Jovem Guarda

Originalmente a Jovem Guarda era apenas um programa musical de televisão brasileiro. Foi ao ar pela primeira vez, em 1965, na Rede Record. O termo se expandiu para designar todo o movimento e estilo musical que o envolve o que conhecemos hoje como Jovem Guarda. 

Os membros do programa eram cantores que tinha influencias do rock n ‘roll americano no final dos anos 1950. Nesse período as bandas de rock Britânicas dos anos 1960, também faziam sucesso. Porém as músicas da Jovem Guarda, diferente de suas referências internacionais, eram mais suaves, ingênuas e com letras românticas popular entre o público adolescentes. Os pioneiros do estilo e apresentadores foram Wanderléa, Erasmo Carlos e Roberto Carlos, juntamente de outras bandas e músicos que iam ao programa como convidados.

O estilo ficou nacionalmente conhecido pelo termo “iê-iê-iê”, uma tradução popular do termo francês “yé-yé”. A palavra se inspira nos gritos frequentes de “sim” (“Yes”) populares em canções da época. No início o público do “Iê-iê-iê” costumava ser inferior em relação ao da bossa nova. Porém, além de ser popular no campo musical, a Jovem Guarda era um negócio lucrativo, dado os grandes esforços de marketing relacionados a marca. Os músicos estavam presentes em comerciais de TV e até mesmo em filmes, visto o apelo ao público jovem, fazendo aos poucos os artistas e o gênero mais popular. 

Nos anos 1960, Jorge Bem Jor integrou a Jovem Guarda e misturou o rock com o samba, levando o estilo para um novo caminho conhecido como samba rock. No mesmo período, graças ao trabalho da banda Os Mutantes, o estilo criou também outras vertentes mais psicodélicas. Inúmeros músicos, além de grandes bandas se associaram à Jovem Guarda, fazendo grande sucesso usando a formula do estilo e entre os destaques estão Vanusa, Os Vips, Renato & Seus Blue Caps, Golden Boys e Os Incríveis.

Um grupo de amigos mineiros, conhecidos como O Clube da Esquina, juntaram-se a Jovem Guarda e à Tropicália, movimento cultural que ocorria durante o mesmo período, com o objetivo de popularizar ainda mais o pop e rock, mas com características únicas brasileiras. Entre os músicos que faziam parte do Clube da esquina estão Beto Guedes, Tavinho Moura, Milton Nascimento e Toninho Horta.

O auge do movimento foi nos anos 60 e, a partir do início dos anos 70, com o fim da Tropicália e da Jovem Guarda, os artistas tomaram destinos diferentes. Alguns mantiveram suas identidades ligadas ao rock, outros aderiram a música sertaneja, mas a grande maioria foi em busca de um apelo popular, com músicas românticas e lentas. Odair José, a partir da década de 1970, sob grande influência da estética da Jovem Guarda, acabou sendo tachado, e popularizando entre a nova geração de artistas, o que ficou conhecido como “música cafona”.

O movimento foi o principal responsável pela popularização da guitarra elétrica que acabou sendo incorporada definitivamente a música brasileira posteriormente com a ajuda da tropicália. Wanderléa, Eramos e Roberto, utilizavam o instrumento em seus discos e sucessos populares como “Quero Me Casar contigo”, “Foi Assim” e “Eu já nem sei”.