Skip to main content

Mordaça

Tudo o que mais nos uniu separou
Tudo que tudo exigiu renegou
Da mesma forma que quis recusou
O que torna essa luta impossível e passiva
O mesmo alento que nos conduziu debandou
Tudo que tudo assumiu desandou
Tudo que se construiu desabou
O que faz invencível a ação negativa

É provável que o tempo faça a ilusão recuar
Pois tudo é instável e irregular
E de repente o furor volta
O interior todo se revolta
E faz nossa força se agigantar

Mas só se a vida fluir sem se opor
Mas só se o tempo seguir sem se impor
Mas só se for seja lá como for
O importante é que a nossa emoção sobreviva
E a felicidade amordace essa dor secular
Pois tudo no fundo é tão singular
É resistir ao inexorável
O coração fica insuperável
E pode em vida imortalizar

Pequena Memória Para Um Tempo Sem Memória (A Legião dos Esquecidos)

Memória de um tempo onde lutar
Por seu direito
É um defeito que mata

São tantas lutas inglórias
São histórias que a história
Qualquer dia contará

De obscuros personagens
As passagens, as coragens
São sementes espalhadas nesse chão

De Juvenais e de Raimundos
Tantos Júlios de Santana
Dessa crença num enorme coração

Dos humilhados e ofendidos
Explorados e oprimidos
Que tentaram encontrar a solução

São cruzes sem nomes
Sem corpos
Sem datas

Memória de um tempo onde lutar por seu direito
É um defeito que mata

E tantos são os homens por debaixo das manchetes
São braços esquecidos que fizeram os heróis
São forças, são suores que levantam as vedetes
Do teatro de revistas, que é o país de todos nós

São vozes que negaram liberdade concedida
Pois ela é bem mais sangue
Ela é bem mais vida
São vidas que alimentam nosso fogo da esperança
O grito da batalha
Quem espera, nunca alcança

Ê ê, quando o Sol nascer
É que eu quero ver quem se lembrará
Ê ê, quando amanhecer
É que eu quero ver quem recordará

Ê eu, não posso esquecer
Essa legião que se entregou por um novo dia
Ê eu quero é cantar essa mão tão calejada
Que nos deu tanta alegria
E vamos à luta

Pesadelo

Quando o muro separa uma ponte une
Se a vingança encara o remorso pune
Você vem me agarra, alguém vem me solta
Você vai na marra, ela um dia volta

E se a força é tua ela um dia é nossa
Olha o muro, olha a ponte, olhe o dia de ontem chegando
Que medo você tem de nós, olha aí

Você corta um verso, eu escrevo outro
Você me prende vivo, eu escapo morto

De repente olha eu de novo

Perturbando a paz, exigindo troco
Vamos por aí eu e meu cachorro
Olha um verso, olha o outro
Olha o velho, olha o moço chegando
Que medo você tem de nós, olha aí

O muro caiu, olha a ponte
Da liberdade guardiã
O braço do Cristo, horizonte
Abraça o dia de amanhã

Olha aí…
Olha aí…
Olha aí…

Anda Luzia

Anda, Luzia
Pega um pandeiro, vem pro carnaval
Anda, Luzia
Que essa tristeza lhe faz muito mal

Apronta a tua fantasia
Alegra teu olhar profundo
A vida dura só um dia, Luzia,
E não se leva nada desse mundo

De palavra em palavra

Manhã tão bonita a manhã
E muita calma pra pensar
Eu amei ai de mim muito mais do que devia amar
Sim fiz projetos pensei
Mas esse mundo é cheio de maldade e ilusão
Pra que trocar sim por não se o resultado é solidão

O amor o sorriso e a flor
Meu sabiá, meu violão
O que ficou pra machucar meu coração
Pois é tantos versos eu fiz
Dizendo a todo mundo o que ninguém diz
Alimentei a ilusão de ser feliz

O amor é a coisa mais triste quando se desfaz
Dói no coração de quem sonhou demais
Eu vivo sonhando, ai que insensatez
Até você voltar outra vez
Eu tenho esse amor para dar
Agora o que é que eu vou fazer
Porque esse é o maior que você pode encontrar
Mas de conversa em conversa
Eu só quis dizer de palavra em palavra
João Gilberto um abraço a você
Oba-la-lá

A nível de…

Vanderley e Odilon
são muito unidos
e vão pro Maracanã
todo domingo
criticando o casamento
e o papo mostra
que o casamento anda uma bosta…
Yolanda e Adelina
são muito unidas
e se fazem companhia
todo domingo
que os maridos vão pro jogo.
Yolanda aposta
que assim a nível de Proposta
o casamento anda uma bosta
e a Adelina não discorda.
Estruturou-se um troca-troca
e os quatro: hum-hum… o qué… tá bom… é…
Só que Odilon, não pegando bem a coisa,
agarrou o Vanderley e a Yolanda ó na Adelina.
Vanderley e Odilon
bem mais unidos
empataram capital
e estão montando
restaurante natural
cuja proposta
é cada um come o que gosta.
Yolanda e Adelina
bem mais unidas
acham viver um barato
e pra provar
tão fazendo artesanato
e pela amostra
Yolanda aposta na resposta.
E Adelina não discorda
que pinta e borda com o que gosta.
É positiva essa proposta
de quatro: hum-hum… oquéi… tá bom… é…
Só que Odilon
ensopapa o Vanderley com ciúme
e Adelina dá na cara de Yoyô…
Vanderley e Odilon
Yolanda e Adelina
cada um faz o que gosta
e o relacionamento… continua a mesma bosta!

