Carimbó
O Carimbó é um estilo de música, além de uma dança brasileira, que se originou perto de Belém, no nordeste do Brasil e na bacia amazônica. O ritmo possui raízes africanas e indígenas, sendo originalmente tocado com tambores feitos a partir de árvores.
O nome vem da palavra tupi se referindo ao tambor que mantinha a batida. A música mudou com o tempo, entretanto, nas décadas de 1960 e 1970, o carimbó foi influenciado pelo rock e outros ritmos musicais, incluindo merengue, cumbia, zouk e lambada.
A forma de dança é tradicionalmente executada com casais. Em um dos passos, a mulher joga um lenço no chão e o homem tenta pegá-lo com os dentes. As mulheres vestem saias longas e coloridas, semelhantes aos trajes das danças do Caribe, já os homens, geralmente, usam calças brancas largas e uma camisa estampada.
O carimbó, nas últimas décadas, ressurgiu como uma fonte rítmica de gêneros contemporâneos, como a lambada e tecnobrega. Atualmente está muito associado as festividades religiosas e a expressão cultural espalhou-se também pela Região nordeste do Brasil. O Carimbó é um importante movimento cultural e tornou-se patrimônio Cultural Imaterial do Brasil em 2014.
O cantor e compositor Augusto Rodrigues, também chamado de Mestre Verequete, foi um dos mais importantes músicos que disseminaram o Carimbó. Sua trajetória é voltada para a composição de músicas no estilo “pau e corda” também conhecido como “Carimbó raiz”. No município de Belém, em 2004 o “Dia Municipal do Carimbó” foi reconhecimento como data comemorativa em homenagem a contribuição musical do Verequete ao estado do Pará.
As principais características rítmicas possuem influências africanas como ritmo sincopado, utilização percussiva de tambores e contraponto, com predominância do compasso 2/4 e de uma estrutura de letras poética. Entre os instrumentos, geralmente, é incluído 2 ou 3 tambores com timbres diferentes. O tambor maior tem o timbre mais grave e é usado para a marcação do ritmo, dessa forma, os outros dois, menos graves, fazem os repiniques. Na harmonia é usado o banjo, além de outros instrumentos de sopro.
Inicialmente, devido a ao grande território paraense, o Carimbó desmembrou-se em três subgêneros, as rimas contam sobre o cotidiano local e os ritmos variam de acordo com o tipo de atividade desempenhada em cada região. Dessa forma, o Carimbó praieiro, o Carimbó pastoril e o Carimbó rural são distintos e possuem características próprias.
O estilo tradicional e o Carimbó moderno são duas correntes populares na capital Belém. Representado pelo cantor Verequete, o primeiro manteve a estrutura musical do referencial marapaniense, já o segundo, alterou essa estrutura buscando uma maior modernidade, representado pelo cantador Pinduca.
“Pau e corda” é a forma tradicional, sem uso de instrumentos elétricos, possui uma melodia às vezes horizontalizada, ritmo marcado e uníssono. Alguns músicos ficam sentados sobre o tambor, batucando com as duas mãos, e outros costumam usar os maracás e o reco-reco, para completar o grupo instrumental. A variação moderna utiliza instrumentos elétricos como contrabaixo, bateria e guitarra e isso estabelece uma identidade moderna comparada com dos estilos mais populares. Entre os principais artista de Carimbó, estão os cantores Pinduca, Fafá de Belém e Gaby Amarantos, e entre as bandas o grande destaque é a Banda Calypso.