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Te Amo Disgraça

(Vai, senta firme)
(Vai, senta, senta, senta) Eu sou Exú!
(Vai, senta firme, vai)
Facção carinhosa, ê, ê
(Vai, senta firme)
(Vai, senta, senta, senta)
(Vai, senta firme)
(Vai, senta, senta, senta)

Bebendo vinho, quebrando as taça
Fudendo por toda a casa
Se eu divido o maço, eu te amo, desgraça
Te amo, desgraça
Bebendo vinho e quebrando as taça
Fudendo por toda a casa
Se divido o maço, eu te amo, desgraça

Te amo, desgraça
Eu te amo, desgraça
Eu te amo de graça
Te amo, desgraça

Fudendo no banheiro do bar
Embriagados, gritando que a cidade é nossa
Fudendo no banheiro do bar
Embriagados, gritando que a cidade é nossa

Te amo
Nosso ódio pelo mundo é parecido
Você nua pela casa é tão lindo
Bastou a gente fuder, eu vi, tava fudido
Transo contra o tédio de domingo
Paredão batendo e ela dançando
Os cria passam droga, polícia passando
Não há briga entre nós, mas vivemos brigando
Vivemos brigando
Minha preta é rainha
Por isso eu não perco o trono
Minha preta é minha
E eu não perco o sono
Oral na minha mulher é minha oração
Oral na minha mulher é minha oração
Quebramos outro colchão
Foda-se, transa no chão
Até que a morte nos separe ou então a prisão

Bebendo vinho, quebrando as taça
Fudendo por toda a casa
Se eu divido o maço, eu te amo, desgraça
Te amo, desgraça
Bebendo vinho e quebrando as taça
Fudendo por toda a casa
Se divido o maço, eu te amo, desgraça

Te amo, desgraça
Eu te amo, desgraça
Eu te amo de graça
Te amo, desgraça

Estilo Fagner
Estilo cachorro
Ah, se eu fosse você, eu voltava pra mim de novo
São várias fãs, mas, amor, se acostume (por favor)
Nem a morte me chama mais, pois sabe, você tem ciúmes
Carnaval carnal entre as esquinas da sua coxa, prazer
Mais molhada que Veneza, me afundo em você
Me chupa no carro roubado
99 foda
Foda pra caralho
Relação te cobra igual dinheiro emprestado
Cerveja quente, outro trago
Certo pelo certo (claro)
Fui objetivo, ela falou: objeto
Cê faz mais falta que o Felipe Melo
Sou paciente, mas
Tem coisa que eu não espero
Acendeu um cigarro
Nos encharcou de gasolina
E falou: Sou seu amor ou seu Nero?
Eu sou seu amor ou seu Nero? (Fudeu)
Eu sou seu amor ou seu Nero?
Eu sou paciente, mas tem coisa que eu não espero

Bebendo vinho, quebrando a taça
Fudendo por toda a casa
Se eu divido o maço
Te amo, desgraça, te amo, desgraça

Te amo, desgraça
Te amo, desgraça, eu te amo, desgraça
Te amo, desgraça
Te amo, desgraça, te amo, desgraça
Te amo, desgraça
Te amo, desgraça, te amo, desgraça
Te amo, desgraça

(Vai, senta firme)
(Vai, senta, senta, senta)
(Vai, senta firme)
(Vai, senta, senta, senta)

(Eu sou Exú!)
(Eu sou Exú!)

(Vai, senta firme)
(Vai, senta, senta, senta)
(Vai, senta firme)
(Vai, senta, senta, senta)
(Vai, senta firme)
(Vai, senta, senta, senta)
(Vai, senta firme)
(Vai, senta, senta, senta, vai)

Girassóis de Van Gogh

Te engravido toda noite
Só para ver o Sol nascer

Te engravido toda noite
Só para ver o Sol nascer

Não quero mais dormir do seu lado
Prefiro ficar acordado
Guardando seu rosto para lembrar de você
Lembrar de você, lembrar de você

Cê tem uma cara de quem vai foder minha vida
O seu olhar é um caminho sem saída
O seu corpo é um caminho sem saída
Então só entro

Cê tem uma cara de quem vai foder minha vida
O seu olhar é um caminho sem saída
O seu corpo é um caminho sem saída
Então só entro

Na rua, ouvindo A$AP Rocky
Pelados no bairro como se fosse Woodstock
Outro bar, outro porre
Somos livres, como girassóis de Van Gogh

Gira, gira, girassóis de Van Gogh
Gira, gira, girassóis de Van Gogh
Gira, gira, girassóis de Van Gogh

Girassóis de Van Gogh
Girassóis de Van Gogh
Girassóis de Van Gogh
Girassóis de Van Gogh

Girassóis de Van Gogh
Girassóis de Van Gogh
Girassóis de Van Gogh
Girassóis de Van Gogh

Girassóis de Van Gogh
Girassóis de Van Gogh
Girassóis de Van Gogh
Girassóis de Van Gogh

Girassóis de Van Gogh
Girassóis de Van Gogh
Girassóis de Van Gogh
Girassóis de Van Gogh

Sem Graça

Refrão
Veja como o tempo voa
Demora pra aterrizar, sem graça, eu me vejo aqui
Pela janela, ver você partir

(qualy)
Essa noite foi boa, mas eu não te contei
Eu deixei cê dormir até com a minha dgk
Ontem a noite eu bebi e você ficou tão linda
Mas na hora de acordar você ficou mais ainda
Isso não é comum, como deixar acontecer?
O normal é acordar e eu não querer mais te ver, mas ae
Vou deixar cê dormir mais um pouco
Eu vou pra sala produzir pra ver se eu faço algum troco
Mas ela vem junto
Olhar pra trás e ver cê no sofá
Com cara que queria conversar
Difícil eu ser romântico
Meu ego é do tamanho do oceano atlântico
Seu cheiro simpático, olhar de felina
Mas cê sabe que se eu te elogiar
Agora vai acabar com a minha autoestima
Cê senta em cima
E eu que já fui feito de acento, não aceito
Eu não sou piscina pra tu se jogar de prima
Mas isso é só um teste
Pra ver se eu honro o fardo firme e forte, cafajeste