Deixa estar

Deixa estar, deixa estar
Não vais perder por esperar
Deixa estar
É só pra ver o que vai dar

Palavra de homem
Precisava te ver passar
As privações por que passei
Te ver gastar
Os lenços muitos que chorei
Irias ver o que era dor de uma saudade
Roendo a gente

Talvez aí tu ias dar valor àquela amizade
Que assim sem mais nem menos desprezaste
Ai, que maldade
Então tu ias dar valor àquela amizade
Que assim sem mais nem menos desprezaste
Deixa Estar

Gabriela

Atravessei o mar
A remo e a vela
Fiz guerra e em terra
Montei a cavalo
E em pelo de sela
Cruzei as florestas, montanhas e serras
A lua sorria, eu sorri com ela
Quando corria, eu corria dela
Pulei cancelas, pulei quintais
Deixei donzelas e tudo mais
Quantas janelas ficaram atrás
Só pra te ver gabriela
Só pra te ver gabriela

Joaninha ficou chorando
Dizendo meu bem não vá
Com medo acabou ficando
Pois não quis acreditar
Que eu vinha só pra te ver gabriela
Só pra te ver gabriela
Que eu vinha só pra te ver gabriela
Só pra te ver gabriela

Dançando meu frevo quente
Na roda que vai a frente
Chamando a toda gente
O padre, o juiz, o incompetente
Os outros civis junto com o tenente
O mal e o bem, qualquer um eu descrevo
Daçando o frevo contigo também
Lá-iá-lá-iá
Daçando o frevo contigo também
Lá-iá-lá-iá

Que eu vinha só pra te ver gabriela
Só pra te ver gabriela

A lua

A Lua
Quando ela roda
É Nova!
Crescente ou Meia
A Lua!
É Cheia!
E quando ela roda
Minguante e Meia
Depois é Lua novamente
Diz!

Quando ela roda
É Nova!
Crescente ou Meia
A Lua!
É Cheia!
E quando ela roda
Minguante e Meia
Depois é Lua-Nova

Mente quem diz
Que a Lua é velha

Mente quem diz!

A Lua!
Quando ela roda
É Nova!
Crescente ou Meia
A Lua!
É Cheia!
E quando ela roda
Minguante e Meia
Depois é Lua novamente

Quando ela roda
É Nova!
Crescente ou Meia
A Lua
É Cheia!
E quando ela roda
Minguante e Meia
Depois é Lua-Nova

Mente quem diz
Que a Lua é velha

Mente quem diz!

A Lua!
Quando ela roda
É Nova!
Crescente ou Meia
A Lua!
É Cheia!
E quando ela roda
Minguante e Meia
Depois é Lua-Nova

Mente quem diz
Que a Lua é velha

Mente quem diz!

Lavadeira (Silveirinha)

A lavadeira faz assim
Só pra lavar roupa pra mim.(2x)

Ela vai pra beira do rio
Vai lavar a roupa que tem,
Se faz sol dá breque tão bom,
Mas se chove, lava também.

Lavadeira tá sorrindo
Muita roupa já passou,
Lavadeira tá dormindo
E o meu samba se acabou.

A lavadeira faz assim
Só pra lavar roupa pra mim.

Samba da minha terra

O Samba Da Minha Terra
Deixa a gente mole
Quando se canta
Todo mundo bole
Quando se canta
Todo mundo bole…(2x)

Quem não gosta de samba
Bom sujeito não é
É ruim da cabeça
Ou doente do pé…

Eu nasci com o samba
No samba me criei
E do danado do samba
Nunca me separei…

O Samba Da Minha Terra
Deixa a gente mole
Quando se canta
Todo mundo bole
Quando se canta
Todo mundo bole…

Quem não gosta de samba
Bom sujeito não é
É ruim da cabeça
Ou doente do pé…

Eu nasci com o samba
No samba me criei
E do danado do samba
Nunca me separei…

O Samba Da Minha Terra
Deixa a gente mole
Quando se canta
Todo mundo bole
Quando se canta
Todo mundo bole…

Vida do sem (Miltinho e Waghabi)

Sonho num dia que tem
Mil momentos pra sorrir.

Sonho pra que sonhar
Se é triste o meu despertar.

Nessa vida do sem
Passo o belo sem se olhar.

Será que o tempo não quer
O tempo bom de amar.

E se sozinho se fica
A tristeza vai chegar.

