Sertanejo Romântico
A música sertaneja brasileira surgiu no final da década de 1920, bem diferente do estilo que conhecemos hoje. Surgiu a partir de algumas gravações realizas pelo escritor Cornélio Pires, o compositor, que também era jornalista, reuniu “contos” e outros pedaços de canções tradicionais do interior de várias regiões brasileiras, desde o norte do Paraná até o sul de Minas Gerais para criar algo novo.
Durante o período das gravações pioneiras, o estilo musical era chamado de música caipira, pois suas letras destacavam o estilo de vida do “homem sertanejo”. Atualmente quando essas características aparecem em uma composição fica claro que o artista é um cantor de “sertanejo de raiz”, já que o gênero ao longo dos anos se dividiu em vários outros subgêneros.
Após o início da Segunda Guerra Mundial, nos anos 1940, surgiu uma nova fase na história da música sertaneja brasileira. Nesse período ocorreu a criação de novos estilos, como duetos e referências ao estilo mariachi. Dessa forma, a música sertaneja teve mudanças sendo influenciada por outros gêneros, inicialmente pela polca paraguaia, e posteriormente, gêneros mexicanos.
Além disso os instrumentos mudaram sendo adicionado novos elementos como acordeão e harpa. As letras gradualmente muram para temas relacionados a romances, porém a característica autobiográfica nas letras ainda foi mantida. Os personagens principais das músicas deixam de ser vaqueiros e as histórias, no sertanejo romântico, deixam de ser sobre animais e a vida no sertão.
A dupla Milionário & Jose Rico, ao longo da década de 1970, incluiu o uso de elementos dos tradicionais mariachi mexicanos. Floreios de trompete e violino passaram a preencher vazios entre frases e cada vez mais intonavam sua voz em um tom soluçante. Nesse período outros cantores, como a dupla Pena Branca & Xavantinho, surgiram com outras referências músicas, assim como o cantor Tião Carreiro inovando o sertanejo utilizando elementos do samba.
A fase romântica se inicia nos anos 1970, mas se populariza nos anos 1980 e 1990. O grande marco foi a música “Amor Rebelde” de Matogrosso e Mathias, que alcançou o topo das paradas e desconstruiu, na época, a imagem que todos tinha a respeito de cantores sertanejos. Os romances profundos nas letras emocionavam os ouvintes e a melodia, influenciada por música cubana e outros ritmos latinos, tornavam as músicas extremamente populares. Durante esse período os “Sertanejos Melados” ou “Sertanejos Cafonas” se transformaram em um fenômeno nacional procurados por inúmeras gravadoras.
Alguns destaques dessa época foram as duplas Chitãozinho e Xororó, Trio Parada Dura, Leandro e Leonardo, Tonico e Tinoco e Chico Rey e Paraná. Algumas duplas dos anos 90 são populares até hoje como Daniel, Zezé de Camargo e Luciano e Bruno e Marrone. Entre os sucessos produzidos na época é importante destacar músicas como: “É o Amor” (Zezé di Camargo e Luciano), “Evidências” (Chitãozinho e Xororó) e “De igual pra mim” (Roberta Miranda). Ao final dos anos 1990 o estilo começou a dar os primeiros sinais de declínio, dando abertura para ritmos mais dançantes e menos românticos.