Refrão
Veja como o tempo voa
Demora pra aterrizar, sem graça, eu me vejo aqui
Pela janela, ver você partir

(spinardi)
Conseguiu arrancar palavras
Da minha boca apaixonantes falas
Desculpa mas não leve muito a sério
Minha emoção pós sexo
Pois essas palavras podem machuca-las, e podem mais
Intimidade e o mau que ela traz
Tão íntima e amiga dos meus pais
Aí não!
Não me peça explicação
Eu não consigo nem me conduzir
Como é que eu vou te dar condição? (biatch)

Refrão
Veja como o tempo voa
Demora pra aterrizar, sem graça, eu me vejo aqui
Pela janela, ver você partir

(spvic)
Pareceu tão simples no início mas
Se são duas cabeças pra moldar a mesma história
Tenta ver plural no singular
Cada um, cada um, me despeço
E vou cuidar do universo particular
Não te impeço de recordar e é isso!
Vou voltar mais complexo, sem concordar
Nosso sexo só vai durar
Se nunca tivermos compromisso
E é isso? sem “como assim”?
Sei como somos, bem, impomos o lado Charlie Sheen
Ó menina, eu to pra baixo essa semana… (nem encana!)
Eu quero que a surpresa que conduza o fim da trama
Te ver em uma semana, não ver noutra semana
Entender que seu interesse vai além da boa fama
Ou da minha má fama de que não duro dramas
E tenho boas amigas e todas elas me amam
Vi a diversão no meu quintal, sem dinheiro
É vendaval, na mão ou não
Mulher é um livro sem final

A Praga

(Spinardi)
Brindei my fucking day, geração de reis dais quais eu enterro
Brindei my fucking day pelo o que eu sei mudaram o critério
Brindei my fucking day pelo o que eu sei mudaram o critério
Brindei my fucking day, geração de reis dais quais eu enterro

(P.Qualy)
É grave pra quebra vidraça,
Arruaça
Bumbo que encaixa com a voz
Que encaixa com a caixa.
Estamos em temporada de caça
E ai rasta?
E se os policia passa, não acha.
Desembaça, tô limpo e passei batido.
Guerreiro Damassaclan!
Pode tenta amedrontar, pode tentar tirar todos os bancos da van
Lidamos com a crise
Bom Dia Vietnã!
Cidade metropolitana, onde a liberdade te priva
minha banca se esquiva nas ruas onde o choro é livre.
Mas choro não é sempre que livra.

(Spvic)
Grave pra quebra a vidraça,
Arruaça
Bumbo que encaixa com a voz
Que encaixa com a caixa.
Haikaiss no palco é espetáculo
Meça um quarto do novo século
Vê-lo pelo sopro do oráculo
E só calculo e evito ano sabático
E nois num cabulo, só que acumulou faixa e sínicos
150 anos!
Vínculos com esses círculos
Somos químicos
Tru, vamo!
Aprendo a verdade, aviso o prejuízo
Compro a cidade no lance no piso
Miro no teto do próprio edifício
Piso leve na casca do ofício
Vício dessa mulecada distinta
Brinca com a vida como não se brinca
Controla a brisa que eu trampo com 32
Vagabundo loco pra ter briga

(P.Qualy / Spinardi)
Imagina a família contra? Então não complica
Sublinha família, pois não sabe o que significa
Publica mas vi que não rubrica
Sem intriga, damassaclan se aplica.
O bonde tá de pé, quando tu quiser
Pra sempre manter, proceder.
Líder, o que não falta é respeito!
Mano de fé incentivo a meta.
Só o verde, sem pó, sem vender, sem roubar
Sabe o jeito!

(Spinardi)
Sai da prótese pra tu ver o bang crescer
Dmc sobrevivendo no inferno
Olha aquele velho vestido de terno jão
Só uma prova que há ilusão presente na ocasião.
Na pista eu vejo a raspa da baba
Antes da garota que oferece sua raba.
Boiada, bombada,safada e na balada de Sardana eu vejo o preço que se paga
Cada coletivo e seus afazeres
Vejo meus amigos como os melhores não como tu queres
A pista ta uma uva!
Chapa nem se preocupa.
Procura-se a ironia? Liga a tv
A dança do Pt, Psdb
O que nois vai fazer? Po.
Vendo povo se fuder.
Juventude dança a valsa com o Hiv.
Porra, Damassa acabando com a zorra
Se não bota fé só que a vida é única, sinica, solida, música
Porra, Damassa acabando com a farra
Que eu levo na marra
Na ginga de paulista, na bronca de caicara
Damassa é fumaça, é uma raça, é uma praga (Porra)

(P.Qualy)
Spi, tem mano querendo levar as mina pra grupo, sem ter feito minhas frases.
Fala mal do meu trampo, mas se tromba na minha frente vai pedir pra fazer as pazes
Boate com o Haikaiss milianos é 1.000 manos de fé 2.000 minas de classe
E tu só vai pegar alguém
Quando teu show parar de ser a proporção de 20 homens para 7 rapazes

Rap Lord

[verso 1: Qualy]
Lutei pra entrar e não vou sair
Os que não pertencem, eu devolvi
Ácido num metal, causa efeito letal
Teto baixo te espreme e respira
Quem pira, tá na mira da minha firma
Então me espera recuperar o fôlego
Se comigo não morre, nunca cai, não tento a sorte
Woodstock num flow metódico
Então não é pra quem quer, dor é pra quem pode
E nosso destino é uma caixa de surpresa
Leopardo ou zebra
Me diz: cê quer ser predador ou presa?
Assim, ó
Percorri pela beirada até a sorte me dizer
“menino, você tem o aval”
Não tem paciência, eu elevo no peito
O excesso é essencial
É muito bom não se acomodar
Satisfação se o verso ecoa, vento em polpa
Não vou me poupar, então demorou meu mano
Let’s go

