Samba Exaltação
Samba-exaltação é um gênero de samba surgido em 1939, com um estilo com menos samba e mais sofisticação, valorizando a grandiosidade do Brasil com um tom bastante nacionalista. “Aquarela do Brasil” (Ary Barroso) foi a composição que inaugurou o gênero e difundiu o estilo no meio artístico, sendo consolidado como uma obra nacional de grande valor quando foi inclusa no filme “Alô Amigos” da Walt Disney. O samba-exaltação, após ser divulgado internacionalmente, fez com que todo os compositores internacionais olhassem para a música brasileira.
Sua característica marcante são composições “regionais”, mostrando uma forte exaltação, como dito no nome do gênero, a natureza e cultura do Brasil, não apenas ao folclore como em outros subgêneros do samba. O samba-exaltação foi um dos primeiros produtos musicais nacionais a serem exportado de forma popular ao resto do mundo, possuindo letras e ritmos totalmente nacionais.
Junto ao samba-exaltação, o samba-choro, também foi altamente popular nessa época sendo importante para o desenvolvimento do gênero. O subgênero era hibrido, também chamado de choro-cantado, já que as músicas tinham como base instrumental o choro, mas a presença de letras e ritmo feito a partir de percussão. “Amor em excesso” (Gadé e Valfrido Silva), foi lançado em 1932, criando o novo estilo na até então indústria musical brasileira. Lançado anteriormente em 1917, o samba de Pixinguinha “Carinhoso”, foi lançado originalmente como “choro” e sofreu uma releitura décadas depois, na voz de Orlando Silva, popularizando o novo estilo então chamado de “samba-choro”. Esse foi um dos passos dados por grandes músicos no passado que possibilitaram, na década seguinte, a popularização do chorinho, uma espécie de samba instrumental veloz diferente dos seus dois subgêneros anteriores.
O samba-exaltação foi muito difundido durante o período político intitulado Estado Novo. O subgênero marcado pelas características de grandeza, expressa em suas extensas melodias um caráter patriótico, devido suas letras com temática nacionalistas e pelo toque orquestral.
A partir do grande sucesso de “Aquarela do Brasil”, em sua primeira versão gravada por Francisco Alves, em 1939, o samba-exaltação passou a ser bem aceito por compositores profissionais no ramo musical e na indústria das rádios. “Brasil Pandeiro” (Assis Valente), foi outro samba do gênero conhecido e se tornou um grande sucesso com o grupo vocal, em 1941, Anjos do Inferno.
O samba-exaltação se disseminou pelo pais, porém não se tornou tão popular como outros subgêneros. No mesmo período, na virada para os anos 1950, o samba de breque surgiu se tornando mais popular do que outros estilos de samba, como o samba-exaltação. O novo subgênero é marcado por um ritmo marcadamente e paradas repentinas chamadas breques, termo que foi adotado como analogia as fortes frenagens de carros. O cantor Moreira da Silva consolidou-se como o grande nome deste subgênero acrescentando comentários falados, geralmente de tom humorístico, aludindo ao tema cantado.