Chega a tristeza
E ninguém mais vai brincar.

Nessa vida do sem
Passo o belo sem se olhar.

Será que o tempo não quer
O tempo bom de amar.

E se sozinho se fica
A tristeza vai chegar.

Chega a tristeza
E ninguém mais vai brincar.

Lamento

Morena, tem pena
Mas ouve o meu lamento
Tento em vão te esquecer
Mas, ai, o meu tormento é tanto
Que eu vivo em prantos, sou tão infeliz
Não há coisa mais triste meu benzinho
Que esse chorinho que eu te fiz
Sozinho, morena
Você nem tem mais pena
Ai, meu bem, fiquei tão só
Tem dó, tem dó de mim
Porque eu estou triste assim por amor de você
Não há coisa mais linda neste mundo
Que o meu carinho por você
Morena, tem pena
Mas ouve o meu lamento
Tento em vão te esquecer
Mas, ai, o meu tormento é tanto
Que eu vivo em prantos, sou tão infeliz
Não há coisa mais triste meu benzinho
Que esse chorinho que eu te fiz
Sozinho, morena
Você nem tem mais pena
Ai, meu bem, fiquei tão só
Tem dó, tem dó de mim
Porque eu estou triste assim por amor de você
Não há coisa mais linda neste mundo
Que o meu carinho por você

Quem te viu, quem te vê

Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua
Hoje o samba saiu lá lalaiá, procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais esquece não pode reconhecer

Quando o samba começava você era a mais brilhante
E se a gente se cansava você só seguia a diante
Hoje a gente anda distante do calor do seu gingado
Você só dá chá dançante onde eu não sou convidado
O meu samba assim marcava na cadência os seus passos
O meu sonho se embalava no carinho dos seus braços
Hoje de teimoso eu passo bem em frente ao seu portão
Pra lembrar que sobra espaço no barraco e no cordão

Todo ano eu lhe fazia uma cabrocha de alta classe
De dourado eu lhe vestia pra que o povo admirasse
Eu não sei bem com certeza porque foi que um belo dia
Quem brincava de princesa acostumou na fantasia

Hoje eu vou sambar na pista, você vai de galeria
Quero que você me assista na mais fina companhia
Se você sentir saudade por favor não de na vista
Bate palma com vontade
Faz de conta que é turista

Hoje o samba saiu…

Roda viva

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá …

Refrão:
Roda mundo roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá…

Refrão

A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá

Refrão

O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá…

Refrão

Amigo é pra essas coisas

Salve!

Como é que vai?

Amigo, há quanto tempo!

Um ano ou mais…

Posso sentar um pouco?

Faça o favor

A vida é um dilema

Nem sempre vale a pena…

Ah!…

O que é que há?

Rosa acabou comigo

Meu Deus, por quê?

Nem Deus sabe o motivo

Deus é bom

Mas não foi bom pra mim

Todo amor um dia chega ao fim

Triste

É sempre assim

Eu desejava um trago

Garçom, mais dois

Não sei quando eu lhe pago

Se vê depois

Estou desempregado

Você está mais velho

É

Vida ruim

Você está bem disposto

Também sofri

Mas não se vê no rosto

Pode ser…

Você foi mais feliz

Dei mais sorte com a Beatriz

Pois é

Vivo bem

Pra frente é que se anda

Você se lembra dela?

Não

Lhe apresentei

Minha memória é fogo!

E o l’argent?

Defendo algum no jogo

E amanhã?

Que bom se eu morresse!

Prá quê, rapaz?

Talvez Rosa sofresse

Vá atrás!

Na morte a gente esquece

Mas no amor a gente fica em paz

Adeus

Toma mais um

Já amolei bastante

De jeito algum!

Muito obrigado, amigo

Não tem de quê

Por você ter me ouvido

Amigo é prá essas coisas

Tá…

Tome um cabral

Sua amizade basta

Pode faltar

O apreço não tem preço, eu vivo ao Deus dará

Lamento

Morena, tem pena
Mas ouve o meu lamento
Tento em vão te esquecer
Mas, ai, o meu tormento é tanto
Que eu vivo em prantos, sou tão infeliz
Não há coisa mais triste meu benzinho
Que esse chorinho que eu te fiz
Sozinho, morena
Você nem tem mais pena
Ai, meu bem, fiquei tão só
Tem dó, tem dó de mim
Porque eu estou triste assim por amor de você
Não há coisa mais linda neste mundo
Que o meu carinho por você
Morena, tem pena
Mas ouve o meu lamento
Tento em vão te esquecer
Mas, ai, o meu tormento é tanto
Que eu vivo em prantos, sou tão infeliz
Não há coisa mais triste meu benzinho
Que esse chorinho que eu te fiz
Sozinho, morena
Você nem tem mais pena
Ai, meu bem, fiquei tão só
Tem dó, tem dó de mim
Porque eu estou triste assim por amor de você
Não há coisa mais linda neste mundo
Que o meu carinho por você