[verso 2: Spinardi]
Quero que se foda o que disser
Tô de pé, vou mantendo a fé até
Do meu lado eu vou correndo igual ralé
Adivinhar é o que tu quer
Vagabundo quer, mas e quem não quer, né?
Quero ver dinheiro na responsa, ser amigo da onça
Jacaré que pangua vira bolsa
Mano então me mostra a cara
Em convivência com malandro que já foi da fossa
Fala pra carai, então se coça
Se gosta também zé
Vagabundo vê a bota e não vê o pé
Mas não quer me vê em pé jão
Sei até quem são, to na contenção
“babarababarababaraba” papo de cuzão
O que cê quer provar?
Já provei que sei bem, te representei
Levei para a caminhada quando nem era ninguém, não
Palavra de conforto, recebi da minha vida
Se resume no meu dom jão
Vai, vai, espero que seu ego não atrapalhe sua conduta
Se não vagabundo cai
E como cai, dependendo aonde
Eu sei bem dessa febre e talvez não levante mais
Membro do Haikaiss, sou cabra da peste
Rap demais, sou capaz
De fazer essa multidão, aliada na missão
Concedida na vida de um tempo atrás

[refrão: Spvic e Jonas Bento]
Bom senso é essência
Eu penso em como o acesso é essencial
A todos que entenderam, não adianta acusar
O dom nasceu comigo e vacilo é não usar
Dizem por aí que é fácil fazer tudo o que eu sei
E não fazem e não sabem

[verso 3: Spvic]
Na vida você perde tempo
Ou entende o conceito de sabedoria, ganha melodia
Tô cansado de ver ou de ouvir o iludidão falar de minoria
Não vai ser covardia explanar
Dividir a mesma tag, se xingar
Não é só falta de ética, a prática excêntrica elege
Elejo o som na esquiva
Mas que fita
Não
Sei que poucos são bons, pelo troco, sem dom
Cada plano não é em vão, sem querer ser zoião
Mano se aumenta na idade, amante da cidade
Reduz bpm, atrai longevidade
Cientista do grave, quando quer saber qual que é?

[verso 4: Qualy]
Eu vim, dominei os palco, rodapé, os mic com fio
Rodoviária novo rio
Sou paulista mesmo e chamo os outros de tio
Eu não vejo uma arminha, pra mim sempre foi dollar bill
Bora filho é sábado de abril, balada já abriu
Camarada meu já tá a mil
Rap para me deixar febril
Eu tentei e não serviu
Uniforme é para garçom de navio
Um salve ao imortal sabotagem
Que faz da rima um fuzil
Quinze anos depois
Construindo mais pontes que engenheiro civil
Isqueiro pra acender o pavio
Racionais, rzo, engajamento na luta é vantagem
Me deu liberdade de representar a cidade
Sem diversidade
Zona norte pro mundo, então partiu

[verso 4: Spinardi]
Um salve a quem não falha na conduta
Filha de uma puta
Veste a carapuça, vem da cara que me escuta
Mudo a tela que te muda, que se foda
Muda o ano mas não muda o que se planta
Vim pra terra que te canta, vende o almoço, pega a janta
Maloqueiro canta junto
Com a vontade dessa porra de esse mundo ser melhor
Mas na verdade o que se prega é diferente da novela
Vida louca, vida curta
Eu com a navalha que te corta
Vale para o que você pensa
Que no mundo que defende, vale mais seguir em frente
Caminhando diferente, caminhando com a minha gente
Cara a cara com o obstáculo que pega nossa mente
Na verdade eu canto aquilo que difere o nível
O cara é compatível, mas não passa no canal domingo
Aquilo que se fala de importante pra nação
Mas que se foda, eu falo mesmo
Rápido como quem bate o coração
Em cada passo eu olho e vejo na bagagem calejada
Meu comunicado, mano, é complicado
Cada laço que mantenho vale o ouro
Mas não vale o couro
Aqui se visa o bolo, põe na conta do mano
Que engana o povo
Eu quero ver tá cara a cara com o menor, ó
Tem muito veneno e pouca dó, ó
Falam da vitória mas não falam da derrota
Mano para, para, para, para, para Rap Lord

[refrão: Spvic]
Bom senso é essência
Eu penso em como o acesso é essencial
A todos que entenderam, não adianta acusar
O dom nasceu comigo e vacilo é não usar

[verso 5: Spinardi]
Aah, não pensa que eu parei, não acabou
Não acabou não
Deixa eu aproveitar que esse momento é bom jão
E tá tão bom irmão, que eu falei
“gordão, me estica mais um pouco da batida desse som”
Vagabundão, vagabundo fica louco
E eu tô loucão
Sente a colisão então
Vindo de um moleque cativando pro meu rap
Que te passa uma energia que virou meu ganha pão

[refrão]
Dizem por ai que é fácil fazer tudo o que eu sei
E não fazem e não sabem
Não sabem, não sabem, não sabem

[outro: spinardi]
Falam da vitória mas não falam da derrota
Mano para, para, para, para, para Rap Lord

Jesus Chorou

O que é o que é??

Clara e salgada,
cabe em um olho e pesa uma tonelada,
tem sabor de mar,
pode ser discreta,
inquilina da dor,
morada predileta.,
na calada ela vem,
refém da vingança,
irmã do desespero,
rival da esperança,
pode ser causada por vermes e mundanas
ou pelo espinho da flor,
cruel que vc ama,
amante do drama,
vem pra minha cama,
por querer, sem me perguntar me fez sofrer,
e eu que me julguei forte,
e eu que me senti,
serei um fraco,
quando outras delas vir,
se o barato é louco e o processo é lento,
no momento,
deixa eu caminhar contra o vento,
do que adianta eu ser durão e o coração ser vulnerável,
o vento não, ele é suave, mas é frio e implacável,
(é quente) borrou a letra triste do poeta,
(só) correu no rosto pardo do profeta.
Verme sai da reta,
a lágrima de um homem vai cair,
esse é o seu B.O. pra eternidade,
diz que homem não chora,
ta bom, falou ou vai pra grupo irmão ai
Jesus chorou!

