoso
de barro, solidão, de cinza e sangue.
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “Poemas. Alphonsus de Guimaraens Filho”. [Organização de Afonso Henriques Neto]. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1998.