O sol nasce e ilumina as pedras evoluídas
Que cresceram com a força de pedreiros suicidas
Cavaleiros circulam vigiando as pessoas
Não importa se são ruins, nem importa se são boas
E a cidade se apresenta centro das ambições
Para mendigos ou ricos e outras armações
Coletivos, automóveis, motos e metrôs
Trabalhadores, patrões, policiais, camelôs
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade se encontra prostituída
Por aqueles que a usaram em busca de saída
Ilusora de pessoas de outros lugares
A cidade e sua fama vai além dos mares
No meio da esperteza internacional
A cidade até que não está tão mal
E a situação sempre mais ou menos
Sempre uns com mais e outros com menos
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tu
Pra a gente sair da lama e enfrentar os urubu
Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tu
Pra a gente sair da lama e enfrentar os urubu
Num dia de sol Recife acordou
Com a mesma fedentina do dia anterior
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
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Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tu
ESSA É MAIS UMA DAS CRÍTICAS QUE O “HOMEM DE LAMA” FAZ AO PADRÃO DE VIDA DA SOCIEDADE BURGUESA. CONTAMINANDO TRABALHADORES, POBRES, CAMELÔS, POLICIAIS, MENDIGOS ETC. O AMBIENTE VIVIDO NUMA CIDADE DE VALORES ESTÉTICOS: PRÉDIOS, VEÍCULOS AUTOMOTIVO, PROSTITUIÇÃO, ENRIQUECIMENTO, LUXO, ENTRE OUTROS BENS, INCITA A AMBIÇÃO DA POPULAÇÃO. CONTAMINANDO ATÉ OS QUE NÃO TÊM CONDIÇÕES FINANCEIRAS DE VIVER NESSA CIDADE. TODOS QUEREM AS MESMAS COISAS, SUBENTENDIDAS COMO BOAS, “NÃO IMPORTA SE SÃO RUINS NÃO IMPORTA SE SÃO BOAS”
Essa música fala da desigualdade social que há na grande Recife, enquanto os ricos se tornam cada vez mais os ricos, os pobres se tornam cada vez mais pobres. Ao lado de prédios luxuosos existem favelas ou mocambos, fazendo um grande contraste na cidade.
Nos primeiros versos Chico diz:
“O sol nasce e ilumina as pedras evoluídas
Que cresceram com a força de pedreiros suicidas”
As pedras evoluídas são uma metáfora para os prédios e construções. Os pedreiros suicidas são os responsáveis pela “evolução das pedras”, isto é, o processo de construção civil. Como são mal remunerados e trabalham em condições precárias, não conseguirão sobreviver por muito tempo. Como eles sabem disso, podem ser interpretados como suicidas.
Cavaleiros circulam vigiando as pessoas
“Não importa se são ruins, nem importa se são boas”
Esses versos falam claramente de polícia e denunciam que vigiam (oprimem), inclusive, pessoas boa.
“E a cidade se apresenta centro das ambições
Para mendigos ou ricos e outras armações
Coletivos, automóveis, motos e metrôs
Trabalhadores, patrões, policiais, camelôs”
Esses versos aproximam os contrários em sua ambição, centralizada “na cidade”.
“A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce”.
O refrão é bem simples e sintetiza a ideia central da música.
“A cidade se encontra prostituída
Por aqueles que a usaram em busca de saída”:
“Aqueles que a usaram em busca de saída” podem ser os burgueses medievais que promoveram o êxodo rural e hoje exploram os trabalhadores. Por isso a cidade se encontra prostituída, cobra caro dos trabalhadores e remunera os burgueses como “cafetões”.
“Ilusora de pessoas de outros lugares
A cidade e sua fama vai além dos mares”:
A cidade ilude, promove o êxodo rural em busca de melhores condições, é uma ilusão. Embora tenha essa fama.
A cidade vai além dos mares porque os resíduos e impactos de sua existência “contaminam” todo o redor. Chico falava da poluição e da devastação da natureza em nome da cidade.
“No meio da esperteza internacional
A cidade até que não está tão mal
E a situação sempre mais ou menos
Sempre uns com mais e outros com menos”
A esperteza internacional pode possuir vários sentidos, talvez se refira a políticas econômicas de exploração, o que a cidade já fazia.
“Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tu
Pra a gente sair da lama e enfrentar os urubu”
Estética do Manguebeat e sua finalidade revolucionária.
Muito bom
Melhor interpretação
Salve, muito boa interpretação, mas pro cenário brasileiro, o trecho
“A cidade se encontra prostituída
Por aqueles que a usaram em busca de saída”:
“Aqueles que a usaram em busca de saída”
está mais perto de se referir aos grandes latifundiários do norte e nordeste, que no processo de expansão de suas terras, em um sistema escravocrata, maginalizavam as pessoas e, como tu disse, as empurrava pra cidade, nesse exodo urbano que abocanha as pessoas que acreditam poder encontrar uma situação melhor nas metropoles
Muito Boa interpretação!!
Vao toma no toba