Porra vagabundo óh,
vou te falar,
tô chapando,
eita mundo bom de acabar,
o que fazer quando a fortaleza tremer
e quase tudo ao seu redor,
melhor, se corromper,
(epa peralá, muita calma ladrão,
cadê o espírito imortal do Capão??)
lave o rosto nas águas sagradas da pia,
nada como um dia após o outro dia
que, sou eu seu lado direito,
tá abalado por que veio?
nego, é desse jeito!
Durmo mal, sonho quase a noite inteira,
acordo tenso, tonto e com olheira,
na mente: sensação de mágoa e rancor
uma fita me abalou na noite anterior
-Alô!!
-Ae dorme em doidão, mil fita acontecendo e cê ai..
-Que horas são??
-…Meio dia e vinte ó
a fita é o seguinte ó,
ñ éisqueirando não ó,
fita de mil grau,
ontem eu tava ali de CB, no pião,
com um truta firmezão,
cê tem que conhecer,
se pam se liga ele vai saber derepente,
ele fazia até um Rap num passado recente…
– Uhum.
-…vai vendo a fita,
se naum acredita,
quando tem que se é Jão (hã) pres’tenção,
vai vendo: parei pra fumar um de remédio,
com uns muleque lá e pá, trafica nos prédios,
um que chegou depois, pediu pra dar uns 2,
qual, um patrício ó, novão e os carái,
fumaça vai, fumaça vem ele chapou o côco,
se abriu que nem uma flor, ficou louco,
tava eu mais dois truta e uma mina,
num tempra prata show filmado ouvindo Guina,
hi, o bico se atacou ó, falou uma pá do cê.
– tipo o que?
-Esse Brown aí é cheio de querer ser,
deixa ele moscar e cantar na quebrada,
vamo ver se é isso tudo quando ver as quadrada,
periferia nada, só pensa nele mesmo,
montado no dinheiro e ceis aí no veneno,
e a cara dele truta?
cada um no seu corre,
tudo pelas verde, uns mata, outros morrem,
eu mesmo se eu catar voa numa hora dessa,
vou me destacar do outro lado de pressa,
vou comprar uma house de boy depois alugo,
vão me chamar de senhor…não por vulgo,
mas pra ele só a zona sul que é a pa,
diz que ele tira nós, nossa cara é cobrar,
o que ele quiser nós quer, vem que tem,
porque eu naum pago pau pra ninguém.
E eu?? só registrei né,não era de lá os mano tudo só ouviu,
ninguém falou um A
– Quem tem boca fala o que quer pra ter nome,
pra ganhar atenção das muié e/ou dos homens,
amo minha raça, luto pela cor,
o que quer que eu faça é por nós, por amor,
naum entende o que eu sou, não entende o que eu faço,
não entende a dor e as lágrimas do palhaço,
mundo em decomposição por um triz,
transforma um irmão meu num verme infeliz
e a minha mãe diz:
– Paulo acorda, pensa no futuro que isso é ilusão,
os proprio preto não tá nem ai com isso não,
olha o tanto que eu sofri, que eu sou, o que eu fui,
a inveja mata um, tem muita gente ruim.
-Pô mãe não fala assim que eu nem durmo,
meu amor pela senhora já não cabe em Saturno,
dinheiro é bom, quero sim se essa é a pergunta,
mas a dona Ana fez de mim um homem e não uma puta!
Ei você, seja lá quem for, pra semente eu não vim,
então, sem terror,
inimigo invisível, Judas incolor,
perseguido eu já nasci, demorou,
apenas por 30 moedas o irmão corrompeu,
atire a primeira pedra quem tem rastro meu,
cadê meu sorriso? onde tá? é, quem roubou?
Humanidade é má, e até Jesus Chorou
Lágrimas…Lágrimas…Jesus Chorou

Vermelho e azul, hotel, pisca só no,
cinza escuro do céu.
Chuva cai lá fora e aumenta o ritmo,
sozinho eu sou agora o meu inimigo intimo,
lembranças más vem, pensamentos bons vai,
me ajude,sozinho penso merda pra caráio,
gente que acredito, gosto e admiro,
brigava por justiça e paz levou tiro:
Malcom X,Ghandi, Lennon, Marvin Gaye,
Che Guevara, 2Pac, Bob Marley e
o evangélico Martin Luther King…
Lembrei de um truta meu falar assim:
-Não joga pérolas aos porcos irmão,
joga lavagem eles prefere assim,
se tem de usar piolhagem!
-Cristo que morreu por milhões,
mas só andou com apenas 12 e um fraquejou
periferia: Corpos vazios e sem ética
lotam os pagode rumo à cadeira elétrica
eu sei, você sabe o que é frustação,
máquina de fazer vilão,
eu penso mil fita, vou enlouquecer,
e o piolho diz assim qdo me vê:
-famoso pra karáio,durão, ih truta,
faz seu mundo não Jão,hã, a vida é curta,
só modelo por aí dando boi,
põe elas pra chupar e manda andar depois,
rasgar as madrugadas só de mil e cem,
se sou eu truta, não tem pra ninguém,
Zé Povinho é o Cão, tem esses defeitos,
quê? cê tendo ou não cresce os zóio de qualquer jeito,
cruzar se arrebentar, de repentemente vai,
de ponto quarenta, só querer tá no pente.
-Se só de pensar em matar já matou,
eu prefiro ouvir o pastor:
– Filho meu,não inveje o homem violento e nem siga nenhum dos seus caminhos…
Lágrimas…
Molha a medalha de um vencedor…
Chora agora ri depois, ae, Jesus chorou…
Lágrimas…

(mais…)

Negro Drama

Nego drama,
Entre o sucesso e a lama,
Dinheiro, problemas,
Inveja, luxo, fama.

Nego drama,
Cabelo crespo,
E a pele escura,
A ferida, a chaga,
A procura da cura.

Nego drama,
Tenta ver
E não vê nada,
A não ser uma estrela,
Longe meio ofuscada.

Sente o drama,
O preço, a cobrança,
No amor, no ódio,
A insana vingança.

Nego drama,
Eu sei quem trama,
E quem tá comigo,
O trauma que eu carrego,
Pra não ser mais um preto fudido.

O drama da cadeia e favela,
Túmulo, sangue,
Sirene, choros e vela.

Passageiro do brasil,
São paulo,
Agonia que sobrevivem,
Em meia as zorras e covardias,
Periferias,vielas e curtiços,

Você deve tá pensando,
O que você tem haver com isso,
Desde o início,
Por ouro e prata,

Olha quem morre,
Então veja você quem mata,
Recebe o mérito, a farda,
Que pratica o mal,

Me vê,
Pobre, preso ou morto,
Já é cultural.

Histórias, registros,
Escritos,
Não é conto,
Nem fábula,
Lenda ou mito,

Não foi sempre dito,
Que preto não tem vez,
Então olha o castelo e não,
Foi você quem fez cuzão,

Eu sou irmão,
Dos meus truta de batalha,
Eu era a carne,
Agora sou a própria navalha,

Tim..tim..
Um brinde pra mim,
Sou exemplo, de vitórias,
Trajetos e glorias.

O dinheiro tira um homem da miséria,
Mais não pode arrancar,
De dentro dele,
A favela,

São poucos,
Que entram em campo pra vencer,
A alma guarda,
O que a mente tenta esquecer,

Olho pra trás,
Vejo a estrada que eu trilhei,
Mó cota
Quem teve lado a lado,
E quem só fico na bota,
Entre as frases,
Fases e várias etapas,

Do quem é quem,
Dos mano e das mina fraca,

Hum..

Nego drama de estilo,
Pra ser,
E se for,
Tem que ser,
Se temer é milho.

Entre o gatilho e a tempestade,
Sempre à provar,
Que sou homem e não covarde.

Que deus me guarde,
Pois eu sei,
Que ele não é neutro,
Vigia os rico,
Mais ama os que vem do gueto,

Eu visto preto,
Por dentro e por fora,
Guerreiro,
Poeta entre o tempo e a memória.

Hora,
Nessa história,
Vejo o dólar,
E vários quilates,

Falo pro mano,
Que não morra, e também não mate,

O tic tac,
Não espera veja o ponteiro,
Essa estrada é venenosa,
E cheia de morteiro,

Pesadelo,
Hum,

É um elogio,
Pra quem vive na guerra,
A paz nunca existiu,
Num clima quente,
A minha gente soa frio,
Vi um pretinho,
Seu caderno era um fuzil.

Um fuzil,
Negro drama.

Crime, futebol, música, caraio,
Eu também não consegui fugi disso aí.
Eu so mais um.
Forrest gump é mato,
Eu prefiro conta uma história real,

Vô conta a minha….

Daria um filme,
Uma negra,
E uma criança nos braços,
Solitária na floresta,
De concreto e aço,

Veja,
Olha outra vez,
O rosto na multidão,
A multidão é um monstro,

Sem rosto e coração,

Hey,
São paulo,
Terra de arranha-céu,
A garoa rasga a carne,
É a torre de babel,

Famíla brasileira,
Dois contra o mundo,
Mãe solteira,
De um promissor,
Vagabundo,

Luz,
Câmera e ação,

Gravando a cena vai,
Um bastardo,
Mais um filho pardo,
Sem pai,

Ei,

Senhor de engenho,
Eu sei,
Bem quem você é,
Sozinho, cê num guenta,
Sozinho,
Cê num entra a pé,

Cê disse que era bom,
E a favela ouviu, lá
Também tem
Whiski, red bull,
Tênis nike e
Fuzil,

Admito,
Seus carro é bonito,
É,
Eu não sei fazê,
Internet, video-cassete,
Os carro loco,

Atrasado,
Eu tô um pouco sim,
Tô,
Eu acho,

Só que tem que,

Seu jogo é sujo,
E eu não me encaixo,
Eu sô problema de montão,
De carnaval a carnaval,
Eu vim da selva,
Sou leão,
Sou demais pro seu quintal,

Problema com escola,
Eu tenho mil,
Mil fita,
Inacreditável, mas seu filho me imita,
No meio de vocês,
Ele é o mais esperto,
Ginga e fala gíria,
Gíria não dialeto,

Esse não é mais seu,
Hó,
Subiu,
Entrei pelo seu rádio,
Tomei,
Cê nem viu,
Nóis é isso ou aquilo,

O quê?,
Cê não dizia,
Seu filho quer ser preto,
Rhá,
Que irônia,

Cola o pôster do 2Pac ai,
Que tal,
Que cê diz,
Sente o negro drama,
Vai,
Tenta ser feliz,

Ei bacana,
Quem te fez tão bom assim,
O que cê deu,
O que cê faz,
O que cê fez por mim,

Eu recebi seu tic,
Quer dizer kit,
De esgoto a céu aberto,
E parede madeirite,

De vergonha eu não morri,
To firmão,
Eis me aqui,

Voce não,
Se não passa,
Quando o mar vermelho abrir,

Eu sou o mano
Homem duro,
Do gueto, brow,

Obá,

Aquele loco,
Que não pode errar,
Aquele que você odeia,
Amar nesse instante,
Pele parda,
Ouço funk,

E de onde vem,
Os diamante,
Da lama,

Valeu mãe,

Negro drama,
Drama, drama.

Aê, na época dos barraco de pau lá na pedrera onde vcs tavam?
O que vocêis deram por mim ?
O que vocêis fizeram por mim ?
Agora tá de olho no dinheiro que eu ganho
Agora tá de olho no carro que eu dirijo
Demorou, eu quero é mais
Eu quero até sua alma
Aí, o rap fez eu ser o que sou
Ice blue, edy rock e klj, e toda a família
E toda geração que faz o rap
A geração que revolucionou
A geração que vai revolucionar
Anos 90, século 21
É desse jeito
Aê, você saí do gueto, mas o gueto nunca saí de você, morou irmão
Você tá dirigindo um carro
O mundo todo tá de olho ni você, morou
Sabe por quê?
Pela sua origem, morou irmão
É desse jeito que você vive
É o negro drama
Eu não li, eu não assisti
Eu vivo o negro drama, eu sou o negro drama
Eu sou o fruto do negro drama
Aí dona ana, sem palavra, a senhora &ea
cute; uma rainha, rainha
Mas ae, se tiver que voltar pra favela
Eu vou voltar de cabeça erguida
Porque assim é que é
Renascendo das cinzas
Firme e forte, guerreiro de fé
Vagabundo nato!
(mais…)

Vida Loka I

-vagabunda queria ataca do malucão uso meu nome o pipoca abraço
foi na porta da minha casa la boto pânico em todo mundo 3:00 da tarde
e eu nem tava la….Vai vendo!!
-é mais aí brown tem ums tipo de mulher truta que não da nem pra comenta…
-eu nem sei quem é os maluco isso que é foda
-ai vamo atras desse pipoca aí e já era…..
-ir atras de quem e aonde sei nem quem é mano…
mano não devo não temo e da meu copo que ja era….

– e ai bandido mal como que é meu parceiro?
– e ai abraao,firmão truta?
– firmeza total brown… e a quebrada aí irmão?
– ta a pampa, aí fiquei sabendo do seu pai aí,lamentável truta, meu sentimento mesmo mano!
– vai vendo brown, meu pai morreu e nem deixaram eu ir nem no interro do meu coroa não irmão
– isso é loco, vc tava aonde na hora?
– tava batendo uma bola meu, fiquei na mó neurose irmão.
– ai foram te avisar?
– é vieram me avisar, mais ta firmao brou, eu to firmão, logo mais to ai na quebrada com vcs ai
– é quente, na rua tbm num ta facil nao moro truta? ums juntado inimigo, outros juntando dinheiro, sempre tem um pra testa sua fé mais c
ta ligado sempre tem um corre a mais pra faze, ai mano liga, liga nois ai qual quer coisa lado a lado nois até o fim moro mano?
-to ligado!

Fé em Deus que ele é justo!
Ei irmão nunca se esqueça
Na guarda, guerreiro levanta a cabeça, truta
Onde estiver, seja lá como for
Tenha fé, porque até no lixão nasce flor
Ore por nós pastor, lembra da gente
No culto dessa noite, firmão sangue quente
Admiro os crentes, dá licença aqui
Mó função, mó tabela pô, desculpa aí
Eu me sinto às vezes meio pá, inseguro
Que nem um vira-lata, sem fé no futuro
vem alguém lá, quem é quem, quem será meu bom
Dá meu brinquedo de furar moletom!
Porque os bico que me vê, com os truta na balada
Tenta ver, quer saber, de mim não vê nada
Porque, a confiança é uma mulher ingrata
Que te beija e te abraça, te rouba e te mata
Desacreditar, nem pensar, só naquela
Se uma mosca ameaçar, me catar piso nela
O bico deu mo guela, pique bandidão
Foi em casa na missão, me trombar na cohab
De camisa larga, vai saber
Deus que sabe qual é maldade comigo, inimigo no migué
Tocou a campainha plin, pra trama meu fim
Dois maluco armado sim, um isqueiro e um estopim
Pronto pra chamar minha preta pra falar
Que eu comi a mina dele há, se ela tava lá
Vadia mentirosa, nuca vi deu mó faia
Espírito do mau, cão di buceta e saia
Talarico nunca fui e é o seguinte
Ando certo pelo certo, como 10 e 10 é 20
Já pensou doido e se eu tô com meu filho no sofá
De vacilo desarmado era aquilo
Sem culpa e sem chance, nem pra abrir a boca
Ia nessa sem saber, pro cê vê, vidaloka!

-ai brown, nois ta aqui dentro mais demoro truta, liga nois irmão.
– não truta ai jamais vamo leva problema pro cêis ai, nois resolve na rua rapidinho tbm, mais ai nem esquenta, e ai e aquele jogo la do final do ano q cê falo?
– entaum truta demoro, no final do ano nós vamo marca aquele jogo la, eu vc, o blue, os cara do racinais tudo ai moro meu? visita sua aqui eh sagrada, safado num atravessa nao moro?

Mais na rua né não!
Até jack! tem quem passe um pano
Impostor, pé de bleck, passa por malandro
A inveja existe, e a cada 10, 5 é na maldade
A mãe dos pecado capital é a vaidade,
Mas se é pra resolver, se envolver,vai meu nome eu vô
Fazer o que se cadeia é pra homem?
Malandrão eu? não, ninguém é bobo
Se quer guerra terá, se quer paz, quero em dobro
Mas, verme é verme, é o que é
Rastejando no chão,sempre embaixo do pé
E fala uma, duas vez, se marcá até três
Na quarta, xeque-mate que nem no xadrez
Eu sou guerreiro do rap,sempre em alta voltagem
Um por um, deus por nós, tô aqui de passagem
Vida loka, eu não tenho dom pra vítima
Justiça e liberdade, a causa é legítima
Meu rap faz o cântico, dos louco e dos romântico, vô
Por um sorriso de criança aonde eu for
Pros parceiros, tenho a oferecer minha presença
Talvez até confusa mas real e intensa
Meu melhor Marvin Gaye, sabadão na marginal
O que será será, é nóis vamo até o final
Liga eu, liga nóis, onde preciso for
No paraíso, ou no dia do juízo pastor
E liga eu e os irmãos é o ponto que eu peço
Favela, fundão,imortal nos meus verso
Vida loka…

– e ai brown é os espião irmão!
– to com os mano ai, eu vo, to indo ali na zona leste ai, tipo umas 11 horas eu já to voltando já moro?
– ta firmao ai brown ai mano eu vo disliga, mais tu manda um salve pros mano da quebrada ai moro? o giu moro mano? pro batatao, pro pacheco, pro porquinho pro xande pro dé moro meu? ai no dia do jogo moro, os mano
do exaltasamba vao vim manda um salve proa pinha la moro? fica com Deus Irmão…
(mais…)

Hey boy

Hey boy! hey boy!
Dá um tempo ai, cola ai!
Pera ai!
Que é mano?
Que esse otário tá fazendo aqui?
Ai dá um tempo ai, chega ai…
Que foi bicho!?
Lembra de mim mano?
Não…
Então vamo trocar uma idéia nós dois agora…

Hey boy o que você está fazendo aqui
Meu bairro não é seu lugar
E você vai se ferir
Você não sabe onde está
Caiu num ninho de cobra
E eu acho que vai ter que se explicar
Pra sair não vai ser fácil
A vida aqui é dura
Dura é a lei do mais forte
Onde a miséria não tem cura
E o remédio mais provável é a morte
Continuar vivo é uma batalha
Isso é se eu não cometer falha
E se eu não fosse esperto
Tiravam tudo de mim
Arrancavam minha pele

Minha vida enfim
Tenho que me desdobrar
Pra não puxarem meu tapete
E estar sempre quente
Pra não ser surpreendido de repente
Se eu vacilo trocam minha vaga
O que você fizer
Aqui mesmo você paga
A pouca grana que eu tenho
Não dá pro próprio consumo
Enquanto nós conversamos
A polícia apreende e finge
A marginalidade cresce sem precedência
Conforme o tempo passa
Aumenta é a tendência
E muitas vezes não tem jeito
A solução é roubar
E seus pais acham que a cadeia é nosso lugar
O sistema é a causa
E nós somos a consequência….Maior
Da chamada violência
Por que na real
Com nossa vida ninguém se importa
E ainda querem que sejamos patriotas

Hey…Boy…

Isso tudo é verdade
Mas não tenha dó de mim
Por que esse é meu lugar
Mas eu o quero mesmo assim
Mesmo sendo o lado esquecido da cidade
E bode espiatório de toda e qualquer mediocredade
A sociedade já não sabe o que fazer
Se vão interferir ou deixar acontecer
Mas por sermos todos pobres
Os tachados somos nós
Só por ser conveniente

Hey boy…

Pense bem se não faz sentido
Se hoje em dia eu fosse um cara
Tão bem sucedido
Como você é chamado de superior
E tem todos na mão
E tudo a seu favor
Sempre teve tudo
E não fez nada por ninguém
Se as coisas andam mal
É sua culpa também
Seus pais dão as costas
Para o mundo que os cercam
Ficam com o maior melhor
E pra nós nada resta
Você gasta fortunas
Se vestindo em etiqueta
E na sergeta é as crianças
Futuros homens
Quase não comem morrem de fome
Com frio e com medo
Já não é segredo e as drogas consomem
Sinta o contraste e só me de razão
Não fale mais nada porque
Vai ser em vão

Hey Boy…

Você faz parte daqueles que colaboram
Para que a vida de muias pessoas
Seja tão ruim
Acha que sozinho não vai resolver
Mas é por muitos pensarem assim como você
Que a situação
Vai de mal a pior
E como sempre você pensa em si só
Seu egoísmo ambição e desprezo
Serão os argumentos pra matar você mesmo
Então eu digo Hey boy…
Não fique surpreso
Se o ridículo e odioso
Círculo vicioso
Sistema que você faz parte
Transforma num criminoso
E doloroso
Será ser rejeitado HUMILHADO
Considerado um marginal
Descriminado, você vai saber
Sentir na pele como dói
Então aprenda a lição
Hey Boy….

“-Aí boy sai andando ai certo…
-Eu tenho todos os motivos
-Mas nem por isso eu vou te roubar
-Morô?
-Sai andadando
-Vai caminha mano!
-Não tem nada pra você aqui não, seu otário!
-Vai embora
-Sai fora
-E não pisa mais aqui hein!”
(mais…)

Capítulo 4, Versículo 3

“60% dos jovens de periferia sem antecedentes criminais já sofreram violência policial
A cada 4 pessoas mortas pela polícia, 3 são negras
Nas universidades brasileiras apenas 2% dos alunos são negros
A cada 4 horas, um jovem negro morre violentamente em São Paulo
Aqui quem fala é Primo Preto, mais um sobrevivente

Minha intenção é ruim
esvazia o lugar
Eu tô em cima eu tô afim
um, dois pra atirar
Eu sou bem pior do que você tá vendo
O preto aqui não tem dó
é 100% veneno
A primeira faz bum, a segunda faz tá
Eu tenho uma missão e não vou parar
Meu estilo é pesado e faz tremer o chão
Minha palavra vale um tiro e eu tenho muito munição
Na queda ou na ascensão minha atitude vai além
E tenho disposição pro mal e pro bem

Talvez eu seja um sádico
um anjo
um mágico
Juiz ou réu
um bandido do céu
Malandro ou otário
padre sanguinário
Franco atirador se for necessário
Revolucionário
insano
ou marginal
Antigo e moderno
imortal
Fronteira do céu com o inferno
astral imprevisível
como um ataque cardíaco
no verso
Violentamente pacífico
verídico
Vim pra sabotar seu raciocínio
Vim pra abalar o seu sistema nervoso e sangüíneo
Pra mim ainda é pouco
Brown cachorro louco
Número 1 dia
terrorista da periferia
Uni-duni-tê
o que eu tenho pra você
Um rap venenoso ou uma rajada de pt
E a profecia se fez como previsto
1 9 9 7 depois de Cristo
A fúria negra ressuscita outra vez
Racionais capítulo 4 – versículo 3

Aleluia…aleluia..racionais no ar, filha da puta, pá, pá, pá

Faz frio em São Paulo
pra mim tá sempre bom
Eu tô na rua de bombeta e moletom
Dim dim dom
rap é o som
Que emana no opala marrom
E aí
chama o Guilherme
chama o Vander
Chama o Dinho
e o Gui
Marquinho chama o éder, vamo aí
Se os outros manos vem, pela ordem tudo bem
melhor
Quem é quem no bilhar no dominó

Colô dois manos
um acenou pra mim
De jaco de cetim
de tênis, calça jeans

Ei Brown, sai fora
nem vai, nem cola
Não vale a pena dar idéia nesses tipo aí
Ontem à noite eu vi na beira do asfalto
Tragando a morte, soprando a vida pro alto
Ó os cara só a pó, pele o osso
No fundo do poço, mó flagrante no bolso

Veja bem, ninguém é mais que ninguém
Veja bem, veja bem, eles são nosso irmãos também
Mas de cocaína e crack,
whisky e conhaque
os manos morrem rapidinho sem lugar de destaque

Mas quem sou eu pra falar
De quem cheira ou quem fuma
Nem dá
nunca te dei porra nenhuma
Você fuma o que vem
entope o nariz
Bebe tudo o que vê
faça o diabo feliz
Você vai terminar tipo o outro mano lá
Que era um preto tipo a
e nem entrava numa
Mó estilo
de calça Calvin Klein
e tênis puma
Um jeito humilde de ser
no trampo e no rolê
Curtia um funk
jogava uma bola
Buscava a preta dele no portão da escola
Exemplo pra nós, mó moral, mó ibope
Mas começou colar com os branquinhos do shopping
“Aí já era”
ih mano outra vida, outro pique
só mina de elite
balada, vários drink
Puta de butique
toda aquela porra
Sexo sem limite
sodoma e gomorra

Faz uns nove anos
Tem uns quinze dias atrás eu vi o mano
Cê tem que vê
pedindo cigarro pros tiozinho no ponto
dente tudo zoado
bolso sem nenhum conto
O cara cheira mal
as tia sente medo
Muito louco de sei lá o quê logo cedo
Agora não oferece mais perigo
Viciado,
doente,
fudido:
inofensivo

Um dia um PM negro veio embaçar
E disse pra eu me pôr no meu lugar
Eu vejo um mano nessas condições: não dá
Será assim que eu deveria estar?
Irmão, o demônio fode tudo ao seu redor
Pelo rádio, jornal, revista e outdoor
Te oferece dinheiro, conversa com calma
Contamina seu caráter, rouba sua alma
Depois te joga na merda sozinho
Transforma um preto tipo A num neguinho
Minha palavra alivia sua dor
Ilumina minha alma
louvado seja o meu senhor
Que não deixa o mano aqui desandar ah
E nem sentar o dedo em nenhum pilantra
Mas que nenhum filha da puta ignore a minha lei
Racionais capítulo 4 versículo 3

Aleluia…aleluia…racionais no ar filha da puta, pá, pá, pá

Quatro minutos se passaram e ninguém viu
O monstro que nasceu em algum lugar do Brasil
Talvez o mano que trampa de baixo de um carro sujo de óleo
Que enquadra o carro forte na febre com sangue nos olhos
O mano que entrega envelope o dia inteiro no sol
Ou o que vende chocolate de farol em farol
Talvez o cara que defende o pobre no tribunal
Ou que procura vida nova na condicional
Alguém num quarto de madeira lendo à luz de vela
Ouvindo um rádio velho no fundo de uma cela
Ou da família real de negro como eu sou
Um príncipe guerreiro que defende o gol

E eu não mudo mas eu não me iludo
Os mano cu-de-burro têm, eu sei de tudo
Em troca de dinheiro e um carro bom
Tem mano que rebola e usa até batom
Varios patrícios falam merda pra todo mundo rir
Ah ah, pra ver Playboy aplaudir
É, na sua área tem fulano até pior
Cada um, cada um: você se sente só
Tem mano que te aponta uma pistola e fala sério
Explode sua cara por um toca-fita velho
Click plá plá pláu e acabou
sem dó e sem dor
Foda-se sua cor
Limpa o sangue com a camisa e manda se fuder
Você sabe por quê? pra onde vai pra quê?
Vai de bar em bar
esquina em esquina
Pegar 50 conto
trocar por cocaína

Enfim, o filme acabou pra você
A bala não é de festim
aqui não tem dublê
Para os manos da Baixada Fluminense à Ceilândia
Eu sei, as ruas não são como a disneylandia
De Guaianazes ao extremo sul de santo amaro
Ser um preto tipo A custa caro
É foda, foda é assistir a propaganda e ver
Não dá pra ter aquilo pra você
Playboy forgado de brinco: cu, trouxa
Roubado dentro do carro na avenida Rebouças
Correntinha das moça
as madame de bolsa
dinheiro: não tive pai não sou herdeiro
Se eu fosse aquele cara que se humilha no sinal
Por menos de um real
minha chance era pouca
Mas se eu fosse aquele moleque de tôca
Que engatilha e enfia o cano dentro da sua boca
De quebrada sem roupa, você e sua mina
Um, dois
nem me viu: já sumi na neblina
Mas não, permaneço vivo
prossigo a mística
Vinte e sete anos contrariando a estatística
Seu comercial de tv não me engana
Eu n&atild
e;o preciso de status nem fama
Seu carro e sua grana já não me seduz
E nem a sua puta de olhos azuis
Eu sou apenas um rapaz latino-americano
Apoiado por mais de 50 mil manos
Efeito colateral que o seu sistema fez
Racionais capítulo 4 versículo 3

(mais…)